Cemitério dos Enforcados – Conheça a saga de Fortunato, o escravo carrasco do Brasil Império

Os enforcamentos no Brasil passou a ser regulamentado a partir de 1833, depois da Revolta dos Escravos em Carrancas. Em Minas,um negro escravo chamado Fortunato ganhou notoriedade como carrasco. É dele que vamos falar numa matéria publicada pelo EM em 2015.

                    Parte 3 – Conheça a saga de Fortunato, o escravo carrasco do Brasil Império

Após matar proprietária de terras, o jovem negro escravo de 22 anos  tem a pena de morte trocada por prestação de serviço de algoz no Brasil Império. Ele enforcou 87 pessoas e não obteve o sonhado perdão

Por João Vicente


A história é manchada de sangue, mas é a nossa história. Corria algum dia de 1884 quando o homem de 73 anos que estava atrás das grades na cadeia de Ouro Preto, onde hoje funciona o Museu da Inconfidência, fechou os olhos para sempre. Seu último suspiro levou consigo as lembranças das 87 vidas que ele executou, a mando de autoridades do Brasil Império (1822-1889), em forcas espalhadas por 29 cidades de Minas Gerais e em duas do Rio de Janeiro. Essa foi a saga do negro Fortunato José, o escravo que virou um dos principais carrascos do país.

Foto de  Fortunato na sua cama enfermo na cadeia de Ouro Preto em 1884
Cadeia de Ouro Preto, século XIX

Fortunato nasceu num lugarejo que hoje é a cidade de Lavras, no Sul do estado. Aos 22 anos, viciado em bebida e jogatina, foi advertido por dona Custódia, a viúva do fazendeiro João de Paiva, dono da propriedade onde o então jovem veio ao mundo. Irritado com a repreensão, tirou a vida da senhora com uma porretada na cabeça. O crime ganhou repercussão e o rapaz foi condenado à morte. Sua vida seria ceifada na forca.

Por ironia, o algoz que deveria cumprir a ordem havia morrido. E as autoridades fizeram uma proposta a Fortunato: sua pena seria comutada para a de prisão perpétua em troca de ele virar “o dono” da forca. Quem explica é o pesquisador Marco Antônio Faria: “Teve a pena comutada com a condição de exercer a função de carrasco, pois o ‘titular’ havia falecido”.

E foi assim que o então jovem, ávido por álcool, começou a percorrer o estado para ceifar a vida dos condenados. O carrasco tinha a expectativa de um dia receber o perdão do governo e se tornar um homem livre. Sua primeira execução ocorreu no Natal de 1833. Tirou a vida de um escravo. Na mesma data, enforcou o segundo. Na lista de mortos, há negros e brancos, homens e mulheres.

Historiadores contam que a imagem de pessoas dependuradas no laço o perseguiu até a própria morte. Talvez fosse para amenizar essa dor que Fortunato costumava dizer que era funcionário público. “Ele falava sempre, em seu linguajar sem cultura, da sua ‘profissão’, à qual ele denominava de emprego público mal remunerado”, completou Barrica, pesquisador-membro do Instituto Histórico de Pitangui (IHP), onde o carrasco levou dois homens à forca.

Também foi nessa cidade do Centro-Oeste mineiro, elevada à condição de vila em 1715 e a 130 quilômetros de Belo Horizonte, que o algoz, por pouco, não foi assassinado. Fortunato tinha o hábito de dormir a noite anterior à execução na mesma cela que o condenado à forca. Em 21 de setembro de 1838, ele adormeceu ao lado do escravo Ignácio Cassange, cuja pena de morte estava prevista para a manhã seguinte.

A morte programada do condenado era aguardada por uma multidão, pois seria a inauguração da forca, erguida no Morro das Cavalhadas, atrás da atual capela de São Francisco de Assis, erguida no século 19. A execução deveria ocorrer às 9h de 22 de setembro de 1938. Na noite anterior, o algoz decidiu cumprir o ritual de dormir na mesma cela que a vítima. Na madrugada, porém, Fortunato acordou com o corpo ensanguentado. O escravo havia lhe desferido golpes de navalha em todo o corpo. Socorrido, o carrasco foi internado.

