Depois de mais de 90 dias afastado das sessões presenciais, por estar enquadrado no grupo de risco do coronavírus, o Vereador Chico Paulo (PT) retornou ao plenário da Câmara.
O vereador Chico Paulo / CORREIO DE MINAS
Na Tribuna da Câmara, o parlamentar se classificou com “servidor público”. “Desde que explodiu esta doença eu não saio de casa. Mas foi um momento de reflexão para mim. O que adianta ter dinheiro nesta vida? A doença está matando jovens, idosos e ricos. O que gente vale? Nada ”, assinalou.
Ele citou o Estados Unidos como o país mais rico do mundo, mas é o mais atacado pela doença. “Tenho 67 anos e parece que sou outro homem hoje. Temos que ter fé em Deus e precisamos cuidar da nossa saúde. Minha mulher relata que vê dezenas de pessoas sem máscaras, sem respeitar o distanciamento social. Temos que usar mascar. A única coisa que sei é que dia 31 de dezembro pode ser meu último dia na Câmara e sequer sabemos se haverá eleições”,finalizou.
Ao longo de 2019, por duas vezes, o Vereador Chico Paulo (PT), representante dos movimentos populares, deixou claro que não disputaria a reeleição.
Vereador Chico Paulo / CORREIO DE MINAS
Eis que, ontem (3), ele recuou na sua intenção e anunciou que tentará seu 3º mandato. “Meu trabalho é nos bairros com meu gabinete itinerante. Sou cobrado pela população para permanecer como vereador. Então, conversei com meus familiares e meus apoiadores tentarei mais uma eleição”, antecipou.
Chico Paulo lamentou as limitações do papel do vereadores em resolver os problemas da população. “Vi outro dia uma mulher cadeirante que não consegue sair de casa por causa dos buracos na rua de sua casa. Outra pessoa que há anos luta para ter energia elétrica em seu lar. Infelizmente, nosso mandato tem suas limitações. Mas é triste uma pessoa não conseguir uma luz ou uma água em sua casa. Água e energia não são mercadorias, são direitos. Este é o motivo que pretendo continuar trabalhando por estas pessoas. Não é fácil ver uma pessoa lutando por um direito e a gente não poder fazer nada. Mas uma coisa que digo é que não sou covarde”, desabafou. “Só uma razão me faz permanecer nesta, que pé lugar pela dignidade das pessoas”, finalizou.
Esta não foi a primeira vez no ante e no pós eleições. Ontem, novamente os vereadores Chico Paulo (PT) e o demista João Paulo Pé Quente bateram boca em torno da origem da dívida do Estado e atraso nos repasses de verbas constitucionais. “Gostaria que alguém me apontasse onde foi parar o dinheiro do Estado? Somente a Lafaiete a dívida chega a quase R$31 milhões”, protestou Pé Quente, sedo interrompido na Tribuna por Chico Paulo.
Chico Paulo e João Paulo voltam bater boca e duelam na Câmara/CORREIO DE MINAS
Revoltado, o petista pediu a palavra para responder seu colega e após cobranças insistentes ao presidente da Casa, o vereador Darcy da Barreira (SD) concedeu o direito de resposta. “É fácil saber. Pergunte ao Anastasia e ao Aécio Neves. Um foi enxotado de Minas e outro ganhou por um fio. O povo sabe onde foi parar o dinheiro do Estado. Só não sabe quem é analfabeto político. O povo sabe quem surrupiou o Estado e deixou quebrado”, contra atacou.
João Paulo pediu novamente a tréplica. “Ele me chamou de analfabeto”, disparou. “Você está fazendo diferença de cor e de raça”, pontuou o petista em meio à plateia da comunidade negra de Lafaiete presente em que se comemorava o Dia da Consciência Negra. “Eu sou mais negro do que você. Eu não defendo bandido. Se roubou tem mais que ir para a cadeia seja quem for. Diferente do seu partido que defende bandido”, retrucou o Pé Quente.
Com os ânimos exaltados, Chico Paulo ainda insistiu em responder seu rival, mas não teve a palavra concedida de volta. Na mesma sessão, o petista chorou ao discursar sobre as bandeiras de luta dos negros comparando-as ao do sem-terra e excluídos.
Sem Teto presta solidariedade ao vereador Chico Paulo/CORREIO DE MINAS
Uma das principais lideranças populares e um dos organizadores da Astcol (Associação dos Sem Teto de Conselheiro Lafaiete), o vereador Chico Paulo (PT), recebeu ontem durante a sessão da Câmara, um ato de desagravo e apoio irrestrito de seus colegas do Legislativo, e principalmente dos integrantes do movimento que ocuparam a Câmara.
Na semana o vereador foi alvo de ameaças e infâmias de um grupo na Casa Legislativa.
Com cartazes de apoio a sua luta histórica em favor dos sem teto, os participantes prestaram solidariedade a Chico Paulo.
