Que fim levou? A promessa da Michelin com seu revolucionário pneu sem ar pressurizado permanece em teste, apesar de avanços e parcerias estratégicas

O pneu sem ar da Michelin promete revolucionar a indústria automotiva com durabilidade e eficiência, mas enfrenta desafios técnicos e de mercado que adiam sua chegada às ruas.

Em 2020, a Michelin causou alvoroço no mercado automobilístico ao anunciar um pneu sem ar, prometendo eliminar furos e reduzir manutenção. Esse pneu airless, ou não pneumático, substitui o ar por raios de borracha, visando melhorar a segurança e eficiência. Cerca de 20% dos pneus são descartados anualmente devido a furos ou desgaste, segundo estudos da própria Michelin, representando um enorme desperdício de recursos.

O pneu inovador, além de evitar furos, pode liberar espaço no porta-malas e diminuir o peso do veículo, trazendo economia e conveniência. Sua estrutura interna proporciona maior estabilidade lateral, um avanço sobre os pneus convencionais que tendem a deformar em curvas. Este desenvolvimento não é apenas uma inovação tecnológica mas também um passo em direção à sustentabilidade.

Pioneirismo da Michelin em pneu sem ar

A Michelin, pioneira na adoção de pneus pneumáticos em 1895, continua a liderar com o desenvolvimento do pneu airless. Outras empresas como Polaris, Hankook e Goodyear também exploram essa tecnologia, cada uma com abordagens distintas na estrutura interna dos pneus.

A implementação do pneu airless enfrenta desafios, incluindo a gestão de detritos que podem afetar a estabilidade e o desgaste. Embora ofereça vantagens como redução de acidentes e manutenção, questões como ruído, vibração e a gestão térmica em altas velocidades ainda requerem soluções.

Equipando veículos para testes práticos

Em janeiro de 2023, a Michelin iniciou uma parceria com a DHL em Singapura, equipando veículos para testes práticos. As forças armadas dos EUA e forças policiais europeias também mostraram interesse no pneu, indicando sua eficácia em condições extremas.

Embora a Michelin tenha planejado lançar o pneu airless em 2024, detalhes sobre a comercialização ainda são escassos. A empresa sugere que, por enquanto, o foco será em aplicações específicas onde a resistência a furos é primordial.

O pneu sem ar da Michelin representa um marco no design de pneus, mas sua trajetória ao mercado ainda é incerta. Com as expectativas altas e o progresso contínuo, o setor automobilístico aguarda ansiosamente a próxima evolução dessa tecnologia promissora.

A trajetória da Michelin

A trajetória da Michelin

A Michelin, fundada em 1889 por Édouard e André Michelin em Clermont-Ferrand, França, começou como uma modesta fábrica de pneus de borracha. Com o passar dos anos, evoluiu para um gigante na indústria de pneus, conhecida globalmente não apenas por seus produtos inovadores, mas também pelo icônico Boneco Michelin, símbolo da marca.

A fabricação dos pneus Michelin é um esforço global, com fábricas espalhadas por várias regiões, incluindo França, Estados Unidos, Espanha, Alemanha, Brasil e China. Essa expansão permite à Michelin atender à crescente demanda internacional, mantendo um alto padrão de qualidade em sua produção, refletindo seu compromisso com a excelência e inovação.

Liderança em durabilidade, o pneu mais durável do mercado

Quando se trata de durabilidade, a Michelin frequentemente lidera o mercado. Modelos como o Michelin Defender ganham destaque por ser o pneu mais durável, caracterizando-se entre os pneus mais duráveis disponíveis hoje. Essa reputação de durabilidade não apenas reafirma a posição da Michelin como líder de mercado, mas também reflete seu compromisso em oferecer produtos de alta qualidade que atendem às necessidades dos consumidores em termos de segurança e desempenho a longo prazo.

