Cidade de fé e devoção, Congonhas possui belíssimas igrejas e um valioso acervo de arte barroca. Entre eles, está a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, que passou por um minucioso trabalho de restauro de seus elementos artísticos integrados. Financiada pelo PAC Cidades Históricas, a obra foi entregue aos fiéis em 2017.
O Altar-Mor foi todo recuperado. As imagens do coroamento encontravam-se amarradas com arame, apresentavam repintura e perda de elementos. O estado avançado de deterioração da madeira do coro necessitou de uso de microesferas de vidro para fortalecimento da estrutura. A camada pictórica recebeu proteção durante o serviço. O elemento inteiro foi nivelado.
O Arco do Cruzeiro, que a exemplo do Altar-Mor é atribuído ao entalhador Francisco Vieira Servas, pelo especialista Adriano Ramos, teve a tarja tratada e reinstalada de forma adequada. Uma asa do anjo voltou à posição original. A exemplo dos outros elementos artísticos, os altares laterais e colaterais também foram higienizados, imunizados e envernizados. Em alguns pontos do coro, a repintura foi removida e reintegrada.
Construída na primeira metade do século 18, a Matriz de N. Sra. da Conceição apresenta várias fases do Barroco e estilo jesuítico na sua fachada. Vários artistas trabalharam nela, como Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que fez a portada em pedra-sabão.
A simpática e acolhedora Itaverava comemora hoje 324 anos de fundação e 55 anos de emancipação política. Ciclo do Ouro, Bandeiras, Estrada Real emolduram a cultura itaveravense, terra de notáveis homens e mulheres como Marília de Dirceu, Mestre Ataíde que deixaram registrados seus nomes na história de Minas. Itaverava respira cultura e seus casarões e sua arquitetura são os retratos vivos da memória do Brasil. Itaverava é berco de Minas.
Rodeada por belíssimas montanhas, a cidade possui muitas cachoeiras e misteriosas cavernas, como também possui um valioso patrimônio histórico tombado pelo IPHAN o recém restaurado Casarão do Padre Taborda. Com escadas e pinturas internas originais, a construção marca o período colonial mineiro.
A Matriz de Santo Antônio também define bem a época do ouro no Brasil. Com seu altar revestido em ouro e pinturas do mestre Athayde em seu teto, é outra grande atração da cidade.
Fundada em 1.694 pelos bandeirantes paulistas, Itaverava originou-se através do ouro, onde o metal brotava da terra do então significado para índios tupi-guarani Ita(Pedra), verava(brilhante). Itaverava hoje conta com grande acervo histórico, mostrando o período áureo da época.
Terra de Marília de Dirceu e de tantos outros nomes famosos e de uma rica história, Itaverava hoje guarda em teu seio um monumento. Salve, salve Itaverava! És meu berço e minha terra bem amada.
Programação
Para comemorar a data, hoje às 19:00 horas , acontece uma missa de homenagem na Matriz de Santo Antônio. Às 20:00 horas, ocorre o resultado final do concurso fotográfico e logo após a câmara entrega honrarias e medalhas as pessoas que se destacaram e as que promoveram o desenvolvimento de Itaverava.
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE CONSELHEIRO LAFAIETE
Avelina Maria Noronha de Almeida
ERA O NOME QUE EU PROCURAVA HAVIA TANTO TEMPO!
Já próximo ao final da primeira metade do século XVIII, a construção da Matriz de Nossa Senhora da Conceição do Arraial do Campo Alegre dos Carijós foi chegada a hora de receber a pintura. Tive a felicidade de descobrir quem foi o seu primeiro pintor: IGNÁCIO PEREIRA DO AMARAL, por coincidência um de meus sextavós.
Como aconteceu esta descoberta?
Havia muitos anos eu estava sem conseguir andar na genealogia de meu ramo genealógico RODRIGUES BRAGA, tendo parado em IGNACIO PEREIRA DO AMARAL. Sempre que iniciava as pesquisas, colocava o seu nome, porém nunca encontrava nada.
Certo dia, ao iniciar a pesquisa, pensei: este Ignacio não adianta pesquisar. Só por desencargo de consciência vou colocar sseu nome no Google. Mas vai ser a última vez!!! E ao colocar, o que encontro? Um título assim:
Ciências e Adjacências: Inácio Pereira do Amaral: Um artífice …
02/08/2013 – Sinopse da sua atividade de artífice: Sargento-mor Inácio Pereira do Amaral (N. 1698, Horta, ilha do Faial, Açores – F. Queluz, MG?) – Pintor …
ERA O NOME QUE EU PROCURAVA HAVIA TANTO TEMPO!!!
Na última restauração da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, foram retiradas muitas camadas de tinta, até chegar à primeira pintura, e ela foi respeitada, conforme declaração da restauradora, Rosângela Reis Costa. Assim, a visão que temos agora é das cores iniciais da nossa Matriz. E o primeiro pintor, que usou aquelas cores, foi justamente Ignácio Pereira do Amaral, pintor, escultor e ourives. Nasceu em 1698 na ilha freguesia das Angústias, na vila de Horta, ilha do Faial, nos Açores.