Passou dias num leito. Sobreviveu para continuar sua saga, mas não executou Ignácio, que foi enforcado por outro algoz na vila de Sabarabuçu, atual Sabará. A partir de então, descartou a possibilidade de pernoitar ao lado de condenados. As cicatrizes pelo corpo o faziam lembrar-se   daquela noite.

“Foi alvo do espírito revoltoso de um pitanguiense, que, dono de instinto assassino, se valeu da oportunidade para impedir – ou pelo menos postergar – seu triste fim. Em outras vilas, a prática de se confinar vítima e executor num único espaço se mostrou desprovida de maiores consequências. Já em Pitangui, terra de ‘matadores insignes’ e ‘homens régulos’, como definiu o governador da época, os papéis não se inverteram por pouco. Quase que o algoz passa a ser vítima de sua presa”, disse o pesquisador Vandeir Santos, também do IHP.

A fama de Fortunato – embora triste – foi tamanha, que ele foi fotografado numa época em que poucas personalidades tiveram a imagem registrada por uma câmera. O algoz foi registrado, já enfraquecido, numa cama na cela de Ouro Preto. Ele também foi tema de reportagem do extinto periódico Mosaico Ouro-Pretano.

A matéria foi publicada em 17 de julho de 1877. O veículo informou que Fortunato, “admoestado (repreendido) frequentemente, mas com brandura, por sua senhora (dona Custódia, a viúva do fazendeiro), criou-lhe ódio e, um dia, enfurecido, prostrou-a morta com uma bordoada certeira. Foi isto em 1833: tinha então 22 anos o miserável, predestinado a vida medonha e abominável”.

A última execução do carrasco ocorreu em 1874, quando a pena de morte na forca foi extinta no Brasil. Fortunato não obteve o sonhado perdão pela morte de dona Custódia. Passou os últimos anos de sua vida na cela em Ouro Preto

Fortunato José, o maior carrasco brasileiro, em uma fotografia no ano de 1877, agonizando a morte dentro de uma cela em Ouro Preto.

Fortunato foi condenado à pena de morte por ter matado a porretadas sua proprietária. No dia da execução o carrasco que realizaria a pena, faleceu.

O Escravo recebeu o convite para trabalhar no lugar do falecido, pois teria sua pena comutada e seria perdoado após algumas execuções.

Ao longo da sua vida enforcou 87 pessoas a mando do Estado. Nunca teve sua pena perdoada.

Realizou execuções públicas em mais de 20 cidades de MG e 2 no Rio de Janeiro.

Morreu repetindo que era um “funcionário público” mal remunerado.

Sumidoiro’s Blog

01/05/2016

FORTUNATO ALGOZ

Filed under: Uncategorized — sumidoiro @ 8:10 am

Matador profissional

                    Parte 3 – Conheça a saga de Fortunato, o escravo carrasco do Brasil Império

Conheça a história dos Cemitérios dos Enforcados. Na região tem um!

No século XVIII e XIX no Brasil colonial e Imperial, os condenados a pena de morte eram levados para a forca (Tiradentes) ou fuzilamento (Frei Caneca), mas só foi em 1835, após o Massacre de Carrancas na Província de Minas Gerais, pressionado pelos escravagistas, uma lei aprovada leva sem clemência para a forca milhares de escravos como forma de conter os assassinatos cometidos pelos negros rebeldes e fugitivos contra as famílias da Casa Grande. A grande maioria dos enforcados no Brasil eram negras e negras que foram enterrados em vários cemitérios construídos pela Irmandade do Rosário, em varias cidades do Brasil. Nessa 1º parte do nosso artigo vamos dar uma viajada na história do Largo da Forca, hoje Praça da Liberdade-Japão, pelo Cemitério – Capela dos Aflitos, onde eram enterrados os enforcados, Capela de Santa Cruz dos Enforcados, as Igrejas da Boa Morte e do Rosário, memória viva da presença dos negros na cidade de São Paulo, especificamente no Bairro da Liberdade.

Por João Vicente

As fontes desta matéria (fotos,textos) estão disponíveis em vários sites,blogs no Google.

