Gripe espanhola: 5 hábitos de saúde que mudaram após pandemia que arrasou o mundo em 1918

Foi um evento tão traumático que durante meio século ninguém quis se lembrar dele.

A pandemia de gripe que ocorreu entre 1918 e 1919 foi a maior que o mundo sofreu em todo o século 20 e uma das piores registradas na história da humanidade.

Conhecida como “gripe espanhola”, esta doença causou cerca de 25 milhões de mortes — mas o número real, segundo algumas estimativas, pode se de 40 a 50 milhões.

“Só nos Estados Unidos, 675 mil pessoas morreram, ou até mais. Foi uma perda enorme, mas você não pode separá-la do fato de que ela aconteceu ao mesmo tempo que a Primeira Guerra Mundial. Esses dois eventos estavam completamente ligados”, disse. diz o historiador Kenneth Davis, autor do livro More Deadly Than War (“Mais mortal que a guerra”, em tradução livre), à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC).

Ele diz que enquanto a guerra terminou em novembro de 1918, a gripe continuou a matar e causou mais mortes em todo o mundo do que o próprio conflito.

“A vida parou completamente nos Estados Unidos e em muitos outros lugares ao redor do mundo. As pessoas não podiam ir à igreja ou se movimentar livremente, tinham que usar máscaras, etc. Todas as coisas que associamos hoje à atual pandemia aconteceu em 1918, embora em escala diferente porque o país era muito menos urbanizado na época.”

A sociedade reagiu, então, com um desejo tremendo de “voltar à normalidade”, ideia que foi o slogan de campanha de Warren Harding, que venceu as eleições presidenciais nos EUA em 1920.

“As pessoas queriam esquecer a guerra, a pandemia e suas terríveis perdas, mas também queriam se divertir”, diz Davis, que vê uma ligação clara entre esses traumas e o surgimento dos míticos “20 anos”, época associada ao jazz e à agitada vida noturna.

Pandemia e guerra provocaram uma mudança nas mulheres e na forma como a sociedade as percebia, pois para lidar com esses acontecimentos elas agora participavam de atividades produtivas, trabalhando em fábricas, escritórios e hospitais. “Não é por acaso que foi nessa época que a emenda que deu direito ao voto às mulheres foi aprovada nos Estados Unidos”, diz o historiador.

Mulheres que trabalham como maqueiras para a Cruz Vermelha
A participação das mulheres na vida profissional aumentou durante a guerra e a pandemia

No caso dos EUA, esse duplo trauma trouxe consigo outras mudanças polêmicas: o crescimento de adeptos do isolacionismo perante o mundo e o ressurgimento da Ku Klux Klan.

“As pessoas achavam que as ideias perigosas, assim como a pandemia, vinham do exterior, por isso muitos queriam fechar o país. Na verdade, havia pessoas que acreditavam que os alemães causaram a pandemia como uma tática de guerra. Essa atitude se refletiu posteriormente em uma dura reforma imigratória que restringiu a imigração europeia. Eles viam os imigrantes como perigosos, sujos e doentes “, diz Davis.

Quanto à Ku Klux Klan, ele explica que sua ascensão se deveu ao medo da população de que os soldados afro-americanos que foram lutar na guerra na Europa voltassem ao país exigindo mais direitos.

“O crescimento da Ku Klux Klan também foi impulsionado pela rejeição de estrangeiros e imigrantes, pois havia um forte movimento nativista no país que refletia a tendência isolacionista”, acrescenta.

Mas quais foram as principais mudanças de saúde que a pandemia de 1918 trouxe na vida das pessoas? Confira cinco hábitos de saúde que mudaram desde então.

1. O uso de copos descartáveis

Antes da pandemia de gripe de 1918, era comum que prédios públicos nos EUA e estações de trem tivessem uma espécie de copo de metal conhecido como “concha de lata” que era usado para servir e beber água. Era o mesmo copo para todos, então dezenas ou centenas de pessoas o usavam todos os dias.

Recomendações das autoridades de saúde americanas durante a pandemia de gripe de 1918
Recomendações das autoridades de saúde americanas durante a pandemia de gripe de 1918

Esse hábito anti-higiênico só foi erradicado com a chegada da pandemia quando esses copos de metal foram substituídos pelos copos descartáveis ​​Dixie, que se tornaram onipresentes desde então.

Embora tenham sido criados em 1907 e promovidos como forma de proteger a saúde contra germes sob o nome de Health Kup, esses copos descartáveis não conquistaram os consumidores.

Com a pandemia eles foram renomeados como Dixie e promovidos agressivamente em propagandas como medida necessária para proteção contra a doença. Desde então, tornaram-se um sucesso que seria exportado para todo o mundo.

2. Cobrir a boca ao tossir e espirrar

O hábito de cobrir a boca ou o nariz com lenço ao tossir e/ou espirrar foi outro hábito de saúde que se generalizou durante a pandemia de influenza.

Cartaz
Cartazes assim faziam parte da campanha de informação que tentou controlar a pandemia

“Tosses e espirros espalham doenças” era um dos slogans adotado pelas autoridades de saúde dos EUA durante a pandemia.

A mensagem foi impressa em cartazes alertando que tosses e espirros eram “tão perigosos quanto uma bomba envenenada”.

3. Evitar cuspir em locais públicos

Até a chegada da pandemia de gripe de 1918, cuspir em locais públicos era visto como um hábito socialmente aceitável.

Campanhas contra cuspir em locais públicos.
Desde o final do século 19, são feitas campanhas contra cuspir em locais públicos, mas foi com a pandemia que esse hábito começou a ser mal visto socialmente

Embora por algumas décadas, graças às campanhas contra a tuberculose, houvesse movimentos a favor de proibir essa prática e mesmo em algumas cidades tenham sido aprovadas sanções, não foi possível erradicá-la.

“Você era multado em US$ 1 se cuspisse no metrô de Nova York e tinha que comparecer a um tribunal. Em todo o país, especialmente em lugares como Filadélfia, onde a pandemia havia sido forte, havia cartazes em todos os lugares alertando que cuspir mata”, diz Kenneth Davis.

O historiador lembra que naquela época muitas pessoas tinham o hábito de mascar tabaco, por isso costumavam cuspir com frequência, mas que após a pandemia muitas pessoas se conscientizaram de que cuspir em público não era recomendado nem aceitável do ponto de vista da saúde.

4. Ventilar os espaços

Embora em 1918 os médicos começassem a entender que havia certas doenças que eram transmitidas pelo ar, Davis explica que ainda havia alguma confusão sobre como isso acontecia.

Cartaz em um transporte público de 1918 a 1919 que recomenda abrir as janelas para evitar doenças
A ideia de manter as janelas abertas para evitar o contágio ganhou bastante força durante a pandemia

“Se você estivesse em um bonde em uma cidade como Filadélfia ou Nova York e estivesse frio, não ia querer abrir as janelas e, além disso, havia alguns médicos que recomendavam mantê-las fechadas porque temiam que os vírus se espalhavam pelo ar [circulando]. E realmente era assim que acontecia, mas por causa da respiração próxima dos outros, e não por causa do vento”, diz Davis.

“A questão de manter as janelas abertas ou fechadas foi um tema controverso de debate entre os médicos. Com o tempo, foi entendido que o ar fresco e a luz do sol eram realmente bons para os pacientes, mas por muito tempo a prática era fechar as janelas. Quando havia um pessoa doente, ela ficava trancada em um quarto, coberta com cobertores e muitas vezes acabava desidratada por causa da febre. Às vezes, a cura era pior do que a doença”, diz.

Mas em 1918 e 1919, a ideia de manter as janelas abertas para evitar o contágio ganhou grande força. “Mantenha as janelas do seu quarto abertas! Evite gripe, pneumonia e tuberculose”, diziam cartazes que foram colocados nos transportes públicos.

5. Um aquecedor sob a janela

A prática de abrir as janelas para manter os quartos arejados levou a outra prática que transformou o design da casa americana: colocar um aquecedor de aço sob as janelas.

Ilustração da década de 1920 mostrando o aquecedor sob a janela
Após a pandemia, a ideia de colocar o aquecedor embaixo da janela ficou muito popular

Como as autoridades sanitárias recomendavam manter as janelas abertas mesmo nos dias mais frios do inverno, os engenheiros buscaram formas de manter os cômodos aquecidos mesmo nessas circunstâncias. O resultado foi colocar o radiador naquele local. Uma prática que continua até hoje.

“O aquecedor foi colocado sob a janela porque eles pensavam que seria a maneira mais eficaz de aquecer o ar frio que entra pela janela”, diz Davis.

Um último hábito de saúde que surgiu durante a pandemia de gripe foi o uso de máscaras, embora isso não tenha continuado ao longo do tempo.

