123 Milhas: entenda a crise da empresa, desde a recuperação judicial até a operação da MP

O grupo enfrenta uma crise financeira desde que anunciou o cancelamento de pacotes promocionais, lesando clientes de todo o Brasil

A 123 Milhas e a Maxmilhas foram alvo de operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), na manhã desta quinta-feira (1°), por suposta lavagem de dinheiro. Dezessete mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos.

Computadores e diversos documentos foram recolhidos pela Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (CAEGO).

Em 2023, a 123 Milhas pediu recuperação judicial e lesou cerca de 700 mil clientes, por todo o Brasil.

Veja como tudo começou

Crise na 123 Milhas

A agência de viagens 123 Milhas surpreendeu milhares de clientes no dia 18 de agosto de 2023, após anunciar o cancelamento de pacotes promocionais, que atraíam as pessoas pelo preço baixo. A decisão revoltou clientes e fez a empresa pular rapidamente para o 1º lugar no ranking de empresas mais “denunciadas” do portal Reclame Aqui.

No dia 29 de agosto de 2023, a agência fez um pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, em Minas Gerais. No pedido, a empresa afirmava que enfrenta a “pior crise financeira de sua história” e alegava que “fatores internos e externos impuseram um aumento considerável de seus passivos nos últimos anos”.

Recuperação Judicial

A Justiça de Minas Gerais aceitou o pedido da MaxMilhas para entrar no processo de recuperação judicial da 123Milhas. As duas agências fazem parte do mesmo grupo empresarial e, por isso, foram afetadas pelo cancelamento da linha “promo” da 123 Milhas e pela crise que afeta a “empresa-mãe”.

Em setembro, um pedido feito pelo Banco do Brasil, principal credor da agência, foi acatado pela Justiça, suspendendo a recuperação judicial. Eles alegaram que a empresa não apresentou os documentos necessários para viabilizar o processamento da recuperação judicial. Também no mesmo mês, a Justiça de Minas Gerais decidiu aumentar de R$ 50 para R$ 900 milhões o bloqueio de bens e valores em nome dos sócios da 123 Milhas, Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira. Em dezembro, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) negou um recurso contra decisão que bloqueou a quantia de R$ 900 milhões dos sócios. O juiz ainda manteve a decisão que desconsiderou a personalidade jurídica das empresas 123 viagens e Novum Investimentos dos sócios. Ou seja, Ramiro e Augusto continuam respondendo pelas dívidas das empresas do grupo.

Por outro lado, o juiz negou um pedido para que as empresas do grupo sejam impedidas de fazer novas promoções, “por considerar que essas medidas podem, em tese, prejudicar o processo de recuperação judicial”. As empresas 123 Milhas e MaxMilhas continuaram vendendo passagens normalmente.

Em novembro de 2023, a Justiça de Minas Gerais autorizou a 123 Milhas a resgatar mais de R$ 23 milhões que estavam aplicados em ativos de renda fixa no Banco do Brasil. O valor milionário deveria ser usado pela agência de viagens para pagar salários, planos de saúde, FGTS e outras despesas do cotidiano da empresa.

No mês de dezembro, a Justiça de Minas Gerais determinou a retomada da recuperação judicial da 123 Milhas e outras empresas que fazem parte do grupo, que estava suspensa desde setembro.

Janeiro de 2024

No início de janeiro de 2024, o desembargador Alexandre Victor de Carvalho, relator da recuperação judicial da 123 Milhas na segunda instância da Justiça de Minas Gerais, determinou que os administradores judiciais do processo façam uma “minuciosa apuração” dos gastos com os RS 23,5 milhões. Esse valor havia sido liberado para a quitação de pendências com vencimento na última segunda-feira (29).

Já na última quinta-feira (25), a Justiça de Minas Gerais voltou a suspender o processo de recuperação judicial da 123 Milhas. A juíza Claudia Helena Batista, da 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, decidiu que o processo ficará suspenso até que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais decida quem serão os administradores judiciais do caso.

Operação do MP

Nesta quinta (1º), a operação do Ministério Público mira diretores das empresas 123 Milhas e Maxmilhas para apurar uma possível lavagem de dinheiro. Os investigadores fazem buscas nas sedes da 123 Milhas, na rua dos Aimorés, no bairro da Boa Viagem, no hipercentro de Belo Horizonte, e na Maxmilhas, localizada na rua Matias Cardoso, no bairro Santo Agostinho.

