Aprovação do feriado nacional da Consciência Negra mantém número de ‘feriadões’ em 2024

Novembro lidera o mês com mais feriados e possibilidades de emendas; veja lista de folgas previstas.

A aprovação de mais um feriado nacional para o calendário não vai aumentar o número de feriadões prolongados previstos para 2024. A data que é comemorada no dia 20 de novembro irá cair na quarta-feira no próximo ano ️.

Serão nove feriados nacionais, dos quais apenas três vão ser vizinhos de um fim de semana, isto é, caem em segunda ou sexta-feira.

Novembro segue liderando o mês com mais feriados, sendo dois com possibilidade de emendas: Finados (sábado, 2), Proclamação da República (sexta, 15) e Consciência Negra (quarta, 20).

Quatro feriados vão cair no final de semana: Tiradentes será em um domingo; Independência do BrasilNossa Senhora Aparecida e Finados cairão aos sábados.

Os trabalhadores terão somente quatro “feriadões”, que têm possibilidade de emenda: três delas no primeiro semestre do ano e a quarta chegará apenas em novembro, na Proclamação da República.

Confira abaixo a lista de feriados nacionais em 2024 e os pontos facultativos nacionais, levando em conta os dias determinados pelo governo federal neste ano.

️ Datas dos feriados previstos para 2024

DataFeriadoDia da Semana
1° de janeiroConfraternização Universalsegunda-feira
29 de marçoPaixão de CristoSexta-Feira Santa
21 de abrilTiradentesDomingo
1º de MaioDia Mundial do TrabalhoQuarta-Feira
7 de setembroIndependência do BrasilSábado
12 de outubroNossa Senhora AparecidaSábado
2 de novembroFinadosSábado
15 de novembroProclamação da RepúblicaSexta-Feira
20 de novembroDia da Consciência NegraQuarta-Feira
25 de dezembroNatalQuarta-Feira

Fonte: Feriados Declarados em Lei Federal

️ Pontos facultativos nacionais em 2024

DataFeriadoDia da Semana
12 de fevereiroCarnavalSegunda-Feira
13 de fevereiroCarnavalSegunda-Feira
14 de fevereiroCarnavalQuarta-Feira de Cinzas
30 de maioCorpus ChristiQuinta-Feira
28 de outubroDia do Servidor PúblicoSegunda-Feira

Sobre a aprovação do feriado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na quinta-feira (21) o projeto de lei que torna o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra feriado em todo o Brasil.

Anteriormente, a data já era reconhecida como feriado em seis estados e em aproximadamente 1,2 mil cidades. Por exemplo, os estados de Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo e a cidade de Boa Vista, em Roraima.

O feriado nacional foi aprovado em lei pela Câmara e pelo Senado no mês passado, após a recém-formada bancada negra da Câmara apresentar um projeto.

Em 2011, o Congresso havia aprovado uma lei que institui o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra a ser comemorado no dia 20 de novembro, data do falecimento do líder Zumbi dos Palmares. Na ocasião, contudo, os parlamentares decidiram não tornar a data um feriado nacional.

FONTE G1

Consciência Negra: veja 10 palavras de origem africana que são utilizadas no dia a dia pelos brasileiros

Hoje, 20 de novembro, é celebrado o Dia da Consciência Negra. Data reforça a luta dos movimentos negros e celebra as culturas afrodescendentes

Dia da Consciência Negra é comemorado hoje, 20 de novembro. A data reforça e relembra a luta das pessoas negras contra o racismo, como também, celebra as culturas afrodescendentes.

O povo brasileiro, bem como seus costumes e aspectos culturais, é constituído de um processo de formação multiétnico, de acordo com Amarolina Ribeiro neste artigo. Nesta construção, estão as influências dos povos africanos para a cultura e regionalidades brasileiras.

Muitas palavras que são utilizadas entre os brasileiros vieram de dialetos dos povos africanos.

