Arte, cultura e fé: culto ao Bom Jesus é tema de exposições, oficinas e mostra fotográfica

Para preservar a memória, a religiosidade, a arte e a cultura, a Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais (ACHMG) realiza no mês de maio, no Museu de Congonhas, uma série de atividades com o tema “O Culto Religioso à Imagem do Senhor Bom Jesus de Matozinhos”. Além de um Fórum presencial homônimo, será realizada uma oficina, mostra de cartazes e exposição fotográfica.

A iniciativa conta com o patrocínio do Fundo Estadual de Cultura de Minas Gerais (FEC) e com apoio institucional da Arquidiocese de Mariana – Reitoria da Basílica do Senhor Bom Jesus de Congonhas, Prefeitura de Congonhas – FUMCULT, Consulado de Portugal em Belo Horizonte, Câmara Portuguesa de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Câmara de Matosinhos – Portugal.

Nos dias 14 e 15 acontece a oficina “Sentidos da Fé: Ex-votos em cera”, das 8h30 às 16h. A atividade será conduzida pelo artista plástico congonhense Luciomar de Jesus. No dia 25, a partir das 9h, será realizado o Fórum Presencial “O Culto Religioso à Imagem do Senhor Bom Jesus de Matozinhos”. Na ocasião, serão realizadas palestras, painéis, rodas de conversa sobre o tema e contará com representantes das entidades parceiras, como a Cônsul de Portugal em Belo Horizonte, Dra. Joana Pinto Caliço, e o secretário de Estado de Cultura, Sr. Angelo Oswaldo. O encontro debaterá sobre preservação e difusão da memória, celebrações, lugares, usos e dimensões da sociabilidade, religiosidade e cultura entre Matosinhos (Portugal) e os 24 municípios mineiros que têm em comum essa devoção.

Devoção a Bom Jesus é uma tradição católica na região e atravessa séculos

“É muito importante preservarmos o culto ao Bom Jesus, pela nossa história e religiosidade. Congonhas, assim como outras tantas cidades mineiras, possui esta devoção que veio com os portugueses, que no caso de Congonhas foi trazida pelo ermitão Feliciano Mendes. Aqui recebemos milhares de fiéis todos os anos para agradecer as graças do Bom Jesus. Esse fórum é uma oportunidade de nos reunirmos a fim de discutir estratégias para preservar a nossa história, compartilhar experiências e nos aproximar enquanto municípios que partilham da mesma fé”, explicou Zelinho de Freitas, prefeito de Congonhas, cidade anfitriã.

Juntamente com o Fórum, acontece a Exposição Fotográfica “A História do Senhor Bom Jesus de Matozinhos: As celebrações em torno de uma imagem religiosa”, com fotografias de 24 municípios mineiros que guardam a devoção ao Bom Jesus, e a Mostra dos Cartazes da Festa de Matosinhos – Portugal.

Segundo José Fernando Aparecido de Oliveira, presidente da Associação das Cidades Históricas de Minas gerais e prefeito da cidade de Conceição do Mato Dentro, “o culto ao Senhor Bom Jesus de Matozinhos é uma das principais manifestações religiosas de Minas e por isso o projeto vem para dar significado a essas manifestações e reforçar a importância da preservação do Patrimônio Imaterial”.

Representantes dos municípios mineiros Conceição do Mato Dentro, Congonhas, Itabirito, Itapecerica, São João del-Rei,  Ouro Preto,  Sabará, Serro,  Bom Jardim de Minas,  Campo Belo,  Cana Verde,  Couto de Magalhães, Jesuânia, Lagoa Dourada, Lavras, Matozinhos, Nova Lima, Pedra do Indaiá, Piranga, Pouso Alegre, Rio Piracicaba e  Várzea da Palma, que preservam a devoção ao Bom Jesus de Matozinhos, participarão das atividades que são abertas ao público. Mais informações (31)3731-6833.

Serviço:

  • “O Culto Religioso à Imagem do Senhor Bom Jesus de Matozinhos”
  • Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais
  • Rua Bom Jesus, n° 146 – Ladeira Histórica – Centro – Congonhas/MG
  • Telefax: (31)3731-6833

Barroco preservado: Basílica do Bom Jesus passa pela mais completa restauração artística; verba de R$ 1 milhão será investida no telhado da igreja e esculturas dos passos

A restauração dos elementos artísticos integrados da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos está próxima de ser concluída. Aquele templo católico, que compõe o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos (principal conjunto artístico, arquitetônico e histórico de Congonhas), será aberto novamente após o término das obras complementares, que devem ser concluídas em julho deste ano. Este trabalho, realizado com recursos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) por meio do PAC Cidades Históricas, executado pela Prefeitura e que conta com a participação efetiva da Igreja, garante a preservação do monumento do século 18, reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO desde 1985. O serviço foi iniciado em novembro de 2015. Paralelamente, a Reitoria da Basílica aproveita a reta final de obras no interior da igreja para realizar a pintura externa com recursos próprios.