Porto Pim, Angústias, Ilha do Fayal, onde nasceu Ignacio Pereira do Amoral
De onde veio para o Rio de Janeiro e, depois para Ouro Preto, onde pintou a Igreja Velha do Rosário dos Pretos e uma imagem de São Jorge e também tinha uma fábrica de pintores.
Quando Teresa ainda era criança, Inácio mudou-se para a freguesia do Campo dos Carijós (atual Conselheiro Lafaiete). Ali, as testemunhas que o conheceram se lembraram dele como pintor, escultor e ourives e também por ter pintado a igreja da Matriz do lugar (a imagem no início desta postagem mostra a fachada atual da igreja com a mesma cor pintada por Ignacio Pereira do Amaral.
Vou transcrever a postagem de Roberto Belisário, embora longa, mas muito importante para a nossa história lafaietense, agradecendo aqui o historiador pelo grande presente que nos legou com sua pesquisa, sendo interessante mais uma coincidência: o autor da postagem, até então desconhecido para mim, sendo eu também uma desconhecida para ele, era meu primo!
Vamos ao importante texto para a História de Conselheiro Lafaiete:
“sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Inácio Pereira do Amaral: Um artífice açoriano em Minas Gerais
Esta postagem é endereçada a historiadores da arte mineira do século XVIII.
Encontrei acidentalmente, em um documento no Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana (especifico a seguir), citações a um artista ou artífice de Minas Gerais (Ouro Preto e Conselheiro Lafaiete) do século XVIII, Inácio Pereira do Amaral. Como não achei quase nenhuma referência à atividade esse senhor em nenhum lugar (por exemplo, não consta do “Dicionário de Artistas e Artífices dos Séculos XIX e XVIII em Minas Gerais”, de Judith Martins, e no mecanismo de busca do site do Arquivo Público Mineiro só houve uma ocorrência, descrita mais abaixo), e como esses dados aparecem em uma fonte inesperada (um processo de ordenação sacerdotal de um neto do Inácio), creio que possa ser informação inédita. Então compartilho-a aqui para o caso de interessar a historiadores.
Sinopse da sua atividade de artífice: Sargento-mor Inácio Pereira do Amaral (N. 1698, Horta, ilha do Faial, Açores – F. Queluz, MG?) – Pintor, escultor e ourives. Teve uma “fábrica com pretos e rapazes pintores” em Ouro Preto, MG. Nessa cidade, pintou a Igreja Velha do Rosário dos Pretos e uma imagem de São Jorge. Em Conselheiro Lafaiete, MG, pintou a igreja da Matriz.
Abaixo, uma discussão sobre a fonte que consultei; um resumo biográfico; e trechos relevantes do documento consultado.
Índice:
O que são processos de genere
Resumo Biográfico
Documentos
Fonte: Processo de genere de Domingos Bento Salgado (Queluz, 1797 – no índice do arquivo e na capa do documento, consta “1777”). Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana, armário 5, pasta 769 (Inácio Pereira do Amaral era avô materno deste Domingos Bento Salgado). As informações sobre as atividades de Inácio como artífice aparecem nos depoimentos de testemunhas que o conheceram. Vide seção ‘documentos’ abaixo.”
Ontem, dia 14, foi um dia marcante para um grupo de pessoas que busca o resgate da memória e a preservação da história Manoelina Maria de Jesus (1911-1960), mais conhecida a “Santa Milagreira dos Coqueiros”, fama que percorreu o país e atraiu milhares de fiéis a sua humilde casa, situada no Retiro Velho, localidade rural de Coqueiros, distante 12 km do centro de Entre Rios de Minas.
O empresário Maurílio de Oliveira Resende, atual proprietário do terreno onde está localizada a residência na qual Manoelina prestou suas assistências espirituais recebeu do escultor David Eduardo Fuzatto, de Coronel Xavier Chaves, a estátua da Santa.
Ela foi afixada na entrada da casa com uma fonte de água cristalina que banhará os fiéis, como marco inicial do resgate histórico do centro de peregrinações. Davi experimentou pela primeira vez as águas e jogou sobre a estátua, como em um gesto de batismo. O momento simbólico foi carregado de emoção e espiritualidade.
Participaram da instalação também, Renato Pacheco, Wander, Lucas, Leonídio e Rincon. Hoje, dia 14, comemora-se a data de 59 anos de falecimento da Santa Manoelina dos Coqueiros. A estátua foi doação de Maurílio Oliveira. Ele concordou em transformar a antiga residência da Santa em local de peregrinação, sem exploração financeira, em um gesto de abnegação.
Ações
Outra ação do grupo, já aprovada pelo Conselho Municipal de Patrimônio Histórico, será a instalação de uma estátua na Praça Coronel Joaquim Resende, centro de Entre Rios. Amanhã, sábado, acontecerá uma Santa Missa, na Fazenda Retiro Velho, às 15:00 horas. Cabe destacar que esta estátua é resultado da mobilização e do gesto voluntários do grupo através de doações. Para ampliar a divulgação do resgate histórico, cerca de 50 camisas estampando o rosto da Santa foi confeccionadas e vendidas para arrecadação de fundos que vai ajudar em diversas campanhas.