“Essa bagagem linguística ajudou a construir a identidade brasileira, influenciando na criação e no uso de palavras relacionadas à culinária, religião, música, dança, flora e fauna diariamente. Além disso, essa miscigenação entre os continentes enriqueceu ainda mais a diversidade do Brasil, que é um país com uma língua única e vibrante”

Sylvia Johnson, Diretora de Metodologia da Preply

10 palavras de origem africana que são utilizadas no dia a dia

Confira dez palavras de origem africana que são utilizadas no dia a dia, destacadas pela Preply, plataforma de idiomas:

Caçamba

O termo tem origem na região Banta, da Angola, República Democrática do Congo e da Afríca Central. Por lá, a palavra “kisambu” quer dizer “cesta” ou um “cesto grande”. Aqui se refere ao compartimento grande de transporte de materiais utilizado, por exemplo, em caminhões.

Dengo

Da língua Quicongo, o termo de origem banta quer dizer um pedido de aconchego, de afeto com quem se gosta, bem como é utilizado na língua portuguesa.

Banguela

A palavra surgiu devido a um grupo étnico que vivia na província de Benguela. Por lá, havia uma comunidade com o costume de arrancar os dentes superiores de seus membros.

Caçula

De etimologia do Quimbundo, a palavra “kazuli” significa o “último da família” ou “o membro mais novo”.

Fubá

Os povos africanos deram origem à palavra, de origem banta Quimbundo, que traduzida é “farinha”, seja a de milho ou arroz moído. A gastronomia brasileira utiliza bastante o igrediente em pratos de diferentes regiões.

Quitute

O termo que se refere a uma pequena porção de comida é de influência angolanda, de origem da língua Quimbundo (“Kitutu”).

Moleque

O dialeto Quimbundo deu origem, com a palavra “mu’leke”, ao termo bastante utilizado por aqui. O significado é “filho pesqueno” ou simplesmente “garoto”.

Muvuca

O termo surgiu da palavra de origem banta e da língua Quicongo, “mvúka”, que quer dizer uma aglomeração de pessoas que emitem muito barulho. 

Cochilar

A palavra possui raízes no termo africano “koxila”, que significa dormir de forma leve, por pouco tempo. As línguas de origem são o Quicongo ou Quimbundo. 

Ranzinza

A palavra utilizada quando se quer dizer que uma pessoa é mal-humorada, que resmunga muito, possui origem do Quicongo. O termo de origem é “nzizi”, que significa “mosca caseira”. Nesse sentido, represente algo que irrita, incomoda, como uma pessoa que é ranzinza.

Dia da Consciência Negra

Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro. A definição de forma oficial da data se deu por meio da Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011.

A data é referência à morte de Zumbi dos Palmares, líder alagoano morto em 1695 que se tornou símbolo de resistência à escravidão no Brasil.

Na década de 1970, houve a descoberta da data da morte de Zumbi por membos do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial. O dia 20 de novembro se consolidou como uma data para celebrar a relembrar a luta de pessoas negras contra a opressão no Brasil, conforme este artigo

FONTE BRASIL ESCOLA UOL

Consciência Negra: veja 10 palavras de origem africana que são utilizadas no dia a dia pelos brasileiros

Hoje, 20 de novembro, é celebrado o Dia da Consciência Negra. Data reforça a luta dos movimentos negros e celebra as culturas afrodescendentes

Dia da Consciência Negra é comemorado hoje, 20 de novembro. A data reforça e relembra a luta das pessoas negras contra o racismo, como também, celebra as culturas afrodescendentes.

O povo brasileiro, bem como seus costumes e aspectos culturais, é constituído de um processo de formação multiétnico, de acordo com Amarolina Ribeiro neste artigo. Nesta construção, estão as influências dos povos africanos para a cultura e regionalidades brasileiras.

Muitas palavras que são utilizadas entre os brasileiros vieram de dialetos dos povos africanos.

“Essa bagagem linguística ajudou a construir a identidade brasileira, influenciando na criação e no uso de palavras relacionadas à culinária, religião, música, dança, flora e fauna diariamente. Além disso, essa miscigenação entre os continentes enriqueceu ainda mais a diversidade do Brasil, que é um país com uma língua única e vibrante”

Sylvia Johnson, Diretora de Metodologia da Preply

10 palavras de origem africana que são utilizadas no dia a dia

Confira dez palavras de origem africana que são utilizadas no dia a dia, destacadas pela Preply, plataforma de idiomas:

Caçamba

O termo tem origem na região Banta, da Angola, República Democrática do Congo e da Afríca Central. Por lá, a palavra “kisambu” quer dizer “cesta” ou um “cesto grande”. Aqui se refere ao compartimento grande de transporte de materiais utilizado, por exemplo, em caminhões.