Combinando sua rica história de pioneirismo com um foco contínuo em inovação e qualidade, a Michelin continua a definir padrões na indústria de pneus, prometendo avançar ainda mais com o desenvolvimento do pneu sem ar. Enquanto a Michelin avança em direção ao futuro, seu legado de inovação e qualidade permanece como uma força propulsora em seu caminho para a excelência.

 

FONTE CLICK PETRÓLEO E GÁS

Cidade mineira é um dos municípios com o ar mais poluído do Brasil; veja lista completa

O relatório World Air Quality de 2023, feito pela IQAir, mostra as cidades e países com pior qualidade de ar do mundo

A cidade mineira de Timóteo, localizada no Vale do Aço, é um dos municípios com o ar mais poluído do Brasil, segundo o relatório World Air Quality de 2023, feito pela IQAir, empresa suíça especializada em tecnologia de qualidade do ar e em proteção contra poluentes. De acordo com a lista, Timóteo possui o nível de material particulado MP 10,1, duas a três vezes superior ao parâmetro recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O município brasileiro que apresentou o pior índice de poluição foi Xapuri, no Acre. Osasco, na região metropolitana de São Paulo, é a segunda cidade com maior poluição do Brasil. Outras cidades paulistas com indicador da qualidade do ar entre três e cinco vezes pior do que o recomendado pela OMS são: Guarulhos, Rio Claro e Cubatão.

Manaus, capital do Amazonas, apresentou piora significativa na qualidade de ar entre 2021 e 2023, segundo o relatório. A quantidade de materiais particulados com diâmetro de até 2,5 micrômetros (MP 2,5) na cidade amazonense ultrapassa em mais de três vezes o que é estabelecido pela OMS. Em 2021, o nível de MP 2,5 na atmosfera manauara era duas vezes maior do que o recomendado pela Organização.

A única cidade do país entre as analisadas que ficou dentro dos parâmetros estabelecidos pela OMS foi Fortaleza.

No país, o nível de MP 2,5 da atmosfera é mais que o dobro do recomendado, o que o coloca na 83º posição entre os mais poluídos. Ainda assim, o número representa uma queda em relação aos primeiros registros do World Air Quality. Em 2018, por exemplo, a presença desses materiais na atmosfera era mais que o triplo.

Materiais particulados foram associados a mortes e doenças provocadas por problemas no coração e no pulmão. Segundo a OMS, o MP 2,5 é um dos que tem maior impacto na saúde é o MP 2,5.

Qualidade do ar nas cidades brasileiras

Baseado na concentração de material particulado (MP 2,5), em micrograma por m³. Abaixo, todas as cidades brasileiras analisadas.

– Xapuri (Acre): 21 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);

– Osasco (São Paulo): 19,4 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);

– Manaus (Amazonas): 16,8 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);

– Camaçari (Bahia): 16,2 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);

– Guarulhos (São Paulo): 16 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);

– São Caetano (São Paulo): 15,9 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);

– Rio Claro (São Paulo): 15,5 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);

– Cubatão (São Paulo): 15,4 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);

– Acrelândia (Acre): 15 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Campinas (São Paulo): 15 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Mauá (São Paulo): 14,6 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Porto Velho (Rondônia): 14,3 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– São Paulo: 14,3 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Senador Guiomard (Acre): 13,4 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Santos (São Paulo): 13,1 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Ribeirão Preto (São Paulo): 13 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Jundiaí (São Paulo): 12,6 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Rio Branco do Sul (Paraná): 11,9 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Curitiba (Paraná): 11,9 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Rio Branco (Acre): 11,8 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Piracicaba (São Paulo): 11,8 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Rio de Janeiro: 11,7 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Manoel Urbano (Acre): 11,5 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– São José dos Campos (São Paulo): 11 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Taubaté (São Paulo): 10,6 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Guaratinguetá (São Paulo): 10,2 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Timóteo (Minas): 10,1 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

– Serra (Espírito Santo): 9,3 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

– São José do Rio Preto: 9,3 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

– Palmas (Tocantins): 9,3 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

– Macapá (Amapá): 8,5 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

– Cruzeiro do Sul (Acre): 8,4 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

– Tarauacá (Acre): 8,2 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

– Jambeiro (São Paulo): 8 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

– Boa Vista (Roraima): 7,2 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

– Guarapari (Espírito Santo): 7 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

– Brasília: 6,8 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

– Fortaleza: 3,4 (dentro do parâmetro).

