Na tarde de domingo, 07 de abril, durante patrulhamento pelo Bairro Valentim Prenassi, em Barbacena (MG), a Polícia Militar viu um jovem, 18 anos, que demonstrou inquietação com a presença da equipe. Ele tentou sair do local de forma apressada quando os militares se aproximaram e ordenaram que parasse e se postasse em condição de busca pessoal.
O suspeito ignorou a ordem e fugiu sendo seguido pela equipe PM e alcançado. Como ele continuou resistindo à abordagem, foi necessário o uso diferenciado da força, por meio de controle físico. Ele foi contido e algemado, entretanto não cessou a resistência, tomando conduta de tentar fugir e gritando pelos familiares, com intento de chamar a atenção e ganhar a sensibilidade dos populares que testemunhavam a ação policial.
A mãe do abordado chegou e questionou os serviços policiais. Após procedida a busca policial, foi localizada uma porção de substância de cor esverdeada, similar a maconha acondicionada em dichavador no bolso do homem.
A mãe do abordado autorizou buscas na residência e ele novamente se revoltou contra a ação policial e começou a gritar. Para evitar agravamento da ocorrência, ele foi direcionado ao compartimento fechado da viatura. Nesse momento, sua mãe se colocou a frente do cofre, sendo necessário usar de força para tirar a mulher e colocar o autor na viatura.
Na residência, não foi encontrado nada de ilícito. O autor foi preso por tráfico de drogas, resistência e desobediência.
“Foi uma covardia o que fizeram comigo.” Assim expressou o soldador Wesley Bruno, de 34 anos ao classificar uma abordagem pela qual passou pela Polícia Militar no início da madrugada de segunda-feira (24). Ele procurou nossa reportagem para fazer um desabafo tomado pela revolta. A vítima e mais colegas estavam na Avenida Mariza de Souza Mendes, na área central de Ouro Branco, ouvindo música em um carro.
Segundo ele, quando a PM chegou o som já estava desligado e os amigos conversavam despretenciosamente. Wesley conta que os militares já chegaram o agredindo com socos e forma virulenta. A vítima relatou que foi jogado ao chão e sofreu diversos chutes em diversas partes do corpo. Ele conta que eram mais de 6 policiais e várias viaturas envolvidos na ocorrência.
Wesley contido e colocado em um camburão da PM, encaminhado a Delegacia de Lafaiete onde foi liberado posteriormente. Dias após os incidentes, ele passou por exames na FOB e já está acionando a Justiça no caso para reparação de supostos danos morais e físicos. “Fiquei com sequelas e dores por todo o corpo e hematomas no rosto. Sou uma pessoa do bem e não precisa de todo este aparato na abordagem. Sofri muita agressão. Foi covardia e agressão”, sintetizou.
PM fala sobre o caso
Nossa reportagem procurou a Assessoria de Comunicação do 31º Batalhão de Polícia, em Lafaiete (MG), para comentar o caso. “A respeito de um vídeo veiculado em mídias sociais mostrando uma ação policial ocorrida na cidade de Ouro Branco, a Polícia Militar esclarece que o fato ocorreu no início do dia 24 de abril, por volta de 00:57, na Avenida Mariza de Souza Mendes, em que um homem de 34 anos foi preso pelos crimes de resistência, desacato e ameaça. A ação se iniciou após acionamento da Polícia Militar, através de várias ligações para o 190, de que teria um veículo com som muito alto no local. Ao realizar contato com o proprietário do automóvel para orientá-lo a não ligar o som novamente, o autor veio de encontro aos policiais iniciando uma série de xingamentos e desacatando os militares.
Após determinação de que o autor se postasse em posição de busca pessoal, de forma agressiva, com uma lata de cerveja nas mãos, ele foi em direção aos policiais militares questionando o motivo da abordagem, não acatando à ordem legal recebida. Diante desta resistência ativa por parte do autor, houve necessidade de uso escalonado de força não letal, com emprego de técnicas de forçamento de articulação e contenção (emprego de algemas), visando a preservação da integridade física dos militares, do próprio autor e de terceiros que estavam nas proximidades.
O autor foi contido e, após o devido atendimento médico, ainda proferindo ameaças aos miliares, ele recebeu voz de prisão em flagrante pelos crimes de resistência, desacato e ameaça, com a devida lavratura de um Auto de Resistência. Em virtude da resistência empregada, pelo autor, um dos militares sofreu uma lesão na mão direita e um segundo teve seu relógio danificado.
O uso escalonado da força no âmbito policial é legalmente previsto e tem por objetivo controlar uma situação que ameaça a ordem pública, o cumprimento da lei, a integridade ou a vida das pessoas, devendo ser proporcional e compatível com as ameaça apresentada pela ação do infrator.
Reafirmamos nosso compromisso de trabalhar pela sociedade mineira sempre respaldados por preceitos e valores que proporcionem a manutenção da Ordem Pública, a Paz Social e do Estado Democrático de Direito em nosso Estado de Minas Gerais”.
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