Há quase um ano nascia o projeto de resgate histórico de Manoelina Maria de Jesus. O idealizador da iniciativa, médico José Pedro Borges, fez um reverência a história de Manoelina dos Coqueiros como parte integrante da cultura de Entre Rios de Minas. Neste período diversos relatos de milagres já foram levantados e colhidos com a intenção de sensibilizar a Igreja Católica na santificação de Manoelina de Conqueiros.
A Câmara de Entre Rios de Minas deve aprovar um Projeto de Lei que transforma o dia 14 de março como referência e homenagem a Manoelina dos Coqueiros. A Santa já ganhou até Hino Oficial pelas mãos do artista Daditto.
Escultor relata a intensidade vivenciada na obra
Leia a seguir o relato do escultor David Eduardo Fuzatto sobre sua experiência ao escupir a estátua de Manoelina dos Coqueiros. “Trabalhando nessa obra, depois de ter visto muitas vezes o filme Santa Manoelina dos Coqueiros e tomar conhecimentos mais detalhados da história dela, pude sentir, em vários momentos, a presença dela.Trabalhando normalmente, a mente se esvaziava de pensamentos e de repente, eu sentia uma energia diferente, uma presença.
Eu olhava para a escultura, me lembrava da história dessa santa e quanto mais eu entrava em sintonia com ela, com a realização da obra e sentia esses momentos onde essa energia se fazia presente, mais eu tomava consciência de que aquela escultura ganhava uma representatividade profunda, pois aquela imagem, retratava um corpo que aqui viveu, realizou um trabalho místico e, voltou para a terra, estando agora em um túmulo. Essa consciência me fazia entrar mais e mais em sintonia com essa presença.
Quando terminei a escultura, fiquei de frente a ela, segurei em sua mão e fiquei impressionado com o que ocorreu.Em meu mais profundo íntimo, brotou uma sensação de conforto, de paz, de alegria, uma sensação de um reencontro agradável.
Penso que todos os que conhecerem a história dessa santa, ao segurarem a mão dela e observarem seus sentimentos, entrará em uma experiência mística igual à que experimentei ao fazer isso.Espero que todos possam se colocar diante dela, segurar em sua mão e sentir essa presença.
Tenho certeza que ao sentirem essa experiência agradável que descrevo aqui, todos possam sentir a sensação de que venceram a barreira do tempo e se transportaram para a época em que ela vivia aqui na terra e derramava essa energia curadora sobre os que a visitavam. Sou imensamente grato em ter recebido a incumbência de materializar aqui essa escultura, esse símbolo, com toda essa representatividade da Santa Manoelina dos Coqueiros”.
O grande conhecedor de Arte, Pe. José Feliciano da Costa Simões,
de Ouro Preto, disse-me uma vez que já ficara horas
observando os altares de nossa igreja.
Continuando a História de nossa amada Conselheiro Lafaiete:
17 de outubro de 1731 – Por provisão do Bispo do Rio de Janeiro, Dom Antônio de Guadalupe, foi autorizada a construção da nova Matriz, a qual se iniciou em 1733, tendo o seu término somente em 1825. Como o arraial crescesse seguindo a direção do Caminho Velho, estabeleceu-se o local para erguer-se o templo, que é a atual Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
DOM FREI ANTÔNIO DE GUADALUPE ficou, assim ligado à trajetória de nossa terra. Era sacerdote franciscano, nascido em 27 de setembro de 1672 em Amarante, Portugal. Foi nomeado bispo do Rio de Janeiro, em 1722, quando já tinha 50 anos de idade.
Era um homem experiente, quando se tornou bispo. Já fora juiz, deixando a carreira nos tribunais de justiça da Coroa, entrando para a ordem dos frades menores, dedicando-se à pregação e à atividade missionária. Assim sobre ele se expressou Fr. José de São Gualtér Lamatyde:
“… deu as costas ao mundo, quando o podia lisonjear com os adiantamentos bem merecidos do bom zelo, com que servia a Magestade no lugar de Ministro de Juiz de Fóra da Villa de Trancoso, aonde julgou, (e com solido fundamento) que era melhor ser parte no Paraiso da Religião, do que ser Juiz no século, para que no Juizo final se não trocasse a sorte de vir a ser réo sentenciado a final para huma eternidade de penas; podendo na Religião, pela observância do seu Instituto, ser promovido pela Magestade Divina ao Tribunal da sua glória.”
Pregou nos púlpitos mais autorizados de Portugal, senso tido como um dos maiores daquele século. Vindo para o Brasil, apresentou muitos valores em sseu bispado.
Considerei ser importante falar sobre ele porque sua assinatura de aprovação está nos anais da construção de nossa Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
Alguns trechos que achei muito interessantes em minha pesquisa sobre sua história no Brasil: após pregar numa missa sobre inimizades, “chamou aos dois e a um cônego que estava sem falar com outros três, e reunindo todos os cônegos e dignidades na sacristia da igreja, os fez abraçar uns aos outros ‘não sem lágrimas de alguns companheiros’”. Achei esta formidável!!!
Outro trecho de que gostei muito: “Foi às igrejas matrizes assistir à doutrina das crianças, tendo, uma vez, ele mesmo assumido a tarefa.
Faleceu em 31 de agosto de 1740.