O historiador aponta que elas eram um pouco “primitivas” em comparação com as de hoje. Esperava-se que as pessoas as usassem em casa com camadas de gaze ou pano e as lavassem após o uso antes de colocá-las novamente.

“Claramente elas não eram tão eficazes quanto uma N95 e poucas pessoas se preocupavam em fazê-las e lavá-las adequadamente”, diz Davis.

Em 1918, as máscaras eram mais rudimentares
Em 1918, as máscaras eram mais rudimentares

No entanto, houve casos de muito sucesso, como em São Francisco, onde as autoridades aplicaram regulamentações rígidas sobre o uso de máscaras e conseguiram manter um baixo índice de infecções e mortes.

“Depois eles relaxaram a regra e tiveram um grande aumento nas mortes porque as pessoas não queriam colocar suas máscaras de volta depois de pararem de usá-las. Elas se recusaram usando muitos dos mesmos argumentos que ouvimos agora. Ficou muito claro que as máscaras eram muito eficazes em locais onde seu uso era necessário”, diz ele.

Embora esses hábitos de saúde pública tenham sido incorporados ao cotidiano a partir do aprendizado obtido durante a pandemia de 1918, Davis ressalta que o trauma causado por ela foi tão grande que, pelo menos nos EUA, esse episódio foi ignorado por décadas e que só meio século depois é que a comunidade científica quis revisitar o assunto.

“A sociedade americana passou por algo terrível que não queria repetir, mas também não queria pensar nisso, e acho que é por isso que essa pandemia foi esquecida há muito tempo”. diz Davis.

“Enquanto escrevia meu livro, conheci muitas famílias que me disseram que sabiam que sua avó havia morrido de gripe, mas que ninguém sabia muito sobre isso porque era algo que não se falava. perigoso segredo de família que você queria esconder. E foi assim que a gripe espanhola foi tratada por quase meio século”, conclui.

FONTE YAHOO NOTICIAS

Adiado pela pandemia, o Reszendão está de volta, agora em Congonhas

Inicialmente previsto para 25 e 26 de julho de 2020 e adiado por tempo indeterminado por conta da pandemia, deve mesmo avançar o 22º Encontro Nacional da Família Reszende – mais conhecido por Reszendão. O evento está previsto para acontecer nos dias 16 e 17 de julho no Hotel H2 da cidade mineira de Congonhas. A informação é de Marcelo Fonseca Rezende, membro da Comissão Organizadora do evento. 

A família Resende começou em Minas Gerais, através de dois portugueses, como assinala Antônio Egg Resende, responsável pela divulgação do Reszendão. O primeiro foi o açoriano (da ilha de Santa Maria) João de Rezende Costa, que chegou a Minas por volta de 1720 e se casou, em 03/10/1726, com Helena Maria de Jesus (da ilha do Faial) na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Prados. O casal foi morar na Fazenda Engenho Velho dos Cataguás, em Lagoa Dourada, e dali seus descendentes se espalharam por todo o Brasil. 

O outro português foi  Caetano de Souza Resende, que chegou em meados do século VIII e se casou, em 14/01/1760, com Quitéria Maria da Conceição, na Capela de São Gonçalo do Bação, atual Itabirito, onde fixaram residência. Seus descendentes também se espalharam pelo Brasil, principalmente para a região do Triângulo Mineiro e dali para os estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 

No dia 16, a partir das 18 horas, haverá coquetel de recepção dos convidados. No segundo dia do encontro (17), estão previstos missa às 10 horas na matriz de Nossa Senhora da Conceição, foto oficial na escadaria da igreja e almoço para os convidados.  

Além de Marcelo Rezende, fazem parte da Comissão Organizadora: Odete da Consolação de Oliveira (coordenadora); Maria da Glória Egg de Resende Marcossi, Alberto Resende (Beto) e Antônio Egg Resende (divulgação).

Uma sugestão de Antônio Egg é que os participantes estendam a estadia, visitando as cidades próximas de Ouro Preto, a antiga capital mineira, e de Mariana. Dessa forma, poderão apreciar “as belezas coloniais de sua edificação, das riquezas minerais e também da nossa variada natureza, em que se pontificam as montanhas, rios e cachoeiras”.

Mais informações sobre inscrição podem ser obtidas com Odete Oliveira pelo telefone (31) 99554-5948. Já as reservas de hospedagem podem ser feitas com Carla pelo telefone (31) 3731-4010.

O Primeiro Encontro Nacional da Família Rezende foi realizado em 1999, na cidade paulista de Taubaté, por iniciativa dos irmãos Suely Aparecida de Rezende Guisnburg, Maria do Carmo Rezende e Marco Afonso de Faria Rezende. A partir do segundo ano, o evento passou a ser denominado Reszendão.

FONTE JORNAL DAS LAJES

Aloísio Rezende visita empresa que driblou a pandemia, gerou empregos e aumentou a produção

A pandemia da Covid-19 afetou os setores da economia principalmente o comércio. Vários segmentos não conseguiram resistir ao momento difícil e acabaram encerrando as atividades.

Mas em meio à crise econômica também há empresas que conseguiram gerar empregos e ampliar a produção como é o caso da Zorô Sports, instalada no bairro Barreiro em Belo Horizonte que é especializada na confecção de material esportivo. Na terça-feira, 10/05, a empresa recebeu a visita do empresário Aloísio Rezende que foi recepcionado pelo proprietário Douglas Costa e pelo jornalista Carlos Alberto Silva que já atuou na imprensa em Conselheiro Lafaiete e hoje é responsável pela área de comunicação e marketing da Zorô Sport.

Em 2020, com o avanço da pandemia a empresa teve que seguir os protocolos sanitários ficando temporariamente fechada. Com isso o funcionamento passou a ser interno para dar sequência na produção dos uniformes esportivos que já estavam encomendados. Neste período também surgiu a oportunidade para a produção de máscaras de proteção contra a Covid-19 personalizadas. A demanda foi tanta que a Zorô Sport chegou a produzir 12 mil máscaras por mês.

Já com a flexibilização gradativa das atividades, a Zoró Sport voltou a receber um grande volume de encomendadas de uniformes para atender as equipes de futebol de Belo Horizonte e da região metropolitana. Com isso, foi necessário ampliar o número de funcionários de cinco para 18 para atender a demanda.
Aloísio Rezende conheceu de perto o processo de confecção dos uniformes esportivos personalizados e parabenizou o proprietário Douglas Costa pelo trabalho realizado. “É importante a gente conhecer de perto histórias de sucesso que servem de exemplo principalmente para quem atua na área comercial”, afirmou.

Após 2 anos de pandemia, Brasil decreta fim da emergência sanitária da Covid

Ainda há registros de infecções e internações, mas são significativamente inferiores ao que foi observado durante os três picos da doença

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou, na noite deste domingo (17), o fim do estado de emergência devido à pandemia de Covid. O anúncio foi feito em pronunciamento em TVs e rádios, transmitido às 20h45. 

Dessa forma, chega ao fim a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) pela Covid, que pode afetar as políticas públicas que poderiam ser adotadas somente no período emergencial. 

“Sentimos todas as perdas, mas com a força do nosso Sistema Único de Saúde (SUS) salvamos muitas vidas. Temos hoje condições de anunciar o fim. Nos próximos dias, será editado um ato normativo da decisão. A medida, no entanto, não significa o fim da Covid-19. Continuaremos a conviver com o vírus”, pontuou o chefe da pasta, dizendo ainda que o governo investiu R$ 100 bilhões com o combate à Covid desde 2020. 

Durante o pronunciamento, o ministro fez questão de agradecer ao trabalho desempenhado por médicos e outros profissionais de saúde que atuaram na linha de frente de combate à Covid, mas não explicou como o encerramento da Espin pode afetar, na prática, a vida dos brasileiros.

Fez questão ainda de reforçar que o Brasil vivenciou a maior campanha de vacinação de sua história, com 476 milhões de doses de imunizantes contra a Covid. O ministro afirmou que 73% dos brasileiros completaram o esquema vacinal e 71 milhões receberam a dose de reforço. “Temos vacinas disponíveis e os brasileiros acessam livremente a essa política pública de saúde”, disse Queiroga, garantindo que o Estado vai continuar agindo no cuidado de pessoas que forem infectadas pelo vírus ou sofrerem sequelas da doença. 

Somente no Ministério da Saúde, 170 regras podem ser impactadas com a finalização da emergência sanitária. O fim da Espin poderia encerrar o uso emergencial de vacinas e medicamentos relativos à doença, mas o ministro já teria pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a extensão do prazo de uso dos fármacos por mais um ano. A vacina Coronavac, por exemplo, não recebeu a aprovação definitiva pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e vem sendo utilizada na imunização de crianças entre 6 e 11 anos. 

