O Roubo do Esmoler de Feliciano Mendes

André Candreva
Sócio Fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas – IHGC – cadeira nº 8
Sócio Efetivo da Academia de Ciências, Letras e Artes de Congonhas – ACLAC – cadeira nº 39
Sócio Correspondente da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete – ACLCL
Sócio Efetivo da Academia de Letras Brasil – RMBMG – cadeira nº 39
Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais – cadeira nº 11
Sócio Efetivo da Academia de Letras, História e Genealogia da Inconfidência Mineira – cadeira nº 18

Alguém já imaginou o Esmoler de Feliciano Mendes sendo surrupiado da Basílica do Bom Jesus de Matosinhos? Pois é. Difícil de acreditar. Mas aconteceu.

O Esmoler é considerado pela Igreja Católica mineira como a primeira relíquia religiosa deixada pelo português Feliciano Mendes em Congonhas. Foi com ele (Esmoler) que Feliciano saiu peregrinando pelas paragens mineiras revelando a quem encontrasse pelo caminho o milagre que lhe ocorreu por intercessão do Bom Jesus de Matosinhos e pedindo esmolas para construir o templo. Feliciano, sem querer, se tornou o “primeiro grande propagandista” do Bom Jesus no território mineiro, divulgando sua fé inquebrantável e o poder de cura do Senhor Morto, representado por uma pequena escultura em uma caixa de madeira.

E isso impressionou a todos que o conheceram, dando início a uma peregrinação de romeiros a Congonhas, que aqui afluem constantemente para “dobrarem seus joelhos” frente ao Cristo jacente dentro da Basílica. Como sabemos, a permanente peregrinação levou a Igreja Romana a oficializar os festejos ao Bom Jesus instituindo no longínquo ano de 1779 o concorrido Jubileu no mês de setembro.

Pesquisando sobre a depredação das esculturas dos Profetas de Congonhas, me deparei com a matéria do jornalista Maurício Kubrusly (o mesmo repórter/apresentador da TV Globo), e ilustrada com fotos de Kaoru Higuchi, com o título: “Profetas de Congonhas são vítimas do tempo e da violência dos homens”, publicada no “Caderno B” do Jornal do Brasil, em sua edição de 06/12/1964.

A matéria retrata a descaracterização do casario colonial, da tentativa do DPHAN (o atual IPHAN) de impedir isso, além de tentar impedir a instalação da Rádio Difusora de Congonhas ao lado do Santuário. E cita também o roubo que ocorreu do nicho com a imagem do Bom Jesus no qual Feliciano Mendes percorreu as paragens mineiras em busca de doações.

Eis o trecho da matéria que menciona o roubo do Esmoler:

“Há pouco tempo foi roubado o pequenino Santuário de Bom Jesus de Matosinhos com o qual o português Feliciano Mendes percorreu as estradas de Minas colonial, angariando fundos para erigir aquele templo, em pagamento de uma promessa. O Santuário – guardando a imagem milagrosa – foi, pouco tempo depois, devolvido, permanecendo, contudo, incógnito o autor do roubo, aparentemente sem motivo.
Mas este roubo fez com que o Governo do Estado de Minas Gerais determinasse que fosse reforçado o policiamento no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Atualmente, três policiais se revezam em três turno, das oito às vinte e duas horas. A vigilância, contudo, não pode ser efetiva e contínua, uma vez que, à chegada de novo grupo de visitantes, os policiais têm de sair de perto das imagens dos Profetas para abrir e fechar, uma a uma, todas as capelinhas dos Passos do Horto. Ao que parece, exatamente nesses poucos instantes em que ficam desguarnecidas, é que são mutiladas as 12 imagens. Acresce que, as vezes, os policiais são requisitados por seus destacamentos, ficando longo tempo desguarnecido, por completo, aquele formidável conjunto.”

A citada matéria jornalística menciona ainda o detalhamento do vandalismo em cada um dos 12 profetas, além de ventilar a possibilidade de substituí-los por réplicas e guardá-los em outro local.

Maurício Kubrusly finaliza seu trabalho para o Jornal do Brasil com a declaração do professor Donald Goodhall – catedrático de História da Arte da Universidade do Texas (EUA) e Diretor do Museu de Belas-Artes do Texas que ao visitar Congonhas desejou levar a todo custo os 12 Profetas para uma exposição itinerante pelo Brasil e nos EUA…

Ainda bem que nunca levaram os 12 profetas para “passear”. Poderiam não mais existirem. E o Esmoler segue seguro, guardado sob a custódia do Padre Benedito Pinto da Rocha (Reitor Emérito) e do Cônego Nedson de Assis – atual Reitor.