Antes de falar um pouco das características do templo, quero alertar sobre informações incorretas sobre ele. É um erro histórico (que eu mesma passei para meus alunos de Curso Primário por muitos anos) dizer que foi construído pelos bandeirantes e pelos índios carijós; isso aconteceu com a primitiva igreja ainda no século XVII, em Passagem de Gagé. O atual foi feito com um caprichoso planejamento, feito por carpinteiros e houve ajuda dos escravos do Capitão-Mor Manoel Gonçalves Viana.
Quando o nosso ilustre historiador Antônio Luiz Perdigão chegou de volta à nossa cidade, procurou corrigir este erro, dizendo que não foram os bandeirantes e índios Carijós que construíram a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, situada entre a Praça Tiradentes e a Praça Barão de Queluz. Eles não tinham condições de realizar uma obra assim. Sua construção se deve a competentes carpinteiros, em terreno bem escolhido e segundo plano obediente às regras da época.
O outro erro é considerá-la como a primeira Matriz, ereta em 1709. Em seus escritos, Pe. José Duarte de Souza desmitificou essa informação corrente e apresentou anotações tiradas do Livro da Irmandade do Santíssimo, que se encontra em Mariana. De acordo com essas anotações, como a primeira Matriz, ereta em 1709, estava pequena para conter os fiéis, a Irmandade reuniu-se em 1731 e escolheu um terreno, localizado na região em direção à qual o arraial ia se expandindo, e o cercaram. O trabalho de construção iniciou-se em 1733, portanto 24 anos mais ou menos após a criação da paróquia. O sacerdote historiador deu várias pistas da localização da primeira matriz, apresentadas no relatório de visita de um bispo e na documentação da ordenação de um sacerdote.
Fazendo algumas pesquisas, levantei a tese de que era no local onde hoje se vê a Igreja de São João, um pouco mais para cima.
A Matriz atual, construída na Praça Barão de Queluz, que nos encanta o olhar e o coração, lançando no azul as suas belas torres, foi, assim, construída pela Irmandade do Santíssimo, com a ajuda financeira do povo, em lugar bem escolhido, de acordo com as regras da época, por experientes carpinteiros contratados e, como já citei, e de acordo com o Livro da Irmandade do Santíssimo da época, escravos de Manoel Gonçalves Viana trabalharam também na obra
Tive ocasião de ver, certa vez, o desenho de um engenheiro que quadriculou a parte da frente da Matriz em linhas transversais que passavam em cada ângulo de janelas, portas, torres e outros detalhes da construção. Algo muito perfeito e digno de admiração.
Apliquei ao desenho de sua parte da frente a Regra Áurea, fazendo sobre ele uma estrela de cinco pontas (um dos exemplos dessa regra) e deu certinho, uma das provas da competência de quem a planejou e construiu.
A Regra ou Proporção Áurea foi-nos legada pelos gregos, que padronizaram a arquitetura em termos de largura e altura, sendo a mesma muito utilizada em pintura, no Renascimento, por Leonardo da Vinci.
“Perduramos em espírito enquanto resta a nossa memória.”
A IGREJA MAIS ANTIGA DE NOSSA CIDADE – SÃO GONÇALO
1725 – O português Manoel Pereira Brandão pediu provisão para a construção em sua fazenda, onde já havia uma ermida, da igreja de São Gonçalo, que atualmente, restaurada, é a mais antiga igreja existente na cidade.
Se eu perguntar qual é, atualmente, o templo mais antigo da cidade de Conselheiro Lafaiete que está de pé, muitas pessoas me responderão logo ser a Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Estarão dando uma resposta errada
Por volta de 1720, um português, Manoel Pereira Brandão, veio para terras de Carijós (como era chamada na época a nossa cidade), aqui fundando sua fazenda. Alguns metros à frente da mesma, ergueu, primeiramente, uma ermida e, em 1726, conseguiu provisão para a capela dedicada a São Gonçalo.
A Matriz de Nossa Senhora da Conceição iniciou sua construção em 1733, assim, a IGREJA DE SÃO GONÇALO (erecta em 1725, de acordo com o historiador Pe. José Duarte) é, ATUALMENTE, O MAIS ANTIGO TEMPLO DE CONSELHEIRO LAFAIETE, cremos que, até mesmo, o mais antigo monumento de nossa cidade.
Como a família foi crescendo e também outras foram mudando para aquelas terras, ali se formou, com o tempo, uma localidade que, inicialmente, denominou-se São Gonçalo do Camapuã, passando, depois, a ser chamada de São Gonçalo do Brandão.
MAS QUEM ERA MANOEL PEREIRA (DE AZEVEDO) BRANDÃO?
Existe um livro muito interessante: “CAMINHOS DO CERRADO – A trajetória da Família Pereira Brandão”, escrito por José Américo Ribeiro, Eduardo Carvalho Brandão e Olímpio Garcia Brandão, descendentes de Manoel Pereira Brandão.