Cenário favorável

Com um índice de vacinação alto e uma população muito mais experimentada (termo usado pelos médicos para se referir ao contato das pessoas com o vírus), fica cada vez mais difícil para a ômicron continuar circulando entre os brasileiros. Ainda há registros de infecções e internações, mas são significativamente inferiores ao que foi observado durante os três picos da doença. 

O coronavírus ainda está presente na sociedade, mas não impacta mais a estrutura de saúde como nos dois primeiros meses do ano, durante a terceira onda. Uma prova disso é a queda vertiginosa no número de mortes nas últimas semanas. De acordo com o painel do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o país registrou 22 mortes pela doença entre sábado (16) e domingo (17).

Entre os dias 10 e 16 de abril, foram 718 óbitos no país – entre 13 e 19 de março, foram 2.167. Em Minas, o número de vítimas do coronavírus também caiu. Desde o primeiro dia do mês, o Estado registrou 234 óbitos por Covid, o que corresponde a 0,38% das 61.113 vidas perdidas pela doença desde março de 2020. Ao longo de todo o mês de março de 2022, foram contabilizadas 1.203 mortes. 

O último boletim do Observatório da Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicou tendência de queda de casos em todos os estados brasileiros. Houve um decréscimo de 36% nos casos diários e 41% no número de óbitos, em relação à quinzena anterior.  “Os dados permitem afirmar que a ‘terceira onda’ epidêmica no Brasil, com o predomínio da Ômicron entre os casos, está em fase de extinção”, afirmaram os pesquisadores no boletim. 

Mas isso não quer dizer que a vigilância possa ser deixada de lado. Para a Fiocruz, “todo o sistema de saúde deve se valer do período de menor transmissão da Covid-19 para readequar os serviços para o atendimento de demandas represadas durante as fases anteriores de alta de casos, com a distribuição estratégica de teses, a capacitação profissional para atividades de vigilância e cuidado, o reforço da atenção primária de saúde e o atendimento de síndromes pós-Covid”.

Mais de dois anos de estado de emergência

O estado de emergência em saúde pública no dia 4 de fevereiro de 2020. Essa medida pode ocorrer em casos de emergências epidemiológicas (como o coronavírus), desastres e desassistência à população. Desde então, uma série de ações foram tomadas, como a aprovação do uso emergencial de uma vacina pela primeira vez no país, que ocorreu em janeiro de 2021.

Além disso, houve contratações sem licitações e a emissão de créditos extraordinários, que não são computados dentro do teto de gastos.

Em maio de 2021, a Secovid (Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19) foi criada, por meio de um decreto, para coordenar as ações durante a emergência em saúde pública. Na prática, ele perde sua função caso haja o fim da emergência sanitária.

(Com Folhapress)

FONTE O TEMPO

Alerta: Motorista com CNH vencida na pandemia pode ser multado

Crise sanitária trouxe mudanças nos prazos de renovação do documento. Porém, brechas no calendário estão com os dias contados

A pandemia abriu brechas em relação ao prazo de renovação da CNH. No entanto, com a reabertura da economia, condutores com a Carteira Nacional de Habilitação vencida até dezembro de 2020 devem correr contra o tempo para renovar o documento. Caso contrário, ele poderá cometer uma infração gravíssima.

Devido a paralisação das atividades administrativas de órgãos de trânsito por causa da pandemia, muitos motoristas não conseguiram renovar suas habilitações. É o que explica o Departamento de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), que informou que no estado 163.724 condutores estão com o documento atrasado.

Calendário de renovação das carteiras de habilitação

O cronograma para as CNHs que estão perto de vencer ficou definido da seguinte forma:

  • Mês e ano de Vencimento –  Limite de Renovação
  • Janeiro / fevereiro de 2022 até 30 de novembro de 2022
  • Março / abril de 2022 até 31 de dezembro de 2022
  • Maio de 2022 até 31 de janeiro de 2023
  • Junho de 2022 até 28 de fevereiro de 2023
  • Julho de 2022 até 31 de março de 2023
  • Agosto de 2022 até 30 de abril de 2023
  • Setembro de 2022 até 31 de maio de 2023
  • Outubro de 2022 até 30 de junho de 2023
  • Novembro de 2022 até 31 de julho de 2023
  • Dezembro de 2022 até 31 de agosto de 2023

Qual o valor da multa em caso de CNH vencida?

Após o prazo do vencimento, o motorista que continuar dirigindo com a habilitação vencida pode receber uma multa de R$ 293,47, além de 7 pontos na carteira (infração gravíssima).

No caso de condutores das categorias C, D e E, o valor da penalidade é bem maior, podendo chegar aos R$ 1,5 mil, além dos 7 pontos na carteira por infração gravíssima. É válido ressaltar que esses grupos também precisam manter em dia o exame toxicológico para garantir o direito de pilotar.

FONTE EDITAL CONCURSOS

Diário da Covid-19: Após 2 anos, a pandemia virou endemia?

Série para o #Colabora chega ao fim com as dúvidas dos especialistas se o mundo terá o terceiro ano da emergência sanitária ou haverá redução constante do número de casos e de óbitos

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que o mundo enfrentava uma emergência sanitária e elevou a classificação da “COrona VIrus Disease” (COVID) para o nível de pandemia no dia 11 de março de 2020, embora as primeiras infecções do novo coronavírus tenham sido identificadas no final de 2019. Após 2 anos, o mundo contabilizou, oficialmente, 455 milhões de pessoas infectadas (cerca de 6% da população mundial) e mais de 6 milhões de vidas perdidas (quase uma morte para cada 1 mil habitantes). Certamente, o número real é bem maior do que o oficial, embora seja difícil avaliar toda a subenumeração dos registros.

Mas cabe a pergunta: vamos iniciar o terceiro ano da emergência sanitária ou haverá redução do número de casos e de óbitos com a pandemia se transformando em endemia?

Não existe consenso entre os epidemiologistas sobre os desdobramentos futuros da doença e nem sobre o momento de definição do fim da pandemia. De fato, havia um arrefecimento da pandemia em outubro de 2021, mas o surgimento da variante Ômicron gerou o maior surto pandêmico em janeiro de 2022. Embora os números tenham diminuído em fevereiro e março, ainda permanecem em patamar elevado e novas variantes podem surgir, especialmente em um cenário de guerra, como acontece atualmente no leste europeu, já que o movimento de tropas e uma emigração em massa podem contribuir para a difusão de novas cepas do vírus.

O gráfico abaixo do site Our World in Data, com dados da Universidade Johns Hopkins, mostra que o número de pessoas infectadas no mundo continua acima de 1,5 milhão de casos diários (200 indivíduos infectados por milhão) e o número de vítimas fatais da covid-19 está na casa de 7 mil óbitos diários (0,8 óbito por milhão). Todo mundo quer o fim da pandemia, mas não será ignorando os números que isto ocorrerá e sim com o reforço das medidas de prevenção.

Sem dúvida, existe uma tendência de queda, especialmente, das mortes globais, mas o quadro internacional da pandemia é heterogêneo. O gráfico abaixo mostra que o número de casos está caindo nas Américas e na África, mas está subindo na Oceania, Europa e Ásia. As curvas de mortalidade estão caindo em todos os continentes. Mas existem países que estão passando por dificuldades. A Coreia do Sul, por exemplo, que conseguiu controlar a pandemia em 2020 e 2021 assiste atualmente a um grande surto de casos e, inclusive, um aumento das mortes, embora o coeficiente de mortalidade do país seja bastante baixo.

Uma doença pode ser endêmica e, ao mesmo tempo, mortal. A malária matou mais de 600.000 pessoas em 2020. Dez milhões de pessoas adoeceram com tuberculose no mesmo ano e 1,5 milhão morreram. Endêmico certamente não significa que a evolução de alguma forma domou um patógeno para que a vida simplesmente retorne ao normal

Aris KatzourakisEpidemiologista

Há uma diferença expressiva entre o número de óbitos registrados da covid-19 e o cálculo do excesso de mortes, que pode ser considerado uma estimativa mais realista do verdadeiro número de vítimas fatais da pandemia. O gráfico abaixo mostra o excesso de mortes no mundo e nos 10 países mais populosos até o dia 06 de março de 2022, segundo metodologia da revista britânica The Economist. Nota-se que o excesso de mortes no mundo foi estimado em 19,9 milhões de óbitos (contra 6,04 milhões registrados). Na Índia, o excesso de mortes ficou em 5,64 milhões (contra 516 mil registradas). Na Rússia 1,19 milhão de mortes (contra 352 mil registradas). Nos Estados Unidos 1,17 milhão de mortes (contra 967 mil registradas). No Paquistão 843 mil mortes (contra 31 mil registradas). Na Indonésia 826 mil mortes (contra 152 mil registradas). No Brasil 778 mil mortes (contra 656 mil registradas). No México 711 mil mortes (contra 321 mil registradas). Em Bangladesh 534 mil mortes (contra 29 mil registradas). Na China 284 mil mortes (contra 4,6 mil registradas) e na Nigéria 220 mil mortes (contra 3 mil registradas).

