Coral Cidade dos Profetas estreia hoje (24) temporada de concertos com o resgate de composições do período Colonial

As apresentações, que fazem parte do projeto ‘Colonial Inédito’, serão realizadas em Congonhas, Brumadinho e Itabira nos meses de novembro e dezembro

Em uma fascinante viagem pelo tempo, o Coral Cidade dos Profetas, por meio do projeto Colonial Inédito, aprofundou-se ainda mais no rico repertório da música antiga de Minas Gerais, ao resgatar composições que não são ouvidas desde o período colonial no Brasil. Para celebrar o trabalho, feito em parceria com as escolas de músicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Estadual de Minas Gerais, o grupo, ao lado de uma orquestra convidada, dará início a uma temporada de concertos gratuitos, que levará essas descobertas aos públicos de Congonhas, Brumadinho e Itabira. As apresentações serão realizadas nos dias 24 e 26 de novembro e 3 de dezembro e contam com patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e apoio da Prefeitura Municipal de Congonhas.

Ao longo do ano, o Coral Cidade dos Profetas dedicou-se ao estudo de manuscritos datados dos séculos 17, 18 e 19, que fazem parte do acervo de Francisco Solano Aniceto, mais conhecido como Chico Aniceto, atualmente sob curadoria da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). O grupo também teve acesso a peças que pertencem ao Sistema Nacional de Orquestras Sociais (SINOS), uma parceria entre a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O resultado do trabalho de pesquisa deu origem à série de concertos, sob a regência do maestro José Herculano Amâncio, com composições raras desse conjunto, como “Ofício para Quarta-feira de Trevas”, de Lobo de Mesquita, e “Missa de Suassuhy”, de autoria desconhecida. “Para mim e para os coralistas é maravilhosa a sensação de cantar músicas que não sabemos se foram executadas anteriormente. Hoje, estamos apresentando essas partituras para as pessoas e o mundo conhecerem, dando vida àquilo que estava no papel”, destaca Amâncio.

O presidente da Academia Brasileira de Música e professor da Escola de Música da UFRJ, André Cardoso, explica que, por meio do SINOS, foi realizado um trabalho de edição de obras que se mantiveram na forma de manuscritos durante várias décadas, viabilizando suas execuções para coros. “Com o trabalho do Coral Cidade dos Profetas, tais obras ganharam outra dimensão, pois chegam a novos espaços e a um público maior, extrapolando o ambiente religioso e revelando suas altas qualidades artísticas”, completa.

Para o musicólogo e professor da UEMG, Domingos Sávio Lins Brandão, o sentido desta música é justamente chegar aos ouvintes. “O Coral Cidade dos Profetas está proporcionando a mim e aos pesquisadores do acervo da Escola de Música da UEMG a oportunidade de ver a concretização dessas obras, que passaram por um processo de restauração e agora serão disponibilizadas ao público. Essa parceria é fantástica”, reforça.

Integrante do Coral Cidade dos Profetas há 20 anos, o barítono Adriano Maia acompanhou o processo, desde o início, e conta que a experiência de estudar essas partituras e construir a sonoridade de cada uma delas foi enriquecedora. “Como músico e estudioso da música colonial mineira, me sinto honrado e realizado por fazer parte desse projeto. Nossa expectativa é que as pessoas se sintam maravilhadas com o que vamos apresentar”, diz.

Como parte do projeto Colonial Inédito, o Coral Cidade dos Profetas também promoveu uma série de oficinas e ensaios para que esse patrimônio imaterial de Minas Gerais voltasse a ser tocado e apreciado. “A riqueza do projeto é justamente resgatar peças que jamais seriam ouvidas pelo público atual. Durante nossas atividades, percebemos a importância desse resgate para a história da música colonial mineira, uma vez que muitos participantes relataram não ter conhecimento sobre esse acervo e sobre o próprio maestro Chico Aniceto”, ressalta a coordenadora do Programa Educativo do Coral Cidade dos Profetas, Carmem Célia Gomes.