A obra, em formato grande e com 561 páginas, grande também na essência, focaliza a genealogia do varão português, filho de Lucas Pereira e Maria Brandão, que chegou a Carijós por volta de 1720, casado com Jerônima do Pinho, filha de Estevão João e MariaTavares, trazendo os filhos Manoel, Damiana Roza de São José, João, Alexandre, Theodósio (antepassado dos autores) e Roza Maria de São José. Vieram eles da freguezia de São Miguel de Urrô, Conselho de Arouca, bispado de Lamego, distrito de Aveiro, em Portugal, desenvolvendo, de modo detalhado e extenso, a descendência de Theodósio, que é a linha direta de parentesco deles. Esse trabalho é feito de maneira muito atraente pela quantidade de fotos e de fatos acontecidos com membros da família.
No anexo I, vem um estudo feito pelo historiador lafaietense Allex Assis Milagre sobre os demais filhos de Manoel Pereira Brandão, destacando a importância “desse clã que teve participação destacada na vida social, política, artística e cultural desta terra”.
Mas voltando à igreja de São Gonçalo:
Em 1808, já em tempos da Real Villa de Queluz, foi feita, do lado direito, uma sacristia.
Em 1815, outra novidade nessa igreja. Havia um filho de Carijós muito ilustre, o Cônego Doutor Francisco Pereira de Santa Apolônia (Foto abaixo-Imagem da Internet), que era irmão do inconfidente Padre Fajardo.
Muito culto, um dos maiores oradores do Arcebispado, foi Presidente da Junta Provisória do Estado, em 1822. Também Vice-Presidente quatro vezes e Presidente da Província de Minas Gerais, Chantre do Cabido de Mariana e, por alguns dias, governou o bispado de Mariana. Embora não residisse permanentemente também tinha sua residência no Largo da Matriz (atual Praça Barão de Queluz), onde hoje fica hoje o Fórum.
No ano acima citado, Santa Apolônia conseguiu a carta de alforria para SILVÉRIO DIAS, um escravo de Ana Pulcheria de Queiroz, com a condição de que ele fizesse a talha dos altares do Senhor dos Passos e de Nossa Senhora da Soledade na Matriz de Queluz, e os altares da IGREJA DE SÃO GONÇALO, então filial da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e de uma outra cujo nome estamos tentando apurar. Já pensaram que fato belíssimo! Com quanto amor deve esse artista ter trabalhando, sabendo que aquela talha tão delicada e bela faria parte do resgate de sua liberdade?
Vejam a delicadeza da talha feita por Silvério Dias!
Durante muitos anos, a igrejinha abrigou os fiéis na prática do culto religioso, até que, já pertencendo à Paróquia de São Sebastião, sendo vigário, na época, o Monsenhor Antônio José Ferreira, foi construída uma nova igreja. O velho templo não foi destruído, ficando escondido atrás do novo, a ele se chegando através do cemitério. Já quase em ruínas, com a talha retirada do altar e guardada, ficou durante muitos anos.
Tempos atrás, passou a igreja de São Gonçalo a pertencer à Paróquia da Luz. Um belo dia, o povo de São Gonçalo procurou o vigário João Batista Barbosa que escrevesse uma carta para o Banco do Brasil pedindo patrocínio para a restauração da antiga igreja. Pedido atendido. A restauradora Maria Regina Reis Ramos, do Grupo de Oficina Restauro de Belo Horizonte foi a responsável pelos trabalhos e hoje, recuperada toda a delicadeza da talha, a pintura original, deixou como nova a igreja primitiva, do tamanho que tinha no século XVIII, apenas com o acréscimo da sacristia feito em princípios do século XIX.
Parabéns para o povo de São Gonçalo, de modo especial para aqueles que mais trabalharam para o sucesso do empreendimento!
Um marco histórico no estudo da estrutura do Judiciário mineiro, o livro Comarcas de Minas, produzido pela Memória do Judiciário Mineiro (Mejud) e lançado em junho de 2016 é uma boa dica de leitura para quem gosta do tema memória. A publicação inclui a relação das comarcas, um breve histórico com sua data de criação, supressão, restauração e várias denominações, bem como a classificação quanto à entrância e leis de referência, de forma cronológica, de 1711 a 2014. Apresenta ainda a relação de juízes de direito que passaram pelas comarcas e quadros analíticos da organização administrativa e judiciária.
Superintendente da Mejud, o desembargador Lúcio Urbano, no prefácio da obra, conta que em 2012 ele teve o ensejo de lançar a obra Síntese Histórica do Tribunal de Justiça. “A partir daí, veio-me a ideia de contar a história das 296 comarcas mineiras, lançando-me ao trabalho de pesquisa, para cuja tarefa contei com efetiva e indispensável colaboração dos qualificados servidores da Mejud, vindo agora à lume a obra Comarcas de Minas, onde são narradas as histórias delas, bem como capítulo especial que se alinham os desembargadores e suas.s ‘terras de nascimento’”, observa.
Foram impressos 1.500 exemplares, o que não foi suficiente para suprir a demanda.” Infelizmente não foi possível atender a todos e a consulta eletrônica amplia o acesso a todos a uma pesquisa histórica muito importante para o Judiciário Mineiro, ressalta Andréa Costa Val, assessora da Memória do Judiciário(Mejud) na época do lançamento do livro.
