LAFAYETTE RODRIGUES PEREIRA – JORNADA PELO BRASIL (LESMA Editores, 2021) – Livro detalha a rica história do Conselheiro Lafayette e sua contribuição para o país
Será lançado no Espaço Cultural Fórum Lafayette, no próximo dia 17 de dezembro a obra, Lafayette Rodrigues Pereira – Jornada pelo Brasil, que por meio do relato histórico biográfico desse importante jurista mineiro, que humaniza o título da obra, pretende ampliar aos leitores a compreensão da organização política, social e econômica do Brasil, perpassada e influenciada pela trajetória de vida desse personagem que, entre meados do século XIX e início do século XX, participou ativamente das principais mudanças rumo a modernização do Brasil.
A obra, organizada pelo professor e escritor Osmir Camilo Gomes, contou com a participação de dezenas de colaboradores, entre redatores, pesquisadores, historiadores, para dar forma à publicação embasada em dezenas de fontes e referenciais, desde arquivos públicos, museus, bibliotecas, biografias, arquivos históricos da imprensa, estudos acadêmicos dentre outros.
O obra resultante possibilita que o leitor possa conhecer o jurista e o Brasil, por meio das várias nuances captadas por diferentes mentes que se interessaram em estudar da história do Brasil e desse importante jurista e político mineiro e sua influência na organização política do Brasil Império e a passagem para o regime republicano, período este onde Lafayette foi figura central de nossa historiografia. No âmbito cultural o jurista corou sua caminhada intelectual como membro da Academia Brasileira de Letras, na cadeira de Machado de Assis. Em homenagem póstuma ao filho ilustre, em 1934, o antigo município de Queluz recebeu o nome de Conselheiro Lafayette em honra ao filho soberano, sendo atualmente um dos principais centros de desenvolvimento econômico e cultural do estado de Minas Gerais.
Sobre o Livro:
Edição: Lesma Editores, 192 páginas em papel couchê, formato 21cm x 30 cm, policromia, capa dura e produzido em parceria coma Secretaria Estadual de Cultura, através de recursos Fundo Estadual de Cultura – FEC. Preço do livro R$50,00. BELO HORIZONTE
O ano de 1842 no Brasil prometia ser duro para o então jovem imperador. Motivo, o Partido Liberal, desde 1º de janeiro, começou a reunir secretamente na Sociedade Patriarcas Invisíveis, de cunho maçônico, preparando para um levante armado contra as medidas chamadas regressivas do Gabinete formado pelo Partido Conservador e pela dissolução da Câmara dos Deputados pelo Imperador D. Pedro II em maio de 1842, principal estopim da revolta.
Em suas reuniões secretas, os Patriarcas Invisíveis traçaram seus planos para combater os conversadores e tentar convencer ao jovem imperador que ele estava apoiando reformas retrógradas e para eles(liberais), era uma afronta a Constituição. Aqui em Minas, representando o Partido Liberal, participa desta organização secreta, Teófilo Otoni que, juntamente, com os demais participantes, decidem que a única saída era pegar em armas e definem a estratégia de iniciar a revolta, primeiro em São Paulo e depois em Minas. “Esse movimento ficou conhecido na historiografia brasileira de” Revolução Liberal” de 1842″.
E o que a Villa de Queluz, hoje Conselheiro Lafaiete, tem haver com isso? Muito!. Já nesta época, existia na grande Queluz uma oligarquia local de dois grupos políticos antagônicos muito forte ligado as famílias Baeta Neves e a Rodrigues Pereira, dentre outras famílias, que foram protagonistas do maior conflito armado da Província de Minas Gerais no século XIX.
Jose Lourenço Baeta Neves (Barão de Queluz) e Antonio Rodrigues Pereira(Barão de Pouso Alegre)
O levante em São Paulo fracassou em 7 de junho, quando os rebeldes liberais paulistas foram derrotados pelo exercito de Caxias no Combate de Venda Grande (assista os episódios sobre o tema em capítulos produzido pela EPTV de Campinas-SP, filiada a Rede Globo no YouTube).
Pintura sobre o Combate de Venda Grande-Campinas-SP
Sem saber da notícia, os liberais mineiros proclamam em 10 de junho de 1842, em Barbacena, um ato militar com as Guardas Nacionais locais, Jose Feliciano, futuro Barão de Cocais, presidente interino dos insurgentes em Minas, que ficou conhecido como, o Fujão, ao desertar do exército rebelde após a vitória dos liberais em Queluz.
