O Roubo do Esmoler de Feliciano Mendes

André Candreva
Sócio Fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas – IHGC – cadeira nº 8
Sócio Efetivo da Academia de Ciências, Letras e Artes de Congonhas – ACLAC – cadeira nº 39
Sócio Correspondente da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete – ACLCL
Sócio Efetivo da Academia de Letras Brasil – RMBMG – cadeira nº 39
Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais – cadeira nº 11
Sócio Efetivo da Academia de Letras, História e Genealogia da Inconfidência Mineira – cadeira nº 18

Alguém já imaginou o Esmoler de Feliciano Mendes sendo surrupiado da Basílica do Bom Jesus de Matosinhos? Pois é. Difícil de acreditar. Mas aconteceu.

O Esmoler é considerado pela Igreja Católica mineira como a primeira relíquia religiosa deixada pelo português Feliciano Mendes em Congonhas. Foi com ele (Esmoler) que Feliciano saiu peregrinando pelas paragens mineiras revelando a quem encontrasse pelo caminho o milagre que lhe ocorreu por intercessão do Bom Jesus de Matosinhos e pedindo esmolas para construir o templo. Feliciano, sem querer, se tornou o “primeiro grande propagandista” do Bom Jesus no território mineiro, divulgando sua fé inquebrantável e o poder de cura do Senhor Morto, representado por uma pequena escultura em uma caixa de madeira.

E isso impressionou a todos que o conheceram, dando início a uma peregrinação de romeiros a Congonhas, que aqui afluem constantemente para “dobrarem seus joelhos” frente ao Cristo jacente dentro da Basílica. Como sabemos, a permanente peregrinação levou a Igreja Romana a oficializar os festejos ao Bom Jesus instituindo no longínquo ano de 1779 o concorrido Jubileu no mês de setembro.

Pesquisando sobre a depredação das esculturas dos Profetas de Congonhas, me deparei com a matéria do jornalista Maurício Kubrusly (o mesmo repórter/apresentador da TV Globo), e ilustrada com fotos de Kaoru Higuchi, com o título: “Profetas de Congonhas são vítimas do tempo e da violência dos homens”, publicada no “Caderno B” do Jornal do Brasil, em sua edição de 06/12/1964.

A matéria retrata a descaracterização do casario colonial, da tentativa do DPHAN (o atual IPHAN) de impedir isso, além de tentar impedir a instalação da Rádio Difusora de Congonhas ao lado do Santuário. E cita também o roubo que ocorreu do nicho com a imagem do Bom Jesus no qual Feliciano Mendes percorreu as paragens mineiras em busca de doações.

Eis o trecho da matéria que menciona o roubo do Esmoler:

“Há pouco tempo foi roubado o pequenino Santuário de Bom Jesus de Matosinhos com o qual o português Feliciano Mendes percorreu as estradas de Minas colonial, angariando fundos para erigir aquele templo, em pagamento de uma promessa. O Santuário – guardando a imagem milagrosa – foi, pouco tempo depois, devolvido, permanecendo, contudo, incógnito o autor do roubo, aparentemente sem motivo.
Mas este roubo fez com que o Governo do Estado de Minas Gerais determinasse que fosse reforçado o policiamento no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Atualmente, três policiais se revezam em três turno, das oito às vinte e duas horas. A vigilância, contudo, não pode ser efetiva e contínua, uma vez que, à chegada de novo grupo de visitantes, os policiais têm de sair de perto das imagens dos Profetas para abrir e fechar, uma a uma, todas as capelinhas dos Passos do Horto. Ao que parece, exatamente nesses poucos instantes em que ficam desguarnecidas, é que são mutiladas as 12 imagens. Acresce que, as vezes, os policiais são requisitados por seus destacamentos, ficando longo tempo desguarnecido, por completo, aquele formidável conjunto.”

A citada matéria jornalística menciona ainda o detalhamento do vandalismo em cada um dos 12 profetas, além de ventilar a possibilidade de substituí-los por réplicas e guardá-los em outro local.

Maurício Kubrusly finaliza seu trabalho para o Jornal do Brasil com a declaração do professor Donald Goodhall – catedrático de História da Arte da Universidade do Texas (EUA) e Diretor do Museu de Belas-Artes do Texas que ao visitar Congonhas desejou levar a todo custo os 12 Profetas para uma exposição itinerante pelo Brasil e nos EUA…

Ainda bem que nunca levaram os 12 profetas para “passear”. Poderiam não mais existirem. E o Esmoler segue seguro, guardado sob a custódia do Padre Benedito Pinto da Rocha (Reitor Emérito) e do Cônego Nedson de Assis – atual Reitor.