Dengo

Da língua Quicongo, o termo de origem banta quer dizer um pedido de aconchego, de afeto com quem se gosta, bem como é utilizado na língua portuguesa.

Banguela

A palavra surgiu devido a um grupo étnico que vivia na província de Benguela. Por lá, havia uma comunidade com o costume de arrancar os dentes superiores de seus membros.

Caçula

De etimologia do Quimbundo, a palavra “kazuli” significa o “último da família” ou “o membro mais novo”.

Fubá

Os povos africanos deram origem à palavra, de origem banta Quimbundo, que traduzida é “farinha”, seja a de milho ou arroz moído. A gastronomia brasileira utiliza bastante o igrediente em pratos de diferentes regiões.

Quitute

O termo que se refere a uma pequena porção de comida é de influência angolanda, de origem da língua Quimbundo (“Kitutu”).

Moleque

O dialeto Quimbundo deu origem, com a palavra “mu’leke”, ao termo bastante utilizado por aqui. O significado é “filho pesqueno” ou simplesmente “garoto”.

Muvuca

O termo surgiu da palavra de origem banta e da língua Quicongo, “mvúka”, que quer dizer uma aglomeração de pessoas que emitem muito barulho. 

Cochilar

A palavra possui raízes no termo africano “koxila”, que significa dormir de forma leve, por pouco tempo. As línguas de origem são o Quicongo ou Quimbundo. 

Ranzinza

A palavra utilizada quando se quer dizer que uma pessoa é mal-humorada, que resmunga muito, possui origem do Quicongo. O termo de origem é “nzizi”, que significa “mosca caseira”. Nesse sentido, represente algo que irrita, incomoda, como uma pessoa que é ranzinza.

Dia da Consciência Negra

Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro. A definição de forma oficial da data se deu por meio da Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011.

A data é referência à morte de Zumbi dos Palmares, líder alagoano morto em 1695 que se tornou símbolo de resistência à escravidão no Brasil.

Na década de 1970, houve a descoberta da data da morte de Zumbi por membos do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial. O dia 20 de novembro se consolidou como uma data para celebrar a relembrar a luta de pessoas negras contra a opressão no Brasil, conforme este artigo

FONTE BRASIL ESCOLA UOL

Vigia discriminado no trabalho por usar cabelo “black power” receberá indenização por assédio moral

O Dia da Consciência Negra, celebrado hoje, 20 de novembro, no Brasil, é mais do que uma data no calendário. Trata-se de um momento crucial para reflexão e conscientização acerca da história, cultura e contribuições fundamentais da população afrodescendente na construção da identidade nacional. Este dia não apenas homenageia figuras emblemáticas como Zumbi dos Palmares, mas também destaca a importância de enfrentar e combater o racismo estrutural, promovendo a igualdade, o respeito e a valorização da diversidade étnica em nossa sociedade. O Dia da Consciência Negra é uma oportunidade para aprender, reconhecer e celebrar a riqueza da herança afro-brasileira, incentivando um diálogo contínuo sobre a superação de desafios e a construção de um futuro mais inclusivo e equitativo.

A discriminação racial no ambiente de trabalho é um desafio persistente, que demanda uma análise cuidadosa e ação proativa. Em meio à busca por ambientes profissionais mais inclusivos, a discriminação racial emerge como um obstáculo significativo, comprometendo não apenas a equidade de oportunidades, mas também o bem-estar emocional e psicológico das pessoas afetadas. Esse fenômeno transcende barreiras, afetando negativamente a ascensão profissional e a qualidade de vida de trabalhadores racialmente discriminados. Ao explorarmos as raízes e manifestações desse problema, somos confrontados com a necessidade premente de implementar políticas e práticas que promovam a diversidade, a igualdade e um ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo. Recentemente, esse tema foi abordado em uma decisão da JT mineira. Acompanhe:

No período em que atuou na Vara do Trabalho de Patos de Minas, o juiz Luiz Felipe de Moura Rios condenou uma empresa de vigilância patrimonial ao pagamento de uma indenização por danos morais, no valor de R$ 3 mil, ao vigia vítima de discriminação racial no ambiente de trabalho. Na análise do conjunto de provas produzidas na instrução processual, o magistrado constatou que houve uma determinação para que o trabalhador cortasse o cabelo estilo “black power” para que o penteado se adequasse ao padrão profissional exigido pela empresa.