Quais os países com pior qualidade de ar do mundo?

De acordo com o relatório, o país com pior qualidade de ar em 2023 foi Bangladesh, seguido por Paquistão e Índia.

Nesses países, o nível de MP 2,5 chegou a ser até dez vezes maior do que o recomendado pela OMS. Na Índia, está localizada a metrópole com maior poluição de MP 2,5, chamada de Begusarai.

Os nove primeiros países a aparecer no ranking estão na Ásia. A República Democrática do Congo é o país de outro continente com maior presença de MP 2,5.

Na Europa, a Bósnia obteve o pior nível de qualidade de ar e ficou em 27º lugar Na América do Norte, o Canadá apresentou o pior nível do material particulado, na 93ª posição. Treze das cidades mais poluídas da região são canadenses.

Apenas sete dos países verificados conseguiram cumprir as orientações da OMS: Austrália, Estônia, Finlândia, Granada, Islândia, Ilhas Maurício e Nova Zelândia.

Para o cientista de Qualidade de Ar do Greenpeace Internacional, Aidan Farrow, os dados da IQAir mostram que, em 2023, a poluição atmosférica foi uma catástrofe global de saúde.

“Esforços locais, nacionais e internacionais são necessários urgentemente para monitorar a qualidade de ar em lugares sem muitos recursos, gerenciar a névoa transfronteiriça e cortar nossa dependência em combustão como uma fonte de energia”, defendeu.

O relatório destacou que o continente africano ainda sofre com a ausência de dados sobre a qualidade do ar. Já na América Latina e no Caribe, 70% dos dados obtidos vieram de sensores de baixo custo.

FONTE TRIBUNA DE MINAS

Sistema que acompanha qualidade do ar em Minas está em manutenção desde maio

O último boletim de monitoramento do ar foi publicado, no dia 29 de maio, deste ano, e se refere ao dia anterior, depois disso, não há mais atualizações.

O monitoramento da qualidade do ar em Minas Gerais está comprometido. O sistema que processa as informações enviadas pelas estações está em manutenção desde o mês de maio.

Pelas regras do Programa Nacional de Controle de Qualidade do Ar (Pronar), todos os estados brasileiros devem ter sistemas de monitoramento, mas aqui em Minas o Pronar não esta funcionando.

A Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) informou que os dados das medições são transmitidos em tempo real para uma central e disponibilizados em boletins diários, mas um comunicado, no site, diz que o boletim está temporariamente indisponível devido a problemas tecnológicos.

O último boletim foi publicado no dia 29 de maio de 2020 e se refere ao dia anterior, depois disso, não há mais atualizações.

A falta de controle dos gases que fazem mal à saúde, também afeta a natureza

“A qualidade do ar é um dos fatores que a gente estuda para saber a ferocidade das queimadas naquele ano. Não é o único fator, mas ter essas informações nos ajuda a controlar e a dimensionar os planejamentos pro outro ano”, explicou o tenente do Corpo de Bombeiros, Leonan Pereira.

A Feam informou também que as estações continuam fazendo o monitoramento das regiões onde estão localizadas, mas uma manutenção está sendo feita no sistema de recepção e processamento automático das informações.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html

Especialistas relataram que os dados brutos sempre foram disponibilizados parcialmente e com atraso e isso pode atrapalhar as pesquisas que poderiam ajudar na elaboração de políticas públicas.

