Minas alerta para novo pico de Covid-19 nas próximas semanas

Não há 4ª onda, mas adesão à imunização infantil e doses de reforço para adultos são essenciais para população evitar formas graves da doença

Em Minas, um novo pico de casos de coronavírus está para chegar. A projeção, divulgada nesta quinta-feira (30/6) pelo secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Bacheretti, durante reunião do Comitê Extraordinário Covid-19, indica para as duas primeiras semanas de julho um aumento de casos provavelmente ainda maior que os 122% atuais – taxa de incidência nos últimos sete dias. “Este crescimento é esperado e justificado por fatores sazonais, como o período de frio, maio e junho, e o pós-feriado de Corpus Christi, que também trouxe dados represados”, afirmou.

A alternativa para enfrentar os efeitos da pandemia é a vacina, apontou Baccheretti. Ele abordou também os dados atuais de vacinação no estado, com destaque para a cobertura vacinal infantil da segunda dose, que ainda não atingiu 50% das crianças entre 5 e 11 anos. “Apesar de não haver aumento significativo no número de internações de crianças com covid-19 e de a adesão ter saltado 10% da última apresentação do comitê até hoje, a vacinação deste público é fundamental para evitarmos quadros graves de síndrome respiratória aguda grave”, ressaltou.

Para avançar no desafio de garantir a imunização para as crianças mineiras, ele explica que equipes da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) têm visitado cidades do interior para a realização de treinamentos de busca ativa, uma das estratégias para informar pais e responsáveis sobre a importância de completarem o esquema vacinal contra a covid-19.

Outro caminho no enfrentamento à doença é a inclusão da segunda dose de reforço para o público adulto. Segundo o Painel Vacinômetro desta quinta-feira (30/6), 17,50% do público alvo já tomou a vacina pela quarta vez.

“A vacinação é nossa principal forma de proteção contra a covid-19 e as formas mais graves da doença. Tanto que o aumento na incidência de casos não tem influenciado diretamente no volume de internações e nem de óbitos por coronavírus”, reforça.


Referência

Ainda segundo o secretário, o pico esperado para as próximas duas próximas semanas não representa uma quarta onda ou uma nova cepa circulando em Minas Gerais. “Seguimos como referência nacional no combate à covid-19. A nossa taxa de letalidade é de 1,7%, contra 2,2% do Brasil. O indicador significa que a vacina salva vidas, evita mortes. Além disso, protege, pois a maioria dos novos pacientes que já estão imunizados têm sintomas leves, quadros tranquilos”, observou.

O médico destacou, ainda, que os indicadores atuais de número de internações e de óbitos são bem menores que nos anos anteriores, também graças à chegada da vacina e à adesão da população mineira ao imunizante. “Não me canso de repetir: quanto mais cobertura, mais segurança”, alertou.  

Em Minas, 89,51% da população adulta tomou a primeira dose; 83,79% a segunda; 62,11% a primeira dose de reforço e 17,50% a segunda. Entre o público infantil, 70,26% está imunizado com a primeira dose e 44,91% também com a segunda.  

Pico da Covid em MG será 1º de fevereiro, e queda brusca de casos deve ocorrer na sequência, diz secretário

Em entrevista exclusiva ao programa Itatiaia Agora, o Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, afirmou que o pico real de pessoas infectadas  pelo coronavírus no Estado foi atingido nesta semana. De acordo com ele, o recorde de casos deve ocorrer até o dia 1º de fevereiro. A expectativa, no entanto, é que as contaminações caiam rapidamente até fim do próximo mês.  

“É uma tsunami, é uma onda muito alta que estamos vivenciado. A semana que vem deve ser a semana de maior número de pessoas se infectando e, da mesma forma que sobe muito rápido, cai também muito rápido. A expectativa é que meados de fevereiro, no final do mês, a gente esteja com o número de casos próximo ao anterior à onda que estávamos vivenciando”, explicou o secretário.

Novas restrições serão avaliadas  

“Conversei com o Jackson Pinto [atual Secretário de Saúde de Belo Horizonte] ontem, a gente sempre vai conversando para atuar de forma conjunta. O grande problema hoje não está no número de pacientes, que temos bem menos que março e abril do ano passado. O problema agora é a mão de obra. A Ômicron é capaz de infectar muitas pessoas ao mesmo tempo. Estamos com dificuldades de abrir leitos diante de uma demanda que não é tão grande como já foi anteriormente. Na segunda (24), a Fhemig deve abrir 10 leitos de UTI pediátrico, o Júlia Kubitschek está se movimentando para abrir mais leitos, mas podemos dizer que as pessoas já estão infectadas. É esperar parte delas irem aos hospitais”, detalhou Baccheretti. Ainda conforme o secretário, Minas está priorizando a abertura de leitos neste momento da pandemia.

Secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti – Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG

“A gente vê com preocupação, mas o momento de fazer qualquer medida para evitar infecção já passou, porque agora é o paciente que vai chegar. Nossas ações são muito mais na garantia de leitos, que estamos com ocupação no estado de menos de 30% de UTI e fazer um grande esforço nas próximas três semanas para atender essa demanda, que vai aparecer aumentada. Daqui a pouco, a gente vê a queda dos números acontecer. Lembrando que o paciente vem depois da infecção, cerca de uma semana depois. Viveremos duas ou três semanas difíceis. Temos bem menos pacientes e bem menos óbitos do que ano passado, mas é um motivo de preocupação”, reforçou.

Carnaval e futebol

“O Carnaval me preocupava menos que o Réveillon, porque tinha uma variante nova, as pessoas se reunindo, então Carnaval vira um estigma por ser uma festa com o grande número de pessoas. Mas não podemos incentivar uma aglomeração muito grande. Está muito cedo para se pensar em um Carnaval como era antes da pandemia. Os jogos, a nossa preocupação, que fiz a reunião com a Federação Mineira de Futebol (FMF) é exatamente nas próximas duas semanas, que é onde ocorre o pico. Nossa preocupação é de 60 mil pessoas se movimentando em transporte público, em volta dos estádios e nós iremos avaliar no começo de fevereiro, quando os indicadores devem começar a cair de incidência, para ficarmos mais tranquilos no retorno seguro dos jogos com a capacidade total”, concluiu Fábio Baccheretti.

Coronavac para crianças

Durante a entrevista Fábio Baccheretti, detalhou ainda como será o processo de aplicação das 400 mil doses da Coronavac para imunizar crianças e adolescentes de 6 a 17 anos no estado. O anúncio foi realizado nesta manhã pelo governador Romeu Zema (Novo). 

De acordo com Baccheretti, Minas já estava aguardando uma ação federal com as doses já estocadas. A expectativa é que, em fevereiro, todas as crianças até 11 anos estejam imunizadas.

“A Coronavac só podia ser utilizada em adultos e a Pfizer em adolescentes. A gente tinha essas doses aguardando alguma ação, e, com a autorização da Anvisa para 6 a 17 anos, a gente possui garantia de 200 mil crianças com duas doses para vacinar a curto prazo. Estamos na expectativa de receber mais doses da Coronavac. O governo federal tem cerca de 6 milhões, o Butantan tem mais 7 milhões para oferecer e nossa expectativa é que, em fevereiro, a gente possa vacinar toda criança de 5 a 11 anos, junto com a Pfizer que também está chegando com a primeira dose”, disse o secretário estadual de saúde.

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