PROGRAMAÇÃO

Congonhas

Abertura da temporada do Projeto Colonial Inédito 2023

Data: Sexta-feira, 24 de novembro – Gratuito

Horário: 20h

Local: Basílica do Senhor Bom Jesus de Matozinhos — Praça do Santuário, 180, Basílica, Congonhas/MG.

Brumadinho

Temporada Projeto Colonial Inédito 2023

Data: Domingo, 26 de novembro – Gratuito

Horário: 18h30

Local: Matriz Igreja Nossa Sra. da Conceição — Praça da Matriz, 1-87, Conceição do Itaguá, Brumadinho/MG

Itabira

Temporada Projeto Colonial Inédito 2023

Data: Domingo, 3 de dezembro – Gratuito

Horário: 18h

Local: Catedral Matriz de Nossa Senhora do Rosário — Praça Monsenhor Felicíssimo, 24, bairro Centro, Itabira/MG

Coral Cidade dos Profetas estreia hoje (24) temporada de concertos com o resgate de composições do período Colonial

As apresentações, que fazem parte do projeto ‘Colonial Inédito’, serão realizadas em Congonhas, Brumadinho e Itabira nos meses de novembro e dezembro

Em uma fascinante viagem pelo tempo, o Coral Cidade dos Profetas, por meio do projeto Colonial Inédito, aprofundou-se ainda mais no rico repertório da música antiga de Minas Gerais, ao resgatar composições que não são ouvidas desde o período colonial no Brasil. Para celebrar o trabalho, feito em parceria com as escolas de músicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Estadual de Minas Gerais, o grupo, ao lado de uma orquestra convidada, dará início a uma temporada de concertos gratuitos, que levará essas descobertas aos públicos de Congonhas, Brumadinho e Itabira. As apresentações serão realizadas nos dias 24 e 26 de novembro e 3 de dezembro e contam com patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e apoio da Prefeitura Municipal de Congonhas.

Ao longo do ano, o Coral Cidade dos Profetas dedicou-se ao estudo de manuscritos datados dos séculos 17, 18 e 19, que fazem parte do acervo de Francisco Solano Aniceto, mais conhecido como Chico Aniceto, atualmente sob curadoria da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). O grupo também teve acesso a peças que pertencem ao Sistema Nacional de Orquestras Sociais (SINOS), uma parceria entre a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O resultado do trabalho de pesquisa deu origem à série de concertos, sob a regência do maestro José Herculano Amâncio, com composições raras desse conjunto, como “Ofício para Quarta-feira de Trevas”, de Lobo de Mesquita, e “Missa de Suassuhy”, de autoria desconhecida. “Para mim e para os coralistas é maravilhosa a sensação de cantar músicas que não sabemos se foram executadas anteriormente. Hoje, estamos apresentando essas partituras para as pessoas e o mundo conhecerem, dando vida àquilo que estava no papel”, destaca Amâncio.

O presidente da Academia Brasileira de Música e professor da Escola de Música da UFRJ, André Cardoso, explica que, por meio do SINOS, foi realizado um trabalho de edição de obras que se mantiveram na forma de manuscritos durante várias décadas, viabilizando suas execuções para coros. “Com o trabalho do Coral Cidade dos Profetas, tais obras ganharam outra dimensão, pois chegam a novos espaços e a um público maior, extrapolando o ambiente religioso e revelando suas altas qualidades artísticas”, completa.

Para o musicólogo e professor da UEMG, Domingos Sávio Lins Brandão, o sentido desta música é justamente chegar aos ouvintes. “O Coral Cidade dos Profetas está proporcionando a mim e aos pesquisadores do acervo da Escola de Música da UEMG a oportunidade de ver a concretização dessas obras, que passaram por um processo de restauração e agora serão disponibilizadas ao público. Essa parceria é fantástica”, reforça.

