Dívida de Minas: MP diz que não foi procurado para discutir proposta alternativa

Chefe do Ministério Público de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior, alega que uso do dinheiro da repactuação de Mariana para quitar débitos precisa ser discutido

“Não fomos procurados”. Essa é a posição do procurador-geral do MP, Jarbas Soares Júnior, sobre a proposta de usar parte do dinheiro da repactuação de Mariana para quitar a dívida que o governo de Minas Gerais tem com a União. O débito atualmente está em R$ 156,57 bilhões. A ideia era de que o Executivo estadual transferisse para o governo federal a parte que lhe cabe do novo acordo, com a condição de que esse recurso fosse aplicado nas cidades mineiras. 

“Tem que ser conversado. Eu imagino que todas as instituições, a Procuradoria Geral da República, o Ministério Público Federal, que é uma parte muito importante nesse processo, nós todos estamos à disposição. Eu acho que uma parte que seria inegociável, pelo menos ao meu ver, seria aquele recurso que vem para os municípios. Os municípios não fazem parte da dívida”, diz o chefe do MPMG.

A ideia de encaminhar a parcela do governo de Minas para União é um dos pilares da proposta alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) pensada pelo presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD). Além disso, ele propõe a federalização de empresas públicas mineiras, como a Codemig, a Copasa e Cemig, tudo para abater a dívida bilionária. Outra ideia é mudar a indexação da dívida para optar por juros menos agressivos ao Estado. Hoje, mais de 82% do total da dívida do Estado de Minas Gerais com a União está indexada ao IPCA (inflação oficial medida pelo IBGE) + 4%, ou seja, R$ 136,82 bilhões dos R$ 156,57 bilhões estão sujeitos à variação do índice.

Acordo vai sair?

Apesar de os trabalhos para evitar novas tragédias estarem em curso, como mostrou O TEMPO nesta quarta-feira (17/1), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e outras autoridades do Estado e do Espírito Santo ainda vivem a expectativa da oficialização do novo acordo pela catástrofe da Samarco, em Mariana. A repactuação permanece em discussão, por meio de uma intermediação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6). Havia uma expectativa de assinatura em dezembro, mas a previsão não se confirmou.

A questão principal que impede a assinatura no momento é o valor oferecido pelas empresas. Segundo apurou a reportagem, as empresas ofereceram R$ 42 bilhões, cerca de R$ 5 bilhões acima do acordo de Brumadinho. A quantia, no entanto, ficou bem longe do esperado pelas autoridades, que projetam uma repactuação em torno dos R$ 100 bilhões. O pedido inicial foi de R$ 116 bilhões, mas, como em toda negociação, é esperado que um meio-termo, aquém do projetado pelos governos estaduais, seja alcançado. 

“Nós estamos trabalhando para fechar esse acordo. Eu acredito que agora, no retorno da Justiça Federal em março, há grande possibilidade desse acordo ser fechado. As cláusulas estão definidas. Falta o valor”, diz Jarbas Soares Júnior, procurador geral do MPMG. De acordo com ele, o acordo de Brumadinho serviu como modelo para a repactuação negociada agora, mas ela tende a ser ainda melhor que o termo relacionado à tragédia de 2019.

Em 19 de dezembro, o desembargador federal Ricardo Machado Rabelo, responsável pelas negociações, recebeu deputados estaduais e federais para discutir a repactuação. O deputado federal Helder Salomão (PT-ES) apresentou um relatório temático com 43 sugestões para serem incluídas no acordo. Algumas delas envolvem, inclusive, a aprovação e sanção de projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional.

FONTE O TEMPO

Sorear promove ações de desvio de caminhões de minério e retomada das obras de duplicação da BR 040

Sociedade de Engenheiros e Arquitetos da região do Alto Paraopeba (Sorear) está  promovendo um grande movimento em Lafaiete e região sobre o desvio do alto fluxo de caminhões e carretas que transportam minério pela rodovia 040, no trecho de Nova Lima a Congonhas, e que tem envolvimento com um acentuado índice de acidentes na rodovia que ocorrem neste trecho com vítimas fatais

Eng. Crispim Ribeiro – Presidente da SOREAR (Sociedade de Engenheiros e Arquitetos da Região do Alto Paraopeba) / DIVULGAÇÃO

“A nossa entidade de Engenharia (SOREAR), inclusive, já identificou algumas sugestões através de rotas alternativas e usos consorciados de vias particulares, que poderão ser objetos de discussão para uma possível solução de minimização deste grande pesadelo (acidentes) que impacta os usuários que trafegam pela rodovia”, disse Crispim Ribeiro, engenheiro que lidera uma ampla campanha de mobilização regional pela segurança na B R 040.