Parte 1 – Os marcos da história de liberdade e opressão na Liberdade, centro histórico da  cidade de São Paulo

  Um dos bairros mais famosos da cidade de São Paulo, a Liberdade que  fora durante muitos anos território habitados pela população negra (escravos,forros,libertos) principalmente a partir de 1720 quando foi fundada a Irmandade do Rosário ficando a Liberdade um território negro demarcado na cidade, onde eles conviviam, faziam cerimônias fúnebres, festas e devoções religiosas. Mas, foi neste território que também  imperou as barbaridades que ceifaram a morte   milhares de negros e negras por enforcamento. O Bairro Liberdade nasce com a construção  do Cemitério dos Enforcados em  1774, da Capela dos Aflitos em 1779. e pela ocupação negra nesse território. Atualmente, a Liberdade é conhecido como um bairro oriental e por isso a mudança da praça para Liberdade – Japão, mudança que está causando um forte debate e revolta na comunidade afrodescendente da cidade de São Paulo

O Metrô da Praça da Liberdade acompanhou a mudança do nome da praça causando indignação na comunidade negra de São Paulo.

Largo da Forca e da Liberdade, hoje Praça da Liberdade – Japão

O nome Liberdade, porém, remonta a um passado anterior ao da imigração: ao da época da escravidão, quando o local era conhecido como Largo da Forca (ou Praça dos Enforcados).

 Hoje Praça da Liberdade – Japão, o Largo da Forca, mudou-se de nome para Liberdade, segundo alguns historiadores por causa do enforcamento em 1821 do soldado negro, Francisco Xavier das Chagas, o Chaguinha, mas outros dizem que é por causa do Chafariz da  Liberdade que esteve  no Largo por um tempo e relacionado à abdicação de D.Pedro I.

O primeiro mártir paulistano é um  soldado negro    enforcado em 1821 no Largo da Forca

         No Brasil Império, de 1821 até meados de 1888, muitas vidas  foram executadas em sua maioria escravos fugitivos ou rebelados. Na cidade de São Paulo, o local  da forca foi estrategicamente escolhido por sua proximidade com o Cemitério dos Aflitos, construído entre 1774 para que escravos , indigentes, sentenciados a forca e não católicos fossem sepultados.

Francisco José das Chagas, o Chaguinha

Das poucas histórias que sobraram dessa época, está a do soldado Francisco Xavier da Chagas, o Chaguinhas, condenado à morte por ter participado de uma rebelião que reivindicava salários atrasados, e considerado um dos primeiros mártires paulistanos. Sua história tornou-se conhecida, porque foram necessárias três tentativas antes da sua execução: na primeira tentativa, a corda da forca se rompeu; na segunda, a tira de couro também se partiu; sendo a terceira e última um golpe certeiro. Tal resistência garantiu sua fama, e em sua honra, ergueu-se no local a “Santa Cruz dos Enforcados”, que daria origem, numa travessa da Rua dos Estudantes (em frente à loja Tenmanya e muito próxima à Bakery Iterei), à Capela Santa Cruz das Almas dos Enforcados.

Isolada, abandonada e singela, a capela destoa da arquitetura atual do bairro, e preserva a tradição de fiéis acenderem velas aos mortos. Vez ou outra, avista- se alguém de joelhos em frente à capela

Capela dos Aflitos é roteiro dos devotos de Chaguinha, primeiro mártir paulistano no Bairro Oriental da Liberdade que outrora era ocupado pelos  escravos e negros forros.

“Milagre!”
Na Revista do Instituto His­tórico e Geográfico (vol. V, pág. 58, cassino ice), Antônio de Toledo Piza conta que no dia da execução de Chaguinha, 20 de setembro de 1821, povo “não somente comovido, mas indignado”, diri­giu-se ao palácio do governo para exigir que o enforcamento não se consumasse, mas o pedido de clemên­cia não foi atendido.

Na terceira vez, usando uma peça de couro, as autoridades militares consumaram o enforcamento, sem que Chaguinhas perdesse os sinais vitais. Optaram por assassiná-lo a pauladas. Velas foram acesas e uma cruz foi erguida no local do crime.