O fato é que a expectativa de vida ao nascer do mundo e da maioria dos países apresentou uma queda nos anos de 2020 e 2021. Porém, ainda não existem cálculos comparativos e sistemáticos para se avaliar o tamanho da queda. Mas essa lacuna será superada até junho de 2022, quando a Divisão de População da ONU divulgar as novas projeções populacionais apresentando os indicadores de mortalidade, natalidade e migração para o mundo, regiões e todos os países da comunidade internacional.


De qualquer forma, mesmo considerando apenas os dados oficiais do número de vidas perdidas para a covid-19, alguns países possuem um coeficiente de mortalidade (óbitos por milhão de habitantes) extremamente alto. O gráfico abaixo mostra o Peru com o maior coeficiente, com 6,3 mil óbitos por milhão, seguido da Bulgária com 5,2 mil óbitos por milhão. Bósnia e Herzegovina, Hungria, Macedônia do Norte e Geórgia possuem coeficientes entre 4 e 5 mil óbitos por milhão. O Brasil está em 13º lugar com um coeficiente de 3,1 mil óbitos por milhão. A média mundial no dia 11 de março de 2022 é de 766,5 óbitos por milhão. Abaixo do coeficiente global aparecem, dentre outros países, Vietnã, Índia, Coreia do Sul, Nova Zelândia e China.

Todos os dados apresentado acima mostram que o impacto da covid-19 tem sido muito grande no mundo, sendo que os países do leste europeu, de clima frio e estrutura etária muito envelhecida, apresentam os maiores coeficientes de mortalidade (além do Peru que lidera o ranking global). Mas também existem países, como a Nova Zelândia, que apresentam coeficientes de mortalidade muito baixos.

Todavia, tudo indica que o pior da pandemia já passou, pois a curva de mortalidade está em declínio na grande maioria dos países do mundo. Há quem diga que é o fim da pandemia. Diversos países já relaxaram as medidas de distanciamento social. No Rio de Janeiro, o secretário de Saúde, Daniel Soranz, disse que “a pandemia virou uma endemia”. Segundo ele, em um cenário de maior normalidade, a covid-19 deixou de ser vista como uma emergência de saúde e muitas das restrições foram revogadas, como o uso de máscaras, a proibição de aglomerações e a exigência do passaporte vacinal.

Mas como mostramos no “Diário da Covid-19: O mundo já tem mais infectados em 2022 do que em todo 2020”, aqui no # Colabora (30/01/22), a transformação da pandemia em endemia não significa que se deve abandonar as medidas de prevenção conhecidas e a universalização das vacinas. Como escreveu o epidemiologista Aris Katzourakis, no artigo “COVID-19: endemic doesn’t mean harmless”, publicado na revista acadêmica, Nature (24/01/2022): “Uma doença pode ser endêmica e, ao mesmo tempo, mortal. A malária matou mais de 600.000 pessoas em 2020. Dez milhões de pessoas adoeceram com tuberculose no mesmo ano e 1,5 milhão morreram. Endêmico certamente não significa que a evolução de alguma forma domou um patógeno para que a vida simplesmente retorne ao normal”.

Portanto, podemos comemorar a redução do número de casos e óbitos da covid, mas não parece estar na hora de ignorar totalmente a presença do SARS-CoV-2. No dia 12 de março de 2022, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) registrou 29,4 milhões de casos e 654,9 mil óbitos da covid-19 no Brasil. A média móvel de 7 dias ficou em 45,3 mil casos diários e 431 óbitos diários. Na virada do ano estes números eram cerca de 5 vezes menores. Portanto, todo cuidado é pouco e, mesmo que a pandemia seja reclassificada para endemia, os cuidados individuais e com a saúde pública precisam continuar fazendo parte do dia a dia das pessoas e das autoridades governamentais.

O fim do Diário da Covid-19

Assim como a pandemia, o Diário da Covid-19 está completando 2 anos. O primeiro texto publicado aqui no # Colabora foi escrito no final de março de 2020 e fazia uma projeção que o Brasil atingiria, no fim do primeiro semestre (30/06/2020), um total acumulado de no máximo 380 mil pessoas infectadas e 19 mil óbitos do novo coronavírus. A projeção foi considerada irrealista e muito pessimista. As críticas dos negacionistas foram fortes. Contudo, os dados oficiais do Ministério da Saúde, divulgados no dia 30/06, indicaram 1,4 milhão de casos e 59,8 mil óbitos. Ou seja, a realidade foi muito pior do que as hipóteses da projeção.

Mas escrever sobre uma pandemia não é um exercício de tiro ao alvo. O objetivo das projeções não é acertar na mosca, mas sim fornecer parâmetros para a atuação das pessoas e das políticas públicas, visando proteger os indivíduos e salvar vidas. Como a pandemia da covid-19 era um evento novo e, no máximo, podia ser comparado com a pandemia da Influenza de 100 anos atrás, os desafios eram enormes. Existem modelos estatísticos que podem ser aplicados para fazer previsões. Mas a pandemia, embora sendo um evento global, acontecia de forma heterogênea nos vários países e continentes e se desenrolava com certa defasagem temporal nas diversas regiões. Portanto, era preciso conhecer os diferentes padrões nacionais e conhecer as realidades intranacionais.

Para dar conta desta tarefa percebemos que seria necessário análises diárias para acompanhar a abrangência e a rapidez da pandemia. Desta forma, do início de abril até 15 de julho, durante 100 dias o # Colabora disponibilizou todas as manhãs informações gerais e material quantitativo e qualitativo sobre a propagação do novo coronavírus, trazendo os fatos nacionais e internacionais mais relevantes para a compreensão da emergência sanitária. Neste esforço, nos associamos à Associação Latino Americana de População (ALAP) para conhecer a situação regional e entrevistamos demógrafos, com amplo conhecimento de epidemiologia, de todos os países da América do Sul e também da Costa Rica e do México. Adicionalmente também entrevistamos duas moradoras de dois países que tiveram grande sucesso no controle da pandemia no Vietnã e na Nova Zelândia.

Os 100 dias ininterruptos de descrição, reflexão e acompanhamento do avanço da pandemia no Brasil e no mundo envolveram muito trabalho, mas também muito aprendizado e a certeza que, dentro do nosso campo de atuação, fizemos o melhor possível para informar, dialogar e debater soluções para reduzir os casos, os óbitos e o sofrimento das pessoas. Durante algumas semanas, foi um prazer compartilhar a elaboração do Diário com companheiros tão ilustres e gabaritados como Agostinho Vieira, Oscar Valporto e Aydano Motta que ampliaram a análise da complexa situação global e local e apresentaram novos olhares e novos saberes que enriqueceram a abordagem sobre a crise sanitária.

A partir do dia 19 de julho de 2020, após o número 100, o Diário da Covid-19, manteve o nome mas se tornou semanário, com novos textos sendo disponibilizados todos os domingos. No total, foram publicados 185 artigos em dois anos de pandemia. Neste momento, o Diário chega ao fim. Mas enquanto o coronavírus estiver presente, o tema da pandemia continuará na pauta do # Colabora, mesmo a covid-19 sendo classificada como epidemia ou endemia.

O ciclo do Diário se fecha, mas uma nova coluna será criada para tratar de questões demográficas, econômicas e do meio ambiente. Afinal, o mundo está cada vez mais complexo e desigual e precisamos estar sempre usando as bússolas para ajustar a navegação real e virtual. Afinal, “navegar é preciso, viver não é preciso”.

FONTE PROJETO COLABORA

Minas Consciente chega ao fim no próximo sábado (12/3)

Com avanço da vacinação e melhora nos indicadores, Governo muda estratégia de combate à pandemia no estado

O plano Minas Consciente, elaborado para o acompanhamento da pandemia da covid-19 e a criação de protocolos para a retomada gradual e segura das atividades econômicas, será finalizado no próximo sábado (12/3). A decisão se deu a partir do avanço da vacinação e a queda no número de casos e taxa de óbitos pela covid-19 no estado. Somente na última semana, a incidência caiu 50%. Considerando os últimos 14 dias, a queda chega a 60%. Há seis meses, Minas Gerais está com todas as macrorregiões na onda verde do plano.