Ao receber noticias da eclosão do Movimento armado em Barbacena, os vereadores liberais de Queluz assinam documento reconhecendo Jose Feliciano, Presidente Provisório da Província de Minas Gerais e se preparavam para a guerra contra os conservadores. “Queluz às armas”, gritou Jacob e Marciano Brandão em frente a Câmara dos Vereadores com mais de 500 homens, todos armados.
Queluz foi a segunda cidade a reconhecer o governo provisório em 13 de junho. Minas possuía 42 municípios e 15 aderiram ao Movimento Armado de 1842.
Litografia da Aclamação de José Feliciano, Presidente Interino dos Insurgentes na Praça de Barbacena
Queluz e o palco da Batalha
A frente dos liberais em Queluz, estava o Cel. Antônio Rodrigues Pereira, pai do Lafayete Rodrigues Pereira (Conselheiro Lafayette) que transformou a Fazenda dos Macacos no quartel geral dos insurgentes.
Fazenda dos Macacos e Capela São Gonçalo, em São Gonçalo onde nasceu Marciano Pereira Brandão
A Villa que vivia entorno do Largo da Matriz era constantemente dominada ora pelos legalistas, ora pelos insurgentes durante os 72 dias de conflitos. A localização de Queluz era estratégica pela sua aproximação da capital Ouro Preto. O primeiro conflito entre as tropas inimigas de Queluz, aconteceu em 4 de julho e vencido pelos liberais.
Como medida de segurança, o governador Jacinto da Veiga, transferiu a Câmara de Queluz para o distrito de Catas Altas da Noruega. Mas, o grande combate ainda estava por vir. Reunidos em Santa Amaro(Queluzito), o comando militar dos insurgentes planejam a melhor estratégia para retomar Queluz e tomar de assalto a capital de Minas.
Aí, que entra a figura do Capitão Marciano Pereira Brandão, que segundo Cônego Marinho, autor do livro Historia do movimento politico que no ano de 1842 teve lugar na província de Minas Gerais, destacou que o Capitão Marciano o estrategista da Batalha de Queluz. O seu alvitre de tomar Queluz foi aprovado pelo Comando Militar e o resultado foi extremamente positivo para os insurgentes levando os liberais a vitória. Aliás, a Batalha de Queluz foi o único lugar que as tropas legalistas formadas pela Guarda Nacional e com alguns experientes militares foram vencidas.
Ao amanhecer do dia 27 de julho, as tropas legalista de lenços brancos na ponta das baionetas, renderam-se.
Pintura da artista plástica Cidinha Dutra e o livro do Cônego Marinho sobre o Movimento de 1842
Prisão, Retaliações ,Julgamentos, Assassinatos e Anistia
No dia 20 de agosto, a Batalha de Santa Luzia põem fim ao Movimento Armado liderado pelo Partido Liberal. Os insurgentes liberais são derrotados pelo exercito Imperial comandado por Caxias em Santa Luzia e os principais líderes foram presos e levados a pé a capital, Ouro Preto. O governador da época, o legalista Bernardo Jacinto da Veiga, que não mediu esforços para apressar e condenar todos os envolvidos presos. A radicalização se deu em varias partes de Minas. Os políticos caciques locais do Partido Conservador não perdoaram os rivais. Em Queluz a família do estrategista Capitão Marciano Brandão fora expulsa de Queluz, propriedades foram tomadas, algumas terras salgadas, queimadas, julgamentos até emboscadas com morte foi realizadas pelos vencedores. Olha o que diz, Conego Marinho: “Mandaram, pois prender centenas de indivíduos, fizeram deportações, ordenaram degredos, mandaram dar buscas por toda a província (…) deram causa a que muitos cidadãos, que se conservavam mansos e pacíficos em suas casas, fossem barbaramente assassinados por patrulhas legais (…) A indisposição de algum delegado ou subdelegado (…) conduziu muitos indivíduos para as cadeias, e nunca deixavam de ir acorrentados (MARINHO, 1844/1978, pp.293, 247)”. Julgamentos eram forjados até que o Imperador pressionado pelas forças políticas, em março de 1844, assina decreto de anistia irrestrita para todos que estavam envolvidos no levante.
