Mais de 4 milhões de motoristas profissionais potenciais usuários de drogas não serão fiscalizados até o fim do ano

Medida é fruto da Deliberação 268 do Contran, que foi determinada pelo ministro Renan Filho e confirmada pela PRF

De acordo com a apuração do SOS Estradas, aproximadamente de 4,5 milhões de motoristas de caminhão e ônibus – obrigados por lei a fazerem o exame toxicológico – não cumpriram a lei. Destes pelo menos 2 milhões usam drogas regularmente.

Além disso, os 4,5 milhões não serão autuados até o fim deste ano pela falta do exame, conforme Deliberação 286 do Contran, fruto de iniciativa do ministro Renan Filho e do  comunicado da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O governo beneficia quem não cumpre a lei, em detrimento da maioria dos motoristas profissionais que cumpriram suas obrigações. Com o agravante de que os que não fizeram o exame colocam em risco a vida dos usuários das rodovias e vias urbanas, inclusive dos que realizaram o exame toxicológico, como previsto na legislação.

A estimativa é de que, dos 4,5 milhões de motoristas sem exame, ao menos 40% são usuários usam drogas regulamente, o que representa quase dois milhões de profissionais sem condições de dirigir compartilhando, diariamente, as estradas e as ruas com milhões de brasileiros. A estimativa do SOS Estradas é baseada em várias pesquisas realizadas nos últimos anos, inclusive pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

A situação é ainda mais grave do que parece, explica o coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, autor do estudo “As Drogas e os Motoristas Profissionais.”

“Temos 11,5 milhões de condutores das categorias C, D e E. Portanto, 4,5 milhões que não cumpriram a lei representa um total de 40% possíveis usuários de drogas, conduzindo veículos pesados, verdadeiras armas de destruição em massa. Na nossa avaliação, quem não aparece para fazer o exame que detecta uso regular de drogas nos últimos 90 dias deve ser considerado no mínimo como suspeito pelas autoridades.”

SOS Estradas fez a estimativa baseada em várias pesquisas e operações com teste de drogas, pincipalmente a que foi realizada pelo Ministério Público do Trabalho

Pesquisa do MPT comprovou a importância do exame

Pesquisa realizada em 2019 pelo Ministério Público do Trabalho, Tribunal Superior do Trabalho do Mato Grosso do Sul e com apoio da PRF, mostrou queda de 60% no uso de drogas por motoristas profissionais, entre 2015, último ano sem exame, e 2019, quando o exame já era exigido havia três anos.

Mesmo assim, nos motoristas testados – todos voluntários – ainda foi possível obter laudos positivos em quase 20% dos que foram examinados. Esses dados confirmam a estimativa do SOS Estradas de que pelo menos 2 milhões de usuários ainda estão na pista; principalmente quando 4,5 milhões estão com o exame vencido.

Durante seminário realizado na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), no Maio Amarelo, o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Paulo Douglas Almeida, que há mais de 15 anos investiga o uso de drogas por motoristas profissionais, enfatizou que o exame toxicológico de larga janela atenuou a exploração a que são submetidos os motoristas, até porque desestimula jornadas abusivas, que muitas vezes levam ao uso de drogas para permanecer acordado.

Na ocasião, ele também destacou que interesses privados são priorizados em detrimento do interesse público. “Aspectos importantes da Lei 13.103 (Lei do Caminhoneiro), como o exame toxicológico, que atenuou essa lógica perversa, vêm sendo atacados mais uma vez sob o primado do econômico sobre o social.”

Paulo Douglas lembrou ainda a incoerência da Medida Provisória 1153/22, que determinava o adiamento do controle para quem não faz o exame. Ele considerou um contrassenso porque compromete uma política pública que reduz a exploração dos motoristas e acidentes (sinistros).

Cocaína é usada por 70% e rebite está em 3º lugar no ranking das drogas

 Os laboratórios registraram mais de 300 mil casos de motoristas testados positivo para as drogas no país. Em 70% dos casos, o predomínio foi do uso de cocaína. As anfetaminas, o popular ‘rebite’, está em terceiro lugar no ranking das drogas utilizadas.