Integrante do Coral Cidade dos Profetas há 20 anos, o barítono Adriano Maia acompanhou o processo, desde o início, e conta que a experiência de estudar essas partituras e construir a sonoridade de cada uma delas foi enriquecedora. “Como músico e estudioso da música colonial mineira, me sinto honrado e realizado por fazer parte desse projeto. Nossa expectativa é que as pessoas se sintam maravilhadas com o que vamos apresentar”, diz.

Como parte do projeto Colonial Inédito, o Coral Cidade dos Profetas também promoveu uma série de oficinas e ensaios para que esse patrimônio imaterial de Minas Gerais voltasse a ser tocado e apreciado. “A riqueza do projeto é justamente resgatar peças que jamais seriam ouvidas pelo público atual. Durante nossas atividades, percebemos a importância desse resgate para a história da música colonial mineira, uma vez que muitos participantes relataram não ter conhecimento sobre esse acervo e sobre o próprio maestro Chico Aniceto”, ressalta a coordenadora do Programa Educativo do Coral Cidade dos Profetas, Carmem Célia Gomes.

PROGRAMAÇÃO

Congonhas

Abertura da temporada do Projeto Colonial Inédito 2023

Data: Sexta-feira, 24 de novembro – Gratuito

Horário: 20h

Local: Basílica do Senhor Bom Jesus de Matozinhos — Praça do Santuário, 180, Basílica, Congonhas/MG.

Brumadinho

Temporada Projeto Colonial Inédito 2023

Data: Domingo, 26 de novembro – Gratuito

Horário: 18h30

Local: Matriz Igreja Nossa Sra. da Conceição — Praça da Matriz, 1-87, Conceição do Itaguá, Brumadinho/MG

Itabira

Temporada Projeto Colonial Inédito 2023

Data: Domingo, 3 de dezembro – Gratuito

Horário: 18h

Local: Catedral Matriz de Nossa Senhora do Rosário — Praça Monsenhor Felicíssimo, 24, bairro Centro, Itabira/MG

Pesquisadores alertam: é preciso “noção de urgência” sobre o fim da mineração em Itabira

Grupo também considera comunicação da Vale com a comunidade pouco clara

Um grupo de pesquisa da Faculdade de Engenharia Industrial de São Paulo, a FEI, visita Itabira nesta semana para estudar os impactos sociais da mineração e o que o município pode fazer para ter uma transição sustentável até o fim da atividade, previsto atualmente para 2041. As pesquisas conduzidas por Jacques Demajorovic, Adriano Pimenta e Rodrigo Barreto são norteadas por dois temas: a relação da Vale com a comunidade – no que diz respeito à comunicação, divulgação de informações, entre outros – e os modelos adequados para o fechamento de minas. Hoje na segunda etapa da pesquisa, o grupo é enfático ao dizer que a Vale precisa criar canais de diálogo mais claros com os itabiranos, além de alertar sobre a falta de “senso de urgência” geral sobre o tema.

Segundo o professor doutor Jacques Demajorovic, Itabira poderá ser um exemplo, positivo ou negativo, para outros territórios brasileiros que enfrentarem o mesmo cenário futuramente. O trio já havia visitado a cidade em agosto do ano passado, na primeira etapa do projeto, e seguirá realizando pesquisas até esta sexta-feira (6).

“E por que Itabira? Itabira vai ser a grande janela, pro bem e pro mal, para as outras experiências de fechamento do Brasil, porque vai ser o primeiro encerramento em grande escala, no qual temos a possibilidade de fazer as coisas certas ou as coisas erradas. E certamente isso vai influenciar, para um lado ou para o outro, os demais territórios”.

Além de ouvir diferentes setores do poder público, os pesquisadores também conversaram com moradores dos bairros Bela Vista e Nova Vista. E o que se notou nas visitas foi a falta de diálogo da Vale com as comunidades, o que agrava ainda mais a situação, diz Adriano Pimenta.