Museu da Inconfidência, prédio que abrigava em 1842, a Câmara e cadeia para onde foi levado os lideres do Movimento.
Projeto Museu Ceu Aberto: “ Batalha de Queluz “
Largo da Matriz, Jardim de Areia, atualmente Pça Barão de Queluz, palco da Batalha de Queluz em 1842 e local do projeto Museu Céu Aberto, “Batalha de Queluz”.
Bom, como vocês podem perceber o conflito de 1842 entre as oligarquias não foi uma coisa pequena ou que tenha que ser esquecido. A presença de Queluz no Movimento de 1842 foi marcante e a Batalha de Queluz, episódio que teve lugar no largo da Matriz, hoje Praça Barão de Queluz é sem duvida um espaço publico ideal para ser transformada num espaço cultural de relevância histórica política não só de Minas mas, também na história política do Brasil Império. O nosso projeto de criação do Museu Céu Aberto foi apresentado em 2012, pelo Movimento Cultural Memória Viva de Queluz e que, infelizmente não foi abraçado por ninguém até o momento. A visão que eu tenho que a Revolução Liberal de 1842 é um estorvo na historiografia da nossa cidade. O projeto é de baixo custo, trás recursos públicos, atrai turista, embeleza a praça e valoriza a memória histórica política e cultural da Villa de Queluz, hoje Conselheiro Lafaiete. Termino dizendo uma frase que gosto muito do poeta baiano. Castro Alves, que dizia:
“A praça é do povo, como o seu é do Condor” e que venha o Museu Céu Aberto, “Batalha de Queluz” mais cedo ou mais tarde.
Texto do Livro Lafayete Rodrigues Pereira, editado pela Lesma Editora.
O município de PRADOS, no Campo das Vertentes, prepara-se para receber o lançamento do livro Lafayette Rodrigues Pereira, jornada pelo Brasil. O evento será no dia 16 de outubro, sábado, às 17 horas na sede histórica da LIRA CECILIANA (rua Capitão Manoel Dias de Oliveira, 143 – Centro).
Realização da Prefeitura Municipal de Prados em parceria com o Programa Caminhos de Conselheiro Lafayette, com o poio do prefeito Juninho do Lester, dos amigos Gil e Gustavo (Cultura) e Rildo (Saúde).
Após tantos anos (12 anos) de desafios e alguns contratempos estaremos neste dia 16 de outubro, celebrando mais uma vez a cristalização de parte de nosso sonho que é a promoção da obra “Lafayette Rodrigues Pereira – Jornada pelo Brasil”. Os insucessos precisam ser assimilados com maturidade e as vitórias devem ser amplificadas para ecoar para todos os construtores das realizações. Se prepare e venha partilhar deste momento de luz. Em tempos de pandemia é essencial confiar, partilhar e celebrar! Muito obrigado pela sua doação e pelo apoio a nossa jornada. Gratidão a comunidade pradense pela acolhida!
Neste dia 02 de outubro, sábado, o Programa Caminhos de Conselheiro Lafayette, em parceria com a Prefeitura Municipal de Queluzito, e com o apoio do Circuito Villas e Fazendas e o CODAP, com participação especial da Biblioteca Ambulante Avelina Noronha do Instituto Meraki, estará realizando o segundo lançamento da obra literária Lafayette Rodrigues Pereira, Jornada pelo Brasil. Você, seus familiares e amigos estão convidados para uma noite de cidadania e memória. O Programa Caminhos de Conselheiro Lafayette, através de seus pesquisadores, escritores e profissionais da equipe. Após 12 anos de desafios e alguns contratempos estará celebrando uma parte de nosso sonho que é levar a publicação da obra “Lafayette Rodrigues Pereira – Jornada pelo Brasil” a ecoar para todos os construtores desta história. Desta maneira, sua presença no dia 02 de outubro, tanto na missa cultural (19 horas) quanto nas atividades culturais, em frente a Biblioteca Municipal Maria da Glória Albuquerque, as 20 horas é muito desejada pelos organizadores. Se prepare e venha partilhar deste momento de luz. Em tempos de pandemia é essencial confiar, partilhar e celebrar! Vamos apoiar as virtudes da nossa regionalidade mineira. As atividades estarão seguindo as normas sanitárias de prevenção contra os riscos da pandemia. Com segurança e cuidado vamos superar esta etapa difícil. E sua presença é muito importante entre nós!
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