Fechada desde 2014, Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, em Ouro Preto, será restaurada

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) firmou termo de compromisso com a Prefeitura de Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, para o restauro da Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, fechada desde 2014 por causa do comprometimento da estrutura. O documento foi assinado na última quinta-feira (21).

As intervenções fazem parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), voltado para o patrimônio cultural, na modalidade de retomada, conclusão e novas obras.

Ao todo, serão investidos R$ 3,7 milhões em:

  • estruturas e reforço estrutural;
  • reforma do telhado;
  • esquadrias;
  • alvenarias;
  • drenagem;
  • agenciamento externo;
  • pisos e forros;
  • muro frontal e muro lateral (parcialmente).

A igreja foi construída entre 1771 e 1793 e é dedicada a São Miguel e Almas, Sagrados Corações e Bom Jesus de Matosinhos. O bem é tombado a nível federal desde 1939.

Imagem de São Miguel Arcanjo atribuída a Aleijadinho, na Igreja Bom Jesus de Matosinhos, em Ouro Preto — Foto: Caio Reisewitz/ Iphan
Imagem de São Miguel Arcanjo atribuída a Aleijadinho, na Igreja Bom Jesus de Matosinhos, em Ouro Preto — Foto: Caio Reisewitz/ Iphan

Na fachada, a portada tem uma imagem talhada de São Miguel Arcanjo atribuída a Aleijadinho. Na parte interior, nos corredores laterais, há duas pinturas de Manuel da Costa Ataíde, o Mestre Ataíde, que representam passos da Paixão de Cristo.

“O PAC das cidades históricas libera a restauração da Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos e São Miguel e Almas das Cabeças, uma das igrejas mais importantes de Ouro Preto, de Minas e do Brasil. […] A Prefeitura de Ouro Preto fez o projeto, e o governo federal agora financia essa realização”, disse o prefeito Angelo Oswaldo (PV), em vídeo publicado nas redes sociais.

Igreja Bom Jesus de Matosinho, em Ouro Preto — Foto: Nelson Kon/ Iphan
Igreja Bom Jesus de Matosinho, em Ouro Preto — Foto: Nelson Kon/ Iphan

Em outubro passado, o governo anunciou investimento de R$ 700 milhões do Novo PAC para a retomada, conclusão e execução de novas obras relacionadas a 138 bens culturais, a maioria em Minas Gerais.

No início deste mês, mais R$ 40 milhões de investimentos, para outros 105 projetos de restauração de bens tombados, foram anunciados, por meio do Novo PAC Seleções. Ao todo, Ouro Preto vai receber cerca de R$ 40 milhões.

Em nota, o Iphan informou que, até o momento, não há previsão de início das obras. O Instituto disse que aguarda licitação por parte da Prefeitura de Ouro Preto.

FONTE G1

A Cruz de Mármore Da Basílica do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas/MG

André Candreva

Sócio Fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas – IHGC – cadeira nº 8

Sócio Efetivo da Academia de Ciências, Letras e Artes de Congonhas – ACLAC – cadeira nº 39

Sócio Correspondente da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete – ACLCL

Sócio Efetivo da Academia de Letras Brasil – RMBMG – cadeira nº 39

Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais – IHGMG – cadeira nº 11

A Cruz de Mármore da Basílica de Congonhas

Marcel André Félix Gautherot, renomado fotógrafo franco-brasileiro, esteve em Congonhas em três oportunidades. Na primeira delas, em 1947, fotografou a cidade por vários ângulos e em especial o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos e o fervor devocional dos peregrinos durante os festejos do Jubileu.

Em sua primeira permanência em Congonhas abusou dos cliques com sua máquina fotográfica e, em alguns desses registros, capturou um símbolo na parede frontal da Basílica do Bom Jesus de Matosinhos, bem à direita da porta de entrada do templo.

A foto abaixo (figura 1) nos revela esse símbolo e desde que vi essa imagem, ficava a perguntar: o que seria esse símbolo? Recentemente indagado por um amigo sobre esse objeto que lhe foi apresentado pelo Padre Paulinho (Pe. Paulo Barbosa) quando administrava interinamente o Santuário de Congonhas, em fins de 2022, o que me motivou a desfazer essa curiosidade.