Para ler o livro “ Comarcas de Minas”, em arquivo PDF:
João Vicente que descobriu essa relíquia nos anais do Mejud e nos pediu que fizéssemos uma matéria sobre o livro e relatou: “O livro é uma viagem ao tempo e a memória, onde é possível descortinar o surgimento da presença do judiciário em Minas com muita sutiliza e leveza desde a colonização, repassando pelo o Império e a Republica onde vamos descobrindo as pequenas facetas da consolidação do poder judiciário em Minas Gerais. Comarcas de Minas é um dádiva memorial que vale a pena lê-lo e tê-lo salvo em seu computador ou pendrive como ferramenta de pesquisa e conhecimento para ser compartilhado”.
AS PRIMEIRAS COMARCAS DE MINAS
Em 6 de abril de 1714, são instituídas as primeiras comarcas na Capitania de São Paulo e Minas do Ouro: Rio das Mortes, Vila Rica e Rio das Velhas.
As primeiras comarcas puseram a estrutura judiciária mais próxima do povo e significaram uma forma de equilíbrio com a administração do governador-geral, representante do rei de Portugal. “Nas décadas iniciais da colonização, época das capitanias hereditárias, a figura do ouvidor-geral foi a primeira instância jurídica em solo brasileiro. Quase dois séculos depois, nas vilas, havia uma incipiente estrutura judiciária, com a presença dos juízes ordinários, pessoas escolhidas entre os homens de bem, assim como os “camaristas” ou membros da Câmara, que hoje são os vereadores”, explica João Vicente.
Nos quadros abaixo fizemos um apegado da história de 5 municípios da nossa região, Lafaiete,Congonhas,Ouro Branco,Entre Rios de Minas e Piranga com as suas respectivas datas de elevação de Freguesias,Vilas,Cidades e Comarcas que no livro vocês vão encontrar com mais riquezas de detalhes.
Essa é a nossa dica de cultura para o mês de janeiro. Uma boa leitura e feliz ano novo, são os nossos sinceros votos da redação do Correio de Minas a todas e a todos internautas que curtem a nossa pagina na internet.
– Município de Conselheiro Lafaiete
Denominações anteriores: Carijós, Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre dos Carijós, Queluz
Elevação a Freguesia Colada
19/01/1752
Elevação a Vila
19/09/1790
Elevação a Cidade
02/01/866
Mudança de Nome
27/03/1934
Criação da Comarca
15/07/1852
Instalação da Comarca
07/03/1892
Município de Congonhas – Denominação anterior: Congonhas do Campo
Elevação a Freguesia Colada
06/11/1749
Elevação a Cidade
17/12/1938
Mudança de Nome para Congonhas
27/12/1948
Criação da Comarca
12/12/1963
Instalação da Comarca
09/10/1955
– Municipio de Piranga-Denominação anteriores: Guarapiranga, Nossa Senhora da Conceição do Piranga
Elevação a Freguesia Colada
16/02/1724
Elevação a Vila c/ a supressão do nome “Guara”
01/04/1841
Elevação a Cidade
05/10/1870
Criação da Comarca
27/07/1889
Instalação da Comarca
25/02/1892
– Município de Entre Rios de Minas
Denominação anteriores: Brumado, Brumado do Suaçuí, Entre Rios, João Ribeiro
Elevação a Paróquia Curato
4/07/1832
Elevação a Vila
07/01/1875
Elevação a Cidade
03/01/1880
Criação da Comarca
19/10/1878
Instalação da Comarca
10/03/1892
Mudança do Nome
Pelo Decreto-lei nº 148, de 17/12/1938, fica mudada para João Ribeiro a denominação da Comarca de Entre
Rios e Pela Lei nº 1.039, de 12/12/1953, fica mudada para Entre Rios de Minas a denominação da Comarca de João Ribeiro.
– Municipio de Ouro Branco-Denominação anteriores: Santo Antônio do Ouro Branco
Elevação a Freguesia Colada
16/02/1724
Elevação a Cidade c/ a supressão do nome “Santo Antonio”
Imagem de Santana, mãe de Maria, é recuperada em local sigiloso e conta com ajuda da tecnologia
A restauração da imagem de Santana – mãe de Maria e avó de Jesus – considerada símbolo católico de Belo Vale, une devoção e ciência e guias as mãos hábeis dos encarregados do serviço. O trabalho, feito em local sigiloso, já revelou que, ao contrário do que padres e moradores locais pensaram ao longo do tempo, a peça do século 18 é legítima do Barroco mineiro, e não de origem portuguesa.
A expectativa dos especialistas Adriano Ramos e Rosângela Reis Costa, do Grupo Oficina de Restauro, de Belo Horizonte, é que o trabalho demande seis meses, incluindo estudos e uso de alta tecnologia. Como parte dos trabalhos, a peça sacra foi levada para exames de raios x no Laboratório de Ciência da Conservação (Lacicor), no Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor), ambos da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais.
“Precisávamos de um exame mais profundo, principalmente no tronco da imagem, já que as prospecções, comumente chamadas de ‘janelas’, não permitiam verificar a pintura original”, contou Rosângela, após a sessão de raios x comandada pelo coordenador do Lacicor e vice-diretor do Cecor, professor Luiz Souza. Sob camadas de tinta, os especialistas encontraram apenas resquícios de decoração, sendo necessárias, portanto, mais pesquisas. “A tecnologia ajuda demais, pois muitos detalhes não conseguimos enxergar a olho nu. Mais importante é que, com equipamentos modernos, podemos avaliar o que pode ser retirado ou não da peça”, disse Rosângela.