No caso, o vigia alegou ter sido desmerecido e perseguido devido à sua aparência física, com chefes solicitando que cortasse o cabelo para se adequar ao “cartão de visita” da empresa. Um áudio entre colegas de trabalho foi apresentado como prova das narrativas discriminatórias relacionadas à aparência do vigia e seu cabelo “black power“.

A empresa contestou as alegações de assédio moral, justificando que o áudio estava relacionado à exigência do uso completo do uniforme, incluindo o boné. No entanto, as declarações do preposto da empresa e da testemunha apontaram para uma falta de esclarecimento sobre padrões visuais no momento da contratação do vigia. 

No áudio examinado pelo juiz, o chefe afirmou que “o que está incomodando os outros chefes é esse cabelo dele, esse black power“, complementando que “um vigia não pode se trajar dessa forma” e que “o cara está desajeitadão, esse cabelão black power dele, chega sacudindo cabelo para um lado e para outro, então assim, tá ruim, tá difícil, ele tem que ajeitar isso aí”. Por fim, o chefe reiterou que o visual do vigia não era condizente com o “cartão de visita” da empresa. A testemunha indicada pela empresa declarou ter ouvido o áudio no qual o chefe solicitava ao trabalhador que cortasse o cabelo. Ela confirmou também que presenciou a resposta negativa do vigia.

Movimento Black Power : Luta histórica contra o racismo

Conforme pontuou o magistrado, o depoimento prestado pelo preposto confirmou que o vigia foi contratado em dezembro de 2022 com a mesma aparência que possuía no mês seguinte, não tendo feito qualquer menção a padrões visuais. Para o juiz, a empresa extrapolou o limite da relação contratual ao interferir na liberdade e na imagem do trabalhador, incorrendo em conduta ilícita. Ele entendeu que esse tipo de atitude é uma manifestação do racismo estrutural velado. “O pedido de corte de cabelo, neste caso, tem em verdade profunda relação com o racismo estrutural em que vivemos. Isso porque o reclamante é pessoa negra, e o ‘padrão’ a que se refere a empresa se traduz, de forma bastante velada, de fato, em um tipo de imagem relacionada a pessoas brancas e cujo cabelo não tem a forma do cabelo do reclamante, como se essa fosse a forma mais aceitável de apresentação na sociedade”, completou.

O juiz ressaltou que o cabelo black power é simbólico e carrega um significado muito maior do que mero modismo ou simples aparência física. Ele enfatizou que o “black power” utilizado pelo trabalhador fez parte de um movimento cultural de valorização da identidade negra e de luta contra a discriminação. “A adoção de penteados e estilo de cabelo como o utilizado pelo reclamante tem também profunda conexão com movimento cultural de valorização da pessoa negra, bem como de luta por coibição de práticas de cunho discriminatório. O movimento ‘black power’, como ficou conhecido nos Estados Unidos da década de 60, além de se relacionar à expressão de liberdade da população negra com seu próprio corpo, é também uma manifestação cultural e histórica, que tem por objetivo o respeito e a valorização estética de suas origens”, ressaltou.

Decisão

Na conclusão do julgador, ficou notório o ato de discriminação e deve ser repudiada a conduta da empresa de exigir, logo após a contratação do trabalhador, um corte de cabelo somente para enquadrá-lo no padrão visual racista. O magistrado frisou que essa exigência não tem relação com a função desempenhada por ele e não tem justificativa plausível e razoável. Além disso, a lei brasileira proíbe a discriminação racial no ambiente de trabalho. Por essas razões, o juiz entendeu que a conduta ofensiva da empresa gera o dever de indenizar. Entretanto, ele frisou que o ato da empresa foi isolado e prontamente recusado pelo vigia.