“(O cenário) É preocupante. O processo precisa de diálogo, engajamento e transparência, e não ser uma decisão unilateral. O que a gente tem visto é isso, não tem esse diálogo, a empresa vai decidindo… o que escutamos da população é que todo mundo soube que o processo de mineração foi estendido não porque a Vale comunicou, mas porque saiu notícia na mídia, porque foi dito na bolsa de valores. Isso já mostra uma falta de diálogo com quem mais será impactado”, opina. “E há uma certa desconfiança das pessoas sobre o que vai ser esse futuro por conta dessa falta de diálogo“, acrescenta Rodrigo Barreto.

mineração
Grupo se reuniu com a presidente da OAB, Patrícia de Freitas, e o presidente da Câmara, Heraldo Noronha, na sede do Legislativo. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Dependência que “emperra”

Outro problema identificado pelo grupo, cujo trabalho de pesquisa deverá ser finalizado em março de 2025, é a “minério-dependência”. Autoexplicativo, o termo exemplifica a dificuldade em se fazer cumprir as leis voltadas à principal atividade econômica da cidade.

“Estávamos conversando que existe uma lei que obriga a Vale a informar sobre o fechamento de minas, mas essa lei parece que não é cumprida. Então, claro, você deveria olhar para quem deve executar a lei e perguntar porque ela não está sendo cumprida. Mas aí a gente entra no tema da ‘minério-dependência’. A dificuldade em se fazer cumprir a lei ou pressionar para que ela seja obedecida muitas vezes esbarra nesse poder que a mineradora possui”, detalha Adriano.

Diversificação econômica

Muito falada no meio político itabirano, a sonhada diversificação econômica também foi, claro, comentada pelos pesquisadores. Para Jacques, ainda há tempo para uma transição saudável, mas é preciso criar uma noção de urgência o quanto antes.

“Quando se discorre sobre o tema, parece que existem caminhos, um interesse pela temática. Mas talvez o que não se tem é a noção de urgência. Até 2041 parece muito tempo, mas não é. Mas me parece um tempo razoável para se fazer um bom processo de transição, depende das forças do território, elas que farão a Vale participar também. Essas forças são a legislação, comunidade e o poder público achar que isso de fato é prioritário.”

Mas ao contrário do que prega o pesquisador, essa não parece ser uma prioridade da gestão municipal. Uma recente reportagem da DeFato mostrou que o eixo da diversificação econômica contará com R$ 94.656.457 milhões em 2024. O montante está acima apenas dos recursos voltados à manutenção da Câmara Municipal, estimados em R$ 31.316.329. Para se ter ideia, a área de “Sustentabilidade e Urbanismo” – que contempla, entre outros, melhorias nas estradas rurais, urbanização de vias e manutenção de praças e jardins – terá a seu dispor R$ 351.521.852 milhões.

Traçando um paralelo com outro trabalho promovido pelo grupo, Jacques pontua que é necessário um planejamento específico para o fim da mineração. “Fizemos um documentário sobre crianças que estão na escola e trabalham na rua em São Paulo. Conversamos com uma especialista em infância e ela nos falou: ‘Onde está a importância da criança? No orçamento. Me mostre onde ela está no orçamento e aí depois você me diz o que é prioritário’. Acho que é a mesma coisa, porque a diversificação econômica depende de ter um fundo criado especificamente para isso, com projetos específicos”, analisa o especialista.

Para o professor, há ações isoladas de alguns dos envolvidos, mas pouco trabalho conjunto. Por fim, ele deixa o alerta: ao contrário de outras atividades, a mineração possui começo, meio e fim.

“Sabemos que tem algumas coisas caminhando na direção de uma Itabira sustentável, mas pelo que vemos aqui não é um negócio que incorpora uma visão da comunidade. Há um pouco da Prefeitura, um pouco da Vale… mas acho que esse é o grande desafio. Se ela aparece, por exemplo, como a 18ª prioridade, com recursos muito pequenos, a prioridade é muito baixa. E aí junta com aquilo que estávamos falando: o sentido de urgência é fundamental. É preciso ter uma visão estratégica, isso faz parte do processo de mineração. A única coisa que sabemos é que mineração tem começo, meio e fim”.