“Mandamos vários ofícios, mandamos e-mail sempre pedindo os dados e eles dificilmente chegam, ou chegam depois de muitos anos. É muito importante que esses dados estejam disponíveis online, pra acesso de todo mundo, não somente os estudiosos”, contou a especialista Taciana Toledo.

A equipe do MG2 procurou a Secretária Estadual do Meio Ambiente, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.(MINAS GERAIS)

OMS reconhece que vírus pode ser transmitido pelo ar

A entidade afirmou nesta quinta-feira que é possível o contágio pelo ar do novo coronavírus durante procedimentos médicos que gerem aerossóis

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta quinta-feira (09) que a transmissão do novo coronavírus pelo ar pode ocorrer durante procedimentos médicos que geram aerossóis.

O reconhecimento formal da entidade aconteceu após pressão da comunidade científica pedindo a reavaliação sobre a transmissão aérea. Em carta aberta, 239 pesquisadores cobraram mudanças nas recomendações da OMS.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Foto: Denis Balibouse / REUTERS/28-02-2020

A agência informou que alguns relatos de casos de Covid-19 relacionados a espaços internos lotados sugeriram a possibilidade de transmissão por aerossol, combinada com a transmissão por gotículas, como em restaurantes, aulas de ginástica ou durante ensaios de coral.

A OMS reconheceu na terça-feira “evidências emergentes” da propagação do novo coronavírus pelo ar, depois que um grupo de cientistas pediu que a organização atualizasse suas orientações sobre como a doença respiratória se espalha.

Em seu site oficial, a OMS atualizou a seção de perguntas e respostas sobre como a Covid-19 é transmitida. A entidade incluiu a faixa “o que sabemos sobre a transmissão por aerossol”, com a seguinte explicação:

“Alguns procedimentos médicos podem produzir gotículas muito pequenas (chamadas núcleos de aerossolizadas ou aerossóis) que são capazes de permanecer suspensas no ar por períodos mais longos. Quando tais procedimentos médicos são realizados em pessoas infectadas com a Covid-19 em unidades de saúde, esses aerossóis podem conter o vírus Sars-Cov-2. Esses aerossóis podem ser inalados por outras pessoas se elas não estiverem usando equipamento de proteção individual apropriado. Portanto, é essencial que todos os profissionais de saúde que executam esses procedimentos médicos tomem medidas específicas de proteção aérea, incluindo o uso de equipamento de proteção individual adequado. Visitantes não devem ser permitidos em áreas onde esses procedimentos médicos estão sendo realizados. Houve relatos de surtos de Covid-19 em alguns ambientes fechados, como restaurantes, boates, locais de culto ou locais de trabalho onde as pessoas podem estar gritando, conversando ou cantando. Nesses surtos, a transmissão de aerossóis, principalmente nesses locais fechados, onde há espaços lotados e inadequadamente ventilados, onde as pessoas infectadas passam longos períodos com outras pessoas, não pode ser descartada. Mais estudos são necessários com urgência para investigar esses casos e avaliar seu significado para a transmissão da Covid-19”, destacou a organização. (O Globo)

Feam e Semad realizam vistoria em Congonhas para verificação da qualidade do ar

Foto: Edwaldo Cabidelli
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Durante o trabalho, foram avaliadas ações de mitigação relacionadas ao controle da emissão de material particulado nos empreendimentos minerários presentes no entorno do município

A Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) realizaram vistoria em Congonhas para verificar os níveis de qualidade do ar no município, localizado na Região Central do Estado. A ação fiscalizatória, promovida em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), teve como objetivo identificar possíveis fontes de material particulado (poeira) para, após avaliação conjunta com sociedade civil e o setor produtivo, serem adotadas medidas capazes de minimizar os impactos causados pela atividade minerária na região. Após o trabalho, ficou acertada a criação de uma força-tarefa entre o Estado e o município, para tratamento do tema.