Dividida em três partes de madeira – a cadeira com 1,60 metro de altura, a imagem de Santana, com 1,10m, e a menina Nossa Senhora, com 80 centímetros –, a peça, pertencente à Igreja de Santana, de 1735, localizada a nove quilômetros da sede municipal de Belo Vale, tem grande qualidade artística. Mas, além das repinturas, manchas e sujeira acumulada com o tempo, apresenta problemas na estrutura de cedro e perda de pintura, embora sem ataque de cupins. Por questão de segurança, o local do serviço, que ocorre fora da capital, não foi revelado. Todas as etapas têm acompanhamento do Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte.
Igreja
“A comunidade está muito alegre, afinal, a imagem de Santana é ícone da região. As pessoas têm muito carinho por ela, porque se trata de um símbolo muito forte. Tanto que, quando saiu para o restauro, veio muita gente se despedir e rezar”, afirma padre Wellington Eládio Nazaré Faria, titular da Paróquia de São Gonçalo, em Belo Vale, acrescentando que os recursos para o serviço são da paróquia. Outra boa notícia é que já foi entregue o projeto de restauração do templo, também do século 18, elaborado por alunos de arquitetura e urbanismo do Centro Universitário Newton Paiva. O trabalho começou com uma visita dos estudantes à igreja, para levantamento de todas as patologias da construção. Os dados foram levados para o StudioN, escritório da escola de arquitetura, em busca de ideias para viabilizar as ações.
Em nota, a instituição de ensino informou que foram feitos, gratuitamente, desenhos técnicos da edificação, contendo todas as medidas e peculiaridades da igreja, e apresentadas soluções de intervenção para a recuperação da integridade do imóvel. Os alunos também fizeram a maquete da igreja, com obra concluída, para que as pessoas tenham ideia do resultado final.
Com base no projeto, a Prefeitura de Belo Vale abrirá licitação e pretende iniciar as obras de restauração em 2019. Outra fonte de recursos provém de atividades promovidas pela Associação dos Zeladores da Igreja de Santana do Paraopeba, entidade que é pessoa jurídica, parceira da paróquia e faz eventos para angariar fundos para as obras da igreja.
Exame apaga a lenda do tesouro escondido
Quem esteve na Igreja de Santana durante a despedida da imagem, em novembro, presenciou um fato curioso. É que, durante muito tempo, correu a lenda de que, no interior da imagem, haveria ouro e diamante. Com cuidado, os restauradores retiraram uma “tampa” de madeira e mostraram aos presentes que o nicho estava naturalmente vazio, não havendo o tesouro que povoava o imaginário de muitos moradores. Todo o momento foi filmado e documentado pela equipe e autoridades, incluindo a coordenadora geral do Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte, Maria Goretti Gabrich, e a historiadora do setor, Flávia Reis.
A Igreja de Santana, ponto de peregrinação que costuma recebe cerca de 10 mil pessoas a cada 26 de julho, data consagrada à padroeira, e alvo agora de ações para recuperar a arquitetura, os elementos artísticos e o entorno. Tendo o pároco como guia, a equipe percorreu o interior da construção e viu que, por décadas, foram feitas intervenções que retiraram o brilho e traços originais. Se os anjos barrocos do retábulo-mor ganharam a camada de um prateado metálico, os próximos ao sacrário perderam os douramentos. No espaço no qual fica a padroeira, tecnicamente chamado de camarim, cores berrantes foram escolhidas em outras épocas, em um contraste com o ar singelo da igreja, tombada pelo município.
Embora sem “contaminar” a imagem da padroeira, os cupins estão presentes na Igreja de Santana, conforme mostrou o padre Wellington. Em uma coluna pintada de verde, a madeira vai se “esfarinhando” e exigindo um trabalho urgente de recuperação. Já na parede perto da sacristia, o pároco aponta um dos perigos visíveis: uma rachadura que rasga a tinta branca e sinaliza os riscos. O forro também demanda serviços urgentes, pois parte foi retirada e não voltou para o lugar, deixando as telhas à mostra. Em 2007, a igreja entrou no foco do Ministério Público de Minas Gerais, que cobrou providências das autoridades municipais para restauração do templo. Na época, a secretária municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer de Belo Vale, Eliane dos Santos, informou que a prefeitura vai bancar um terço do valor da obra no bem tombado pelo município.
Padroeira dos mineradores
Nossa Senhora de Santana ou simplesmente Santana (também Santa Ana e Sant’Ana) é mãe de Maria e avó de Jesus. Na capital e no interior de Minas, reúne muitos devotos, pois é padroeira dos mineradores. Em 26 de julho, data consagrada à santa casada com Joaquim, depois São Joaquim na Igreja Católica, comemora-se também o Dia das Avós. Uma das representações mais significativas, comum nos altares dos templos, é a Santana Mestra: sentada numa cadeira ou de pé, ela ensina a menina Maria a ler. O nome Ana vem do hebraico Hanna e significa graça. Moradores e visitantes podem admirar, em Tiradentes, no Campo das Vertentes, dezenas de imagens no Museu de Sant’Ana, fundado em 2014.