“Estamos encerrando um ciclo após dois anos de pandemia. Podemos dizer que o plano cumpriu a sua função. Temos a menor mortalidade dos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Lamentamos muito as mais de 60 mil vidas perdidas, mas esse número poderia ter sido maior, não fosse a condução adequada feita por todos nós. Temos consciência de que fizemos tudo aquilo que estava ao nosso alcance. Agradeço o empenho e dedicação de todos neste período e tenho a certeza que conseguimos salvar muitas vidas ao longo da pandemia”, afirmou o governador Romeu Zema, durante a última reunião do Comitê Extraordinário Covid-19, realizada nesta quinta-feira (10/3).

Além do governador e de secretários de Estado, também participavam do comitê representantes do Ministério Público do Trabalho, do Ministério Público de Minas Gerais, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, da Defensoria Pública de Minas Gerais, do Tribunal de Contas do Estado, entre outros órgãos estratégicos.

Monitoramento

A partir de agora, as deliberações serão realizadas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), por meio do Comitê de Monitoramento de Eventos (CME). Ele será responsável por manter a regularidade das discussões técnicas e das tomadas de decisão frente às emergências em saúde pública, congregando informações atualizadas, apoiando os municípios e delegando atribuições aos gestores e às unidades técnicas.

O secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti, explicou como será feito o monitoramento da pandemia no estado.

“Hoje é um dia muito importante em Minas. A partir de sábado (12/3), o Minas Consciente passa a não existir mais, ou seja, as ondas não existirão mais no estado. Isso só aconteceu graças à melhoria dos nossos dados e com a queda acentuada da incidência de casos. Além disso, a vacinação está em um bom ritmo com mais de 80% de pessoas com as duas doses, mais de 45% com a vacina de reforço e um número acima de um milhão de crianças vacinadas. A partir de agora, o acompanhamento passa a ser feito pela Secretaria estadual de Saúde, que vai avaliar dados como incidência de casos, pacientes aguardando leitos e o número de pessoas internadas nos CTIs do Estado, que passa a ter 26% a mais de leitos como um legado”, explicou o secretário, durante coletiva de imprensa.

Baccheretti ainda falou sobre a importância do plano para garantir a efetividade das ações realizadas pelo governo durante a pandemia. “O Minas Consciente foi inovador no país, o primeiro plano a estabelecer regras entre dados de incidência, internação e ondas, dando transparência às decisões do Estado. Foram cerca de dois anos de discussões que viabilizaram e ajudaram a tomar decisões fundamentais para alcançarmos uma taxa de mortalidade 20% menor que a do Brasil”, finalizou o secretário.

Legado e cirurgias eletivas

O sistema público de saúde de Minas Gerais ganhou o reforço de 550 novos leitos de UTI adulto e 40 pediátricos. Eles foram criados durante a pandemia e, agora, foram incorporados aos hospitais. Com isso, o estado passou de 2.072 unidades de terapia intensiva para 2.622 em fevereiro deste ano, representando crescimento de 26%. Já os pediátricos saltaram de 194 para 234, no mesmo período. O aumento do número de leitos, aliado aos investimentos para compra e distribuição de equipamentos em várias unidades de saúde, é o maior legado deixado pela pandemia aos mineiros.

Outro importante investimento está relacionado às cirurgias eletivas. O Opera Mais, Minas Gerais foi lançado em dezembro do ano passado e vai destinar R$ 206,4 milhões em recursos estaduais para 261 municípios que possuem hospitais que realizam cirurgias eletivas em todo o estado. O objetivo da ação do programa é diminuir a demanda represada por causa da pandemia da covid-19 e reduzir o tempo de espera para a realização dos procedimentos cirúrgicos. 

FONTE AGENCIA MINAS

Diário da Covid-19: Preços dos alimentos disparam com pandemia, guerra e crise ambiental

Índice de Preços dos Alimentos da ONU chegou a 140,7 pontos em fevereiro, o mais alto em cerca de 100 anos

O Brasil adiou o carnaval, mas o atual clima nacional e global é digna de uma Quarta-feira de Cinzas. A covid-19 continua causando danos após dois anos da declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelecendo o estado de pandemia, em 11/03/2020. Como “desgraça pouca é bobagem”, a doença do SARS-CoV-2 nem acabou e uma guerra injustificada e inoportuna tem provocado a perda de vidas inocentes e espalhado o pânico na economia mundial. Pairando sobre tudo isto – como uma “Espada de Dâmocles” – a crise climática e ambiental não dá trégua e só se aprofunda, como mostrou o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado na segunda-feira de carnaval (28/02).

O panorama nacional e global da pandemia

A pandemia da covid-19 atingiu o auge da média diária de pessoas infectadas em janeiro de 2022, embora tenha apresentado um declínio em fevereiro e uma continuidade de queda em março. Este padrão é generalizado para quase todos os continentes (menos a Oceania) e para o Brasil. No mundo o pico de infecções foi de 435 casos por milhão em 25/01 e caiu para 192 casos por mil em 04/03. No Brasil o pico de infecções foi de 884 casos por milhão em 29/01 e caiu para 199 casos por milhão em 04/03, conforme mostra o gráfico abaixo.

O único continente que apresenta alta em março é a Oceania e isto se deve ao aumento das infecções na Nova Zelândia. A primeira-ministra Jacinda Ardern, que teve grande sucesso na política de covid zero durante dois anos, foi vencida recentemente e tem assistido a um surto de casos da covid-19 entre a população neozelandesa. Mesmo assim, o coeficiente acumulado de incidência na Nova  Zelândia é de 40,5 mil casos por milhão de habitantes, enquanto do mundo é de 56,4 mil e do Brasil 135,4 mil por milhão de habitantes.

Embora a média de casos do novo coronavírus em 2022 tenha atingido valores sem precedentes, a média de óbitos não teve o mesmo comportamento. O gráfico abaixo mostra que todos os continentes apresentam coeficientes de mortalidade abaixo dos valores de 2020 e 2021. Por exemplo, o coeficiente de mortalidade do mundo teve um pico de 1,8 óbito por milhão em 29/04/2021 e caiu para 0,94 óbito por milhão em 04/03. O Brasil teve um pico de 14,5 óbitos por milhão de habitantes em 11/04/2021 e caiu para 2 óbitos por milhão em 04/03/2022.

Em termos de coeficiente acumulado de mortalidade, no dia 04/03/22, o mundo chegou a 761 óbitos por milhão e o Brasil chegou a 3.045 óbitos por milhão de habitantes. Para efeito de comparação, a Nova Zelândia registrou apenas 12 óbitos por milhão de habitantes no dia 04/03 (235 vezes menos do que o coeficiente brasileiro). Se o Brasil tivesse o mesmo coeficiente da mortalidade neozelandesa teria registrado menos de 3 mil mortes em toda a pandemia, ao invés dos 651 mil óbitos registrados em 04 de março de 2022.

O panorama econômico global, a pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia

A pandemia da covid-19 provocou, em 2020, a maior recessão da economia mundial no espaço temporal de um século. No ano de 2021, a economia global se recuperou, mas a renda per capita apenas voltou ao nível pré-pandêmico. Nas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgadas em outubro de 2021, o crescimento econômico global em 2022 seria de 4,9%. Mas, em janeiro, o FMI reduziu a projeção para 4,4%. Com o surto da variante Ômicron em janeiro e a invasão russa da Ucrânia a perspectiva é de um crescimento menor em 2022. Em abril serão divulgados novos números e o mais provável é que as novas estimativas do FMI fiquem bem abaixo das projeções anteriores.

O mundo precisava de paz para se recuperar da pandemia. A guerra só gera perdas e sofrimento. No ritmo da última semana, o povo ucraniano será obrigado a suportar grandes danos humanos e enormes prejuízos econômicos. A Rússia também deverá pagar um alto preço pela inconsequente invasão. Mas nenhum país vai sofrer sozinho, todos vão sofrer, pois vivemos em um mundo globalizado. Os efeitos sociais da situação econômica internacional serão mais sentidos pelos países mais pobres e pelas populações de baixa renda. Além da provável elevação do desemprego, a inflação deve corroer o poder de compra, especialmente de quem vive de salários e de auxílios governamentais.

Desta forma, fica cada vez mais distante a meta número 2 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), de acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhorar a nutrição até 2030. Isto porque o preço dos alimentos que já vinha subindo desde o ano passado, bateu um recorde histórico em fevereiro de 2022.

O Índice de Preços dos Alimentos (FFPI) da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) ficou em 140,7 pontos em fevereiro, o valor mais alto em cerca de 100 anos, sendo superado apenas pelo preço dos alimentos na época da 1ª Guerra Mundial e da pandemia da Influenza, no quinquênio 1915-1920.