Sobre o grupo

Jacques Demajorovic, Adriano Pimenta e Rodrigo Barreto integram o programa de pós-graduação da FEI. O trabalho é financiado pela bolsa CNPQ e é dividido por três etapas. Na primeira, o objetivo foi entender como a população de Itabira entende os impactos sociais da mineração hoje e futuramente, além da sua visão sobre o futuro da cidade sem a atividade econômica. Nesta fase, foram ouvidos cerca de 16 itabiranos.

A segunda e atual etapa consiste em avaliar, por meio de entrevistas, a comunicação da Vale com a comunidade e as características do território itabirano que podem favorecer o fim da extração mineral de forma mais sustentável. Com as consultas, os pesquisadores esperam chegar a 40 entrevistados.

Por fim, o grupo irá analisar todas as informações colhidas, levantar as forças e fragilidades de Itabira e elaborar o resultado final, que será entregue, inclusive, ao poder público. Além de Câmara e Prefeitura, os pesquisadores da FEI também conversaram com representantes do Sindicato, Acita, OAB e outras entidades.

FONTE DAFATO ONLINE

Pesquisadores alertam: é preciso “noção de urgência” sobre o fim da mineração em Itabira

Grupo também considera comunicação da Vale com a comunidade pouco clara

Um grupo de pesquisa da Faculdade de Engenharia Industrial de São Paulo, a FEI, visita Itabira nesta semana para estudar os impactos sociais da mineração e o que o município pode fazer para ter uma transição sustentável até o fim da atividade, previsto atualmente para 2041. As pesquisas conduzidas por Jacques Demajorovic, Adriano Pimenta e Rodrigo Barreto são norteadas por dois temas: a relação da Vale com a comunidade – no que diz respeito à comunicação, divulgação de informações, entre outros – e os modelos adequados para o fechamento de minas. Hoje na segunda etapa da pesquisa, o grupo é enfático ao dizer que a Vale precisa criar canais de diálogo mais claros com os itabiranos, além de alertar sobre a falta de “senso de urgência” geral sobre o tema.

Segundo o professor doutor Jacques Demajorovic, Itabira poderá ser um exemplo, positivo ou negativo, para outros territórios brasileiros que enfrentarem o mesmo cenário futuramente. O trio já havia visitado a cidade em agosto do ano passado, na primeira etapa do projeto, e seguirá realizando pesquisas até esta sexta-feira (6).

“E por que Itabira? Itabira vai ser a grande janela, pro bem e pro mal, para as outras experiências de fechamento do Brasil, porque vai ser o primeiro encerramento em grande escala, no qual temos a possibilidade de fazer as coisas certas ou as coisas erradas. E certamente isso vai influenciar, para um lado ou para o outro, os demais territórios”.

Além de ouvir diferentes setores do poder público, os pesquisadores também conversaram com moradores dos bairros Bela Vista e Nova Vista. E o que se notou nas visitas foi a falta de diálogo da Vale com as comunidades, o que agrava ainda mais a situação, diz Adriano Pimenta.

“(O cenário) É preocupante. O processo precisa de diálogo, engajamento e transparência, e não ser uma decisão unilateral. O que a gente tem visto é isso, não tem esse diálogo, a empresa vai decidindo… o que escutamos da população é que todo mundo soube que o processo de mineração foi estendido não porque a Vale comunicou, mas porque saiu notícia na mídia, porque foi dito na bolsa de valores. Isso já mostra uma falta de diálogo com quem mais será impactado”, opina. “E há uma certa desconfiança das pessoas sobre o que vai ser esse futuro por conta dessa falta de diálogo“, acrescenta Rodrigo Barreto.

mineração
Grupo se reuniu com a presidente da OAB, Patrícia de Freitas, e o presidente da Câmara, Heraldo Noronha, na sede do Legislativo. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Dependência que “emperra”

Outro problema identificado pelo grupo, cujo trabalho de pesquisa deverá ser finalizado em março de 2025, é a “minério-dependência”. Autoexplicativo, o termo exemplifica a dificuldade em se fazer cumprir as leis voltadas à principal atividade econômica da cidade.