Segundo de­poimento do padre Diogo Antônio Feijó (1784-1843), que depois se tornou regente do Im­pério, o soldado foi friamente assassinado no chão:

“Vi com meus próprios olhos a execução do cabo Chaguinha, que se deu antes do julgamento do pedido de clemência feito ao príncipe regente, D. Pedro I. Ao iniciar o enforcamento, o cabo caiu porque a corda se rompeu. Como não havia corda própria para enforcar, usaram laço de couro, mas o instrumento não foi capaz de o sufocar com presteza. A corda novamente se partiu e o condenado caiu ainda semi-vivo;  já em terra foi acaba de assassinar.

Publicação do jornal Estado de São Paulo sobre o enforcamento de Chaguinha, em 1835.Nesse mesmo ano é  aprovada a lei de enforcamento para os escravos e negros forros   que cometessem crime de assassinato contra os senhores de escravos.

Conta-se ainda, que depois que seu corpo foi retalhado, sua cabeça rolou pela ladeira da Forca indo parar dentro de um buraco da capela de Nossa Senhora dos Aflitos, onde eram depositados os corpos dos condenados.

O martírio de Chaguinhas comoveu a população, que passou a adorá-lo como a um santo e construiu no local a Capela, depois transfor­mada em Igreja, que recebeu o nome Santa Cruz dos Enforcados. No Largo da Forca que, com a abolição da pena de morte no Brasil, passou a chamar-se Largo da Liberdade

Igreja Santa Cruz das Almas dos Enforcados na Praça Liberdade – Japão

Cemitério e Capela dos Aflitos

A existência da primeira necrópole publica de São Paulo foi confirmada com a descoberta de nove ossadas no atual Bairro da Liberdade em 2018, onde ficava o Cemitério dos Aflitos, também conhecido como Cemitério dos Enforcados. Documentos escritos comprovam,  no período de 1775 a 1858, o cemitério dos negros paulistanos era destino dos negros e negras escravizados, pessoas pobres, indigentes e principalmente condenados a forca.

Junto com o cemitério foi erguido a Capela dos Aflitos em 1779, hoje escondida em um dos becos da Liberdade mais especificamente na Rua dos Estudantes em meio aos arranha-céus, comércio e casas. A capela NS dos Aflitos oculta um cenário que já foi palco de barbárie contra a população negra de São Paulo  e que  hoje representa um complexo cultural afro brasileiro de religiosidade romaria e resistência em defesa da preservação da presença cultural dos negros no Bairro da Liberdade.“As ossadas chamaram a atenção dos grupos de cultura negra que atuam na região e reivindicam a presença de outras narrativas no bairro da Liberdade. Diante dos achados arqueológicos e da reivindicação, o movimento negro da cidade de São Paulo com apoio do Departamento do Patrimônio Histórico está propondo a implantação de um centro de memória   sobre a historia do povo negro no Bairro Liberdade.

Capela Santa Cruz  das Almas dos Enforcados

Ao caminhar ao redor da Praça da Liberdade-Japão, no bairro da Liberdade, antigamente chamada de Largo da Forca, escondida por prédios por todos os lados eis que de repente uma igrejinha, que apela às Almas dos Enforcados e que esconde  um passado de imensa carga histórica é testemunha ainda de inúmeros enforcamentos, especialmente de negros revoltados com a escravidão, a quem, de uma maneira geral, a Igreja de Santa Cruz das Almas dos Enforcados presta silenciosa e resistente homenagem. Seu nome verdadeiro é Capela da Santa Cruz das Almas dos Enforcados, mas todos a chamam de Igreja dos Enforcados ou das Almas. Sua construção data de 1891 e fora totalmente demolida em 1926 e reconstruída em 1928. A Capela das Almas ou dos Enforcados como é conhecida pelos paulistanos devotos  está relacionada a morte de Chaguinha  que acabou tornando-se um santo protetor e tantos outros negros revoltosos, fugitivos que  foram enforcados. No interior da Capela  existe uma cruz de madeira de cor de preta e dizem que pertencia ao antigo Cemitério dos Enforcados. A lenda Urbana da cidade de São Paulo conta que as atuais ruas onde ficava o cemitério são assombradas pelos espíritos dos enforcados ali enterrados.

