Futuro da metalurgia: Boston Metal inaugura unidade em Minas com meio bilhão de investimento e geração de 250 empregos na região

A empresa norte-americana Boston Metal inaugurou sua planta em Coronel Xavier Chaves, próximo a São João del-Rei, na região dos Campos das Vertentes, nesta quinta-feira (07/03). Com investimento de R$ 573 milhões, R$ 150 milhões até o fim do ano, ela projeta gerar 250 empregos até 2026. São 80 já operantes, e, só em 2024, devem ser produzidas 720 toneladas de metais nobres.

Até 2026, projeta-se chegar a 10 mil toneladas de metais obtidos por meio de rejeitos anualmente. Por ora, a fábrica tem somente dois equipamentos – semelhantes a caldeiras de ferro -, que operarão de forma piloto até o final deste ano. Na entrada da sede da empresa, um cartaz anuncia ambições maiores, próximo às bandeiras do Brasil, de Minas, do município e dos EUA: “seja bem-vindo ao futuro da metalurgia”.

A unidade em Minas é a primeira planta industrial e comercial da Boston Metal no mundo. A ideia é retirar, por meio da eletricidade da Cemig, metais como nióbio e tântalo dos rejeitos de mineradoras. São metais com alto valor de mercado, utilizados em tecnologia de ponta, como baterias modernas, essenciais para os carros híbridos e elétricos, por exemplo. A ideia é diminuir a dependência de novas minas para obter os metais. 

O processo utiliza uma tecnologia chamada Eletrólise de Ôxido Fundido (MOE, na sigla em inglês), que promete não emitir CO2. Em um processo elétrico, o rejeito é transformado em líquido, e a parte que interessa é depositada no fundo de um recipiente. Além de permitir a extração de metais nobres, o processo pode tornar a armazenagem de rejeitos mais simples, segundo presidente e CEO da empresa, Tadeu Carneiro. “O rejeito estará de outra forma [após o processo], e é possível deixá-lo da forma que se quiser, como blocão ou tijolo”.

Governador de Minas, Romeu Zema (Novo), compareceu à inauguração da Boston Metal — Foto: Gabriel Rodrigues/O Tempo

Embora utilize rejeitos, o processo não reduz significativamente o “lixo” da mineração, pois a concentração de metais nobres no volume tratado é baixa. Para cada porção de metais, é necessária uma quantidade aproximadamente 20 vezes maior de rejeitos. Depois da separação, os resíduos de mineração voltam à responsabilidade da mineradora. 

O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), compareceu à inauguração da Boston Metal. Ele assinou um protocolo de investimentos com a empresa no início de 2023, nos EUA, e comemorou a consolidação do negócio. “Talvez nós não tenhamos ainda a dimensão do que isto aqui significa. Estamos iniciando aqui um novo ciclo de mineração de metalurgia no Estado. O que conhecemos até hoje é a extração de metais de grandes minas utilizando combustível fóssil. O que estamos vendo aqui hoje é o início do que eu poderia chamar de mineração 4.0”, disse. 

Grandes investidores

Fundada em 2013, a Boston Metal tem investimento de gigantes, como a ArcelorMittal, a Belgo e a Vale e a Microsoft. A empresa captou, até então, US$ 350 milhões de investimentos. Ela tem 120 funcionários nos EUA, portanto a operação brasileira deve ser tornar sua maior até 2026.

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