Além disso, outros dois milhões de condutores testados apresentavam a presença de drogas no organismo, mas receberam um laudo negativo porque a quantidade encontrada está abaixo do nível definido na regulamentação do exame. É mais um indício dos 20 % de drogados, previstos pelo SOS Estradas.

Os dados são ainda mais graves considerando que 4,5 milhões de motoristas sequer compareceram para realizar o exame. A alegação de desconhecimento não pode ser utilizada porque foram realizadas numerosas campanhas esclarecendo a necessidade do exame há cada 30 meses.

Essa frequência de testagem é fundamental para garantir o sucesso de política pública. O papel do exame é de prevenção, o que foi comprovado com mais de 70 mil motoristas das categorias A e B (moto e carro) que tentaram obter a CNH das categorias C, D e E mas foram impedidos porque não passaram no exame. “A prevenção é a melhor arma na redução de acidentes e uso de drogas.”, acrescenta Rizzotto.

Constitucionalidade  toxicológico foi reconhecida por unanimidade no STF

No mesmo dia em que o governo preparava uma Deliberação – que mais uma vez adiava a punição, e poucos dias após o veto do presidente da República, que extinguiu da chamada “multa de balcão” com veto do art. 165-D da Lei 14.599/23- o STF votou por unanimidade (11×0) a constitucionalidade do exame toxicológico.

Na avaliação do ministro relator, Alexandre de Moraes, a medida busca promover a segurança no trânsito, impondo “razoável e legítima restrição ao exercício da profissão de motorista, pois, além de reduzir os riscos sociais inerentes à categoria, atende a um bem maior, que é a incolumidade de todos os usuários de vias públicas”.

Famílias de vítimas sofrem as consequências

A incolumidade mencionada pelo ministro Alexandre de Moraes é confirmada pelo caso concreto ocorrido em abril deste ano, na BR-376, próximo de Ponta Grossa, no Paraná.

Na ocasião, a professora Vanessa Maciel, de 37 anos, e seu filho Pedro, de 7 anos, morreram quando um caminhoneiro, com exame toxicológico vencido há mais de dois anos, colidiu com 19 veículos e parou somente quando matou mãe e filho. Como se não bastasse, o veículo estava com manutenção precária, conforme a perícia comprovou.

ADIADA: Governo adia punição mas não as mortes como da professora Vanessa e seu filho Pedro. Foto: Arquivo Pessoal

Lauro Maciel, pai de Vanessa, lembrou que caso a CNH do motorista com exame vencido estivesse suspensa, como previa originalmente a lei, sua filha poderia estar viva. “Vivemos num país que não pune quem não cumpre a lei. Hoje minha família está sofrendo. Perdi minha filha e meu neto.”

Nada impede que o senhor Lauro encontre o motorista que matou seus entes queridos dirigindo outro caminhão até 28 de dezembro deste ano.

Impunidade ganhou espaço no governo anterior e é reforçada no atual

A situação piorou durante o governo Bolsonaro, que resolveu adiar a punição aos motoristas irregulares, inclusive protelar a multa para quem não fez o exame toxicológico no prazo previsto, 1º de julho de 2025. Absolutamente incoerente com um governo que dizia ser contra o uso de drogas.

O Congresso corrigiu essa aberração. Curiosamente, agora o novo governo adia para 29 de dezembro a fiscalização e o presidente Lula, vetou a chamada “multa de balcão”, que punia quem não cumpriu o exame.

Fica evidente que ambos os governos priorizaram os motoristas que não cumprem a lei em detrimento dos que fizeram o exame.

PRF quando flagra caminhoneiros com drogas para uso pessoal, e os libera após TC

Um retrato desta realidade ocorreu nesta quinta-feira (29) no Piauí. A PRF flagrou dois caminhoneiros conduzindo carretas e transportando animais, que admitiram estar com drogas para uso pessoal para suportarem a jornada. Os casos foram registrados na BR-316 na altura de Valença (PI).

Um deles estava de posse de mais de 40 ‘rebites’ (anfetamina), e o segundo mais de 60 comprimidos, sendo que este sequer possuía habilitação para dirigir carreta. Provavelmente porque não passaria no exame toxicológico, obrigatório para motoristas das categorias C, D e E, necessárias para dirigir, respectivamente, caminhão, ônibus e carreta. Além disso, já havia sido preso pela PRF, em 2021, portando 28 cartelas com 420 comprimidos da mesma substância. Indício claro de tráfico de drogas.