Assim, levando-se em conta a extensão e consequência do dano, a presunção de constrangimento, a gravidade da culpa da empresa, a natureza compensatória e pedagógica da medida e o princípio do não enriquecimento sem causa da pessoa prejudicada, o juiz fixou o valor da indenização em R$ 3 mil.

Ao finalizar, o julgador trouxe reflexões sobre o tema. “Na visão deste magistrado, a prática realizada pela reclamada é reflexo de um problema crônico na sociedade, e que não se limita ao nosso país. Nada obstante, não apenas é fundamental destacar o problema, como também coibir ‘toda distinção, exclusão ou preferência fundada na raça, cor, sexo, religião, opinião política, ascendência nacional ou origem social, que tenha por efeito destruir ou alterar a igualdade de oportunidade ou de tratamento em matéria de emprego ou profissão’ (artigo 1º, a, da Convenção nº 111 da OIT), porque demonstra conduta discriminatória”.

Em grau de recurso, os julgadores da Oitava Turma do TRT-MG mantiveram integralmente a sentença. Atualmente, o processo está em fase de execução.

PROCESSO

FONTE PORTAL TRT DA 3ª REGIÃO DE MINAS GERAIS

Vigia discriminado no trabalho por usar cabelo “black power” receberá indenização por assédio moral

O Dia da Consciência Negra, celebrado hoje, 20 de novembro, no Brasil, é mais do que uma data no calendário. Trata-se de um momento crucial para reflexão e conscientização acerca da história, cultura e contribuições fundamentais da população afrodescendente na construção da identidade nacional. Este dia não apenas homenageia figuras emblemáticas como Zumbi dos Palmares, mas também destaca a importância de enfrentar e combater o racismo estrutural, promovendo a igualdade, o respeito e a valorização da diversidade étnica em nossa sociedade. O Dia da Consciência Negra é uma oportunidade para aprender, reconhecer e celebrar a riqueza da herança afro-brasileira, incentivando um diálogo contínuo sobre a superação de desafios e a construção de um futuro mais inclusivo e equitativo.

A discriminação racial no ambiente de trabalho é um desafio persistente, que demanda uma análise cuidadosa e ação proativa. Em meio à busca por ambientes profissionais mais inclusivos, a discriminação racial emerge como um obstáculo significativo, comprometendo não apenas a equidade de oportunidades, mas também o bem-estar emocional e psicológico das pessoas afetadas. Esse fenômeno transcende barreiras, afetando negativamente a ascensão profissional e a qualidade de vida de trabalhadores racialmente discriminados. Ao explorarmos as raízes e manifestações desse problema, somos confrontados com a necessidade premente de implementar políticas e práticas que promovam a diversidade, a igualdade e um ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo. Recentemente, esse tema foi abordado em uma decisão da JT mineira. Acompanhe:

No período em que atuou na Vara do Trabalho de Patos de Minas, o juiz Luiz Felipe de Moura Rios condenou uma empresa de vigilância patrimonial ao pagamento de uma indenização por danos morais, no valor de R$ 3 mil, ao vigia vítima de discriminação racial no ambiente de trabalho. Na análise do conjunto de provas produzidas na instrução processual, o magistrado constatou que houve uma determinação para que o trabalhador cortasse o cabelo estilo “black power” para que o penteado se adequasse ao padrão profissional exigido pela empresa.

No caso, o vigia alegou ter sido desmerecido e perseguido devido à sua aparência física, com chefes solicitando que cortasse o cabelo para se adequar ao “cartão de visita” da empresa. Um áudio entre colegas de trabalho foi apresentado como prova das narrativas discriminatórias relacionadas à aparência do vigia e seu cabelo “black power“.

A empresa contestou as alegações de assédio moral, justificando que o áudio estava relacionado à exigência do uso completo do uniforme, incluindo o boné. No entanto, as declarações do preposto da empresa e da testemunha apontaram para uma falta de esclarecimento sobre padrões visuais no momento da contratação do vigia. 