“Estávamos conversando que existe uma lei que obriga a Vale a informar sobre o fechamento de minas, mas essa lei parece que não é cumprida. Então, claro, você deveria olhar para quem deve executar a lei e perguntar porque ela não está sendo cumprida. Mas aí a gente entra no tema da ‘minério-dependência’. A dificuldade em se fazer cumprir a lei ou pressionar para que ela seja obedecida muitas vezes esbarra nesse poder que a mineradora possui”, detalha Adriano.

Diversificação econômica

Muito falada no meio político itabirano, a sonhada diversificação econômica também foi, claro, comentada pelos pesquisadores. Para Jacques, ainda há tempo para uma transição saudável, mas é preciso criar uma noção de urgência o quanto antes.

“Quando se discorre sobre o tema, parece que existem caminhos, um interesse pela temática. Mas talvez o que não se tem é a noção de urgência. Até 2041 parece muito tempo, mas não é. Mas me parece um tempo razoável para se fazer um bom processo de transição, depende das forças do território, elas que farão a Vale participar também. Essas forças são a legislação, comunidade e o poder público achar que isso de fato é prioritário.”

Mas ao contrário do que prega o pesquisador, essa não parece ser uma prioridade da gestão municipal. Uma recente reportagem da DeFato mostrou que o eixo da diversificação econômica contará com R$ 94.656.457 milhões em 2024. O montante está acima apenas dos recursos voltados à manutenção da Câmara Municipal, estimados em R$ 31.316.329. Para se ter ideia, a área de “Sustentabilidade e Urbanismo” – que contempla, entre outros, melhorias nas estradas rurais, urbanização de vias e manutenção de praças e jardins – terá a seu dispor R$ 351.521.852 milhões.

Traçando um paralelo com outro trabalho promovido pelo grupo, Jacques pontua que é necessário um planejamento específico para o fim da mineração. “Fizemos um documentário sobre crianças que estão na escola e trabalham na rua em São Paulo. Conversamos com uma especialista em infância e ela nos falou: ‘Onde está a importância da criança? No orçamento. Me mostre onde ela está no orçamento e aí depois você me diz o que é prioritário’. Acho que é a mesma coisa, porque a diversificação econômica depende de ter um fundo criado especificamente para isso, com projetos específicos”, analisa o especialista.

Para o professor, há ações isoladas de alguns dos envolvidos, mas pouco trabalho conjunto. Por fim, ele deixa o alerta: ao contrário de outras atividades, a mineração possui começo, meio e fim.

“Sabemos que tem algumas coisas caminhando na direção de uma Itabira sustentável, mas pelo que vemos aqui não é um negócio que incorpora uma visão da comunidade. Há um pouco da Prefeitura, um pouco da Vale… mas acho que esse é o grande desafio. Se ela aparece, por exemplo, como a 18ª prioridade, com recursos muito pequenos, a prioridade é muito baixa. E aí junta com aquilo que estávamos falando: o sentido de urgência é fundamental. É preciso ter uma visão estratégica, isso faz parte do processo de mineração. A única coisa que sabemos é que mineração tem começo, meio e fim”.

Sobre o grupo

Jacques Demajorovic, Adriano Pimenta e Rodrigo Barreto integram o programa de pós-graduação da FEI. O trabalho é financiado pela bolsa CNPQ e é dividido por três etapas. Na primeira, o objetivo foi entender como a população de Itabira entende os impactos sociais da mineração hoje e futuramente, além da sua visão sobre o futuro da cidade sem a atividade econômica. Nesta fase, foram ouvidos cerca de 16 itabiranos.

