Escola de Samba é suspensa dos desfiles carnavalescos de Ouro Preto

Comunicado
As Escolas de Samba de Ouro Preto, Acadêmicos de São Cristóvão, Unidos do Padre Faria, Império de Morro Santana, Mocidade Independente dePrincesa Isabel e União Recreativa do Santa Cruz, reunidas no dia 14 de fevereiro, decidiram por unanimidade que a Escola de Samba Aliança da Piedade ficará suspensa dos desfiles carnavalescos de Ouro preto, até o final do ano de 2027.

Tal decisão foi reafirmada em 28 de fevereiro, quando Acadêmicos de São Cristóvão, Unidos do Padre Faria, Império de Morro Santana e Mocidade Independente de Princesa Isabel validaram novamente seu posicionamento. Estiveram presentes também na reunião, a Escola de Samba União Recreativa de Cachoeira do Campo, e a Escola de Samba Inconfidência Mineira.

A atitude tomada pelas escolas tem como embasamento o fato de a Escola de Samba Aliança da Piedade não ter participado do desfile das Escolas de Samba que deve ocorreu em 12 de fevereiro, na Praça Tiradentes, uma vez que, assim como as demais agremiações, recebeu os recursos destinados ao desfile, e comunicou a decisão de não desfilar dias antes da sua apresentação, após todos os tramites burocráticos para a realização do evento serem concluídos.

Deixamos aqui nosso fraterno abraço a toda a população do Bairro Piedade, que tanto se empenhou e se preparou para esse momento único de desfilar na Praça Tiradentes e ser o centro das atenções do Carnaval de Ouro Preto.

Ouro Preto, 29 de fevereiro de 2024
Escolas de Samba de Ouro Preto

Enredo da Viradouro, campeã no Rio, foi inspirado em livro de coautoria de pesquisador marianense

“Essa é a importância do enredo: é mostrar a beleza dessa história, a beleza do culto Vodum, a riqueza e a complexidade desse culto, que é de uma religião aberta, agregadora à África e dinâmica. Ela tem um ensinamento belíssimo, pela tolerância religiosa e pelo respeito com outras manifestações religiosas. É importante dar visibilidade a essa herança africana”explica Moacir Maia, doutor marianense.

O livro “Sacerdotisas Voduns e Rainhas do Rosário” (Editora Chão), de autoria do marianense Moacir Maia – doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – e do professor Aldair Rodrigues – do Departamento de História do IFCH Unicamp -, inspirou o enredo “Arroboboi, Dangbé” da Unidos do Viradouro. A escola de samba de Niterói foi campeã do Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro 2024.

A Viradouro foi vitoriosa bem no ano em que o Sambódromo da Marquês de Sapucaí comemora o 40ª aniversário. A escola teve o melhor desempenho entre as 12 escolas de samba carioca do Grupo Especial: 270 pontos. Foi o terceiro título da escola, já que o segundo havia sido em 2020.

Moacir Maia

O Galilé conversou com o autor marianense Moacir Rodrigo de Castro Maia sobre a vitória. Ele é historiador, pesquisador associado ao NPHED/UFMG. Doutor em História Social pela UFRJ e especialista em História da África, da diáspora africana e História do Brasil Colonial.

Ao tratar sobre a importância do enredo, que tratou de sacerdotisas africanas, dos povos e costumes trazidos para o Brasil, ele destacou a representação da cultura Vodum, que veio ao país com a migração forçada.

Moacir Maia | Foto: Foca Lisboa

“É importante porque ainda é muito invisibilizado, esse passado, essa história africana, essa herança africana, que é tão importante e que faz parte da história e formação brasileira. Ela é muito desconhecida. É preciso desmistificar todo aquele universo negativo que foi criado ao longo dos séculos pela opressão contra os povos africanos e pelo processo cruel da escravização. É preciso desmistificar tudo aquilo do racismo religioso, que condena as religiões de matriz africana”relata.

Vodum

De acordo com o historiador, o enredo se inspira no livro, que trata sobre um reposicionamento de Minas Gerais na história, na tentativa de mostrar a grande presença dos povos do Golfo do Benim, da cultura Vodum e de outras culturas religiosas no estado. Em respeito ao culto, para que o enredo pudesse ser levado à avenida, foram jogados os búzios e houve autorização da entidade para a realização da homenagem.

Os voduns serpentes, como Dangbé – vodum homenageado no enredo – representam a força vital, a prosperidade, a riqueza, a fertilidade e, principalmente, o espírito da transformação e da continuidade da vida. Esse espírito é representado na figura da serpente que morde a própria cauda, mostrando um círculo de vida, que tem início, meio e fim: um eterno reconheço que está sempre em movimento e transformação.

Há dois séculos, o Reino de Daomé, atual Benin, na África Ocidental, tinha como proteção a força de uma elite de guerreiras. Assim, o enredo fala também das guerreiras do Daomé, o exército feminino. No culto, havia um ritual de sagração dessas guerreiras pelos voduns. Além disso, esse exército inspirou a representação de mulheres guerreiras nas telonas do cinema, como no filme “A Mulher Rei”, estrelado por Viola Davis.