Figura 1 – Jubileu de Congonhas – 1947 – Marcel Gautherot

Inclinado a “desvendar o mistério”, iniciei uma intensa varredura aos acervos de jornais e almanaques disponíveis, quando me deparei com uma matéria publicada no “Jornal do Commércio” em fins do ano de 1900. Matéria essa que foi reveladora, desfazendo-se assim a dúvida quanto a esse símbolo.

Trata-se de uma cruz de mármore doada por comerciantes de Juiz de Fora (MG), devotos do Bom Jesus de Matosinhos, no limiar do ano de 1900, aos administradores do Santuário (leia-se Mesa da Irmandade do Bom Jesus e o Padre Cândido Ferreira Velloso).

Abaixo, trecho da matéria do “Jornal do Commércio”:

O texto do recorte acima é de autoria do Dr. Moreira Filho, correspondente do Jornal do Commercio (RJ), na edição de nº 354 em 21 de dezembro de 1900, quando esteve em Congonhas logo após as festividades do Jubileu do mesmo ano.

O correspondente Moreira faz uma narrativa do que viu em Congonhas, descrevendo a Basílica como “feia” e as esculturas de Aleijadinho como obras “grosseiras”. Como podemos observar, a genialidade do toreuta ouropretano ainda não havia sido reconhecida, tampouco o esplendor da Basílica e seu monumental adro…

Figura 2 – Peregrinos em Congonhas – Santuário do Bom Jesus de Matosinhos – 1947 – Foto de Marcel Gautherot

A cruz de mármore foi uma doação dos comerciantes de Juiz de Fora, devotos do Bom Jesus de Matosinhos, no qual destaco que logo após a inauguração, em setembro de 1899, do ramal férreo da companhia “Estrada de Ferro Vale do Paraopeba” – ramal esse que ficou popularmente conhecido como “Trem do Bispo”, a cidade de Juiz de Fora foi a primeira a organizar caravanas de devotos para visitarem o Santuário do Bom Jesus através dos trens de passageiros. Em março de 1900 chegavam a Congonhas cerca de 500 peregrinos em um trem especial da Central do Brasil. Essas caravanas logo se popularizaram e eram mais concorridas nos meses de março, junho, agosto e outubro, além, claro, do mês de setembro – eternizado pelas celebrações do Jubileu em Congonhas.

Figura 3 – Matéria do Jornal do Brasil de 1º/04/1900 sobre a caravana de devotos de Juiz de Fora a Congonhas

         A cruz, esculpida em mármore, foi inspirada nas comemorações do Ano Santo (1900 – 1901) pelos católicos conforme decretado pelo Sumo Pontífice, o Papa Leão XIII.

Figura 4 – Desenho da cruz de mármore – Jornal do Brasil – 1º/04/1900

Em meados da década de 1950, após um período de reformas, a cruz de mármore foi retirada da parede frontal do templo pelos técnicos do DPHAN (atual IPHAN), e a peça encontra-se atualmente no acervo da Basílica do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas. Uma verdadeira relíquia.

Figura 5 – Cruz de mármore – Doada por peregrinos – Igreja do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas – Foto: Edson Adriano Santos – 2022

Abaixo, a cruz de mármore pelas lentes de Marcel Gautherot em ângulos diferentes durante os festejos do portentoso Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos no ano de 1947.

Referências consultadas:

Jornal do Commércio – RJ – edição de nº 354 – 21 de dezembro de 1900;

Jornal do Brasil – RJ – edição de nº 91 – 1º de abril de 1900;

Instituto Moreira Salles – www. https://ims.com.br/;

A Cruz de Mármore Da Basílica do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas/MG

André Candreva

Sócio Fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas – IHGC – cadeira nº 8

Sócio Efetivo da Academia de Ciências, Letras e Artes de Congonhas – ACLAC – cadeira nº 39

Sócio Correspondente da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete – ACLCL

Sócio Efetivo da Academia de Letras Brasil – RMBMG – cadeira nº 39

Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais – IHGMG – cadeira nº 11

A Cruz de Mármore da Basílica de Congonhas

Marcel André Félix Gautherot, renomado fotógrafo franco-brasileiro, esteve em Congonhas em três oportunidades. Na primeira delas, em 1947, fotografou a cidade por vários ângulos e em especial o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos e o fervor devocional dos peregrinos durante os festejos do Jubileu.

Em sua primeira permanência em Congonhas abusou dos cliques com sua máquina fotográfica e, em alguns desses registros, capturou um símbolo na parede frontal da Basílica do Bom Jesus de Matosinhos, bem à direita da porta de entrada do templo.