A segunda e atual etapa consiste em avaliar, por meio de entrevistas, a comunicação da Vale com a comunidade e as características do território itabirano que podem favorecer o fim da extração mineral de forma mais sustentável. Com as consultas, os pesquisadores esperam chegar a 40 entrevistados.

Por fim, o grupo irá analisar todas as informações colhidas, levantar as forças e fragilidades de Itabira e elaborar o resultado final, que será entregue, inclusive, ao poder público. Além de Câmara e Prefeitura, os pesquisadores da FEI também conversaram com representantes do Sindicato, Acita, OAB e outras entidades.

FONTE DAFATO ONLINE

Alerta: mais uma vez, nuvem de poeira da Vale invade cidade

O fenômeno, potencializado pelos efeitos da atividade mineral, já que as minas da Vale circundam a cidade, impressionou os itabiranos

No início da tarde desta quarta-feira (17), por volta das 14h, uma grande nuvem de poeira e, sobretudo, partículas de minério de ferro, decorrentes das minas da Vale, tomaram conta do céu de Itabira. A nuvem de pó foi observada em diversos pontos da cidade, como os bairros Areão, Pará e Morada da Brisa. Leitores da DeFato enviaram alguns registros ao portal, confira.

O fenômeno, potencializado pelos efeitos da atividade mineral, já que as minas da Vale circundam a cidade, impressionou os itabiranos. Moradores de diferentes bairros de Itabira registraram o momento em que a poeira e detritos da mineração subiram ao céu. Veja algumas fotos na galeria abaixo!

Rua Ipoema, bairro Pará. Foto: Enviada por leitora ao portal
Mina Cauê vista próxima ao Condomínio Belle Ville, bairro Morada da Brisa. Foto: Enviada por leitor ao portal
Rua Mármore, bairro Areão. Foto: Enviada por leitor ao portal

FONTE DE FATO ONLINE

Fumaça de maconha provoca briga entre vizinhos

Uma confusão “pra lá de Bagdá”. O fato aconteceu na madrugada deste domingo, 17 de outubro. A Polícia Militar foi acionada a comparecer na Rua Cônego José Lopes Magalhães, no bairro Eldorado, em Itabira.

Segundo informações de populares, no local estava havendo uma festa regada a bebidas e com muito barulho. Incomodada, a vizinhança chamou a polícia.

De acordo com vizinhos, um forte odor de maconha vinha de dentro da residência, o que provocou a confusão.

Uma moradora com crianças em casa se sentiu incomodada, foi até a responsável pelo imóvel e pediu para que a perturbação fosse cessada, o que não foi atendido. Ela começou a ser agredida com palavras chulas.

Quando a Polícia Militar chegou foi possível controlar a confusão. Os moradores, que são inquilinos de uma das partes, resolveram entrar em acordo e a ocorrência foi encerrada no local.

FONTE NOTICIAS UAI

Liga de Itabira batiza copa que leva o nome do ex-prefeito de Entre Rios e ex-Presidente do Valério Doce

A Liga Itabirana de Futebol Amador, promove a partir de setembro de 2021, a  Copa Luiz Miranda de futebol amador, em homenagem ao ex presidente do Valério, que faleceu em Julho vitima de acidente de trânsito. Luiz também ocupou o cargo de Prefeito de Entre Rios de Minas (1997/2000).  A Copa tem o apoio da secretaria municipal de esportes e lazer da prefeitura municipal de Itabira.

O primeiro arbitral deve acontecer nesta semana, para definir as equipes que vão participar como também a forma da disputa. 10 equipes já confirmaram a participação. Para participar da Copa Luiz Miranda, como no campeonato de 2022, as equipes deverão estar com as documentações regulares na Liga e na Federação Mineira. A documentação exigida é o CNPJ ativo, ata de eleição e posse da diretoria e estatuto, ambos registrados no cartório civil de pessoas jurídicas. Os jogos acontecerão no Valério, Grêmio e Vila Nova. Devido à pandemia, haverá limite de torcedores, com protocolos para acessar os estádios.

FONTE NOVIDADE WEBRÁDIO


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