A fiscalização foi motivada por relatos de moradores de Congonhas, em redes sociais, sobre a ocorrência de uma densa nuvem de poeira sobre o município ao longo de todo o dia 27 de junho. O fenômeno causou estranhamento na população e gerou repercussão devido à concentração da poeira que, segundo moradores, aumenta nos períodos de seca. Participaram da vistoria, o presidente da Feam, Renato Brandão, e a gerente de Monitoramento da Qualidade do Ar e Emissões da Fundação, Amanda Noronha, além de técnicos da Semad.

Durante o trabalho, foram avaliadas ações de mitigação relacionadas ao controle da emissão de material particulado nos empreendimentos minerários presentes no entorno do município e analisados os dados das sete estações de monitoramento da qualidade do ar existentes em Congonhas, integradas ao Centro Supervisório da Feam e também da Prefeitura.

Para o presidente da Feam, Renato Brandão, a ação teve como objetivo principal oferecer uma resposta à população do município com relação aos recentes relatos de moradores relacionados à piora dos índices de qualidade do ar na região. “Coletamos informações e vamos definir, junto à Prefeitura de Congonhas, metas e medidas capazes de melhorar a relação entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental no município”, explicou Renato.

Segundo ele, o Estado vai atuar de forma ainda mais próxima da administração municipal para se chegar a uma solução para o problema, acentuado em período de tempo seco e de mudança de ventos. “A Feam fará uma avaliação das medidas de mitigação que as empresas vêm realizando e vai propor melhorias nestas medidas que repercutirão nos processos de licenciamento em curso na Semad”, afirma o presidente.

“Foi verificada a existência de diversas medidas de mitigação e controle, principalmente relacionadas à umectação de taludes (molhar o terreno) para prevenção de arraste eólico, bem como de vias, com uso de polímeros para controle de ressuspensão de material particulado. No entanto, por se tratar de emissão difusa de poeira e de extensa área minerária, o controle pode ser bastante dificultado”, destacou a gerente de Monitoramento da Qualidade do Ar e Emissões da Feam, Amanda Noronha.

NUVEM DE POEIRA

Segundo o diretor de Meio Ambiente da União de Associações Comunitária de Congonhas (Unaccon), Sandoval de Souza Filho, a nuvem de poeira registrada no dia 27 de junho teria vindo das áreas de minas, localizadas em regiões de maior altitude com grande extensão territorial.

Foto: Hugo Cordeiro
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Moradores registraram em imagens e vídeos a nuvem de poeira que cobriu o céu de Congonhas no dia 27 de junho

“Começou com uma brisa fraquinha, porém foi intensificando por volta de meio dia, gerando um arraste de poeira de grandes proporções e trazendo um grande incômodo para a população. Muita gente fechando as casas com a nuvem de poeira cobrindo vários bairros e, até o pôr do sol, via-se aquele ar pesado parado sobre a cidade”, descreveu Sandoval, que lembrou ainda não ser a primeira vez que o fenômeno ocorre, mas “certamente foi o de maior intensidade em 2020”.

RESOLUÇÃO CONAMA

De acordo como a Resolução nº 491/2018, do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), que trata dos padrões de monitoramento da qualidade do ar no país, o valor máximo para concentração de material particulado do tipo MP10 na atmosfera de 120 µg/m³, e 60 µg/m³, no caso de material particulado do tipo MP2,5, ambos para um período de referência de 24h.

Na data em que a nuvem de poeira foi percebida em Congonhas, o Centro Supervisório da Prefeitura – que conta com 12 estações de monitoramento (sete de qualidade do ar e cinco meteorológicas), que também são integradas ao Centro Supervisório da Feam – registrou picos de 213 µg/m³ de MP10, na estação Motas, e 62 µg/m3, na estação Lobo Leite. Apesar dos altos valores registrados para a concentração máxima horária dos poluentes no dia do evento, não houve violação ao padrão vigente de qualidade do ar.

