“Não existem diferentes raças. Somos todos iguais. A raça é só uma”, assinala advogada e professora na Tribuna da Câmara

A professora e advogada Elidiane Cristina, participou na noite desta segunda-feira (21) da Tribuna Popular na Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete (MG), explanando de forma vibrante sobre o racismo estrutural presente na sociedade. “Não existem diferentes raças. Somos todos iguais. A raça é só uma”, assinalou.

Dando prosseguimento em sua fala, ressaltou sobre a  violência contra as mulheres negras, além da violação de direitos durante  a escravidão em nosso país, remetendo aos tempos atuais onde, infelizmente, o racismo e preconceito ainda estão presentes no cotidiano.

Ela criticou o estereótipo arraigado na sociedade em relação ao negro, bem como a replicação de conceitos racistas muitas vezes presentes na formação das crianças. “Precisamos ser bons exemplos. Mas que alusão a data, o momento é reflexão e mudanças de atitudes”, apontou.

O seu discurso é o 3º de uma série que faz parte das reflexões alusivas ao Mês das Consciência Negra, instituído pela Lei Municipal nº6.101, de maio de 2022, de iniciativa do Vereador Professor Eustáquio Cândido da Silva (PV). No domingo (20) foi celebrada a data de morte de Zumbi dos Palmares, ícone do movimento negro no Brasil.

O edil citou que pela, primeira vez, ciente de seu papel na sociedade, a Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete instalou um banner alusivo ao Mês da Consciência Negra em Conselheiro Lafaiete, o que sinaliza a importância da data. “Precisamos estar representados nesta Casa e em outros poderes. Somos um povo massacrado e somente a educação pode transformar nossa realidade. Acabou a escravidão e imigrantes ganharam terras, porém os negros não. Precisamos reparar este erro histórico e nossa essência é mãe África”, comentou.

Mês da Consciência Negra é comemorado em Lafaiete e professora será homenageada

Instituído pela Lei Municipal nº087/2021, o mês da Consciência Negra acontece desde o ano passado em Lafaiete em referência ao líder Zumbi dos Palmares (1655ª 1695), considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da luta contra a escravidão, lutou também pela liberdade de culto religioso e pela prática da cultura africana no País.
O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra. A data foi instituída em 1970.
Na sessão da Câmara de Lafaiete (MG) na noite desta terça-feira (8), a professora e Presidente da Associação Desportiva Cultural Cativeiro Capoeira, Daisy Angélica Cordeiro, foi a protagonista na Tribuna Popular na qual discorreu sobre os projetos sociais da entidade e sua luta em favor do povo negro e implementação de políticas afirmativas de inclusão e conscientização.
“Nosso trabalho vai além da capoeira”, sentenciou. Professora e ativista, Daisy iniciou no movimento há mais de 20 anos onde apreendeu a jogar capoeira sob as mãos do Professor Eustáquio, um dos precursores do movimento negro, hoje Vereador eleito pelo Partido Verde.
Daisy reforçou a importância da celebração do mês da consciência negra em Lafaiete mas observou que a data não deveria ser lembrada não somente neste momento. “A nossa proposta é formar cidadãos de bem”, comentou. Segundo ela, a capoeira deveria fazer parte da grade curricular como outras disciplinas que valorizem a identidade e resgate do povo negro.
Através da indicação do Vereador Professor Eustáquio, a Câmara aprovou Moção de Aplauso da Professor Daisy Cordeiro em reconhecimento pelo seu trabalho em favor da afirmação e protagonismo do movimento negro e os projetos sociais desenvolvidos em Lafaiete.

Vereador

Durante sua fala na sessão, o Vereador Eustáquio Silva lembrou a importância da comemoração do Mês da Consciência a dívida histórica do Brasil como o povo negro. “Não é somente este mês, mas todos que devemos referenciar e valorizar o papel do negro na formação do povo brasileiro”, disse. “Não é momento para comemorar e sim refletir o que está sendo feito para combater a desigualdade, a discriminação, o preconceito, o racismo. Não é revolta, é lembrar o que passou, muito na vida a gente esquece o que o tempo apagou. No fim da escravidão espanhóis, portugueses, etc, todos ganharam terras para ter uma vida digna. Porque não deram 20 alqueires de terra para cada escravizado nesse país? Como vão pagar essa dívida?”, comentou.
Recursos

Ele citou que pela primeira vez, através de recursos do Orçamento Impositivo, destinou recursos para promoção de oficinas de capoeira. “O caminho é a educação”, apontou.
Neste ano, uma extensa programação que a luta de igualdade de direitos a resistência e valorização da identidade negra.

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