Vitória a Minas: 120 anos na travessia de histórias

Com novas tecnologias, estrada de ferro segue firme no transporte de carga e de passageiros, com 30 pontos de parada entre BH e a capital do ES

A Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) completa 120 anos hoje (13/5). Construída inicialmente para transportar café, hoje leva minério de ferro e outros produtos entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Além disso, pelos 664 quilômetros percorridos em 13 horas e meia, o trem de passageiros conecta histórias de pessoas em busca de transporte seguro e lazer.

De acordo com a Vale, concessionária que administra a ferrovia, em 2023, 740 mil passageiros foram transportados pelo trem de passageiros. Diariamente, um deles sai de Belo Horizonte, com destino a Vitória, no Espírito Santo. Entre os passageiros que embarcavam na estação no Centro de BH na manhã de quarta-feira (8/5), uma turma chamava a atenção de quem estava na plataforma esperando para embarcar. Uma excursão de 63 pessoas, a maioria senhoras idosas, usava um abadá com a expressão “Partiu Vitória”.

O grupo saiu de Goiânia, Goiás, na terça-feira (7/5) e viajou 12h de ônibus até BH. Na quarta-feira, seguia animado para enfrentar mais de 13 horas de viagem até Vitória. Entre as viajantes, a aposentada Vilma Rodrigues de Abreu, de 66 anos. “Nunca viajei assim. Agora que estou começando a participar dessas viagens. Acho maravilhoso, estou adorando ter minha liberdade.” Ela conta que ficou viúva há pouco tempo. “Graças a Deus, estou livre, aposentada e agora vou curtir minha vida”, disse, animada diante de sua primeira viagem de trem.

A aposentada Maria Lúcia da Silva, de 67, também estava no grupo e viajando de trem pela primeira vez. “Estou até emocionada.” Questionada sobre o que faria para passar o tempo até Cariacica, na Grande Vitória, ela listou. “Atividade física que ele (professor de dança) coloca a gente pra fazer na cadeira, tem música, a gente canta, dança.”

O organizador da “aventura” é o professor de dança Mauro Mendes da Silva, conhecido como Mauro Negrão. “O objetivo da excursão é fazer um passeio alegre, divertido e com muita dança, além de conhecer novos lugares. É uma experiência. Há dois anos planejamos essa viagem e hoje estamos aqui realizando o sonho dessas jovens senhoras”, disse.

Já a passageira Cristiane de Freitas Nogueira, de 39, viajava com a família também com destino à Vitória. Era a primeira experiência no trem. Com o filho Theo, de 2, no colo, ela disse como pretendia distrair a criança durante todo o trajeto. “Essa era uma dúvida. Ele é pequeno, cheio de energia, não sabíamos como seria. Mas está sendo tranquilo. Já a filha Sofia, de 11, contou que estava adorando admirar a paisagem e ver vídeos no telefone celular. A família está de férias e aproveitou a oportunidade para fazer a viagem.

 Painel de controle de frenagem
Painel de controle de frenagem Fotos: Vale/Divulgação

Segurança e acessibilidade

O trem de passageiros percorre 42 cidades e tem 30 pontos de parada entre BH e Vitória. A composição inclui as classes executiva e econômica, além de elevador para o acesso em cadeira de rodas e um espaço destinado para pessoas com mobilidade reduzida.

A velocidade máxima é supervisionada de forma automática. Há ainda um sistema de comunicação de dados via satélite e uma rede de rádio para diálogo direto e exclusivo entre o maquinista e a equipe de bordo, além da comunicação com o Centro de Controle de Operações.

O gerente de operação do trens de passageiros, Eduardo Soares, conta que, em média, a composição viaja a uma velocidade de 65km/h, levando 500 passageiros por trem. “Geralmente, eles podem rodar com 700 a 800 passageiros. São pessoas com necessidade de deslocamento e que fazem turismo. Temos uma série de pessoas que vêm sempre e outras que estão vindo pela primeira vez”, afirma.

Ele destaca que a segurança proporcionada pelo meio de transporte também é um dos atrativos. “Até dentro da empresa priorizamos que os funcionários façam o deslocamento pelo trem de passageiros, para evitar utilizar as estradas. Sabemos que o risco é maior nas estradas.”

O trem também conta com uma equipe com técnico de enfermagem, para eventuais questões de saúde que possam ocorrer com os passageiros. Em alguns casos, ele pode até parar em alguma cidade para que o passageiro seja atendido. Para fazer a viagem são necessárias duas equipes. A troca acontece em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.