 A obra de restauração dos elementos integrados da Basílica começou pela capela-mor com o desmonte de todo o forro, passando pela cimalha. Foi encontrada uma pintura nova no fundo do camarim do retábulo do altar-mor, onde fica o Bom Jesus Crucificado. As laterais da imagem foram removidas, deixando transparecer a pintura monocromática, em tom azul, com elementos da Paixão de Cristo. Após muitas discussões com o Iphan e a comunidade, ficou definido que esta paisagem do fundo, que é possivelmente do início do Século 20, será mantida, protegendo a pintura antiga que está atrás. Também na capela-mor os painéis estão todos prontos, após a remoção do verniz brilhante, de repinturas e a aplicação de um verniz mais delicado, melhorando a leitura dos quadros.

Recuperação das pinturas originais começou a mais de 2 anos e deve ser concluída em breve

A obra passou ainda pelos corredores laterais, sacristia e se dedica, atualmente, à nave e a conclusão dos dois púlpitos este mês, onde também foram encontradas expressivas pinturas com motivos florais e marmorizados.

A restauração segue igualmente no forro do átrio, na entrada. “O que se via até então era uma pintura de molde simples contornando os painéis antigos, mas o original tem a ver com o restante da igreja, de estilo rococó, e vamos chegar nela também”, explica a restauradora e sócia do Grupo Oficina de Restauro LTDA , Rosangela Reis Costa.

O encontro de novos elementos artísticos e a necessidade de obras estruturais, como o reforço do apoio do piso do fundo atrás do retábulo-mor e nos dois forros, levou a prorrogação do contrato entre a empresa restauradora e a Prefeitura até julho deste ano.

Participação da Igreja

A recuperação das imagens e relicários, também feita por esta empresa, está sendo custeada com recursos da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. A descupinização e a limpeza estão prontas. Já a restauração deles está em andamento. Também com dinheiro da Igreja a imagem do Bom Jesus crucificado (que chegou de Portugal em 1724), localizado no altar-mor, já foi restaurada. A imagem do Senhor Morto recebeu uma atuação preventiva de urgência, em uma ação voluntária da empresa de restauro.

Segundo Rosangela Reis Costa, “esta é a restauração mais completa pela qual a Basílica já passou. Ela é totalmente encoberta de elementos artísticos e já havia passado por restaurações e renovações pontuais a vida toda, principalmente porque é muito visitada e de forma mais intensa no período do Jubileu. Mas esta ação é a que fez o trabalho mais completo, permitindo uma leitura do conjunto e a retomada mais próxima do projeto original. Tem alterações que já fazem parte da historia e, por isso, estamos as respeitando. Essa igreja, apesar de não ser grande, é maravilhosa e mais decorada do que a dimensão permitiria. É de um bom gosto extraordinário, com seu estilo rococó. Possui obras de artistas importantes. Considero que esta restauração corresponde à qualidade da igreja e tenho retornos que me deixam satisfeita, como do próprio Padre Rocha [Pe. Benedito Pinto da Rocha, Reitor Emérito da Basílica], do Iphan, da Prefeitura, de outros representantes legais e da comunidade. Importante ressaltar ainda que a equipe da Prefeitura também é muita ativa, o que permitiu a recuperação e conservação do patrimônio histórico de Congonhas até agora”.

Basílica passou pela mais completa restauração desde sua construção

A equipe técnica destinada para o PAC Cidades Históricas em Congonhas pelo Governo Municipal desenvolve trabalhos há mais de quatro anos, que vão da apresentação das propostas aos ministérios da Cultura, através do IPHAN, e do Planejamento até a execução das obras. Como resultado, Congonhas conseguiu aprovar todos os projetos e seis obras, sendo três já finalizadas, duas em andamento e outra que será iniciada em breve.

Obras complementares

O Governo Municipal, por intermédio da Fundação Municipal de Cultura, Lazer e Turismo de Congonhas (FUMCULT) e as secretarias de Planejamento e de Obras, conseguiu formalizar uma parceria com o Ministério Público Federal para destinação de uma verba no valor de R$ 1 milhão para obras de conservação do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Este valor é referente a uma medida compensatória que será cumprida pela empresa Anglogold Ashanti Corrego do Sítio Mineração S/A, sediada em Nova Lima.

Segundo o documento emitido pelo Ministério Público Federal, este recurso será aplicado no custeio do projeto de intervenções e execução da obra de restauração do telhado da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos e no projeto de intervenção e execução de serviços de desinfestação e imunização das 64 esculturas de madeira que compõem as cenas dos Passos da Paixão de Cristo (Ceia do Horto, Prisão, Flagelação e Coroação de Espinhos, Subida ao Calvário, Crucificação), dispostas nas seis capelas do Santuário.

 PAC Cidades Históricas em Congonhas

A restauração dos elementos artísticos integrados da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos é uma das dez ações do PAC Cidades Históricas selecionadas para Congonhas. Na própria Basílica, o Iphan se comprometeu a requalificar o adro. O Governo Municipal já concluiu, até o momento, três das cinco obras sob sua execução: a restauração dos elementos artísticos da Igreja Matriz de N. Sra. da Conceição e da Igreja de N. Sra. do Rosário, além da revitalização da Alameda das Palmeiras. Também está em andamento a criação do Parque Natural da Romaria. Em dezembro passado, a Prefeitura garantiu as verbas de restauração do Centro Cultural da Romaria e a construção do Teatro Municipal, também por meio do Iphan e seu PAC Cidades Históricas.

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