O gráfico abaixo mostra que os recordes de alta do FFPI aconteceram em 1974 e 1975 (quando houve o primeiro choque do petróleo decorrente da guerra do Yom Kippur de 1973). A década de 1971-80 foi a que teve a maior média decenal da série, com 110,2 pontos. Nas décadas de 1980 e 1990 os preços dos alimentos caíram e marcaram os menores valores do século XX. Mas a comida voltou a ficar mais cara no século XXI e está atingindo o ápice em função da pandemia, da guerra da Ucrânia e da crise climática e ambiental. Ainda é cedo para prever a média do preço dos alimentos da década 2021-30, mas o FFPI de 2021 ficou em 125 pontos e os dois primeiros meses de 2022 apresentaram valores acima de 135 pontos. Por conseguinte, a atual década pode registrar a maior média do preço dos alimentos, agravando a situação geral da insegurança alimentar.

O aumento do preço dos alimentos já vinha subindo em decorrência do rompimento das cadeias produtivas ocorrido na pandemia da covid-19 e em função da crise climática e ambiental que tem dificultado a produção de alimentos devido às secas, enchentes, erosão e acidificação dos solos e das águas etc. O aumento de fevereiro reflete os fatores estruturais, mas também o aumento do preço dos combustíveis fósseis provocado pelo impacto das ações militares da Rússia. Os efeitos serão ainda maiores em março de 2022.

De fato, a guerra entre Ucrânia e Rússia ameaça o abastecimento global de alimentos. A Ucrânia e a Rússia são os principais exportadores de alguns dos alimentos mais básicos do mundo, representando, juntos, cerca de 29% das exportações globais de trigo, 19% da oferta mundial de milho e 80% das exportações mundiais de óleo de girassol. Mas a Rússia também exporta nutrientes agrícolas, bem como gás natural, que é fundamental para a produção de fertilizantes à base de nitrogênio. Cerca de 25% do suprimento europeu dos principais nutrientes das culturas, nitrogênio, potássio e fosfato, vêm da Rússia.

Portanto, com as condições geopolíticas desarticuladas, as maiores fontes de matéria-prima para a produção de alimentos estão sujeitas a limitações e não há alternativas de curto prazo. Os preços futuros do trigo dispararam nos últimos dias com a interrupção dos embarques de grãos da região do Mar Negro. Os preços dos fertilizantes aumentaram acentuadamente nos últimos meses, acompanhando o aumento dos custos do gás natural e do petróleo. O Brasil será bastante atingido pela escassez de insumos agrícolas e o agronegócio brasileiro deve ser obrigado a reduzir a produção a partir do segundo semestre de 2022. O pior está por vir e qualquer melhoria dependerá do fim da pandemia, assim como do fim da guerra.

O panorama climático e ambiental

Existem crises conjunturais e crises estruturais. A pandemia e a agressão russa são fenômenos conjunturais que devem ser superados em algum momento, no curto ou médio prazo. Mas a crise climática e ambiental é um evento estrutural que está saindo do controle, deve se agravar nas próximas décadas e pode se tornar irreversível. Em um novo relatório publicado na última segunda-feira (28/02), o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU alerta que ações urgentes são necessárias para lidar com os riscos trazidos pelas mudanças climáticas. O documento adverte que, para evitar a perda crescente de vidas, a redução da biodiversidade e o enfraquecimento da infraestrutura social e econômica, é necessária uma ação ambiciosa e acelerada para mitigar crise climática, com cortes rápidos nas emissões de gases de efeitos estufa.

Nos últimos 250 anos, a economia global cresceu cerca de 135 vezes, a população mundial cresceu 9,2 vezes e a renda per capita cresceu 15 vezes. Este crescimento demoeconômico foi maior do que o ocorrido no conjunto dos 200 mil anos anteriores, desde o surgimento do Homo sapiens. A pegada ecológica ultrapassou a biocapacidade do Planeta e superou a capacidade de carga da Terra. Segundo o relatório do IPCC: “As mudanças climáticas induzidas pela humanidade, incluindo eventos extremos mais frequentes e intensos, causaram impactos adversos generalizados e perdas e danos relacionados à natureza e às pessoas, além da variabilidade climática. Alguns esforços de desenvolvimento e adaptação reduziram a vulnerabilidade”.

A temperatura da Terra já aumentou 1,2º Celsius desde o período pré-industrial e a meta estabelecida no Acordo de Paris, em 2015, era limitar o aquecimento global a 2º C, com esforços para que ele não ultrapasse os 1,5º C. Mas, as gerações que estão nascendo agora e que terão muitas pessoas sobreviventes no ano de 2100, vão passar por quatro vezes mais extremos climáticos do que passam agora, no cenário de 1,5º C. Mas se as temperaturas aumentarem por volta de 2º C, elas terão cinco vezes mais inundações, tempestades, secas e ondas de calor do que agora. Por conseguinte, pelo menos 3,3 bilhões de pessoas estarão altamente vulneráveis às mudanças climáticas e 15 vezes mais propensas a morrer por condições climáticas extremas.

O degelo do Ártico, da Groelândia e dos glaciares tem ocorrido de forma acelerada. Na Antártida, a quantidade de gelo estava aumentando ligeiramente até 2015, mas reverteu a tendência nos últimos anos. Em fevereiro de 2022, o gelo marinho ao redor da Antártida apresentou o menor nível de todos os tempos, desde que começaram as medições por satélite, ficando abaixo de 2 milhões de km2, pela primeira vez. Dependendo dos níveis das emissões futuras e da aceleração do aquecimento global, o nível dos oceanos deve subir dezenas de centímetros no século XXI. A maior parte do litoral brasileiro está ameaçado pelas inundações. Bilhões de pessoas de todo o mundo, que moram perto das áreas costeiras, serão afetadas diretamente e permanentemente.

Como mostrou Liana Melo, no artigo “Distopia climática à vista”, publicado aqui no # Colabora, em 28/02/2022, o novo relatório do IPCC aponta perdas e danos devastadores. Ela diz: “Vem por aí um mundo distópico do ponto de vista climático e ambiental, além de mais injusto socialmente, dado que os impactos do aquecimento global vão recair sobre os ombros daqueles que menos alimentam a crise climática: as populações mais pobres e vulneráveis. De 2010 a 2020, a mortalidade causada por tempestades, secas ou enchentes foi 15 vezes maior nas regiões vulneráveis do que nas menos vulneráveis. Não bastasse a pandemia e a guerra, que já seria uma combinação absurda, os impactos das mudanças climáticas delineiam um mundo à beira do apocalipse.

E se as emissões de gases de efeito estufa forem reduzidas apenas no ritmo atualmente planejado, o aumento de temperatura resultante ameaçará a produção de alimentos, o abastecimento de água, a saúde humana, os assentamentos costeiros, as economias nacionais e a sobrevivência de grande parte do mundo natural. Cortes mais rápidos de emissões serão a única maneira de evitar tamanha distopia”.

Sem dúvida, a 6ª extinção em massa das espécies e o agravamento do aquecimento global são sinais de um colapso ecossocial que se vislumbra no horizonte. O aquecimento global é a maior ameaça existencial à humanidade. Assim como existe uma emergência de saúde pública (por conta do coronavírus), existe também uma emergência climática por conta do aumento da temperatura global. O mundo precisa aprender com o trauma da covid-19 e acordar para a urgência de se resolver os problemas ambientais do século XXI. Como mostrei em artigo da Revista Latinoamericana de Población (2019), teremos uma “Terra inabitável”, se nada for feito com urgência, tal como disse o jornalista David Wallace-Wells.

Depois da Primeira Guerra Mundial e após o fim da pandemia da Influenza, em 1918 e 1919, houve o “maior carnaval de todos os tempos”. No auge da crise, o comércio e as fábricas haviam fechado as portas para evitar a contaminação em massa. Mas em 1920, no ano que marcou a estreia do Cordão da Bola Preta na cidade do Rio de Janeiro, houve uma grande folia no carnaval, comemorando o início de uma década de recuperação e progresso.

Infelizmente, o carnaval de 2022 (que foi adiado para abril), provavelmente, não será marcado pelo mesmo entusiasmo de 102 anos atrás. A conjugação de pandemia, guerra e crise ecológica tende a arrefecer o ânimo dos Pierrôs e Colombinas e fomentar o clima de 4ª feira de Cinzas. Na tradição Cristã as cinzas são um símbolo para a reflexão sobre a necessidade de conversão do estilo de vida. Na perspectiva ambiental, a 4ª feira de Cinzas é um símbolo para lembrar que as queimadas e fogos provocados pelas ações humanas criminosas (e potencializadas pelo aquecimento global) podem transformar a cobertura vegetal e a biodiversidade em pó. Desta forma, a vida na Terra e os futuros carnavais vão depender de um forte compromisso global e imediato com a proteção e a restauração do meio ambiente.