TECNOLOGIA

Na operação e formação de pessoas para atuar na ferrovia, a Vale usa tecnologias como inteligência artificial, realidade virtual, simuladores e sistemas de monitoramento. A inspeção de vagões, por exemplo, é feita por inteligência artificial. Algoritmos avançados, câmeras e sensores ao longo da via conseguem identificar com precisão se os componentes e estruturas estão dentro dos padrões esperados. Cerca de 3 mil vagões são inspecionados, de forma automática, diariamente. De acordo com a empresa, isso antecipa as necessidades de manutenção, aumenta a segurança e a eficiência operacional, além de prolongar a vida útil dos equipamentos.

Há também o carro controle, um veículo com equipamentos de medições da geometria da linha que possibilita programar manutenções preventivas com base em suas leituras. Já o carro ultrassom percorre a linha para identificar e prevenir fraturas de trilhos.

Ao longo do trecho ainda são usados equipamentos que fazem a leitura de todo o material rodante, observando as condições dos rolamentos, a temperatura e o perfil de rodas. Todas as informações são repassadas ao Centro de Controle Operacional (CCO), em Vitória. Até mesmo as condições climáticas são avaliadas. Por meio de sistemas de pluviometria e temperatura é possível reforçar os cuidados em épocas de chuvas e temperaturas elevadas.

Os sistemas de controle de tráfego também garantem a segurança da circulação dos trens pelo adequado distanciamento entre eles. Esse sistema prevê, inclusive, a parada automática dos veículos em casos de alguma falha ou desvios de operação.

DESENVOLVIMENTO

O diretor da Estrada de Ferro Vitória a Minas, Gildiney Sales, afirma que a ferrovia contribuiu para o desenvolvimento de cidades em território mineiro e no Espírito Santo. “Ainda é um vetor de desenvolvimento regional. Muitas cidades ao longo da ferrovia nasceram devido a ela.”

Sales destaca ainda que, hoje, a ferrovia é responsável por 30% do transporte de produtos por este meio no país. “Além do minério, ela transporta celulose, carvão, calcário, produtos siderúrgicos e combustível.” O volume transportado em 2023 foi de 105,3 milhões de toneladas, sendo 85,1 milhões de toneladas de minério e 20,2 milhões de toneladas de carga geral.

“O trem de passageiros possibilita um transporte seguro, eficaz, confortável. Antigamente, ele era junto com o de cargas. Ao longo do tempo, por questões de segurança, foi implantado um trem único de passageiros, para atender com mais rapidez, conforto e segurança.”

TREINO EM SIMULADORES

A formação dos profissionais que vão atuar na ferrovia também usa recursos tecnológicos. Três Centros de Operações de Aprendizagem são usados para qualificar maquinistas, oficiais de operação, controladores de pátios, controladores de tráfego, entre outros profissionais.

Todos têm cabines, capazes de simular as funções que o maquinista executa durante uma viagem real do trem, em um ambiente seguro e controlado. O cenário é programado para que ele seja desafiado a executar a melhor condução possível e todas as suas ações são avaliadas de forma automática.

“Usamos realidade virtual na formação de profissionais, para simular o ambiente real. Operar com chuvas, de dia, à noite, em situações adversas. Isso traz mais segurança e melhor preparação para os maquinistas quando forem a campo”, pontua Sales.

O modelo de simulador foi desenvolvido no Brasil e faz parte de uma parceria entre a Vale e a Universidade de São Paulo (USP). Desde que passou a ser usada pela empresa, há 11 anos, a tecnologia já possibilitou 1,5 mil capacitações.

SOBRE OS TRILHOS

O projeto da ferrovia foi aprovado em 1902 e as obras começaram no ano seguinte. Em 13 de maio de 1904, foi inaugurado o primeiro trecho com 30 quilômetros, entre as estações Porto Velho, em Cariacica, na Grande Vitória, e Alfredo Maia, no município de Santa Leopoldina, na região serrana do Espírito Santo.

A estação Pedro Nolasco, em Cariacica, só foi inaugurada em dezembro de 1905, um ano depois do início da operação da ferrovia. Até então, o trem parava na Estação Porto Velho, a cerca de sete quilômetros dali. Logo depois da construção da estação Pedro Nolasco, Porto Velho foi desativada.

