Reação à violência: entidades empresariais lançam manifesto e expressam preocupação com a violência crescente, citam clima de “banalização do crime” e sugerem criação de conselho

 Entidades empresarias de Lafaiete (CDL-CL, ACIAS e SindComércio) lançaram hoje um manifesto público no qual demonstram insatisfação e indignação com o clima de “banalização do crime e o crescente desrespeito a vida humana”.

O manifesto é uma reação pública aos ataques de criminosos que nos últimos 8 dias provocaram um série de atentados aos comércios que culminou ontem, DIA 17, com incêndio a loja da “Karina Modas” na qual a empresária teve seu estabelecimento totalmente incendiado. “Repudiamos essa crescente insegurança pública”, critica o texto distribuído à imprensa, citando os roubos, assaltos, arrombamentos, invasões praticados à luz do dia sem uma punição aos autores.

Nos últimos 8 dias, Lafaiete assistiu a 4 incêndios criminosos e revoltaram a sociedade

As entidades também expressaram preocupação com a realidade de Lafaiete e contestam dados oficiais da queda da violência. “É notório que nos últimos anos, ainda que índices estatais procurem demonstrar melhoria, a realidade se mostra contrária”.

O texto cita que há um “desestímulo crescente ao registro de ocorrências, que na maioria das vezes é transferido para a própria vítima, e quando é feito, especialmente nos crimes menores, poucas vezes traz resultados”.

Para reverter o quadro local, as entidades sugeriram  ao prefeito Mário Marcus (DEM) como medida inicial e urgente a criação de um de criação do Conselho Municipal de Segurança  Pública, com a  participação, dos órgãos de segurança, da Promotoria Pública, do Judiciário e de entidades da sociedade civil, para tratar de ajustes de procedimentos e trocar informações que levem a efetiva  melhoria da segurança na cidade. “Precisamos trazer de volta a Conselheiro Lafaiete tranquila pacífica e acolhedora”, finaliza a nota.

Lei o texto na integra:

MANIFESTO DE REPÚDIO- INSEGURANÇA PÚBLICA EM LAFAIETE

“Nos últimos dias a cidade presenciou estarrecida uma série de arrombamentos com roubo, acompanhados de incêndios criminosos, tendo como alvos lojas do comércio da cidade. Acreditamos que esses fatos são isolados, mas representam o avanço na pratica criminosa, de delinquentes cujos crimes não recebem punição.

Esses recentes crimes chocam pela crueldade, visto que o criminoso, aparentemente, não se beneficia do prejuízo que causa, mas também pela inconsequência, já que, ao incendiar ele assume o risco de produzir inclusive homicídios. Acreditamos que esse comportamento é claramente incentivado pela impunidade.

Vários outros crimes têm sido praticados, de maneira cada vez mais corriqueira, furtos e assaltos à luz do dia; roubos de carro, arrombamentos, invasões, etc. Estamos vivendo enfim, a banalização do crime e o crescente desrespeito à vida humana e ao patrimônio das pessoas, que culmina com a barbárie.

 repudiamos essa crescente insegurança pública.

O Estado conta hoje com uma estrutura formal de segurança jamais vista.  Entre outros órgãos é possível citar: Policia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, Polícia Prisional, Policia Florestal, Corpo de Bombeiros Militar, Policia Rodoviária Estadual, Polícia Rodoviária Federal, Promotorias de Justiça Criminal e Varas da Justiça Criminal, além de outros organismos de defesa social.

Contudo, é notório que nos últimos anos, ainda que índices estatais procurem demonstrar melhoria, a realidade se mostra contrária.  Um dos motivos pode ser o desestímulo crescente ao registro de ocorrências, que na maioria das vezes é transferido para a própria vítima, e quando é feito, especialmente nos crimes menores, poucas vezes traz resultados.

Nos casos em que o criminoso é preso, raramente permanece, gerando situações absurdas como a possiblidade de um marginal com mais de 100 boletins de ocorrência permanecer solto, colocando em risco a população. Outra questão é a garantia dada pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que torna jovens, inclusive com capacidade de votar, quase inalcançáveis pela Justiça Criminal, ainda que sejam homicidas. 

Por conta de tudo isso, a polícia “enxuga gelo” e está desestimulada, a população tenta se proteger transformando suas casas com cercas elétricas, alarmes, câmeras e concertinas, empresas de segurança privada e monitoramento se multiplicam, mas o crime acontece e a sensação é a de que estamos usando aspirinas para combater um câncer.

Enfim, acreditamos que os profissionais competentes que atuam em todos os órgãos que envolvem a segurança pública, podem reverter esse quadro, se trabalharem juntos, na busca de recursos e na melhoria dos procedimentos que vão levar o criminoso a responder efetivamente pelo crime.

É inevitável que a sociedade se junte a este esforço ao sentir a presença do Estado ao seu lado para garantir sua segurança, facilitando o acesso, tendo presença ostensiva e punindo os criminosos.

Assim, como medida inicial e urgente, tendo em vista o fato de que as questões de segurança afetam o município, reiteramos ao Executivo Municipal a proposta de criação do Conselho Municipal de Segurança  Pública, com a  participação, dos órgãos de segurança, da Promotoria Pública, do Judiciário e de entidades da sociedade civil, para tratar de ajustes de procedimentos e trocar informações que levem a efetiva  melhoria da segurança na cidade. Precisamos trazer de volta a Conselheiro Lafaiete tranquila pacífica e acolhedora”.

 

 

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