A empresa se pronunciou. Em nota, afirmou que “disponibilizou toda a sua documentação fiscal, assim como a de seus sócios, à Comissão Parlamentar de Inquérito das Pirâmides Financeiras. Os gestores da 123 Milhas estão, no momento, dedicados ao processo de recuperação judicial para quitar todos os débitos com os credores. O Grupo 123 Milhas reafirma seus preceitos de responsabilidade e transparência com clientes, credores e autoridades.”

FONTE ITATIAIA

Desvendando o problemático negócio da agência de viagens 123 milhas que lesou cerca de 40 mil clientes no Brasil

Como uma gigante do setor de viagens enfrenta polêmicas e controvérsias. Será que a 123 Milhas pode falir?

A indústria de viagens é repleta de altos e baixos. O recente episódio com a 123 Milhas, famosa agência de viagens, reavivou o debate sobre a sustentabilidade e fragilidade de certos modelos de negócios.

Em um país de dimensões monumentais como o Brasil, viajar se torna uma necessidade constante para muitos. Frequentemente, o avião se destaca como a opção mais viável devido à sua rapidez. No entanto, o preço, muitas vezes proibitivo, de voos aéreos torna-se um empecilho. A 123 Milhas identificou esse espaço no mercado, prometendo passagens aéreas com descontos significativos. A questão: como o modelo de negócio da empresa operava e por que, aparentemente do nada, começou a falhar?

Os segredos das milhas

Programas de fidelidade baseados em milhas surgiram como uma resposta do setor de aviação à necessidade de reter clientes e incentivá-los a voar com mais frequência. O conceito por trás das milhas é simples: quanto mais você viaja, mais milhas acumula. Este modelo rapidamente se tornou uma estratégia de marketing eficaz. As milhas tornaram-se não apenas uma ferramenta de fidelidade, mas também um bem de valor.

Dentro desse cenário, empresas como a 123 Milhas viram uma oportunidade de ouro. A ideia era comprar milhas de clientes frequentes e, em seguida, vender passagens a preços reduzidos, muitas vezes mais baixos do que os oferecidos diretamente pelas companhias aéreas.

O sucesso da 123 Milhas não foi apenas fortuito. A empresa investiu fortemente em marketing, tornando-se um nome familiar para muitos brasileiros. Com propagandas frequentes, ofertas promocionais e a promessa de flexibilidade nas datas de viagem, a empresa rapidamente conquistou um lugar de destaque no mercado. A proposta de datas flexíveis foi particularmente atraente para muitos, já que oferecia a possibilidade de encontrar ainda mais descontos e opções de voo.

O outro lado da moeda

No entanto, toda medalha tem dois lados. Enquanto muitos consumidores aproveitavam as ofertas da 123 Milhas, outros enfrentavam problemas significativos. A emissão de bilhetes aéreos tornou-se um problema, com alguns clientes nunca recebendo suas passagens após o pagamento. A transparência nas práticas de negócios da empresa também era questionável. Como eles podiam oferecer descontos tão substanciais? Quais eram as implicações financeiras de suas operações?

Em agosto de 2023, a agência de viagens 123 Milhas fez um anúncio chocante: suspensão de todos os pacotes de passagens de sua opção flexível. Este anúncio veio como um balde de água fria para muitos que já haviam reservado suas viagens. O motivo? “Circunstâncias de mercado adversas”. Em vez de reembolsos tradicionais, a empresa ofereceu vouchers, com detalhes que preocuparam muitos consumidores.

Esta crise não aconteceu do nada. Antes do grande anúncio, a 123 Milhas já havia enfrentado uma enxurrada de reclamações. Plataformas de feedback de consumidores, como o Reclame Aqui, já estavam repletas de críticas à empresa muito antes da suspensão das vendas. Além disso, a fusão da 123 Milhas com a Maxmilhas, outra gigante do setor, havia gerado ainda mais incertezas no mercado.

A questão da sustentabilidade

Um olhar mais atento sobre o modelo de negócios da 123 Milhas revela várias vulnerabilidades. Dependendo fortemente da conversão de milhas, a empresa enfrentou desafios quando os preços das passagens começaram a subir. O que antes custava 5.000 milhas, agora custava 7.000 ou mais.

Após o caos, o Ministério do Turismo optou por cancelar o cadastro da 123 Milhas, efetivamente colocando um fim às suas operações. As ramificações deste incidente vão além da empresa. Para muitos, tornou-se um alerta sobre a importância de se fazer uma pesquisa aprofundada antes de se comprometer com uma compra. As implicações para o setor de viagens, e especialmente para a Maxmilhas, ainda estão para ser totalmente compreendidas.