FONTE PROJETO COLABORA

“Pandemia está longe de acabar”, diz diretor da OMS

Tedros Ghebreyesus refuta ideia de que a variante ômicron do coronavírus seja benigna. Diretor-geral também expressa preocupação com baixas taxas de vacinação em alguns países.

A pandemia de covid-19 “está longe de acabar”, afirmou nesta terça-feira (18/01) o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), alertando contra a ideia de que a variante ômicron seja benigna.

“A ômicron continua varrendo o planeta. (…) Não se enganem, a ômicron causa hospitalizações e mortes, e mesmo os casos menos graves sobrecarregam as instituições de saúde”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus em entrevista coletiva em Genebra, Suíça.

“Esta pandemia está longe de acabar, e dado o incrível crescimento da ômicron em todo o mundo, é provável que surjam novas variantes”, acrescentou.

Em 11 de janeiro, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ponderou que, embora a doença ainda esteja em fase de pandemia, a disseminação da variante ômicron deve transformar a covid-19 em uma doença endêmica com a qual a humanidade pode aprender a lidar.

“À medida que a imunidade aumenta na população – e com a ômicron, haverá muita imunidade natural além da vacinação – avançaremos rapidamente para um cenário mais próximo da endemicidade”, disse Marco Cavaleri, chefe da estratégia de vacinas da EMA.

Na Suíça, o ministro da Saúde, Alain Berset, também estimou na semana passada que a variante ômicron poderia ser “o começo do fim” da pandemia.

Mas o chefe da OMS é mais cauteloso e ressaltou que a variante ômicron não é benigna.

“Em alguns países, os casos de covid parecem ter atingido o pico, dando esperança de que o pior desta última onda já passou, mas nenhum país está fora de perigo ainda”, disse Tedros Ghebreyesus.

O diretor-geral expressou especial preocupação com o fato de muitos países ainda possuem baixas taxas de vacinação contra a covid. “As pessoas correm mais risco de sofrer de formas graves da doença ou de morrer se não forem vacinadas.”

A “ômicron pode ser menos grave em média, mas a narrativa de que é uma doença leve é enganosa (…) e prejudica a resposta geral e custa mais vidas”, completou Tedros.

Segundo a OMS, na semana passada foram reportados mais de 18 milhões de novos casos de covid-19 no mundo.

A pandemia de covid-19 provocou mais de 5,5 milhões de mortes em todo o mundo. O número de casos identificados da doença passa de 332 milhões, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

jps/lf (AFP. Lusa, ots)

FONTE DW.COM

30 profissões que estarão em alta em 2022; confira os salários

No segundo ano de pandemia, os desafios continuaram, mas setores como tecnologia, finanças, vendas e marketing estão em alta; veja dicas

O ano de 2021 foi marcado por desafios no campo profissional: apesar do avanço da vacinação e pontapé da retomada da economia, o mercado de trabalho geralmente é o último a se recuperar. A taxa de desemprego recuou de 13,4% para 12,6% em novembro, mas o patamar representa mais de 13,4 milhões de pessoas em busca de recolocação.

A economia tenta se recuperar do tombo de 2020. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve um recuo discreto, de 0,1% no terceiro trimestre de 2021 na comparação com o segundo trimestre deste ano, o que representa o segundo trimestre consecutivo de estabilidade. Em valores correntes, o PIB, que é soma dos bens e serviços finais produzidos no país, chegou a R$ 2,2 trilhões.

“Em termos de mercado de trabalho, o ano de 2021 foi de início de retomada, ainda muito complexo. O avanço da vacinação e a flexibilização das medidas de restrição sem dúvidas ajudaram na recuperação da atividade econômica de maneira geral”, avalia Leonardo Berto, gerente de recrutamento da Robert Half.

Lucas Thomaz, gerente da consultoria Korn Ferry, acrescenta que alguns setores foram destaque em 2021, mas a pandemia ainda atrapalhando o pleno funcionamento da atividade econômica ainda é realidade. “Estamos falando de setores como tecnologia, agronegócio e saúde, que foram muito bem neste ano”, diz.

Já 2022 pode ser o ano de consolidação dessa retomada, segundo Berto, com um mercado de trabalho mais aquecido. Ele entende que em 2021 passou um processo de desengavetamento de projetos. “Assim, para 2022 podemos esperar que posições que foram desligadas devido à pandemia sejam retomadas, especialmente contratações para vagas relacionadas ao crescimento da empresa, profissionais que ajudem na geração de receita de diversas formas e ângulos”, diz.

Por isso, ele acredita que os destaques ficam com posições de vendas e marketing para captar e reter clientes, tecnologia considerando a parte de ciência de dados, áreas mais técnicas como engenharia e suas aplicações no negócio, finanças e contabilidade para manter a empresa nos trilhos em relação às contas e recursos humanos na gestão de talentos.

Rebeca Toyama, especialista em estratégia de carreira, pondera que 2022, no entanto, pode se mostrar um ano também desafiador em termos de oportunidades.

“Podemos esperar volatilidade diante das eleições e o cenário político, bem como devemos ficar alertas com a reincidência de novos casos de coronavírus. Somado a isso temos desemprego e endividamento em patamares altos. São questões que podem impactar a atividade econômica e o mercado de trabalho como consequência”.

Outro fator que pode mexer com o mercado de trabalho em 2022, segundo Rebeca, é o retorno ao trabalho.

“A possibilidade do trabalho remoto ou do modelo híbrido vem mexendo muitas cadeiras. Algumas pessoas não querem voltar ao formato 100% presencial e estão procurando novas vagas; do outro lado algumas não querem o home office e pretendem algo ao menos híbrido. Não sabemos ainda qual grupo é maior, mas podemos esperar movimentações forçadas ou não no mercado considerando essa variante”, avalia.

O modelo híbrido, embora ainda não seja regulado no Brasil, parece ser a preferência da maioria dos funcionários, de acordo com um estudo da consultoria global de RH Adecco. Cerca de 70% dos entrevistados no estudo preferem o modelo híbrido.

“A pandemia trouxe transformações em diversos níveis e que reflete em todas as áreas da nossa vida. No mercado de trabalho não vai ser diferente. Estamos passando por um período não-linear: tudo está em constante mudança e quem souber se adaptar rapidamente e manter uma capacidade de aprendizagem vai conseguir surfar neste novo momento”, acrescenta Thomaz.

InfoMoney contatou consultorias de carreira e seus especialistas, que listaram quais os setores e profissões em alta para 2022. A partir disso, o Guia Salarial da Robert Half 2022 foi utilizado para estimar os respectivos salários, que contam com o intervalo entre o piso e o teto de cada vaga e consideram pequenas, médias e grandes empresas.

Vale lembrar que os dados são retirados da base de dados da consultoria como estimativa, por isso, você profissional pode eventualmente encontrar alguma divergência na prática. O guia entrevistou mais de 300 executivos e mais de 1.000 funcionários ao redor do país. Confira abaixo.

1. Tecnologia

O setor de tecnologia, como no ano passado, é unanimidade entre os especialistas em termos de oferta de vagas. “É um setor que segue muito aquecido que está demandando muito profissionais”, diz Rebeca.

“Porém, é um setor que enfrenta muito desafio em encontrar a mão-de-obra qualificada, é um conhecimento específico. Quem tem a expertise entra na lista de profissionais disputados e bem pagos, incluindo bons pacotes de benefícios, diante da falta de oferta”, acrescenta Berto.

Desenvolvedores mobile, arquitetos de softwares, cientistas de dados, analistas de segurança da informação e profissionais que saibam de infraestrutura de nuvem foram mencionados pelos especialistas.

“Temos milhões de pessoas desempregadas, mas que não se encaixam nas habilidades requeridas neste setor. É um desafio, mas também uma oportunidade para alguns profissionais que podem se requalificar em algumas das áreas de tecnologia”, sugere Berto.

Veja os salários das profissões em destaque:

Setor Cargo/Profissão Perspectiva de salário mensal (R$) (júnior-sênior)
Tecnologia Analista de segurança da informaçãoR$ 5.350 – R$ 16.750
Coordenador de segurança da informaçãoR$ 14.750 – R$ 20.200
Analista de infraestrutura de nuvem (cloud)R$ 3.850 – R$ 13.550
Analista de BIR$ 5.600 – R$ 16.750
Arquiteto de softwareR$ 12.300 – R$ 20.650
Desenvolvedor  mobileR$ 5.500 – R$ 19.350
Cientista de dadosR$ 13.100 – R$ 21.950

O estudo também traz alguns cargos de liderança do setor.

Chief Information Officer (CIO), ou chefe de tecnologia da informação, por exemplo, pode ganhar por mês entre R$ R$ 28.550, se for um profissional no início da liderança executiva, até R$ 47.800, se for um profissional mais experiente. O Chief Technology Officer (CTO), ou diretor de tecnologia, posição mais conhecida, pode ter salários entre R$ 27.550 até R$ 46.150.

