DINHEIRO PÚBLICO JOGADO PELO RALO: Justiça suspende shows que custariam R$ 543 mil em cidade da região

A Justiça deferiu uma liminar determinando ao município de Alto Rio Doce, no Campo das Vertentes, que não faça nenhum pagamento ou transferência de recursos para custeio dos shows das duplas César Menotti e Fabiano e Gian e Giovani previstos para a 47ª Exposição Agropecuária e Torneio Leiteiro de Alto Rio Doce, que acontece em julho. A determinação acontece após pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A suspensão deverá ser acatada até segunda ordem, sob pena de multa.

A decisão decretou a indisponibilidade da quantia de R$ 543 mil do município, bem como determinou o cancelamento de pagamentos eventualmente realizados e a devolução do dinheiro aos cofres públicos. A decisão foi proferida em medida cautelar preparatória ajuizada pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Alto Rio Doce contra o município e contra as duas empresas responsáveis pelas contratações dos artistas”, diz o órgão em nota.

A 47ª Exposição Agropecuária do Alto do Rio Doce acontece em julho. (Foto: Divulgação)

Segundo o promotor de Justiça Vinícius de Souza Chaves, apesar de uma decisão judicial de 2020 determinar a implantação de sistema de tratamento de esgoto, o município alega falta de recursos para solucionar o problema, que vem causando degradação e poluição do meio ambiente, além de prejudicar a saúde da população.

O promotor diz ainda que, em anos não eleitorais, os gastos da prefeitura foram “bem menores”. “Em 2022, foram gastos menos de R$ 200 mil com a Secretaria de Cultura, sendo R$ 15.600 com shows. Já em 2023, a Secretaria de Cultura gastou cerca de R$ 700 mil, deste total, menos de R$ 200 mil com apresentações artísticas”, informa o MPMG. A Prefeitura de Alto do Rio Doce foi procurada pela reportagem na noite desta segunda-feira (29), mas não respondeu até a publicação.  

Outro caso

E tem mais confusão. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu manter os shows da Exposição Agropecuária e do Desfile de Carros de Boi de Senhora dos Remédios, na região do Campo das Vertentes. Os contratos com a dupla César Menotti e Fabiano e com a cantora Manu Bahtidão haviam sido suspensos após decisão liminar, obtida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O valor dos shows chegam a mais de R$ 600 mil.

DESPERDÍCIO DE DINHEIRO PÚBLICO: cidade sem água de qualidade, prefeitura contrata mega shows que custarão R$ 600 mil

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) propôs Ação Civil Pública contra o município de Senhora dos Remédios, no Campo das Vertentes, e contra duas empresas de produção de eventos para que sejam suspensas as contratações de shows com previsão de custo de R$ 600 mil.

A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Barbacena, comarca a qual pertence o município, tomou conhecimento de dois procedimentos de inexigibilidade de licitação para a realização de shows na Exposição Agropecuária e no Desfile de Carros de Boi de Senhora dos Remédios, em 2024. Um dos procedimentos deu origem a contrato de R$ 250 mil com a MA Produções de Eventos e, o outro, a um contrato de R$ 350 mil com a Four Even Eventos e Produções.

O primeiro refere ao show de Manu Bathidão que deve ocorrer em 18 de julho. O segundo é a contratação da banda “César Menotti & Fabiano” para apresentação única. Somados os dois valores é o equivalente a seis vezes mais o gasto de 2023. em todo o evento.

Segundo o promotor de Justiça Vinícius de Souza Chaves, o Portal da Transparência do município mostra que os valores representam mais do que o total gasto com cultura em todo o ano de 2023 e cerca de seis vezes a quantia desembolsada com shows no ano passado. Nos dois primeiros anos deste mandato, os totais gastos com cultura foram ainda menores. “Por aí se nota uma falta de proporcionalidade e razoabilidade, na medida em que, em pleno ano eleitoral, apenas dois shows irão ultrapassar todo o gasto com cultura nos anos anteriores”, destaca o promotor.

Na ação, Vinícius Chaves argumenta ainda que o município reponde a ações judiciais relacionadas à implementação de tratamento de esgoto e qualidade do abastecimento de água, nas quais lastreia sua defesa na falta de recursos financeiros. “Não se deseja, com a presente ação, que o Poder Judiciário substitua a vontade do administrador, escolhendo quais ações deve ele implementar em detrimento de outras. Visa-se, tão somente, fazer prevalecer o princípio constitucional da proporcionalidade, ou seja, que os gastos com atividades recreativas sejam mantidos nos patamares que a própria Administração elegeu nos anos anteriores, garantindo, com isso, a disponibilidade orçamentária para a implementação de serviços públicos realmente úteis ou necessários à população”, esclarece o promotor de Justiça.

A ação requer a concessão de liminar determinando que o município suspenda os contratos e não efetue os pagamentos para custeio dos shows, e que as empresas não realizem as apresentações dos artistas e devolvam os valores eventualmente recebidos de forma antecipada.

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