   Outros marcos da presença do povo negro na cidade de São Paulo

– Igreja do Rosário dos Homens de Preto

Construída nos meados do sec. XVIII, Igreja dos Rosário demolida no início do século XX serviu de apoio as manifestações religiosas e fúnebres dos negros mortos na cidade de São Paulo, já que eram proibidos de frequentar as igrejas dos brancos paulistanos. O cemitério, construído ao lado da igreja logo após sua finalização, também ocupava um importante papel na vida religiosa daquela comunidade. Na sacristia havia uma gamela para lavagem dos defuntos e um caixão de madeira que transportava os corpos até as covas. Tal caixão era usado em todas as cerimônias, uma vez que os mortos eram enterrados apenas com lençóis. Os enterros começavam sempre de madrugada e eram caracterizados por um líder religioso que entoava canções identificadas como sendo do candomblé; o acompanhamento das músicas pelos presentes; e um batuque produzido pelos “mãos de pilão”, que socavam a terra que ia sendo jogada em cima da cova.[4] Diversos registros da época relatam o medo e apreensão que os moradores locais tinham com esses ritos, pois acordavam de madrugada ouvindo batuques associados ao paganismo e canções em outra língua

Igreja da Boa Morte

Construida no inicio do seculo XIX, esta igreja era a parada de escravos condenados à forca, que eram executados ali perto, onde atualmente é o Largo da Liberdade. Era lá que os condenados pediam à Nossa Senhora da Boa Morte, como o próprio nome sugere, uma “boa morte”. Com estilo rococó e barroco, foi construída  em taipa de pilão e adobe (tijolos de terra batida) e restaurada entre 2006 e 2010. No século 19, também era conhecida como a igreja das boas notícias. Como permitia avistar os que chegavam da Serra do Mar, seus sinos repicavam para anunciar as novidades e a chegada de forasteiros. Era o lugar mais alto da região central de São Paulo naquela época. Fica na rua do Carmo no Centro Histórico de São Paulo.

Enforcamento no Brasil durou décadas

Proclamada a Independência, em 1822, o Esta­do manteve o direito de tirar a vida dos cidadãos. Um avanço significa­tivo só foi registrado em 1824, quando o País ganhou sua primeira Constituição. Ainda assim, os enforcamentos prosseguiram. Em 1876, foi realizado na pacata cidade de Pilar na Província de  Alagoas o ultimo enforcamento no Brasil.Em 1891, a primeira CF da Republica aboliu a pena de morte.

Tanto no período colonial quanto no Império, foram muitos os casos de condenações baseadas em julgamentos sem, erros judiciários, clemências tar­diamente concedidas.

Na quase totalidade, exceto nas rebeliões, conspirações ou in­surreições, os condenados eram escravos negros  Seus car­rascos, geralmente, também eram negros condenados. Para escapar à pena capital, aceitavam o ofício de enforcar os outros condenados.

Não foram poucas, contudo, as vezes em que carrascos negros, embora correndo o risco de serem executados, se recusaram a enfor­car condenados.

O jornal Demo­cracia, por exemplo, relatou o que ocorreu em Lorena: um carrasco se negou a enforcar o condenado, alegando que não cometeria “as­sassinato”. Mais: Clóvis Moura es­creveu em seu Dicionário do Ne­gro, no verbete “carrascos”, que:

“mesmo aos escravos repugnava a função odiosa. Alguns preferiam morrer a enforcar outros…”

Regis­traram-se também destruições de forcas, praticadas por negros escravos unidos a índios. Brancos e ricos raramente experimentavam o nó na garganta. Segundo pesquisas as raras vezes que um homem branco foi para forca aconteceram em 1853,1857 e 1861 na cidade de Macaé(RJ), Luziânia(GO) e Caldas(MG) respectivamente.

História do Centro Histórico de SP passa pela Liberdade

Antes de ser um lugar comercial, o Bairro da Liberdade e nasceu com a construção  do Cemitério dos Aflitos, onde eram enterrados os negros condenados a forca.

Fica o convite para quem for a São Paulo não deixe de visitar e conhecer melhor a presença da cultura negra na formação da cidade de São Paulo pelo Centro Histórico. Talvez quem sabe, conhecendo melhor a história cultural do  povo negro, a gente constrói um país mais igual,mais solidário e fraterno. Até ao próximo capítulo da parte 2, Cemitério dos Enforcados.

Tour Afro pelo Centro Histórico de São Paulo, especificamente na Liberdade

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