O secretário municipal de Meio Ambiente de Congonhas, Neylor Souza Aarão, chamou a atenção para os níveis e disse que melhorias precisam ser feitas para manutenção da saúde das pessoas na cidade. “Pretendemos realizar uma série de estudos para que possamos verificar, de forma precisa, como esses índices impactam no nosso dia a dia”, afirmou o secretário.

FORÇA-TAREFA

Durante a vistoria, a Prefeitura de Congonhas solicitou o apoio da Feam e da Semad para a criação de uma força-tarefa com medidas que possam se tornar padrão, inclusive para os próximos licenciamentos ambientais.
As propostas incluem a redução de áreas de solo exposto, com a devida revegetação de taludes ou aplicação de polímero em áreas subutilizadas, definidas como terrenos que não possuem planejamento de utilização superficial nos próximos dois anos e apresentam solo exposto, revisão do planejamento de umectação de vias internas, adoção de novas tecnologias capazes de reduzir emissão de material particulado, entre outras ações.

“A qualidade do ar tem influência de diversos fatores, desta forma não poderíamos responsabilizar uma empresa específica, pois dependemos de uma análise mais complexa na qual trabalhamos com uma infinidade de dados e informações para encontrar as fontes potenciais de poluição atmosférica. A partir do momento que identificamos que uma fonte pode ter contribuído significativamente para a piora da qualidade do ar, o Estado atua imputando a essa fonte medidas mitigatórias para correção da situação”, explicou o presidente da Feam.

O secretário Municipal de Meio Ambiente, Neylor Aarão, destaca ainda a importância da mineração para o Estado, mas salienta que a atividades deve se adequar aos atuais padrões ambientais da sociedade. “A gente não é contra a mineração, muito pelo contrário. Congonhas foi construída em cima da mineração, mas precisamos ordenar isso para que possamos conviver de forma harmoniosa com os impactos causados pelas mineradoras”, disse Neylor.

Edwaldo Cabidelli
Ascom/Sisema

Congonhas propõe ao Estado a criação de força-tarefa para reduzir poluição do ar pelas mineradoras

Neste domingo, 28 de junho, o secretário de meio ambiente de Congonhas, Neylor Aarão, entrou em contato com o secretário de Estado de Meio Ambiente, Germano Vieira, e com o presidente da Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM), Renato Brandão, propondo a formação de uma força-tarefa dos órgão ambientais estaduais com a Secretaria Municipal, para analisarem a poluição atmosférica em Congonhas e expedirem uma série de novas medidas que devem ser determinadas às empresas mineradoras. O objetivo é reduzir o volume de material particulado que tem afetado toda a cidade, principalmente quando há uma forte incidência de ventos, o que ocorreu nesse sábado, 27.

“Definitivamente o que está sendo adotado e foi exigido pelos órgãos de licenciamento do Estado não está surtindo os efeitos desejados, e a tendência é piorar cada vez mais com o aumento de produção, se algo não for feito urgentemente. Após esta conversa de hoje (domingo), ficou alinhada, inicialmente, a realização de uma vistoria pelos órgão de controle ambiental do Estado, enquanto a Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura atua na regulamentação dos transportes de minérios e rejeitos, num estudo que já está em andamento e que deve ser concluído no próximo mês”, informa o secretário municipal, Neylor Aarão.

A expectativa é de que, nos próximos dias, uma equipe técnica da FEAM já dê início aos procedimentos e recomende medidas a serem adotadas pelas mineradoras.

Fotos capa e galeria: Sandoval Souza Pinto

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Poluição na Cidade dos Profetas: nuvem de poeira de mineração atinge Congonhas

Fora poluição! 20 estações vão monitorar em 24 horas a qualidade do ar em Congonhas

Congonhas passa a ter monitoramento diário da qualidade do ar/DIVULGAÇÃO

Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Prefeitura de Congonhas, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) e empresas mineradoras lançaram, nesta quinta-feira, 30, a Rede Otimizada de Qualidade do Ar. O evento, realizado no Museu de Congonhas, fez parte da programação da Semana do Meio Ambiente, que é comemorada até o dia 5.