Como é de praxe nesses caso, a PRF constatou a ocorrência de porte de droga para consumo pessoal e foram lavrados Termos Circunstanciados (TC) por descumprimento do Art. 28 da Lei. 11.343/06. Os dois homens se comprometeram a comparecer em audiência judicial referente à prática delituosa.

Depois disso, o procedimento normal é liberar os condutores para continuar sua viagem com a carga e sem a droga. Portanto, colocando vidas em risco e, provavelmente, comprando mais droga adiante.

A interpretação que vigora há muitos anos é esta. Evidente que não por culpa da PRF, muito menos dos agentes, mas das demais autoridades que não definem claramente o que o policial pode fazer.

Lei favorece o portador de drogas que estiver dirigindo

Pela mencionada lei, os caminhoneiros flagrados pela PRF com drogas estão sujeitos a:

I – advertência sobre os efeitos das drogas; II – prestação de serviços à comunidade; III – medida educativa de comparecimento a um programa ou curso educativo.

Naturalmente que isso depende do juiz determinar e que eles compareçam em audiência, caso seja marcada algum dia.

PRF diz que só vai autuar quem estiver com exame vencido a partir de 29 de dezembro de 2023 e deixa usuários de drogas mais tranquilos

No sábado (1º/7) a Polícia Rodoviária Federal divulgou várias questões envolvendo o exame toxicológico, após a sanção da Lei 14.599/23. Diz o texto da PRF:

“… Deixar de fazer o exame toxicológico, ou então dirigir após ter sido reprovado no exame, é considerada infração de natureza gravíssima, punida com multa de R$1.467,35 e suspensão do direito de dirigir por três meses. Além disso, se o condutor reincidir na infração dentro de um período de 12 meses, o valor da multa é dobrado.

Adicionalmente, as novas regras acabaram com a chamada ‘multa de balcão’, aplicada pelos DETRANs no momento da renovação da habilitação, ao constatarem a não realização de algum dos exames toxicológicos intermediários, que ocorrem a cada dois anos e meio.

Conforme já havia sido previsto pela própria Lei 14.599/23, o Contran, através da Deliberação 268/23, estabeleceu um prazo até 28/12/2023 para os condutores regularizarem os exames, caso estejam vencidos.”

Fiscalização da PRF sobre exame toxicológico

“A fiscalização da PRF relacionada à regularidade do exame toxicológico será iniciada após findo o prazo adicional já estabelecido pelo Contran, ou seja, os condutores que porventura estiverem com o exame em situação irregular, estão sujeitos à autuação a partir do dia 29/12/2023.

O adiamento da fiscalização e autuação para quem não cumpriu o prazo do exame toxicológico periódico obrigatório, dentre os quais, usuários de drogas, atende a Deliberação 298 do Contran, publicada a mando do ministro dos Transportes, Renan Filho.

O Congresso Nacional havia dado uma última oportunidade aos motoristas que não fizeram o exame obrigatório para testar drogas de não serem multados em R$ 1.465,37, desde que seguissem o escalonamento do Contran.

Na prática, por critérios que já foram usados no passado, a Senatran faria um calendário mensal de quem deveria cumprir a obrigação, conforme o tempo de atraso. Com isso, o motorista poderia regularizar sua situação, desde que fizesse o exame e obtivesse o laudo positivo. Mas o ministro decidiu simplesmente ignorar o escalonamento e deu 6 meses para todo mundo.

A multa de balcão, mencionada pela PRF, fazia parte da legislação anterior no art. 165-D. Mas foi vetada pelo presidente Lula, garantindo aos motoristas que não cumpriram a lei total impunidade.

É importante lembrar que mais de 7 milhões de motoristas das categorias C, D e E, estão com o exame em dia. Mas o governo garantiu impunidade aos 4,5 milhões que não fizeram o exame para drogas.

Outro veto, aplicado ao inciso I do § 5º do art. 148-A, impede o agente de trânsito de autuar o condutor que aparece no sistema da Senatran com laudo positivo para drogas registrado na sua CNH. O veto permite que o motorista continue dirigindo automóveis e motocicletas, sem restrições.