A foto abaixo (figura 1) nos revela esse símbolo e desde que vi essa imagem, ficava a perguntar: o que seria esse símbolo? Recentemente indagado por um amigo sobre esse objeto que lhe foi apresentado pelo Padre Paulinho (Pe. Paulo Barbosa) quando administrava interinamente o Santuário de Congonhas, em fins de 2022, o que me motivou a desfazer essa curiosidade.

Figura 1 – Jubileu de Congonhas – 1947 – Marcel Gautherot

Inclinado a “desvendar o mistério”, iniciei uma intensa varredura aos acervos de jornais e almanaques disponíveis, quando me deparei com uma matéria publicada no “Jornal do Commércio” em fins do ano de 1900. Matéria essa que foi reveladora, desfazendo-se assim a dúvida quanto a esse símbolo.

Trata-se de uma cruz de mármore doada por comerciantes de Juiz de Fora (MG), devotos do Bom Jesus de Matosinhos, no limiar do ano de 1900, aos administradores do Santuário (leia-se Mesa da Irmandade do Bom Jesus e o Padre Cândido Ferreira Velloso).

Abaixo, trecho da matéria do “Jornal do Commércio”:

O texto do recorte acima é de autoria do Dr. Moreira Filho, correspondente do Jornal do Commercio (RJ), na edição de nº 354 em 21 de dezembro de 1900, quando esteve em Congonhas logo após as festividades do Jubileu do mesmo ano.

O correspondente Moreira faz uma narrativa do que viu em Congonhas, descrevendo a Basílica como “feia” e as esculturas de Aleijadinho como obras “grosseiras”. Como podemos observar, a genialidade do toreuta ouropretano ainda não havia sido reconhecida, tampouco o esplendor da Basílica e seu monumental adro…

Figura 2 – Peregrinos em Congonhas – Santuário do Bom Jesus de Matosinhos – 1947 – Foto de Marcel Gautherot

A cruz de mármore foi uma doação dos comerciantes de Juiz de Fora, devotos do Bom Jesus de Matosinhos, no qual destaco que logo após a inauguração, em setembro de 1899, do ramal férreo da companhia “Estrada de Ferro Vale do Paraopeba” – ramal esse que ficou popularmente conhecido como “Trem do Bispo”, a cidade de Juiz de Fora foi a primeira a organizar caravanas de devotos para visitarem o Santuário do Bom Jesus através dos trens de passageiros. Em março de 1900 chegavam a Congonhas cerca de 500 peregrinos em um trem especial da Central do Brasil. Essas caravanas logo se popularizaram e eram mais concorridas nos meses de março, junho, agosto e outubro, além, claro, do mês de setembro – eternizado pelas celebrações do Jubileu em Congonhas.

Figura 3 – Matéria do Jornal do Brasil de 1º/04/1900 sobre a caravana de devotos de Juiz de Fora a Congonhas

         A cruz, esculpida em mármore, foi inspirada nas comemorações do Ano Santo (1900 – 1901) pelos católicos conforme decretado pelo Sumo Pontífice, o Papa Leão XIII.

Figura 4 – Desenho da cruz de mármore – Jornal do Brasil – 1º/04/1900

Em meados da década de 1950, após um período de reformas, a cruz de mármore foi retirada da parede frontal do templo pelos técnicos do DPHAN (atual IPHAN), e a peça encontra-se atualmente no acervo da Basílica do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas. Uma verdadeira relíquia.

Figura 5 – Cruz de mármore – Doada por peregrinos – Igreja do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas – Foto: Edson Adriano Santos – 2022

Abaixo, a cruz de mármore pelas lentes de Marcel Gautherot em ângulos diferentes durante os festejos do portentoso Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos no ano de 1947.

Referências consultadas:

Jornal do Commércio – RJ – edição de nº 354 – 21 de dezembro de 1900;

Jornal do Brasil – RJ – edição de nº 91 – 1º de abril de 1900;

Instituto Moreira Salles – www. https://ims.com.br/;

1º Jubileu reconhecido pelo Papa aconteceu em 1780, mas festa já era realizada anos antes

Há 243 anos acontece em Congonhas o Jubileu do Bom Jesus de Matosinhos. Este tradicional festejo religioso do catolicismo foi oficialmente reconhecido e instituído pelo Papa Pio VI em 1779. O primeiro jubileu oficial ocorreu em 1780, mas a festa já existia alguns anos antes do reconhecimento pontifício.