Oratório de Feliciano Mendes é exposto pela 1ª vez no Jubilei em mais de 200 anos

O oratório original com o qual Feliciano Mendes iniciou a coleta de donativos para a construção do atual Santuário do Bom Jesus de Matosinhos de Congonhas, Patrimônio da Humanidade, está sendo exposto durante o Jubileu do Bom Jesus. De acordo com a reitoria da Basílica está é a primeira vez que a peça está sendo exposta aos fiéis durante a tradicional festa em mais de 200 anos.
O oratório de cerca de 30cm esculpido provavelmente em 1757 é o segundo elemento artístico mais importante da época do início da construção do Santuário. Foi com este oratório que o explorador português Feliciano Mendes viajou por várias localidades de Minas recolhendo esmolas para a construção do atual Santuário que é Patrimônio Cultural da Humanidade.

O reitor do Santuário, Cônego Nedson Pereira falou sobre o valor simbólico e a importância da exposição da peça para os peregrinos. “O oratório faz parte de um grupo de elementos devocionais que foram utilizados para que a devoção ao Bom Jesus fosse implantada em Congonhas juntamente com a cruz de Feliciano e a imagem do Cristo vinda de Portugal em 1762. Estes dois últimos elementos estavam expostos, mas um permanecia guardado. O nosso desejo é que todas as pessoas possam conhecer este objeto tão precioso para a nossa fé e que fez com que Feliciano Mendes percorresse nossa arquidiocese e outras regiões em busca dos fundos necessários para a construção da Basílica como nós a conhecemos hoje” comentou o cônego.

O oratório ficará exposto na sacristia da Basílica até o próximo dia 14 de setembro. A visitação é gratuita e pode ser realizada até o final da tarde. De acordo com a reitoria da Basílica, estão sendo realizados estudos preliminares para a construção de um espaço dentro do Santuário para a exposição permanente do Oratório de Feliciano. Em 2018 o oratório ficou exposto por um período no Museu de Congonhas.
Reportagem/Foto: Reinaldo Silva

Oratório de Feliciano Mendes é exposto pela 1ª vez no Jubilei em mais de 200 anos

O oratório original com o qual Feliciano Mendes iniciou a coleta de donativos para a construção do atual Santuário do Bom Jesus de Matosinhos de Congonhas, Patrimônio da Humanidade, está sendo exposto durante o Jubileu do Bom Jesus. De acordo com a reitoria da Basílica está é a primeira vez que a peça está sendo exposta aos fiéis durante a tradicional festa em mais de 200 anos.
O oratório de cerca de 30cm esculpido provavelmente em 1757 é o segundo elemento artístico mais importante da época do início da construção do Santuário. Foi com este oratório que o explorador português Feliciano Mendes viajou por várias localidades de Minas recolhendo esmolas para a construção do atual Santuário que é Patrimônio Cultural da Humanidade.

O reitor do Santuário, Cônego Nedson Pereira falou sobre o valor simbólico e a importância da exposição da peça para os peregrinos. “O oratório faz parte de um grupo de elementos devocionais que foram utilizados para que a devoção ao Bom Jesus fosse implantada em Congonhas juntamente com a cruz de Feliciano e a imagem do Cristo vinda de Portugal em 1762. Estes dois últimos elementos estavam expostos, mas um permanecia guardado. O nosso desejo é que todas as pessoas possam conhecer este objeto tão precioso para a nossa fé e que fez com que Feliciano Mendes percorresse nossa arquidiocese e outras regiões em busca dos fundos necessários para a construção da Basílica como nós a conhecemos hoje” comentou o cônego.

O oratório ficará exposto na sacristia da Basílica até o próximo dia 14 de setembro. A visitação é gratuita e pode ser realizada até o final da tarde. De acordo com a reitoria da Basílica, estão sendo realizados estudos preliminares para a construção de um espaço dentro do Santuário para a exposição permanente do Oratório de Feliciano. Em 2018 o oratório ficou exposto por um período no Museu de Congonhas.
Reportagem/Foto: Reinaldo Silva

Ciclo de Palestras do IHGC destacará Feliciano Mendes e seu legado devocional em Congonhas

O Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas (IHGC) promoverá o 1º Ciclo de Debates com a realização de palestras em comemoração ao 296º aniversário de Feliciano Mendes.