Ambos os vetos e outros podem ser derrubados pelo Congresso Nacional que deverá se manifestar nos próximos dias.

FONTE ESTRADAS.COM.BR

Curral: animais passeiam pelas ruas do centro de Lafaiete sem qualquer fiscalização

Em pleno centro urbano e no coração comercial de Lafaiete animais são flagrados passeando e pastando áreas de grama como esta que nossa reportagem flagrou nesta segunda-feira (3), antes das 6:00 horas, perto do calemódromo.

A cidade se transformou em um curral urbano onde donos de animais se sentem no direito abusivo e ordem de saúde pública na cidade. É preciso urgente penalizar estes proprietários e confiscar estes animais e ainda aplicação e alta multa.

Como não há fiscalização rigorosa, na cidade imperar a omissão! Em breve o curral regional, do Codap, está em pleno funcionamento e estas imagem, assim esperamos, não façam mais parte do cenário urbano.

Estudos apontam que falta de fiscalização e investimentos contribuem para acidentes

Segundo a SOREAR, levantamento da Confederação Nacional de Transporte (CNT) e do programa de segurança SOS Estradas mostram a falha na fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF)

A nova edição do boletim “Economia em Foco”, da Confederação Nacional do Transporte, divulgada nesta terça-feira (10), traz um estudo de como está o Brasil no tocante à fiscalização feita pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e aos investimentos na infraestrutura de transporte. O resultado mostra que está aquém do que se espera do Governo Federal.

Segundo o Engenheiro Crispim Ribeiro, Presidente da SOREAR e Inspetor Regional do Crea-Minas, com base no estudo feito pela CNT, questões relacionadas a acidentes rodoviários nas rodovias federais indicam a urgente necessidade de a PRF fiscalizar com mais eficácia e o governo investir à altura na infraestrutura de transporte.

De acordo com o estudo, acidentes em trechos rodoviários com sinalização péssima têm grau de severidade duas vezes maior do que os ocorridos em locais onde a sinalização é considerada ótima.

Além disso, o levantamento revela que, entre 2009 e 2019, a quantidade de multas aplicadas pela PRF cresceu 93,1%, ao passo que, no mesmo período, os acidentes com vítimas caíram 8,4%.

TRAGÉDIAS DE NORTE A SUL: Levantamento da CNT, divulgado nesta terça-feira (10) e estudo do SOS Estradas, apresentado na semana passada, mostram que a falta de fiscalização rigorosa contribui para o aumento de acidentes com mortes nas estradas brasileiras. Foto: Divulgação

Ainda de acordo com o estudo, o custo econômico dos acidentes rodoviários, de 2009 a 2019, foi de R$ 156,06 bilhões com acidentes. O levantamento mostra que a fiscalização da PRF nas rodovias brasileiras é de extrema importância.

SOS Estradas

E é justamente esse alerta que o SOS Estradas tem feito, nos últimos anos. De acordo com seu último estudo, com os dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), entre 2010 e 2019, nada menos que 72.721 pessoas morreram na pista e 935.679 ficaram feridas, em função de acidentes apenas em rodovias federais.

Foram 1.008.400 (um milhão, oito mil e quatrocentas) pessoas entre mortos e feridos. Média de 276 vítimas por dia, sendo 20 mortas no local e 256 feridas. É praticamente uma vítima de acidente morta ou ferida a cada 5 minutos.

O ano com maior número de vítimas fatais foi 2011, quando 8.675 pessoas perderam a vida no local do acidente e 106.831 ficaram feridas. A partir de 2012, o número de vítimas nas rodovias federais caiu a cada ano. Somente em 2019 que a curva mudou e os mortos e feridos aumentaram.

O estudo não considerou o número de acidentes porque houve mudança na metodologia do registro dos acidentes nas rodovias federais, durante o período 2014-2015, e muitos acidentes não foram comunicados desde então, principalmente àqueles que não exigiram a presença da PRF para liberar a pista ou atender eventuais vítimas.

