Em sessão tensa, vereadores prometem acordo com servidores e impedem votação de projetos; “a solução é do prefeito”, salientaram

Mais uma sessão tensa, debates acalourados e os nervos à “flor da pele” em Lafaiete (MG) nesta terça-feira (30). Há menos de 15 dias, mais de 200 funcionários conquistaram uma vitória ao lotarem o recinto da Câmara de Lafaiete (MG) quando os vereadores trancaram a pauta de votação de projetos como forma de pressionar a administração municipal a decidir sobre o aumento salarial e outras reivindicações da categoria.

“Não estou aqui para tumultuar mas fizemos um compromisso de não votar os projetos. Não podemos quebrar o acordo”, pontuou o Vereador Pedro Américo (PT) cobrando que nenhum dos projetos em pauta fosse votado até que o prefeito decidisse o acordo com os servidores.

O Vereador João Paulo Pé Quente (União Brasil), Líder do Governo, ponderou que o acordo seria em função do regimento interno. “Aqui não tem moleque ou menino. Dissemos que os projetos seriam adiados de acordo com o regimento, isto é, alguns com 45 dias ou 60 dias”. Ele informou que a administração está acertando um índice de aumento aos funcionários e o atendimento de outras demandas mas aguarda a audiência de conciliação com o sindicato. “Temos que justos e travar a pauta”, considerou O Vereador Eustáquio Silva (PV).

O Vereador Renato Pelé (Podemos) fez críticas ao mal atendimento que ele passou em um setor da prefeitura. “Não podemos generalizar, mas tem muitos funcionários que trabalham mal. Não se trava a pauta em função de aumento salarial”.

“Faço aqui um reforço de que o travamento já que foi um compromisso nosso e o prefeito vai acelerar um acordo com os servidores”, analisou Damires Rinarlly (PV).

Mais incisivo, o Vereador André Menezes (PL) cobrou a cumprimento do prometido com os servidores. “O que foi prometido temos que cumprir. Chegou a hora e agora temos que honrar nossa palavra”.

O Vereador Fernando Bandeira (União Brasil) exigiu a rapidez do Prefeito Mário Marcus (União Brasil) a definição do acordo. “Se é 3% ou 4% que se defina logo esta situação. Que o procurador e o secretário de fazenda apressem a solução. Que virem a madrugada para a definição como eu faço quando estou apertado no serviço. Precisamos de uma resposta rápida. Que sejamos verdadeiros com os servidores e transparentes”, salientou.

“Se eles não tivessem vindo aqui nada disso estaria acontecendo”, justificou Pedro Américo. O Vereador Pastor Angelino (PP) se juntou ao coro dos que defendiam o trancamento da pauta. “A palavra tem de ser cumprida e que o Executivo seja o responsável pelo acordo com os servidores. Temos que cumprir o nosso acordo e manter os nossos princípios até que se tome uma providência”.

O Vereador Sandro José (PRTB) estranhou que mesmo diante do acordo de travamento da pauta alguns projetos foram votados. “A palavra não pode voltar atrás”, destacou André.

Em meio ao debate, o Vereador Giuseppe Laporte (MDB) pediu vistas aos projetos, suspendendo as votações até esta quinta-feira (1º). Caso sejam mantidas, nada será votado do Executivo. “É o chefe do Executivo que é o responsável em resolver a situação. Nós, vereadores, não temos nada haver com este imbróglio e que se agilize uma solução”, finalizou.

Em dia de vitória histórica, vereadores travam pauta a pedido dos servidores enquanto não votar aumento salarial

“Trava pauta”. Este era o grito de ordem dos servidores de Lafaiete (MG) que lotaram a reunião dos vereadores na noite de ontem (23) na sessão ordinária. Com faixas e cartazes, eles pressionaram os 13 vereadores e deixaram a reunião com uma grande vitória acachapante. Por unanimidade, a Câmara travou os projetos de iniciativa do Executivo por 90 dias. Algo ainda inédito nos últimos 20 anos, a medida impacta diretamente nas ações da Prefeitura impedindo que projetos sejam votados antes de sua apreciação.   

A suspensão das votações atendeu a demanda dos servidores até que o Executivo analise os interesses da categoria que pleiteia 12% de aumento, além de atendimento de um cardápio de reivindicações como implantação do pisto da enfermagem, periculosidade para vigias e cantineiras, aumento do vale alimentação, etc.

Segundo o Presidente do Sindicato dos Servidores de Lafaiete, Valdnei Alves, a defasagem salarial acumulada chega a 62%. Ainda ontem apenas 3 projetos de iniciativa da Prefeitura foram votados em plenário. “Estamos há mais de 15 anos sem aumento real e nossas demandas sequer são discutidas. Esta é uma vitória dos servidores e mostrou nossa força. Agora vamos para cima da prefeitura para mostrar que nossa mobilização é para valer. De nada adianta uma Liminar se a categoria está unida”. Assim reverberou o Presidente do Sindicato dos Servidores de Lafaiete, Valdnei Alves, em seu pronunciamento na Tribuna da Câmara de Lafaiete (MG).

Ontem entrou o projeto anunciado pelo Prefeito Mário Marcus (União Brasil) de implantação do piso nacional da educação. “Defendemos os professores mas queremos aumento para toda a categoria”, pontuou.

Outra demanda defendida pelos servidores é rompimento do contrato com a empresa ConvêniosCard, que opera o cartão alimentação. A empresa vem insistentemente atrasando os repasses aos comércios locais, afetando os servidores que ficam impedidos de realizar suas compras. “Estamos abertos ao diálogo e sempre mantivemos esta postura”, salientou Valdinei.

Ao final dos protestos, os servidores se reuniram com o sindicato na garagem da Câmara quando foram apresentados à categoria os resultados da reunião ocorrida na parte da tarde, entre a entidade sindical e representantes dos servidores.

Repercussão

Em meios aos protestos, os vereadores afinaram o discurso pró-servidores apoiando as causas do sindicato e aprovando o trancamento da pauta dos projetos do Executivo. “Trabalhar com amor não paga as contas”, disparou Damires Rinarlly (PV). “Vemos muitas das vezes vemos que a escravidão não acabou”, citou Eustáquio Silva (PV). “A luta de vocês é nossa luta”, assinalou Oswaldo Barbosa (PV). “Vamos para cima. Lutem, não deixem de lutar. Isso não é favor, é direito”, entoou Pastor Angelino (PP).

O Vereador André Menezes (PL) citou que primeira vez em dois anos de mandato presenciou um movimento organizados dos servidores. “A gente presencia o povo insatisfeito em quase todas as áreas”.

“Está acontecendo uma mudança e isso é louvável”, assinalou Fernando Bandeira (União Brasil). “Temos que travar a pauta, sim”, garantiu Renato Pelé (Podemos).

Muito ovacionado, Pedro Américo, comentou sua emoção diante da mobilização dos servidores. “Estou emocionado, mas palavras nada resolvem. Se vocês não viessem aqui a pauta não seria trancada”.

“Quero também esta mobilização para buscar solução para a policlínica, para nossas escolas sucateadas e tantas mazelas que vivemos em Lafaiete. Isso já era para estar acontecendo antes”, salientou Erivelton Jayme (Patriotas). “Já estou cansando de promessas agora vou aguardar as soluções”, assinalou Vado Silva (DC).

 “É um absurdo a gente ganhar um salário mínimo. Se a gente parar as escolas não funcionam”, protestou uma cantineira em meio aos servidores em gritos.

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