Ele pontuou alguns itens que contribuem para esta insegurança no trânsito,  como caminhões e carretas (transporte de minério) que trafegam em alta velocidade; imposição de metas diárias de volumes transportados (recorde); danificação do piso asfáltico, em função de possíveis excessos de carga; quebras frequentes de para-brisas e outros danos materiais, em função de lançamento de partículas de minério por ação dos ventos, entre outros.

Alguns itens que contribuem para esta insegurança no trânsito é a alta velocidade / DIVULGAÇÃO

“Consideramos que uma das possíveis hipóteses de transporte poderia ser através de via alternativa (rodovia), cujo trecho sugerido tem uma extensão de 4 a 5 km até a via particular a ser consorciada, os custos necessários à implantação desta via poderiam ser arcados pelas próprias mineradoras, resguardadas obviamente, as devidas proporções em relação aos volumes transportados (toneladas) que, comprovadamente, usam o referido trecho da rodovia 040 para o transporte das suas produções até aos pátios de minérios localizados em Congonhas e região”, assinalou.

A via a ser construída partiria perto da mina da Gerdau Várzea do Lopes até a via do Minério, da Vale. Dali os caminhões tomariam outras rodovias até o destino retirando milhares de caminhões de minério da BR 040.

Um dos fatores que motivou esta inciativa de mobilização, em defesa dos usuários da rodovia 040, na prevenção de acidentes, foi o exemplo da empresa Vale que, após inúmeros acidentes ocorridos na região do viaduto das Almas (Vila Rica), a empresa, como forma de reduzir os índices de acidentes na rodovia 040, construiu uma rodovia interna (particular), com uma extensão de 26 km, ligando a mineração, localizada na região do Pico (Itabirito), até à fábrica/pátio (antiga Ferteco), localizada às margem da rodovia 040 (Ouro Preto).

Crispim disse que esta via é de interesses das mineradoras inclusive mitigando o passivo de acidentes e mortes na BR 040 e melhorado o trânsito de carretas.

Entidade alerta para os licenciamentos na BR 040

Trecho entre Lafaiete a Belo Horizonte é o mais violento da BR040 / DIVULGAÇÃO

Com a previsão de lançamento do edital de relicitação da BR 040, previsto para setembro de 2021, a SOREAR alertou que, apesar da empresa Via 040 (atual concessionária do trecho) estar prestes a assinar o termo aditivo ao contrato já existente, que deverá contemplar apenas três objetos (manutenção da via, gestão de tráfego e atendimento aos usuários) ao longo de dois anos até a retomada efetiva das obras através da nova concessionária, a partir da publicação do novo edital, previsto para o primeiro semestre deste ano, torna-se importante e necessário, promover a mobilização política para incluir, nesse termo aditivo, os projetos e  execução de obras emergenciais nos municípios interceptados pela rodovia, principalmente na nossa região (trecho mais crítico), tais como: trincheiras, passarelas, paralelas, remodelação de trevos e entroncamentos, revisão de sinalização, regularização de acessos (faixas de domínio) etc.

Previsão é que nova empresa assuma a concessão no ano que vem / DIVULGAÇÃO

Entretanto, as pretensões de duplicação no trecho entre Lafaiete a BH, o trecho com maior numero de acidentes, podem se frustrar caso não consigamos fazer o dever de casa, no caso, o estado de Minas Gerais, através do IEF (Instituto Estadual de Florestas), que precisa urgentemente de analisar os projetos executivos referentes às obras de duplicação da rodovia neste trecho, para avaliar as possíveis interferências com as áreas de unidades de conservação, protegidas por lei, conforme diagrama unifilar da EPL (Empresa de Projetos e Logística) e remeter os respectivos pareceres técnicos ao Ibama, em Brasília, possa conceder o Licenciamento Ambiental complementar deste trecho, que corresponde aproximadamente 10 % da extensão total já liberado, sem a qual a concessionária estará impossibilitada de executar obras neste trecho.

 

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