De acordo com historiadores, a devoção ao Bom Jesus em terras congonhenses começou a se estabelecer em 1765, ano em que faleceu o minerador e explorador português Feliciano Mendes que trouxe esta devoção de Portugal. Possivelmente na década de 1750, Feliciano chegou ao “arraial das Congonhas do Campo” em busca de ouro e, na procura pela riqueza, acabou perdendo a saúde. Ele, então, recorreu à sua religiosidade e após se curar, tornou-se um ermitão e dedicou o restante de sua vida a divulgar sua cura e a coletar esmolas para a construção de um templo em honra ao Bom Jesus de Matosinhos.

O projeto de construção do futuro Santuário teve início em 1757. Feliciano fincou uma cruz no alto do morro Maranhão e construiu um abrigo onde colocou a imagem do Bom Jesus Crucificado. A construção da Capela do Bom Jesus teve início no Natal de 1759 quando foi celebrada a primeira missa no local. Em 1760, Feliciano Mendes encomendou em Portugal uma imagem do Bom Jesus que foi colocada no altar da capela dois anos depois.

Aos poucos, o número de peregrinos que vinham a Congonhas atraídos pelo relato da cura de Feliciano Mendes foi aumentando. Pessoas vinham de várias partes da província, esmolas eram enviadas até de outras capitanias e as celebrações em honra ao Bom Jesus que começaram de forma acanhada, foram recebendo um número cada vez maior de participantes com o passar dos anos.

Segundo o artigo do pesquisador André Candreva, “em setembro de 1775, durante as celebrações dedicadas ao Bom Jesus, Manoel Dias de Oliveira – um dos grandes músicos mineiros da época, foi contratado para tocar durante três dias da festa que daria origem ao tradicional Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas. No ano de 1779 a festa já havia se consolidado quando o Papa Pio VI a oficializou e a transformou em um Jubileu, publicando uma série de brevês que concediam a possibilidade de se conseguir a indulgência plenária para o perdão das penas dos pecados cometidos pelos fiéis católicos”.

Em setembro de 1780 aconteceu o primeiro Jubileu oficial com a realização de várias missas festivas diárias e a presença de vários sacerdotes católicos. O fluxo de fiéis para o jubileu aumentou substancialmente no final do século 19 e início do século 20 com a inauguração de uma estação ferroviária no Distrito de Lobo Leite em 1886. Os trens de passageiros traziam milhares de pessoas diariamente para a tradicional festa, vindas de diversas partes do país.

Por Reinaldo Silva / Foto: Reprodução Internet

1º Jubileu reconhecido pelo Papa aconteceu em 1780, mas festa já era realizada anos antes

Há 243 anos acontece em Congonhas o Jubileu do Bom Jesus de Matosinhos. Este tradicional festejo religioso do catolicismo foi oficialmente reconhecido e instituído pelo Papa Pio VI em 1779. O primeiro jubileu oficial ocorreu em 1780, mas a festa já existia alguns anos antes do reconhecimento pontifício.

De acordo com historiadores, a devoção ao Bom Jesus em terras congonhenses começou a se estabelecer em 1765, ano em que faleceu o minerador e explorador português Feliciano Mendes que trouxe esta devoção de Portugal. Possivelmente na década de 1750, Feliciano chegou ao “arraial das Congonhas do Campo” em busca de ouro e, na procura pela riqueza, acabou perdendo a saúde. Ele, então, recorreu à sua religiosidade e após se curar, tornou-se um ermitão e dedicou o restante de sua vida a divulgar sua cura e a coletar esmolas para a construção de um templo em honra ao Bom Jesus de Matosinhos.

O projeto de construção do futuro Santuário teve início em 1757. Feliciano fincou uma cruz no alto do morro Maranhão e construiu um abrigo onde colocou a imagem do Bom Jesus Crucificado. A construção da Capela do Bom Jesus teve início no Natal de 1759 quando foi celebrada a primeira missa no local. Em 1760, Feliciano Mendes encomendou em Portugal uma imagem do Bom Jesus que foi colocada no altar da capela dois anos depois.

Aos poucos, o número de peregrinos que vinham a Congonhas atraídos pelo relato da cura de Feliciano Mendes foi aumentando. Pessoas vinham de várias partes da província, esmolas eram enviadas até de outras capitanias e as celebrações em honra ao Bom Jesus que começaram de forma acanhada, foram recebendo um número cada vez maior de participantes com o passar dos anos.