Ainda, o Chief Security Officer (CSO), ou chefe de segurança da informação, pode ganhar entre R$ 24.650 e  R$ 41.350, com mais experiência.

2. Recursos Humanos

Setor que ganhou muito destaque diante da pandemia, Recursos Humanos passou a ser uma área crucial dentro das empresas. “São esses profissionais que têm o desafio diário de fazer a articulação entre as pessoas da empresa. Incluindo benefícios, bem-estar, diversidade, salários, formatos de trabalho, entre outros. Um RH bem estruturado é crucial para atravessar crises”, diz Rebeca.

Para Berto virou uma área estratégica em termos de retenção de talentos, que tem impacto direto no desenvolvimento do negócio.

“O time de RH lida com várias agendas, e conseguem administrar o que é mais precioso para a empresa: as pessoas. Afinal, sem elas nada é possível. E quem pensa diferente vai sentir os efeitos negativos da falta de gestão e profissionalização do time de RH”, avalia.

Neste caso, os destaques de profissionais mencionados foram gerente de recursos humanos, analista de payroll, analista de remuneração e benefícios, gerente de recrutamento e seleção, e analista de business partner.

Setor Cargo/Profissão Perspectiva de salário mensal (R$)
Recursos Humanos Diretor de recursos humanosR$ 28.550 – R$ 41.200
Gerente de recursos humanosR$ 14.450 – R$ 25.950
Analista de payroll (administração financeira)R$ 5.900 – R$ 7.900
Analista de remuneração e benefíciosR$ 6.800 – R$ 10.700
Gerente de recrutamento e seleçãoR$ 14.700 – R$ 23.100
Analista de business partner (BP)R$ 7.250 – R$ 10.650

3. Vendas e Marketing

O setor de Vendas e Marketing estará em alta em 2022 devido à captação de clientes. “Como as empresas vão buscar uma consolidação de crescimento ou retomada ano que vem, setores que geram receita para as empresas vão ser cruciais. E este setor atrai clientes e faz novos negócios”, lembra Berto.

“Profissionais de vendas e marketing serão bem valorizados porque cada vez mais serão desafiados a vender, atrair, captar clientes que nem sempre foram educados para usar determinado produto ou serviço. São muitas inovações nos produtos em si, mas também na distribuição”, acrescenta Rebeca.

Os destaques do setor foram profissionais de growth, relacionamento com o cliente, marketing de performance ou inteligência de mercado, analistas de vendas, gerente de vendas, executivo de contas, entre outros.

Setor Cargo/Profissão Perspectiva de salário mensal (R$)
Vendas e Marketing Executivo de contasR$ 5.600 – R$ 18.400
Gerente regional de vendasR$ 7.000 –  R$18.400
Analista de VendasR$ 3.100 – R$ 8.600
CRM (Gestão de relacionamento com o cliente)R$ 3.100 – R$ 8.600
Head de growthR$ 12.500 – R$ 34.400
Gerente de marketingR$ 11.700 – R$ 28.200
Analista de inteligência de mercadoR$ 4.800 – R$ 11.600
Analista de marketing digitalR$ 4.100 – R$ 11.000

4. Finanças

Outro setor que vai demandar profissionais em 2022 será o de finanças porque toda vez que uma empresa cresce ou tem planos para crescer as áreas de suporte e planejamento são impactadas, segundo Berto.

“Diante disso, finanças, contabilidade, fusões e aquisições, relacionamento com o investidor, tesouraria, planejamento financeiro estão na lista de posições destaque”, avalia.

Thomaz, da Korn Ferry, avalia que o setor de finanças se manteve aquecido mesmo com a pandemia. “Os profissionais de finanças foram cruciais para manter as contas em dia, apertar custos. Então, acredito que é um setor que vai manter o bom momento”, acrescenta.

Setor Cargo/Profissão Perspectiva de salário mensal (R$)
Finanças Diretor financeiroR$ 29.150 – R$ 83.950
Gerente contábilR$ 12.000 – R$ 27.200
Analista contábilR$ 2.800 – R$ 10.050
Gerente de planejamento financeiroR$ 14.050 – R$ 30.150
Analista de planejamento financeiroR$ 3.250 – R$ 11.050
Analista de fusões e aquisiçõesR$ 4.800 – R$ 11.950
Gerente de tesourariaR$ 11.700 – R$ 26.250
Analista de tesourariaR$ 2.900 – R$ 8.950

5. Diversidade

O segmento de diversidade vem ganhando cada vez mais espaço dentro das empresas. É um tema que vem ganhando força à medida que a também toma espaço na sociedade. Parte dos funcionários, investidores, clientes, fornecedores já considera o tema como driver de decisão.

“A agenda de diversidade de inclusão são fundamentais e temas globais. A gente vê co mais força empresas de grande porte com capital e iniciativas mais sólidas, mas é um processo. Temos muito o que evoluir”, avalia Berto.

Diversidade inclui agendas de inclusão de Pessoas com Deficiência, pautas raciais, equidade de gênero, pautas LGBTQI+, em busca de mais igualdade de oportunidades e de uma empresa mais diversa.

O termo ESG, que sintetiza a preocupação com critérios ambientais, sociais e de governança (environmental, social and governance, em inglês), ganhou muita relevância e faz parte desta agenda. Algumas empresas já têm diretorias ESG, bem como líderes que administram essa pasta – como é o caso da XP Inc., entre outras.

O estudo da Robert Half destaca que 62% das empresas entrevistadas adaptaram os anúncios de emprego para atrair talentos mais diversos e 43% começaram a usar currículos cegos em 2021.

Além disso, a pesquisa traz um raio-x das atividades que as empresas mais tentaram desenvolver neste ano pensando em diversidade e inclusão: a mais citada é atividade educativa e treinamento (45%), seguida por treinamento para apoiar a carreira de grupos sub-representados na empresa; e em terceiro aparece: “uso de tecnologia que evitam vieses na contratação”.

Como o setor ainda é novo, o guia não traz um recorte por profissões e salários.

InfoMoney buscou no Glassdoor, site global de empregos algumas vagas citadas pelos especialistas, como a de analista de diversidade e inclusão.

Setor Cargo/Profissão Perspectiva de salário mensal (R$)
Diversidade Analista de diversidade e inclusão~R$ 5.000

Saúde: mudança de perspectiva

O estudo da Robert Half não traz os salários da saúde, mas os especialistas destacaram o setor e a importância que ganhou devido à pandemia.

“É um mercado que vai crescer em todas as direções, especialmente as de bem-estar e saúde mental. Psicólogos dentro das empresas com foco na produtividade e bem-estar vão esta rem alta. Cada vez mais as empresas estão vendo a importância dessa atividade para o dia a dia”, afirma Rebeca.

Thomaz, da Korn Ferry, acrescenta que todo o setor de diagnósticos vão demandar profissionais. “Estamos falando de laboratórios, hospitais, entre outros pontos. A Medicina de Precisão, as áreas de diagnóstico vão estar em alta com foco no atendimento personalizado, e avaliações conforme o perfil do paciente”, diz.

Requalificação e habilidades em destaque

Para quem está procurando vagas e oportunidades em 2020, além da busca ativa precisa se preparar.

“É crucial que todo profissional, não importa em qual fase esteja, considera se requalificar. Isso significa buscar aprender, se adaptar ao que está sendo demandado. A regra do jogo mudou para todo mundo. São novos termos, novas tecnologias, novos formatos, tudo muda rápido”, afirma Rebeca.

De acordo com ela, os pilares básicos da função permanecem, mas como fazer muda muito rápido.

“Sendo assim, é preciso parar de olhar o que já sabemos e o que já temos de experiência e passar a buscar como aprimorar ou transformar o que já fazemos. Pode poupar muito tempo e pode valorizar o seu lado profissional. É mais uma questão de forma do que de conteúdo”, avalia.

Considerando isso, Thomaz elencou quatro habilidades fundamentais para os profissionais em 2022. Veja:

  • Capacidade de adaptação: enxergar as mudanças como algo positivo e portas de entrada para novas oportunidades;
  • Resiliência: manter o foco em como fazer o seu melhor trabalho, apesar das circunstâncias;
  • Capacidade de aprendizagem: manter o ritmo de aprendizagem constante; ser capaz de aprender as coisas novas o tempo todo;
  • Empatia: a partir do momento que você tem disposição para se colocar no lugar do outro e entender a realidade do outro fica mais fácil conviver e lidar com as pessoas.

“A soma dessas competências vai favorecer a performance do profissional em qualquer nível, atividade e setor. As soft skills são urgentes, cada vez mais serão diferenciais”, avalia Thomaz.

FONTE INFORMONEY

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