A trajetória da 123 Milhas é um lembrete de que nem tudo que reluz é ouro. Para os consumidores, reforça a importância de ser cauteloso e informado. Para as empresas, serve como um aviso sobre os perigos de crescer rápido demais sem a estrutura adequada para suportar esse crescimento.

FONTE CLICK PETROLEO E GAS

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Em um país de dimensões monumentais como o Brasil, viajar se torna uma necessidade constante para muitos. Frequentemente, o avião se destaca como a opção mais viável devido à sua rapidez. No entanto, o preço, muitas vezes proibitivo, de voos aéreos torna-se um empecilho. A 123 Milhas identificou esse espaço no mercado, prometendo passagens aéreas com descontos significativos. A questão: como o modelo de negócio da empresa operava e por que, aparentemente do nada, começou a falhar?

Os segredos das milhas

Programas de fidelidade baseados em milhas surgiram como uma resposta do setor de aviação à necessidade de reter clientes e incentivá-los a voar com mais frequência. O conceito por trás das milhas é simples: quanto mais você viaja, mais milhas acumula. Este modelo rapidamente se tornou uma estratégia de marketing eficaz. As milhas tornaram-se não apenas uma ferramenta de fidelidade, mas também um bem de valor.

Dentro desse cenário, empresas como a 123 Milhas viram uma oportunidade de ouro. A ideia era comprar milhas de clientes frequentes e, em seguida, vender passagens a preços reduzidos, muitas vezes mais baixos do que os oferecidos diretamente pelas companhias aéreas.

O sucesso da 123 Milhas não foi apenas fortuito. A empresa investiu fortemente em marketing, tornando-se um nome familiar para muitos brasileiros. Com propagandas frequentes, ofertas promocionais e a promessa de flexibilidade nas datas de viagem, a empresa rapidamente conquistou um lugar de destaque no mercado. A proposta de datas flexíveis foi particularmente atraente para muitos, já que oferecia a possibilidade de encontrar ainda mais descontos e opções de voo.

O outro lado da moeda

No entanto, toda medalha tem dois lados. Enquanto muitos consumidores aproveitavam as ofertas da 123 Milhas, outros enfrentavam problemas significativos. A emissão de bilhetes aéreos tornou-se um problema, com alguns clientes nunca recebendo suas passagens após o pagamento. A transparência nas práticas de negócios da empresa também era questionável. Como eles podiam oferecer descontos tão substanciais? Quais eram as implicações financeiras de suas operações?

Em agosto de 2023, a agência de viagens 123 Milhas fez um anúncio chocante: suspensão de todos os pacotes de passagens de sua opção flexível. Este anúncio veio como um balde de água fria para muitos que já haviam reservado suas viagens. O motivo? “Circunstâncias de mercado adversas”. Em vez de reembolsos tradicionais, a empresa ofereceu vouchers, com detalhes que preocuparam muitos consumidores.

Esta crise não aconteceu do nada. Antes do grande anúncio, a 123 Milhas já havia enfrentado uma enxurrada de reclamações. Plataformas de feedback de consumidores, como o Reclame Aqui, já estavam repletas de críticas à empresa muito antes da suspensão das vendas. Além disso, a fusão da 123 Milhas com a Maxmilhas, outra gigante do setor, havia gerado ainda mais incertezas no mercado.

A questão da sustentabilidade

Um olhar mais atento sobre o modelo de negócios da 123 Milhas revela várias vulnerabilidades. Dependendo fortemente da conversão de milhas, a empresa enfrentou desafios quando os preços das passagens começaram a subir. O que antes custava 5.000 milhas, agora custava 7.000 ou mais.

Após o caos, o Ministério do Turismo optou por cancelar o cadastro da 123 Milhas, efetivamente colocando um fim às suas operações. As ramificações deste incidente vão além da empresa. Para muitos, tornou-se um alerta sobre a importância de se fazer uma pesquisa aprofundada antes de se comprometer com uma compra. As implicações para o setor de viagens, e especialmente para a Maxmilhas, ainda estão para ser totalmente compreendidas.

A trajetória da 123 Milhas é um lembrete de que nem tudo que reluz é ouro. Para os consumidores, reforça a importância de ser cauteloso e informado. Para as empresas, serve como um aviso sobre os perigos de crescer rápido demais sem a estrutura adequada para suportar esse crescimento.

FONTE CLICK PETROLEO E GAS

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