25 de abril de 2024 12:20

Exigência de carga horária de 40 horas semanais dos médicos do PSF vira polêmica na Câmara e vereadores trocam farpas: “melhor cumprir duas horas do que não ter médicos”, desabafa Pé Quente

Implantação da agenda da saúde é vista como solução para o fim das filas e o atendimento eficaz nos PSF’s, porém esbarra na exigência de cumprimento de carga horária pelos médicos/CORREIO DE MINAS

Em mais uma sessão, a saúde foi tema de discussões na Câmara ontem a noite. O estopim foi a denúncia do vereador Pedro Américo (PT) sobre o mal atendimento de médicos na policlínica quando ele que os profissionais não estariam em postos de trabalhos enquanto pacientes passavam mal aguardando a demora no atendimento. O vereador Fernando Bandeira (PTB) criticou que o médico que atende no PSF do Bellavinha ficaria pouco mais de 2 horas no local e não cumpria carga horária, se referindo a implantação da agenda da saúde que cobraria dos profissionais a carga horária de 40 horas e pelo menos 20 consultas diárias.

 “Nenhum médico vai cumprir 8 horas diárias com o salário de pouco mais de R$7 mil. Eu disse que quando exigiriam esta agenda de 40 horas semanais faltariam médicos. Em outras prefeituras eles ganham muito mais. Com este salário eles não vão cumprir este horário. Desse jeito vão faltar médicos”, justificou, criticando o presidente do Conselho de Saúde, Roberto de Santana, que quando foi secretário de saúde, na gestão anterior, não exigiu o cumprimento das 40 horas semanais dos médicos. “È obrigação dos médicos cumprirem o horário de 8 horas. Se não quiserem, deixe o cargo para outro. Quem dera se eu ganhasse R$ 7 mil”, comentou.

A vereadora Carla Sassi (PSB) explicou que a Câmara está em entendimentos com o Ministério público na tentativa de equiparar os salários dos médicos com os vencimentos ao que recebem os profissionais dos “Mais Médicos”. O líder do prefeito considerou inócua a alternativa já que Município ultrapassa o limite previsto de gastos com pessoal. “O Município não tem como mais aumentar os salários já que já passou dos limites e o prefeito está respondendo ao Tribunal de Contas”, assinalou Pé Quente.

Ao ponderar as discussões, o vereador André Menezes (PP) defendeu o equilíbrio entre o cumprimento da carga horária e valorização salarial do médico. “Eu avisei que sobre esta situação. È melhor ter um médico duas horas do que não ter atendimento”, considerou Pé Quente.

Agenda da saúde

Desde o ano passado foram promovidas diversas reuniões entre prefeitura, Ministério Público, Conselho de Saúde e Secretaria de Saúde para implantação da agenda de saúde. A falta de cumprimento de carga horária pelos médicos é reconhecida como principal entrave para melhoria dos serviços da saúde, porém esbarra na baixa remuneração dos profissionais e a concorrência de cidades vizinhas que oferecem bons salários e atraem a classe médica, esvaziando os processos seletivos para a contratação de profissionais de Lafaiete. A agenda ainda não foi implantada e está em discussão dentro do Conselho de Saúde.

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