No áudio examinado pelo juiz, o chefe afirmou que “o que está incomodando os outros chefes é esse cabelo dele, esse black power“, complementando que “um vigia não pode se trajar dessa forma” e que “o cara está desajeitadão, esse cabelão black power dele, chega sacudindo cabelo para um lado e para outro, então assim, tá ruim, tá difícil, ele tem que ajeitar isso aí”. Por fim, o chefe reiterou que o visual do vigia não era condizente com o “cartão de visita” da empresa. A testemunha indicada pela empresa declarou ter ouvido o áudio no qual o chefe solicitava ao trabalhador que cortasse o cabelo. Ela confirmou também que presenciou a resposta negativa do vigia.

Movimento Black Power : Luta histórica contra o racismo

Conforme pontuou o magistrado, o depoimento prestado pelo preposto confirmou que o vigia foi contratado em dezembro de 2022 com a mesma aparência que possuía no mês seguinte, não tendo feito qualquer menção a padrões visuais. Para o juiz, a empresa extrapolou o limite da relação contratual ao interferir na liberdade e na imagem do trabalhador, incorrendo em conduta ilícita. Ele entendeu que esse tipo de atitude é uma manifestação do racismo estrutural velado. “O pedido de corte de cabelo, neste caso, tem em verdade profunda relação com o racismo estrutural em que vivemos. Isso porque o reclamante é pessoa negra, e o ‘padrão’ a que se refere a empresa se traduz, de forma bastante velada, de fato, em um tipo de imagem relacionada a pessoas brancas e cujo cabelo não tem a forma do cabelo do reclamante, como se essa fosse a forma mais aceitável de apresentação na sociedade”, completou.

O juiz ressaltou que o cabelo black power é simbólico e carrega um significado muito maior do que mero modismo ou simples aparência física. Ele enfatizou que o “black power” utilizado pelo trabalhador fez parte de um movimento cultural de valorização da identidade negra e de luta contra a discriminação. “A adoção de penteados e estilo de cabelo como o utilizado pelo reclamante tem também profunda conexão com movimento cultural de valorização da pessoa negra, bem como de luta por coibição de práticas de cunho discriminatório. O movimento ‘black power’, como ficou conhecido nos Estados Unidos da década de 60, além de se relacionar à expressão de liberdade da população negra com seu próprio corpo, é também uma manifestação cultural e histórica, que tem por objetivo o respeito e a valorização estética de suas origens”, ressaltou.

Decisão

Na conclusão do julgador, ficou notório o ato de discriminação e deve ser repudiada a conduta da empresa de exigir, logo após a contratação do trabalhador, um corte de cabelo somente para enquadrá-lo no padrão visual racista. O magistrado frisou que essa exigência não tem relação com a função desempenhada por ele e não tem justificativa plausível e razoável. Além disso, a lei brasileira proíbe a discriminação racial no ambiente de trabalho. Por essas razões, o juiz entendeu que a conduta ofensiva da empresa gera o dever de indenizar. Entretanto, ele frisou que o ato da empresa foi isolado e prontamente recusado pelo vigia.

Assim, levando-se em conta a extensão e consequência do dano, a presunção de constrangimento, a gravidade da culpa da empresa, a natureza compensatória e pedagógica da medida e o princípio do não enriquecimento sem causa da pessoa prejudicada, o juiz fixou o valor da indenização em R$ 3 mil.

Ao finalizar, o julgador trouxe reflexões sobre o tema. “Na visão deste magistrado, a prática realizada pela reclamada é reflexo de um problema crônico na sociedade, e que não se limita ao nosso país. Nada obstante, não apenas é fundamental destacar o problema, como também coibir ‘toda distinção, exclusão ou preferência fundada na raça, cor, sexo, religião, opinião política, ascendência nacional ou origem social, que tenha por efeito destruir ou alterar a igualdade de oportunidade ou de tratamento em matéria de emprego ou profissão’ (artigo 1º, a, da Convenção nº 111 da OIT), porque demonstra conduta discriminatória”.

Em grau de recurso, os julgadores da Oitava Turma do TRT-MG mantiveram integralmente a sentença. Atualmente, o processo está em fase de execução.