As 13 estações de monitoramento do ar estão em funcionamento desde o início de 2018, nos bairros Matriz, Basílica, Jardim Profeta, Pires, Plataforma e Lobo Leite, além de sete nas áreas das mineradoras CSN Mineração, VALE, Ferrous, Ferro+ e Gerdau, graças a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público Estadual e as empresas. A Prefeitura de Congonhas participou das negociações desde o início e seguirá com a função de monitoramento e fiscalização, juntamente com a FEAM através da Gerência de Monitoramento da Qualidade do ar e Emissões.

As estações são equipamentos que medem a qualidade do ar no Município com objetivo de verificar se estão de acordo com a norma ambiental vigente, estabelecida pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). O Centro Supervisório da Rede Otimizada faz o monitoramento 24h por dia e as informações são enviadas simultaneamente à Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura e à Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM), que fazem o monitoramento e a validação dos dados.

20 estações espalhadas no território do município vão monitorar o ar/DIVULGAÇÃO

Graças a este monitoramento, já está sendo emitido o Boletim Diário da Qualidade do Ar, que tem como objetivo monitorar a qualidade do ar e verificar quaisquer ocorrências de anormalidades que possam alterar os índices de monitoramento ou a qualidade do ar em períodos específicos.

Segundo a diretora de Gestão Ambiental, Diana Sena, da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura, “tendo acesso a esses dados, a Prefeitura poderá formular políticas e executar as ações necessárias, com objetivo de preservar e melhorar a qualidade do ar. Os boletins diários são um mecanismo de fácil acesso para a população que poderá acompanhar, diariamente, a qualidade do ar da sua região da cidade. Lembrando que os veículos automotores, as queimadas e processos industriais, como o da mineração e siderurgia, são as maiores causas da introdução de substâncias poluentes na atmosfera. Muitas delas são tóxicas e produzem, portanto, danos à saúde humana, danos à fauna e à flora”.

Para facilitar a compreensão do índice IQAr contido no boletim, há uma classificação expressa por cor, que indica a qualidade do ar como boa (verde), regular (amarela), inadequada (vermelha), ruim ou péssima (roxa).

Os dados são coletados pelas estações automáticas de propriedade das empresas mineradoras instaladas no município de Congonhas: CSN Mineração S.A, Ferrous Resources do Brasil S.A, Vale S.A, Gerdau Açominas S.A e Ferro+ Mineração S.A.

O Secretário de Meio Ambiente Neylor Aarão falou sobre a importância do sistema de monitoramento/DIVULGAÇÃO

Entre os parâmetros que são analisados pela rede, estão partículas totais em suspensão, partículas inaláveis, direção e velocidade do vento, pressão atmosférica, precipitação pluviométrica, radiação solar global, umidade relativa do ar, temperatura, entre outros.

O Boletim Diário da Qualidade do Ar, com as novas diretrizes estabelecidas, está disponível no link: http://www.feam.br/images/Boletim_Maio.xlsx a partir de 5 de junho. Os boletins diários também estarão disponíveis na página de Facebook https://www.facebook.com/comunicacaoambientalcongonhas e em breve no site da Prefeitura de Congonhas.

7 toneladas de pó de minério nas ruas

Instalação do sistema de monitoramento durou 10 anos e teve papel decisivo no ministério público/DIVULGAÇÃO