O traçado original da ferrovia não passava por Itabira, na Região Central de Minas. Em 1º de julho de 1942, o então presidente, Getúlio Vargas, fundou a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), que mais tarde passou a se chamar apenas Vale. A empresa incorporou a Companhia Brasileira de Mineração e Siderurgia (que havia absorvido a EFVM) e a Companhia Itabira de Mineração, que estava em fase de organização. Também recebeu do governo federal a posse das jazidas de minério de ferro de Minas Gerais.

Em 1943, finalmente, foram entregues as estações que faltavam para completar o trajeto — uma no município de Nova Era (Estação Capoeirana) e três em Itabira (estações Oliveira Castro, Engenheiro Laboriau e Itabira).

Na década de 1970, foi feito um grande investimento em duplicação, tornando a EFVM a primeira ferrovia totalmente duplicada das Américas.

A operação da ferrovia contribuiu para a ocupação efetiva de extensas regiões do Vale do Rio Doce, fazendo surgir cidades como Colatina, no Espírito Santo, e Aimorés, Resplendor, Governador Valadares e Coronel Fabriciano, em Minas, antes pequenos arraiais.

Desde que a ferrovia foi criada, a operação e a manutenção passaram por grandes mudanças. No passado, a retirada de trilhos para troca era feita manualmente. Várias pessoas se reuniam para levantar um único trilho. Hoje, todo o movimento é feito com auxílio de guindastes.

Ferrovia em números

3,5 mil – empregos diretos

317 – locomotivas

12.123 – vagões de minério

905km – de ferrovia, sendo 601km de linhas duplas

45 – túneis (27,5 km)

127 – pontes

185 – passagens de nível

43 – passarelas

27 – equipamentos de via permanente (EGP)

Trem de Passageiros

30 – estações de Vitória a Belo Horizonte

42 – municípios atendidos

664km – percorridos em 13,5 horas

740 mil – passageiros em 2023

 

FONTE ESTADO DE MINAS

Viaduto do Bairro Cachoeira: obra fica pronta em junho

Nesta quinta-feira, 18/01, o Prefeito de Lafaiete (MG), Mário Marcus, juntamente com a equipe da Secretaria de Obras e estagiários da UFSJ, visitou a obras de construção do viaduto do Bairro Cachoeira e da ponte na Rua do Barreto que estão sendo executadas pela MRS Logística em parceria com a prefeitura.

A construção do viaduto é um investimento importante em mobilidade e segurança, pois, propiciará tráfego com agilidade, sem interrupções no fluxo de veículos e com prevenção de acidentes nas travessias sobre a linha férrea.

O prefeito Mário Marcus, que acompanha, periodicamente, todas as obras em execução na cidade, foi acompanhado pelos engenheiros da MRS Logística e constatou que o cronograma está sendo cumprido e a obra tem previsão de conclusão no mês de junho deste ano. Ele ressaltou a importância da parceria com a MRS na construção de mais esta obra tão necessária, que beneficiará a todos os pedestres e motoristas, da cidade e região, que terão mais agilidade e segurança no local. “Esta é mais uma intervenção dentro da programação de melhoria dos acessos e das vias, que visam aprimorar o trânsito e tráfego nas ruas, promovendo mais mobilidade, mais segurança e comodidade aos moradores”.

Travessia da Lapinha ao Tabuleiro: jornada de aventura ecológica em Minas

Que tal curtir uma trilha bem perto de BH, da Lapinha da Serra à Cachoeira do Tabuleiro, que oferece aos caminhantes imersão e relaxamento junto à natureza?

No caminho, flores exóticas: candeias, canelas de ema, sempre-vivas, toda uma paisagem estonteante, integração com a natureza, comunidade local. Tudo isso com ponto de partida a 142 quilômetros da capital mineira –  a travessia Lapinha da Serra à Cachoeira do Tabuleiro, ou Lapinha X Tabuleiro. Considerada uma das mais famosas do país, o percurso é uma opção acessível para toda a família, mas, é fundamental ter um guia especializado para fazer a caminhada. Essa trilha é perfeita para quem quer aproveitar o final das férias e, de quebra, conhecer o cerrado mineiro na Cordilheira do Espinhaço, na Região Central do estado.

A reportagem do Jornal Estado de Minas percorreu, durante dois dias, os 33 quilômetros que separam dois lugares icônicos na Serra do Cipó. A travessia começa na estonteante Lapinha da Serra, distrito de Santana do Riacho até a parte alta da Cachoeira do Tabuleiro, já em Conceição do Mato Dentro. No percurso, uma jornada através dos cânions, até chegar no ponto da queda, com os seus 273 metros de altura – a terceira maior do Brasil e a maior do estado –, finalizando o passeio na portaria do Parque do Tabuleiro, a 175 quilômetros de BH.