Segundo o artigo do pesquisador André Candreva, “em setembro de 1775, durante as celebrações dedicadas ao Bom Jesus, Manoel Dias de Oliveira – um dos grandes músicos mineiros da época, foi contratado para tocar durante três dias da festa que daria origem ao tradicional Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas. No ano de 1779 a festa já havia se consolidado quando o Papa Pio VI a oficializou e a transformou em um Jubileu, publicando uma série de brevês que concediam a possibilidade de se conseguir a indulgência plenária para o perdão das penas dos pecados cometidos pelos fiéis católicos”.

Em setembro de 1780 aconteceu o primeiro Jubileu oficial com a realização de várias missas festivas diárias e a presença de vários sacerdotes católicos. O fluxo de fiéis para o jubileu aumentou substancialmente no final do século 19 e início do século 20 com a inauguração de uma estação ferroviária no Distrito de Lobo Leite em 1886. Os trens de passageiros traziam milhares de pessoas diariamente para a tradicional festa, vindas de diversas partes do país.

Por Reinaldo Silva / Foto: Reprodução Internet

Ouro Preto recebe Secretário de Cultura e Turismo da cidade de Matosinhos em Portugal

A cidade de Ouro Preto recebeu na tarde desta terça-feira (13) uma comitiva portuguesa com a presença do Secretário de Cultura e Turismo da cidade de Matosinhos, Portugal, Fernando Reis, o Prefeito de Congonhas, Cláudio Antônio de Souza, o Prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo e demais representantes de várias cidades para o início do II Congresso Internacional do Culto ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Este ano está sendo realizado no Brasil em dois Patrimônios Culturais da Humanidade, Ouro Preto e Congonhas, até o dia 15 de setembro, de forma gratuita e aberta ao público.
O evento teve início no anexo do Museu da Inconfidência com palestras sobre a devoção e fé ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos, apresentações culturais e a importância da relação entre Portugal e Brasil, que mantém as tradições e cultura.
Para Cláudio Antônio de Souza, Prefeito de Congonhas, “A cidade já possui um laço com Matosinhos, em Portugal, dado a origem histórica de Feliciano Mendes. Uma tradição, uma história voltada a gratidão e a fé. Este II Congresso retrata sobre o Bom Jesus de Matosinhos e como as Romarias, Jubileu influencia na divulgação das cidades junto aos fiéis e pessoas do mundo todo. Por meio da manifestação da festa do Jubileu, que ocorre em Congonhas até o dia 14 de setembro, a cidade ficou conhecida mundialmente, e reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade. Por isso é extremamente importante estreitar ainda mais os laços, por meio de Congressos como este que está sendo realizado”, relata.
Nesta quarta-feira (14), dia do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas recebe a comitiva portuguesa, Prefeitos e representantes para a tradicional Celebração de encerramento do Jubileu e visita guiada ao Museu de Congonhas.
O II Congresso se encerra neste quinta-feira (15) em Ouro Preto.
O Congresso é uma realização da Prefeitura de Ouro Preto, Câmara Municipal de Matosinhos (Portugal), Prefeitura de Congonhas e a Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais.
Texto: Lilian Gonçalves – Comunicação – Prefeitura de Congonhas
Fotos: Raphael Dias

Ouro Preto sedia congresso internacional do culto ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos

Tem início hoje na cidade de Ouro Preto o II Congresso Internacional do Culto ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Este ano será realizado no Brasil em dois Patrimônios Culturais da Humanidade, Ouro Preto e Congonhas, até o dia 15 de setembro, de forma gratuita e aberta ao público.

O evento tem o objetivo de estudar a importância, tradição e projetar a devoção ao Senhor do Bom Jesus de Matosinhos, em especial à relação entre Portugal e Brasil, por meio de palestras com especialistas nacionais e internacionais, visitas guiadas, missa no santuário do Bom Jesus durante o tradicional jubileu de Congonhas e exposição dedicada ao Senhor de Matosinhos.

Uma comitiva portuguesa foi montada especialmente para participar dos eventos, contando com a presença e palestra do Secretário de Cultura e Turismo da cidade de Matosinhos, Portugal, Fernando Reis.

A programação na cidade de Congonhas, no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos – Patrimônio Cultural da Humanidade será amanhã (14) no dia consagrado ao Senhor de Matosinhos.

O Congresso é realizado pela Prefeitura de Ouro Preto, Câmara Municipal de Matosinhos (Portugal), Prefeitura de Congonhas e a Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site www.ouropreto.mg.gov.br.

Confira abaixo a programação completa.

Texto: Lilian Gonçalves – Comunicação – Prefeitura de Congonhas
Artes: Assessoria de imprensa de OP

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