Um pequeno Arraial que muito contribuiu, na história da região do Alto Paraopeba, fazendo parte, politicamente, principalmente, das cidades de Congonhas e Conselheiro Lafaiete.
Para celebrar 300 anos de fundação, o Distrito prepara um evento carregado de simbolismo. Ontem, dia 26, aconteceu a seresta. Hoje às 19 horas “Na noite de hoje – Espaço Celebrativo – Alto Maranhão”.
Participe, conosco, dessa grande festa com banda de música, folia de reis, dança, teatro e relato da pesquisadora Maria da Paz sobre a história local.
Segundo alguns historiadores, o distrito de Alto Maranhão, inicia-se sua história, no marco do Caminho Velho, final do século XVII, com as primeiras povoações da região, trazidas pelo colonizador português Bartolomeu Bueno em 1691.
Dentre as primeiras povoações de Minas Gerais surge o Alto Maranhão, em meados do século XVIII. Os bandeirantes fincam um cruzeiro no lugar onde denominam Arraial do Redondo, em referência aos irmãos portugueses José e João da Silva Redondo, famílias pioneiras que plantam suas raízes, nesse abençoado distrito. Tempo da busca, incansável, pela exploração aurífera.
Comemoram-se os 300 anos, de Redondo à Alto Maranhão, pelo fato de, na data de 29 de março de 1718, ter sido expedida uma carta por Dom Pedro de Almeida, o Conde de Assumar, então governador de São Paulo Capitania das Minas do Ouro, informando de ter tomado ciência da autorização da Sesmaria, da qual consta a compra de um sítio no local por um dos irmãos (Escritos Anônimos de Évora, Portugal).
Uma noite para ficar nos anais da memória, da cultura e da história de Lafaiete. Foi lançada ontem, a noite o Solar Barão do Suassuí, a primeira obra que resgata o valor do maior patrimônio cultural, as Vilas de Queluz, tradição até então esquecida da historiográfica local.
O livro”Viola de Queluza-Família Souza Salgado”, de Valter Salgado de Souza, o Valtinho, editado pela Liga Ecológica Santa Matilde (LESMA) foi saudado como divisor de águas na memória, registro e preservação do grande ícone da cultura e devolve o sentido de pertencimento e auto estima de um povo. Depois do tombamento como patrimônio imaterial de Minas, o livro é o primeiro passo para soerguer a Violas de Queluz na memória local e preservá-las para as futuras gerações. O livro relata a trajetória da Família Salgado na fabricação das Violas e sua importância a história cultural e musical em Lafaiete, Minas e o Brasil.
O público lotou o lançamento da obra em uma plateia formada por descendentes das famílias Salgado e Meireles, precursoras das Violas, tradição que viveu seu auge ainda no final do século XVIII quando Lafaiete chegou a possuir 15 fábricas. “Espero que não seja o primeiro livro, muito menos o primeiro passo para preservamos a memória das Vilas de Queluz”, apontou o vice prefeito, Marco Antônio Reis Carvalho em seu discurso.
Entre momentos poéticos apresentados pela LESMA, a solenidade percorreu a tradição da musical dos tradicionais violeiros. O historiador congonhense, André Candreva, autor de um dos capítulos da obra, lembrou que o Jubileu do Bom Jesus de Matozinhos foi uma vitrine de propagação das Violas de Queluz, quando fabricantes se dirigiam a Congonhas para comercializar os instrumentos de cordas para além das fronteiras de Minas.
Lucionar de Jesus, ilustrador da obra e autor de um dos capítulo, traçou a ligação das violas com a formação de sua família. “Esta obra não só conta a histórias das violas, mas é uma amálgama que une os laços familiares seculares. É um livro de famílias”, assinalou emocionado.
Um dos momentos marcantes foi quando o historiador Cláudio Alexandrino, apresentou uma autêntica Viola de Queluz, fabricada por José de Souza Salgado, avô do escritor Valter Salgado. O instrumento foi descoberto em total abandono na cidade de Passa Tempo e totalmente restaurado.
Cláudio mantém um acervo de 40 Violas de Queluz que ele garimpa por Minas na intenção de preservar o instrumento. “Estive aqui em Lafaiete em 2002 para pesquisas, mas fique triste com a falta de informações e abandono de parte da história da cidade. Esta obra resgata grande parte das Violas”, observou o colecionador.
Por último discursou o protagonista do evento, Valter Salgado, que também lembrou foi através da visita de Cláudio Alexandrino a sua casa que iniciou o reconhecimento das famílias, como também dos setores culturais, a importância das Violas na história de Lafaiete. “Eu mesmo cheguei a deixar muitos instrumentos abandonados e esquecidos por uma suposta falta de valor. Mas é um ressurgimento da história e da nossa cultura”, comentou. Valtinho lembrou que violeiro Chico Lobo levará dois exemplares a Portugal para presentear os estudiosos lusitanos Manuel Moraes e Pedro Mestre.
Após a sessão de autógrafos, o evento foi encerrado em grande estilo com uma roda de violeiros. Viva a Viola de Queluz, chora viola!
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