Intolerância religiosa e racismo

Moacir ressalta a necessidade de políticas públicas para que a sociedade possa avançar e se tornar antirracista. Ele fala sobre o papel do Carnaval e das escolas de samba como espaços de sociabilidade, encontro e manifestação das artes de comunidades periféricas.

“O Carnaval tem uma função muito especial, não só o Carnaval especificamente, mas a escola de samba. Porque, se pensarmos, na fundação de várias dessas escolas, por exemplo, do Rio de Janeiro, elas surgem algumas décadas após a abolição da escravidão no Brasil e se localizam nas periferias do Rio de Janeiro. Elas se tornam um ponto de sociabilidade e de encontro daquela população que estava sendo colocada à margem pela sociedade brasileira daquele momento. Principalmente a população mais empobrecida, periférica; é essa a população que vai construir a escola de samba e a maior parte dessa população é negra, muitos são de origem africana. São afro-brasileiros, em sua maioria, que fundam a escola de samba”discorre.

Para o historiador, a escola de samba cumpre um papel social essencial em diversos níveis. Os enredos retratam questões importantes da vida brasileira e passam a desmistificar e “desdemonizar” temas, religiões e assuntos. “A escola de samba nos ensina […]. Mostra a complexidade da vida, a heterogeneidade, a diversidade e a importância do respeito ao outro: ao que é igual ou ao que professa alguma coisa que você não professa. É o respeito, é uma sociedade que evolui a esse outro espaço”, Moacir reforça.

Livro de Moacir (Arquivo Nacional) que deu origem à pesquisa inicial dos enredos

Considerado o maior espetáculo da face da terra, o Carnaval do Rio de Janeiro sempre traz temas relevantes e discussões interessantes. Além disso, os compositores e enredistas sempre procuram valorizar as diversas formas de conhecimento, como história e antropologia. Ocorre, anualmente, a valorização da ciência e da arte na brasilidade em um só espetáculo. Pensando nisso, Moacir agradece pela valorização de seu trabalho.

“Como historiador, como profissional da história, para mim e para o Aldair, é uma alegria muito grande perceber como esse livro que publicamos encantou e inspirou uma escola de samba a olhar para uma cultura africana, para essa herança que temos no Brasil, para esse passado e presente brasileiro. E poder, então, tocar a partir desse desfile, tantas outras pessoas”destaca Moacir.

FONTE JORNAL GALILÉ

Resgate da tradição: Entre Rios valoriza o Carnaval de Rua

Vem aí de 17 a 21 de fevereiro o Carnaval de Rua de Entre Rios de Minas! O carnaval deixou saudades desde 2020 e esse ano a vontade para aproveitar a festa é grande. Entende-se que os entrerrianos não deixaram de respirar o movimento do carnaval nem nos anos em que foi cancelado, uma vez que Marchinhas de compositores da terra foram divulgadas nas redes e agraciadas com votação popular. Esse ano o carnaval chegou para entrerrianos e visitantes com uma programação com muita musicalidade com Baterias de Carnaval, Marchinhas e Samba Enredos!

Provavelmente iniciado na década de 20 conforme a memória local, o Carnaval de Rua de Entre Rios, destaca-se na região. Desde o principio havia a proposta de Blocos, como o do percursor Zé Pereira. Nesse ano os bloquinhos terão propostas de marchinhas e samba enredos próprios. É o caso do bloco Turma Du Nunca que canta “Entre Serras e Cachoeiras, Turma du nunca cai na folia” e da Escola de Samba Unidos da Turma do Juca com o samba enredo “Zé do Café o ouro negro das gerais”. Também haverá o Bloco Unidos do Cambalhota que traz uma proposta para o público infantil. Outras composições musicais que animam o carnaval ainda estão sendo avaliadas pelo público na internet! Como o da Banda Locomotiva e do Antônio Neto que faz referências e apresenta imagens do carnaval de Entre Rios de Minas com o tema “O nosso Carnaval”.

A praça central da cidade é palco para os desfiles com bateria de carnaval, músicas autorais, carros alegóricos e samba no pé. A participação nos blocos e escola de samba é acirrada, sendo na maioria das vezes organizada nos ensaios de bateria pré-carnaval ou diretamente com os organizadores. No centro é onde toda a programação ocorrerá. Com toda a infraestrutura necessária com tendas, praça de alimentação e palco serão anunciados os Shows de carnaval, Aulão de Dança, apresentação de DJ´s, Matinee e premiados das Marchinhas e Samba Enredos. A programação será dos dias 17 a 21 de fevereiro e cada dia o horário será de 16h as 3h da madrugada, com a exceção terça que irá até 1h.

Para mais informações do carnaval 31 98623-6616 ou @descubraentrerios.erm

Para votação nas marchinhas e Samba Enredos do Carnaval de Rua de Entre Rios 2023:

https://www.youtube.com/@SeCulturaerm/playlists – Marchinhas de Carnaval

Bloco Zé Pereira anos 60 – Acervo Sãozinha Fernandes
Bloco Du anos 80 – Acervo Sãozinha Fernandes
Carnaval 2019 – Acervo Secretaria de Cultura
Desfile Turma do Juca 2020 – Acervo Cláudia Moura

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