Flores de sempre-vivas guiam o caminho

 A trilha é considerada de grau médio de dificuldade, já que, além de andar por caminhos leves, o visitante vai encarar escaladas acidentadas, passando por picos, campos rupestres, cachoeiras e matas de galerias, com vista panorâmica para toda a Serra do Cipó. Mesmo assim, ela é segura quando feita com a orientação de um guia de referência. A travessia é ainda ótima opção para final das férias escolares, podendo ser feita em três ou mais dias para contemplar por mais tempo. No caso da nossa experiência, que foi de apenas dois dias, vimos uma criança de 8 anos completar o trajeto, a pequena Maria Flor Rennó.

1º dia de travessia 

Sob os cuidados do guia Bruno David Prudencio, da Bambú Aventuras, baseado na Lapinha da Serra com 15 anos de experiência, saímos em um grupo de 18 pessoas do ponto marcado na agência, após café da manhã reforçado no restaurante Bistrô, que serviu de apoio e promotor da caminhada. “O inverno, agora no período de seca, é a melhor época para se fazer percurso passando pelo alto Tabuleiro sem risco de tromba d ‘água”, orienta Bruno, que confere e ajusta a distribuição de peso em cada mochila. “Detalhe importante para facilitar o trajeto de 17 quilômetros no primeiro dia”, completa. Subimos o morro da Lapinha e seguimos a mesma trilha feita por antigos tropeiros que levavam, entre outros produtos, cebola roxa para ser comercializada em Diamantina, centro urbano referência no século 19. 

Qualquer pessoa, independente da idade, pode se aventurar na trilha

Contornando a montanha do pico do Breu, passamos por campos de altitude até a baixada onde está o Rio Parauninha, de águas cristalinas, que já vale a primeira arrancada, que é íngreme e exige concentração. Subindo o vale até os limites do Parque da Serra o Intendente, chegamos ao anoitecer no ponto de apoio da família do “Seu” Chico Niquinho. Na ‘pousada improvisada’, o local oferece aos caminhantes uma estrutura de quarto compartilhado, área  de camping e um jantar digno de se orgulhar de ser de Minas Gerais – frango com quiabo, carne de porco ensopada, salada de horta própria, arroz e feijão. Tudo preparado no fogão a lenha. “O povo chega cansado e nós, que já estamos sabendo, deixamos tudo pronto para receber viajantes”, conta Chico.

Travessia é aquele momento de repensar a vida, desacelerar e apreciar belas paisagens

Ele comenta que continuou a construção do pouso dos viajantes de seu avô naquele pedaço de planície. “Já até morei na cidade, mas hoje não saio daqui mais não”, dispara o dono de quatro cães pastores e que mora ali com o filho e a esposa.

2º dia de travessia

Café da manhã reforçado e alongamento inauguraram o segundo dia de caminhada. Foram 6 quilômetros até a parte alta da Cachoeira do Tabuleiro, onde se encontram as várias piscinas naturais formadas entre cânyons, que são mais seguras para visitar nesta época, que é de seca. “No período chuvoso, ao menor sinal de chuva, o caminho se torna arriscado por conta da tromba d’água, pois não tem para onde correr“, alerta Bruno David, que também é brigadista voluntário e faz este caminho desde 2009. 

A Serra do Cipó, na Cordilheira do Espinhaço, oferece aos visitantes uma experiência única:

Do alto da Cachoeira do Tabuleiro, a adrenalina acelera só de se chegar perto do ponto da queda. “Este é um momento que todos devem observar as medidas de segurança, dado o perigo de queda”, alerta Bruno, ao lado dos outros guias da expedição Cauã e Cristiano Reis, líder da brigada Guardiões da Serra. Com eles, deu para “botar reparo” em muitas coisas nas quais não se veria estando lá sozinho, sem conhecer a região. Vale ressaltar que eu não era um tropeiro de primeira viagem por essas trilhas. Em 2018, junto com o colega Mateus Parreiras, fiz a mesma travessia. Só que no caminho inverso: da Cachoeira do Tabuleiro até Lapinha da Serra.