PROCESSO

FONTE PORTAL TRT DA 3ª REGIÃO DE MINAS GERAIS

“Queremos igualdade e respeito”, assinala Mestre Nem

Em novembro é comemorado o Mês da Consciência e da Cultura Negra, o Vereador Eustáquio Silva (PV), autor do projeto em Conselheiro Lafaiete (MG) que institui a Lei Municipal 6.101, de 12 de maio de 2022, passando a integrar o calendário oficial de eventos do Município, está levando a Tribuna Popular das Câmara, lideranças protagonistas do movimento para testemunhar e celebrar a luta pela igualdade racial, respeito e críticas ao preconceito velado nas relações humanas.

Antônio Carlos Manoel, mais conhecido como “Mestre Nem” por mais de 13 minutos discorreu sobre seu trabalho a frente da difusão da cultura capoeirista e representante do grupo Akitundê. Mestre Nem falou do empoderamento na sociedade e a resistência do movimento, criticando ao que chamou de país de privilegiados e a importância do reconhecimento do negro na história. Mestre Nem refletiu sobre a importância da comemoração do Mês da Consciência Negra referenciando Zumbi dos Palmares.

Ao longo de novembro, diversas lideranças vão ocupar a tribuna para reflexão e resistência no Mês da Consciência Negra. A iniciativa é do Vereador Eustáqui Silva. “Com uma importante história na nossa cidade, Mestre Nem contribuiu e continua contribuindo para a cultura e esporte em Lafaiete, sendo o responsável pelo início da prática da Capoeira em Conselheiro Lafaiete, proporcionando resgate de jovens pelo esporte. Agradeço ao Mestre Nem pelas palavras que somam na luta por mais respeito e dignidade para nosso povo ancestral”, comentou Eustáquio.

“Queremos igualdade e respeito”, assinala Mestre Nem

Em novembro é comemorado o Mês da Consciência e da Cultura Negra, o Vereador Eustáquio Silva (PV), autor do projeto em Conselheiro Lafaiete (MG) que institui a Lei Municipal 6.101, de 12 de maio de 2022, passando a integrar o calendário oficial de eventos do Município, está levando a Tribuna Popular das Câmara, lideranças protagonistas do movimento para testemunhar e celebrar a luta pela igualdade racial, respeito e críticas ao preconceito velado nas relações humanas.

Antônio Carlos Manoel, mais conhecido como “Mestre Nem” por mais de 13 minutos discorreu sobre seu trabalho a frente da difusão da cultura capoeirista e representante do grupo Akitundê. Mestre Nem falou do empoderamento na sociedade e a resistência do movimento, criticando ao que chamou de país de privilegiados e a importância do reconhecimento do negro na história. Mestre Nem refletiu sobre a importância da comemoração do Mês da Consciência Negra referenciando Zumbi dos Palmares.

Ao longo de novembro, diversas lideranças vão ocupar a tribuna para reflexão e resistência no Mês da Consciência Negra. A iniciativa é do Vereador Eustáqui Silva. “Com uma importante história na nossa cidade, Mestre Nem contribuiu e continua contribuindo para a cultura e esporte em Lafaiete, sendo o responsável pelo início da prática da Capoeira em Conselheiro Lafaiete, proporcionando resgate de jovens pelo esporte. Agradeço ao Mestre Nem pelas palavras que somam na luta por mais respeito e dignidade para nosso povo ancestral”, comentou Eustáquio.

Representante Quilombola fala na Tribuna Popular sobre o Mês da Consciência Negra

“Salve Zumbi! Salve os negros!”. Este foi o grito de guerra entoado ao final do pronunciamento de Simone Filomena dos Santos Lima, na Tribuna Popular, na Câmara de Lafaiete na noite desta terça-feira (29).
Representante da comunidade Quilombola do Mato Dentro, ela encerrou o 5 º depoimento sobre o Mês da Consciência Negra, instituído pela Lei Municipal nº 6.601, de maio de 20022, de iniciativa do Vereador e Professor Eustáquio Cândido da Silva (PV).
Referenciando seu pai, Narciso Bernardo dos Santos, uma das lideranças que lutou pela preservação histórica remanescente de quilombolas e certificada em 2018 pela Fundação Cultural Palmares, em 2018, Simone enalteceu a simplicidade de sua comunidade porém pouco valorizada. “Não queremos nem roupas nem carros. Trago aqui o grito do nosso povo pela igualdade racional. Nós existimos e o espírito de luta eu trago comigo”, pontuou.
Ao citar que a memória de Zumbi dos Palmares que deveria ser comemorada pelo ano inteiro e somente no dia 20 de novembro, Simone exaltou a raça negra. “Temos direito a vida e o negro está chegando. Hoje já temos negros na Câmara, professores, juízes. Queremos igualdade independente da raça”.
Ela agradeceu as presenças dos representantes dos grupos Arerê, Alforria e Lesma como também a Secretaria Municipal de Cultura pelo apoio ao Quilombo do Mato Dentro. “Um grito ecoa dentro de mim. Quando você acredita, o universo acredita em você”, finalizou, agradecendo o convite a participação na Câmara pelo Vereador e Professor Eustáquio Silva (PV). Simone deixou o recinto ovacionada e saudada por colegas.