“A injustiça que se faz a um é uma ameaça que se faz a todos!#Força Chico. Estamos com você!”. Pessoas fortes nunca tentam derrubar as outras. Elas as levantam. #Somos todos Chico Paulo”. Estes dizeres sintetizam o que representa a liderança do vereador Chico Paulo na história do movimento e na transformação da vida de centenas de pessoas que resgataram a dignidade ao conquistarem a casa própria.
ASTCOL anuncia a construção de 224 novas moradias/CORREIO DE MINAS
Quando tomou o microfone para discursar, Chico Paulo recebeu uma calorosa salva de palmas. “Esse movimento tem mais mulheres que homens. Estamos comemorando 25 anos e agora com mais 224 novas moradias. Tem muita gente que esperou os 25 anos para ter sua casa. Na semana passada deixei esta casa detonado, mas passei por oração e melhorei. A nossa luta continua e o movimento persiste por causa de todos aqui”, assinalou emocionado arrancando um entusiasmada salva de palmas até mesmo de seus colegas vereadores.
Nos discursos que se seguiram os vereadores hipotecaram apoio a Chico Paulo. Carla Sassi (PSB) também citou os incidentes da semana passada quando alguns edis foram execrados na Casa. “Todos temos que ter uma causa. Eu me orgulho da causa animal”, afirmou. José Lúcio (PSDB), Sandro José (PSDB), Alan Teixeira (PHS) e Pedro Américo (PT) exaltaram o movimento do sem teto e liderança de Chico Paulo. “A possibilidade de realizar um sonho é o que torna a vida interessante”, refletiu o vereador Oswaldo Barbosa (PP) ao citar o escritor Paulo Coelho, se referindo a luta que alimenta e dá sentido ao movimento do sem teto em busca da moradia digna.
Movimento é modelo no Estado e prepara a construção de 224 apartamentos
Residencial Dom Luciano foi a maior conquista na área habitacional popular em Lafaiete e Minas/Arquivo
Prestes a completar 25 anos de atuação no próximo dia 11, a ASTCOL (Associação dos Sem Teto de Conselheiro Lafaiete) se prepara para a segunda etapa do Residencial Dom Luciano com a construção de mais de 224 novas moradias. Serão 16 prédios com 14 apartamentos sendo 4 por andar.
A direção da ASTCOL organiza a documentação dos possíveis beneficiados para o envio a Caixa Econômica Federal (CEF). A liberação dos recursos depende da aprovação final do agente financeiro.
A construção dos prédios deve durar cerca de 2 anos até a entrega final aos moradores contemplados nesta fase. As moradias serão erguidas em sistema de mutirão.
A associação foi a primeira em Minas a ser contemplada dentro do programa Minha Casa, Minhas Vida, na categoria entidades.
No dia 1º de julho de 2016 é uma data emblemática para a ASTCOL. Nessa data foram entregues os 142 unidades habitacionais do Residencial Dom Luciano em uma festa popular que marcou a história e o protagonismo o movimento. Agora os ventos embalam uma nova conquista.
A saúde dominou ontem as discussões da 2ª sessão na noite de terça feira, dia 6. O vereador Chico Paulo (PT) denunciou a situação precária do posto da comunidade rural de Mato Dentro. Ele foi ao local e presenciou que funcionários e pacientes usam a escola para fazerem suas necessidades fisiológicas. O petista disse que encaminhará ao prefeito Mário Marcus (DEM) um requerimento para reforma imediata do posto na localidade. “O posto serve diversas comunidade e as pessoas às vezes usam o mato para urinar. É uma situação desconfortante e ultrajante para as mulheres”, criticou. A vereadora Carla Sassi (PSB) também manifestou seu repúdio a situação do posto. Segundo ela, empreendeu seus esforço para buscar uma solução para Mato Dentro, mas sem sucesso. Carla disse que o enfermeiro e agente que atendem a comunidade são de Gagé.
Secretário de saúde
As críticas e denúncias levantadas pelo vereador Chico Paulo aconteceram na mesma sessão em que alguns de seus colegas insinuaram a possibilidade de saída do secretário de saúde, Alessandro Gláucio. Ele rebateu as especulações, mas nos bastidores do Legislativo vereadores apontam que há sim uma instabilidade entre a administração e gestor da pasta. Alegam que “onde há fumaça há afogo”, fizeram a comparação como o cãs. Um vereador revelou que o secretário anda insatisfeito como setores da administração jurídico/licitação que vem travando investimentos do setor. O vereador citou que há mais de 6 meses a prefeitura aguarda a finalização de uma licitação para a compra de 3 ambulâncias. “Assim não há secretário que aguente esta situação. H´pa recursos em caixa da saúde, mas eles estão travados na lentidão e demora da máquina pública. A culpa recai no secretário”, revelou.
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