O português Feliciano Mendes deixou um notável legado para Congonhas: o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, sítio histórico e artístico reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Serão três palestras promovidas pelos membros IHGC. O pesquisador e escritor Domingos Costa abrirá o ciclo de Palestras com tema – “O Ermitão Feliciano Mendes”; a importância histórica do minerador português que potencializou a devoção do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas e em todo o estado de Minas Gerais.

A segunda palestra será proferida pela Nathália Rezende – Historiadora e Coordenadora do Educativo dos Museus Congonhas e Boulieu (Ouro Preto) demonstrando a importância dos “Ex-votos em Congonhas”; o cumprimento da promessa pelo devoto após a graça alcançada com a intervenção do Bom Jesus de Matosinhos.

Finalizando, teremos a palestra do pesquisador André Candreva intitulada “Jubileu de Congonhas”; um panorama sobre a monumental festa devocional que atrai milhares de romeiros e peregrinos anualmente durante o mês de setembro.

O ciclo de palestras acontecerá no auditório da Câmara Municipal de Congonhas a partir das 19h no dia 10 de junho, com entrada franca.

Confira a programação.

Museu de Congonhas reconstrói a história de Feliciano Mendes, fundador da Devoção ao Bom Jesus de Matosinhos

Há 262 anos, um ermitão português de origem simples, de nome Feliciano Mendes, fundou, como retribuição a uma graça alcançada, uma das maiores peregrinações brasileiras: a dedicada ao Bom Jesus de Matosinhos, na cidade mineira de Congonhas. O mistério sobre a verdadeira origem do fiel, responsável pelo início da construção do Santuário – hoje considerado pela UNESCO como “Patrimônio Cultural da Humanidade” -,  só agora pôde ser revelada.

O encontro será na quinta-feira, 11 de julho, às 19h30, com entrada gratuita no Museu de Congonhas/REPRODUÇÃO

A revelação ocorreu durante o I Congresso Internacional do Bom Jesus de Matosinhos, evento que reuniu, no último mês de junho, no norte de Portugal, representantes dos lugares ao redor do mundo com devoção semelhante. Após anos de pesquisa nos arquivos nos arredores do município português de Guimarães, foi encontrada a certidão de nascimento do ermitão: “Feliciano Mendes foi baptizado a 11 de Junho de 1726, tendo nascido na véspera, e era filho de Francisco Mendes e de Rosa Ribeira”. Os dados nelas contidos abrem diversas perspectivas para os estudos sobre as origens desde que, ao longo dos anos, se tornou uma das maiores rotas de fé e devoção brasileira.

Para ampliar o debate e democratizar as novas descobertas, o Museu de Congonhas realiza um bate-papo sobre o tema “Feliciano Mendes e as Origens da Fé e Devoção ao Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas”. O evento contará com a participação do escritor Domingos Costa, que está escrevendo o livro “Congonhas: Da Fé de Feliciano à Genialidade de Aleijadinho”, do produtor do filme “O Ermitão” , Edson Ferreira; e do diretor do Museu de Congonhas, Sérgio Rodrigo Reis, que falará sobre sua experiência em Portugal, quando participou do Congresso Internacional Sobre as Devoções ao Bom Jesus de Matosinhos. O encontro será na próxima quinta-feira, 11 de julho, às 19h30, com entrada gratuita no Museu de Congonhas.

“O objetivo é reunir pesquisadores para juntos remontarmos a história de Feliciano Mendes, responsável pela construção da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas. No Congresso em Portugal foi revelada a verdadeira certidão de nascimento de Feliciano, o que nos possibilita fazer um raio x, com a história e a origem, do ermitão fundador da devoção que fez com que Congonhas se tornasse Patrimônio da Humanidade ”, explica Sérgio Rodrigo.

Sobre a Devoção de Feliciano Mendes 

A devoção ao Bom Jesus do Matosinhos em Minas Gerais é atribuída ao português Feliciano Mendes responsável pela construção do famoso Santuário do Bom Jesus, em Congonhas, patrimônio cultural da humanidade. Na segunda metade do século 18, Feliciano Mendes contraiu uma grave doença cujo nome não se sabe, mas que segundo a tradição teria sido motivada pelos árduos trabalhos de mineração. As preces do devoto ao Senhor de Matosinhos para alcançar a cura foram atendidas e, a partir daí, Feliciano passou a se dedicar inteiramente à construção da Igreja. Não uma igreja comum como as centenas que existiam espalhadas pela capitania das Minas, mas, um santuário, como os dois que existiam na região em que nasceu, nas proximidades de Guimarães, norte de Portugal – O Santuário de Braga e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, nos arredores do Porto.

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