Mato Dentro celebra Zumbi Projeto Mato Dentro Mundo Afora “ Pés no chão, cabeças ao vento”

Neste domingo, 20 de novembro, o Projeto MATO DENTRO MUNDO AFORA estará celebrando ZUMBI, num evento protagonizado pela Comunidade Quilombola de Mato Dentro, com o apoio das comunidades irmãs de Caeté e São Gonçalo e toda região. Na parte da manhã, a partir das 10h acontecerão algumas atividades internas de celebração e partilha com os integrantes do projeto. Às 12h, será oferecido ao público uma almoço com prato típico da comunidade a preço popular, reserve já o seu ingesso. Logo após as refeições, as atividades culturais terão início às 14h, onde se apresentação artistas matodentrenses e convidados de Conselheiro Lafaiete e das cidades vizinhas com manifestações de artistas regionais. Também haverá feira de produtos locais. Celebrar Zumbi é uma honra para essa comunidade que resgata seu passado de lutas, construções e desafios. Integrar com tradição, resgatando as potencialidades das novas gerações, valorizando a igualdade e a vida. O Projeto MATO DENTRO MUNDO AFORA, iniciado em 2022 tem como grande apoiador a rede SAÚVA JATAÍ, com sede no Rio de Janeiro e ações em todo o Brasil. As atividades deste ano basearam-se na criação de um coletivo forte na comunidade, a partir da realização de rodas de conversa, reflexões sobre identidade, terapia comunitária, atividades culturais e introdução da prática da agrofloresta nos quintais dos moradores. As ações foi desenvolvida em parceria com o Coletivo Permalafa, Projeto Planta Carolina e Grupo Lesma. O dia 20 de novembro deste ano marca também sua apresentação pública para toda a comunidade e parceiros. Em partilha e sintonia com esta jornada estão os seguintes apoiadores: Secretarias de Cultura e Educação de Conselheiro Lafaiete, Grupo Alforria, Folia de Reis de São Sebastião do Mato Dentro, Grupo Arerê, Instituto Meraki, Consócio Ecotres, Grupo União do Morro, Grupo de Cavaleiros de São Gonçalo, Grupo Musical de Nonô do Mato Dentro & Parceiros. Venha participar desta jornada social e cultural. Pés no chão, cabeças ao vento. O Brasil descobrindo o seu descobrimento. Parabéns comunidade de Mato Dentro!!!

Projeto Mato Dentro Mundo Afora
Contatos:
(31) 99912 2566
(31) 99399 2345

Dudu Nobre faz show na II Semana Semana da Consciência Negra em Congonhas

A Prefeitura Municipal de Congonhas, por meio da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social -Sedas e Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer, Turismo e Eventos – Seculte, realizará a II Semana da Consciência Negra da cidade, de 17 a 20 de novembro. Com o tema: “Ubuntu: Eu sou, porque nós somos”, o evento contará com shows, apresentações culturais, oficinas e exposições.

No dia 19/11, sábado, às 19h show Junto e Misturado, 21h Goducho e 23h Beisamba. No domingo, às 19h, Cadência do Samba e 21h30 Dudu Nobre. Os shows serão realizados na Praça da Estação de Congonhas e a entrada é gratuita. Participe e leve sua família!

Por Lílian Gonçalves – Comunicação – Prefeitura de Congonhas- Arte: Gustavo Porfírio

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