Infrações e impunidade

Segundo o levantamento da CNT, as estatísticas da PRF mostram que houve um aumento significativo das infrações de trânsito punidas pela instituição. E aponta que em 2009, foram aplicadas cerca de três milhões de multas nas rodovias policiadas e, em 2019, mais de cinco milhões, o que representa um crescimento de 93,1% no período considerado.

Entretanto, outro estudo do SOS Estradas mostra que, entre janeiro e março do ano passado, 1.195 pessoas morreram em acidentes nas rodovias federais; resultando numa média mensal de 398 vítimas fatais, demonstrando uma tendência de queda, já que entre janeiro e março de 2018 foram 1.285 mortos , média mensal de 428 vítimas fatais por mês.

Ainda de acordo com o levantamento, nos nove meses posteriores de 2019, de abril a dezembro, o total de mortos foi de 4.137; portanto, média mensal de 460 mortos; um aumento de 15%, conforme havia sido previsto pelo SOS Estradas em novembro de 2019.

A curva mudou, ou seja, aumentaram os mortos e feridos, após a política do governo de desligamento de radares e lombadas eletrônicas em abril do ano passado e a retirada dos radares portáteis da PRF entre agosto e dezembro.

O balanço mostra também que o número de feridos também aumentou. A média mensal era de 6.202 nas rodovias federais e passou para 6.716 a partir de abril, aumento superior a 8% por mês. É importante lembrar que foi justamente em abril que, por determinação da presidência da República, foram desligados os radares e as lombadas eletrônicas nas rodovias federais. Uma parcela foi mantida por decisão judicial.

IMPUNIDADE: Desde agosto de 2019, os motoristas trafegam à vontade pelas rodovias federais sem se preocuparem com o limite de velocidade. Isso porque a PRF deixou de fiscalizar os abusos por ordem do presidente Bolsonaro.

A situação piorou quando, entre 16 de agosto e 23 de dezembro, a PRF não multou nenhum condutor por excesso de velocidade em todo território nacional, porque não podia usar os radares por determinação da presidência. Decisão revertida pela Justiça Federal que obrigou a volta dos radares portáteis em 23 de dezembro. Mas ainda não se sabe se a PRF está multando ou apenas recebeu os equipamentos.

Caso tivesse mantido a tendência de média mensal de mortos e feridos do primeiro trimestre de 2019, pode-se estimar que teríamos 4.776 mortos e não 5.332 como indicam os números da PRF e que devem ainda aumentar quando finalizados os dados de 2019. O número de feridos também seria menor. Pode-se estimar que ao invés dos 79.051 seriam 74.424. Portanto, 556 mortos e 4.627 feridos a menos do que foram registrados, simplesmente mantendo a política que o governo seguia até março.

Conforme o estudo, é a primeira vez que a curva de mortos e feridos nas rodovias federais muda negativamente após sete anos de queda. Na avaliação do Coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, a responsabilidade é da política da presidência da República. “Não há nenhum estudo que justificasse a medida de desligamento de radares e recolhimento dos utilizados pela PRF. Foi uma decisão do presidente da República que agora deve explicações à sociedade e principalmente às vítimas e a seus familiares.”

A média de mortos, considerando os três primeiros meses de 2019 e os dois últimos meses do ano, passou de 398 por mês para 496; um aumento de 24%; enquanto a média de feridos aumentou 16%. O que indica que a certeza da impunidade estimulou os infratores e as consequências apareceram em mais mortos e feridos.

Rigor na fiscalização

Assim como o SOS Estradas enfatiza, o resumo do levantamento feito pela CNT mostra que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não está sendo suficiente para garantir a segurança dos usuários nas rodovias do país. Além da desejável oferta de boas rodovias, é preciso urgentemente fiscalizar com mais eficácia e rigor e educar. É onde entra o papel da PRF, que infelizmente, deixou de fiscalizar os abusos dos motoristas que trafegam em velocidade acima do permitido por lei.

De acordo com as considerações do estudo da CNT, a PRF é responsável pela fiscalização e pelo policiamento ostensivo nas rodovias federais brasileiras. Mas, como o SOS Estradas mostrou, essa ação deixou de ser realizada desde agosto do ano passado, por vontade do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Ainda conforme o levantamento da CNT, a falta de fiscalização aliada à falta de investimento adequados, contribuíram para a elevação dos acidentes, principalmente àqueles com vítimas fatais. Os 67.427 acidentes ocorridos nas rodovias brasileiras em 2019 custaram, em preços de dezembro de 2019, R$ 10,28 bilhões ao país em perda de vidas, produção e bens.