O processo de monitoramento do ar começou a ser organizado  em 2009, quando o Promotor de Justiça,  Vinícius Alcântara Galvão, chegou a Congonhas. “Ainda em 2008, fui informado pela população de que uma das principais preocupações dela era a qualidade do ar. Buscamos informações na coordenação de meio ambiente do Ministério Público e marcamos uma reunião com a FEAM. A proposta foi, primeiro, fazer um inventário sobre a quantidade de particulados que havia no ar de Congonhas. Houve um acordo com a Ferrous, referente ao seu procedimento de licenciamento da Mina Viga, que tornou possível contratar a EcoSoft [empresa é especialista em soluções ambientais, com foco na gestão da emissões de poluentes atmosféricos e da qualidade do ar] e, em dois anos, se fez o levantamento acerca de todas as fontes de poeira no ar. Com isso, foi possível detectar o percentual de participação das empresas de mineração e siderurgia na poluição atmosférica. Em um segundo momento, começamos a implantar uma rede de monitoramento, também com base neste estudo que apontou as condições eólicas, climáticas, etc. Adotamos o modelo público do princípio que norteia o direito ambiental, que é o do poluidor pagador, assim as empresas que produzem mais, têm maior participação nos custos da implantação do sistema. Esta rede de monitoramento do ar de Congonhas é modelo para o Brasil todo, porque foi fruto de acordo entre Ministério Público, empresas, Prefeitura, FEAM e sociedade e ser estudada pelos meios acadêmicos e outros órgãos até de outros estados”, contextualizou Vinícius.

Segundo o secretário de Meio Ambiente da Prefeitura de Congonhas, Neylor Aarão, “este Centro Supervisório é muito importante para o Município, sobretudo porque passaremos a contar com elementos técnicos para revisar as legislações e procedimentos. Passaremos a monitorar a qualidade de ar e o resultado que as empresas apresentam em relação a minimização dos impactos, pois nossa cidade sofre com a poeira e o carreamento de material. As próprias empresas passarão também a contar com estes elementos concretos para definirem suas políticas internas de combate a estes impactos. Já conversamos com a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o uso destes estudos ambientais para formular pesquisas do ponto de vista da saúde. Isto, porque Congonhas pode estar num nível de controle ambiental de material particulado que respeita a legislação ambiental, mas que, do ponto de vista da saúde, pode causar sério problemas às pessoas. A partir de agora, poderemos monitorar estes impactos e estes reflexos, pois temos dados para identificar de maneira segura o que está e pode acontecer, bem como o que precisa ser feito para resolver a questão”, avalia.

Monitoramento possibilitará cobrar das mineradoras compromisso com a qualidade do ar/REPRODUÇÃO

O prefeito Zelinho agradeceu aos parceiros desta empreitada e lembrou que é preciso encontrar soluções para problemas causados pela produção mineração, já que a principal vocação da cidade é exatamente esta. “O Dr. Vinícius está há 10 anos em Congonhas e tem sido um grande parceiro do Município e das mineradoras, porque sabe dialogar e adquiriu o respeito de todos. A FEAM e a Secretaria de Meio Ambiente também são grandes colaboradores do Município, que também tem feito a sua parte. Criamos há 2 anos a Secretaria de Meio Ambiente e, como resultado, receberemos um prêmio em São Paulo no mês que vem. Quando assumimos a Prefeitura, os garis recolhiam 7 toneladas de pó de minério do Centro de Congonhas. Então fizemos a avenida Contorno Norte para que 200 ônibus, além de caminhões não entrassem mais na cidade, o que contribuiu para aliviar a poeira. Esta iniciativa para melhorar a qualidade do ar faz parte da nova mineração que todos juntos batalhamos para  que surja, porque a vocação de Congonhas é para a mineração, então agradeço também às empresas mineradoras, que movem boa parte de nossa economia e agora também contribuem para a instalação e operação desta rede”.

Diretor da FEAM, Thiago Augusto Lopes da Silva felicitou ao prefeito, ao secretário de Meio Ambiente e ao Promotor de Justiça por esta ação que, segundo ele, “vai trazer qualidade de vida da população de Congonhas. Esta inclinação do Município e do MP para esta causa ambiental nos traz bastante safisfação. A FEAM está à disposição para apoiá-la tecnicamente, porque esta ação não termina aqui, ela é contínua e as proposições acontecem na medida do grau de qualidade do ar”.

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Prefeitura discute com mineradoras ações para diminuir a poeira em Congonhas

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