Após um banho revigorante nas piscinas naturais, voltamos à   caminhada, agora de 9 quilômetros, até à portaria do Parque do Tabuleiro, que durou até o anoitecer. Lá, uma van esperava o grupo, que foi levado para o Restaurante da Família, com self-service à vontade de comida mineira. O guia Bruno agradeceu a presença de todos e fez o discurso de despedida do grupo: “O mais importante no trajeto é fazê-lo com segurança. Importante a presença de uma guia,  já que sabemos de muitos detalhes referentes à natureza, ao relevo e às condições de tempo no dia em que for atravessar. Portanto, saiba quem estará te guiando antes de se aventurar, pois o que deve ser divertido também pode se tornar um passeio perigoso para desavisados”, finaliza Bruno.

Serviço

  • Travessia Lapinha X Tabuleiro
  • Distância percorrida: 33 kms 
  • Guia: Bruno David Prudêncio
  • Agência Bambu Aventuras
  • Contato: (31)- 987977851 
  • instagram: @bambuaventura
  • www.bambuaventura.com.br 
  • Restaurante da Família: (31) 995806562 
  • Restaurante Bistrô: (31) 98237481

FONTE ESTADO DE MINAS

Travessia da Lapinha ao Tabuleiro: jornada de aventura ecológica em Minas

Que tal curtir uma trilha bem perto de BH, da Lapinha da Serra à Cachoeira do Tabuleiro, que oferece aos caminhantes imersão e relaxamento junto à natureza?

No caminho, flores exóticas: candeias, canelas de ema, sempre-vivas, toda uma paisagem estonteante, integração com a natureza, comunidade local. Tudo isso com ponto de partida a 142 quilômetros da capital mineira –  a travessia Lapinha da Serra à Cachoeira do Tabuleiro, ou Lapinha X Tabuleiro. Considerada uma das mais famosas do país, o percurso é uma opção acessível para toda a família, mas, é fundamental ter um guia especializado para fazer a caminhada. Essa trilha é perfeita para quem quer aproveitar o final das férias e, de quebra, conhecer o cerrado mineiro na Cordilheira do Espinhaço, na Região Central do estado.

A reportagem do Jornal Estado de Minas percorreu, durante dois dias, os 33 quilômetros que separam dois lugares icônicos na Serra do Cipó. A travessia começa na estonteante Lapinha da Serra, distrito de Santana do Riacho até a parte alta da Cachoeira do Tabuleiro, já em Conceição do Mato Dentro. No percurso, uma jornada através dos cânions, até chegar no ponto da queda, com os seus 273 metros de altura – a terceira maior do Brasil e a maior do estado –, finalizando o passeio na portaria do Parque do Tabuleiro, a 175 quilômetros de BH.

Flores de sempre-vivas guiam o caminho

 A trilha é considerada de grau médio de dificuldade, já que, além de andar por caminhos leves, o visitante vai encarar escaladas acidentadas, passando por picos, campos rupestres, cachoeiras e matas de galerias, com vista panorâmica para toda a Serra do Cipó. Mesmo assim, ela é segura quando feita com a orientação de um guia de referência. A travessia é ainda ótima opção para final das férias escolares, podendo ser feita em três ou mais dias para contemplar por mais tempo. No caso da nossa experiência, que foi de apenas dois dias, vimos uma criança de 8 anos completar o trajeto, a pequena Maria Flor Rennó.

1º dia de travessia 

Sob os cuidados do guia Bruno David Prudencio, da Bambú Aventuras, baseado na Lapinha da Serra com 15 anos de experiência, saímos em um grupo de 18 pessoas do ponto marcado na agência, após café da manhã reforçado no restaurante Bistrô, que serviu de apoio e promotor da caminhada. “O inverno, agora no período de seca, é a melhor época para se fazer percurso passando pelo alto Tabuleiro sem risco de tromba d ‘água”, orienta Bruno, que confere e ajusta a distribuição de peso em cada mochila. “Detalhe importante para facilitar o trajeto de 17 quilômetros no primeiro dia”, completa. Subimos o morro da Lapinha e seguimos a mesma trilha feita por antigos tropeiros que levavam, entre outros produtos, cebola roxa para ser comercializada em Diamantina, centro urbano referência no século 19. 

Qualquer pessoa, independente da idade, pode se aventurar na trilha

Contornando a montanha do pico do Breu, passamos por campos de altitude até a baixada onde está o Rio Parauninha, de águas cristalinas, que já vale a primeira arrancada, que é íngreme e exige concentração. Subindo o vale até os limites do Parque da Serra o Intendente, chegamos ao anoitecer no ponto de apoio da família do “Seu” Chico Niquinho. Na ‘pousada improvisada’, o local oferece aos caminhantes uma estrutura de quarto compartilhado, área  de camping e um jantar digno de se orgulhar de ser de Minas Gerais – frango com quiabo, carne de porco ensopada, salada de horta própria, arroz e feijão. Tudo preparado no fogão a lenha. “O povo chega cansado e nós, que já estamos sabendo, deixamos tudo pronto para receber viajantes”, conta Chico.