Desses, R$ 3,89 bilhões são referentes aos acidentes com vítimas fatais. Considerados os acidentes desde 2009, também avaliados a preços de dezembro de 2019, o país perdeu R$ 156,06 bilhões em acidentes rodoviários.

Se fossem viabilizadas as intervenções necessárias na infraestrutura, seria possível reduzir a gravidade dos acidentes ocorridos e atender, de forma eficaz, ao anseio da população por melhoria da segurança das rodovias brasileiras. Entre 2009 e 2019, o percentual das rodovias federais públicas brasileiras com Estado Geral classificado como Ótimo ou Bom teve incremento de 16,0 pontos percentuais. Já o número de acidentes com vítimas, agregado do país, diminuiu 8,4% entre 2009 e 2019, o que significa 5,0913 mil ocorrências a menos no período.

MAIS DE UM MILHÃO: Estudo do SOS Estradas aponta que, entre 2010 e 2019, exatos 1.008.400 pessoas morreram ou ficaram feridas, oque representa média de 276 vítimas por dia, sendo 20 mortas no local e 256 feridas.

Considerações

Contudo, no período para o qual há dados disponíveis para acidentes, de 2009 a 2019, os aportes em infraestrutura de transporte rodoviário foram inferiores às perdas acumuladas com os acidentes. Enquanto os acidentes custaram ao país R$ 156,06 bilhões, o governo federal investiu R$ 125,42 bilhões em ações destinadas às melhorias das rodovias brasileiras.

Nesse período, os gastos totais da PRF somaram R$ 46,64 bilhões. Ou seja, o esforço do governo em adequação da malha e em ações da PRF (R$ 172,06 bilhões) foi pouco acima do valor das perdas. Assim, fica manifesta a necessidade de se dedicar um maior volume de recursos tanto para as ações de fiscalização, policiamento e educação de trânsito quanto para aquelas vinculadas à melhoria da infraestrutura rodoviária brasileira.

Apenas com a adoção de um plano de ações bem orientado e que combine estratégias de controle, fiscalização eficiente e investimento, será possível garantir as condições adequadas de segurança nas rodovias federais do país.

Cidade curral: animais pastam pelas ruas de Lafaiete

O problema vem de décadas, mas a solução definitiva se arrastava em diversos por inúmeros governos municipais, apensar de esforços.

Agora há pouco, nossa reportagem recebeu inúmeras imagens de animais soltos no Bairro Museu, cena comum na Rua Quincas Alves, andando e pastando pelos passeios, sem qualquer fiscalização.

Animais pastando na Rua Dom Silvério (Museu)/DIVULGAÇÃO

O risco a saúde pública e possibilidade de acidentes deixam em alerta moradores e motoristas.

Lei existe para apreender os animais e multar seus proprietários, mas….

Aguarda-se que o curral regional sai do papel ainda este ano e esteja em pleno funcionamento, pois vidas foram sacrificadas pela omissão e descaso.

Lafaiete: cidade ganha título dos animais soltos nas ruas

Lafaiete vai ganhar mais título, porém depreciativo: a cidade dos animais soltos nas ruas. Nossa reportagem flagrou esta manhã uma cena urbana rotineira. Diversos animais passeandado pelo asfalto no Bairro São Judas Tadeu oferecendo grande risco aos motoristas.

Animais são soltos por donos para pastagem pelos bairros

As vacas estavam perto a ponte que dá acesso a BR 482.

É muito comum também a região do Gigante, Tietê e Vila Resende os proprietários soltarem os animais nas ruas, principalmente em uma cidade onde não há fiscalização.

Há mais de 3 anos, existe uma legislação municipal que determina a fiscalização, o recolhimento, multa e apreensão. Até quando vamos convier com vacas, éguas e bois nas ruas?

 

Lei também:

about

Be informed with the hottest news from all over the world! We monitor what is happenning every day and every minute. Read and enjoy our articles and news and explore this world with Powedris!

Instagram
© 2019 – Powedris. Made by Crocoblock.