Travessia é aquele momento de repensar a vida, desacelerar e apreciar belas paisagens

Ele comenta que continuou a construção do pouso dos viajantes de seu avô naquele pedaço de planície. “Já até morei na cidade, mas hoje não saio daqui mais não”, dispara o dono de quatro cães pastores e que mora ali com o filho e a esposa.

2º dia de travessia

Café da manhã reforçado e alongamento inauguraram o segundo dia de caminhada. Foram 6 quilômetros até a parte alta da Cachoeira do Tabuleiro, onde se encontram as várias piscinas naturais formadas entre cânyons, que são mais seguras para visitar nesta época, que é de seca. “No período chuvoso, ao menor sinal de chuva, o caminho se torna arriscado por conta da tromba d’água, pois não tem para onde correr“, alerta Bruno David, que também é brigadista voluntário e faz este caminho desde 2009. 

A Serra do Cipó, na Cordilheira do Espinhaço, oferece aos visitantes uma experiência única:

Do alto da Cachoeira do Tabuleiro, a adrenalina acelera só de se chegar perto do ponto da queda. “Este é um momento que todos devem observar as medidas de segurança, dado o perigo de queda”, alerta Bruno, ao lado dos outros guias da expedição Cauã e Cristiano Reis, líder da brigada Guardiões da Serra. Com eles, deu para “botar reparo” em muitas coisas nas quais não se veria estando lá sozinho, sem conhecer a região. Vale ressaltar que eu não era um tropeiro de primeira viagem por essas trilhas. Em 2018, junto com o colega Mateus Parreiras, fiz a mesma travessia. Só que no caminho inverso: da Cachoeira do Tabuleiro até Lapinha da Serra.

Após um banho revigorante nas piscinas naturais, voltamos à   caminhada, agora de 9 quilômetros, até à portaria do Parque do Tabuleiro, que durou até o anoitecer. Lá, uma van esperava o grupo, que foi levado para o Restaurante da Família, com self-service à vontade de comida mineira. O guia Bruno agradeceu a presença de todos e fez o discurso de despedida do grupo: “O mais importante no trajeto é fazê-lo com segurança. Importante a presença de uma guia,  já que sabemos de muitos detalhes referentes à natureza, ao relevo e às condições de tempo no dia em que for atravessar. Portanto, saiba quem estará te guiando antes de se aventurar, pois o que deve ser divertido também pode se tornar um passeio perigoso para desavisados”, finaliza Bruno.

Serviço

  • Travessia Lapinha X Tabuleiro
  • Distância percorrida: 33 kms 
  • Guia: Bruno David Prudêncio
  • Agência Bambu Aventuras
  • Contato: (31)- 987977851 
  • instagram: @bambuaventura
  • www.bambuaventura.com.br 
  • Restaurante da Família: (31) 995806562 
  • Restaurante Bistrô: (31) 98237481

FONTE ESTADO DE MINAS

Carro de vereador estraga em alagamento e moradores cobram solução para inundações na travessia da linha

Um temporal que caiu sobre em Lafaiete (MG) na ontem (10) alagou casas e inundou dezenas de ruas. Na travessa da linha férrea das MRS, na Dias de Souza, no Bairro Cachoeira, novamente os moradores sofreram com o transbordamento de um córrego que alagou o local e invadiu casas.
Moradores acionaram nossa redação pedindo a interseção da prefeitura junto a MRS para retire um muro para o escoamento das chuvas e colocação de uma tela. “Com essa ação a água não ficará represada e poderíamos evitar enchentes. Somente boa vontade se resolveria este transtorno”, cobrou um morador.

Vereador

No local onde houve a inundação na qual os moradores clamam por uma solução, por coincidência, o Vereador Renato Pelé (PODE), morador do Bairro Cachoeira, não conseguiu atravessar as cheias e seu carro ficou estragado no local. Diante do incidente, o edil não pode participar da sessão da noite de ontem (10).
Pelé gravou um vídeo e postou nas redes sociais, que retratou sua situação, bem molhado e com o carro estragado no meio da enxurrada. Tem de dar um jeito e quebrar este muro. Toda vez que chove é essa a situação”.

https://youtu.be/YWiYlrIsiiU
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