28 de março de 2024 16:14

Fazendeiro de Congonhas recebe prêmio de Produtor Destaque da EMATER por criar fazenda autossustentável

Fazenda Paraíso dos Profetas, no Alto Maranhão/DIVULGAÇÃO

Durante a solenidade em comemoração aos 71 anos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG), o fazendeiro Wagner Henriques Xavier, proprietário da Fazenda Paraíso dos Profetas, no Alto Maranhão, recebeu, juntamente com a esposa Heloiza Maria Pedrosa de Resende, a condecoração de Produtor Destaque, das mãos do gerente regional da EMATER-MG, Vitório Alves Freitas, pelo desenvolvimento de uma Fazenda Modelo, que está se tornando autossustentável. Ao lado do casal estiveram, no evento realizado em Moeda, 5 de Dezembro, o extensionista da EMATER Congonhas, Paulo Humberto Rosa, que oferece assistência técnica a estes proprietários rurais há 13 anos, a exemplo do que acontece em relação a todos os interessados, e o titular da Diretoria de Desenvolvimento Rural, Wedson José Guerra, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico,

Inovação e Tecnologia da Prefeitura.

Esta premiação é conferida aos produtores que se destacam ao fortalecerem as atividades da agropecuária e da inovação com foco no desenvolvimento sustentável, por mais bem-estar e qualidade de vida no campo e na cidade.

Uma das funções da EMATER é levar assistência técnica e extensão rural aos produtores de municípios conveniados, como é o caso de Congonhas. Este trabalho é feito através de visitas técnicas, treinamentos e capacitação de agricultores, pecuaristas, entre outros empresários rurais. Em 2006, em um treinamento para produtores realizado por Paulo Rosa, Wagner começou a receber orientações técnicas para o gerenciamento de sua recém-adquirida propriedade rural. A partir de então, foram realizados projetos na área ambiental, entre eles a construção de barraginhas para a recuperação do lençol freático, criação de peixes e irrigação de hortaliças, recuperação de pastagens por meio da integração lavoura e pecuária, melhoria das estradas internas da fazenda, implantação de biodigestor, ferti-irrigação de pastagens e lavoura, tornando a propriedade ambientalmente sustentável. Hoje, a Fazenda Paraíso dos Profetas produz hortaliças, peixes, ovos e leite, que é beneficiado em um laticínio, transformando-se em diversos outros alimentos.

Produtos fabricados na fazenda/DIVULGAÇÃO

“É com muita satisfação e lisonjeados que recebemos o reconhecimento da EMATER, que nos apoiou desde o dia que a procuramos. Eu não sou pessoa de campo, nem nunca havia sido ligado a produtores rurais. Assustei quando comprei a propriedade, e não sabia nada sobre o planejamento rural e a lida diária. Gostaria de que tudo aquilo que estamos fazendo, com aplicação de tecnologia e novos experimentos, que buscamos na EMATER e até de fora do País, se transformasse em exemplo para os demais produtores. Quem não puder aproveitar todas as ideias, que se inspire em uma ou outra”, diz o fazendeiro.

Wagner lembra que as atividades da fazenda são interligadas. O esterco é utilizado para produção de biofertilizante e produção de gás no biodigestor. Este vai para o laticínio. “Se você tem consumo de energia e pode produzi-la faz baixar os custos”, argumenta.

Mas tem mais: “As barraginhas servem para manter abastecido o lençol freático,  irrigar as hortaliças e para produzir peixe. Criamos abelhas, então produzimos mel, mas iniciamos a apicultura para corrigir o problema da baixa produtividade da fruticultura e de lavouras como a de milho, porque ela realiza a polinização,e a produtividade melhorou bem com isso”, conta o fazendeiro premiado, que faz questão de enfatizar: “Buscamos sempre a melhor forma de lidar com o meio ambiente, assim se prepara o futuro, precisamos deixar recursos naturais para nossos netos”.

Heloiza e a funcionária Adriana transformam o leite de alta qualidade produzido na fazenda no laticínio. “Este cuidado do Wagner com todo o processo de produção do leite se traduz em ótimos produtos. São 150 kg queijo Frescal de 900 gramas, 5 kg de mussarela, 20 potes de doce de leite de ½ quilo e 30 potes de manteiga de leite de 200 gramas por semana, além de 230 garrafas de ½ litro de iogurte com polpa natural a cada quinzena. Nossa queijaria é pequena, não penso em aumentar muito a produção, priorizamos a qualidade, trabalhamos com todos os critérios de higiene. Tudo tem uma saída muito boa”, afirma a responsável pela produção dos derivados de leite. Com a escolha pela baixa produtividade, a comercialização desses alimentos fica restrita ao Alto Maranhão, Joaquim Murtinho e a um pequeno ponto de venda de Belo Horizonte.

A proprietária completa a informação do marido sobre o reaproveitamento em rede:”O gás gerado pelo biodigestor está sendo utilizado para a produção de doce de leite e a água quente, que é utilizada para produção de queijo, vai para a limpeza do sistema de ordenha no curral”.

 Outro prêmio

Wagner e o extensionista Paulo Rosa já haviam ficado em 3º lugar em um prêmio interno da EMATER logo nas primeiras safras de milho da fazenda. A foto com uma espiga antes do apoio técnico e outra depois é o retrato fiel desta parceria.

O extensionista da Emater Congonhas, Paulo Rosa, adverte que, para conseguir os resultados da Fazenda Paraíso dos Profetas, é preciso que o produtor se abra a fim de absorver formas avançadas de gerenciamento. “O Wagner é uma pessoa dinâmica e com visão de futuro. Difícil é quando tentamos implementar novas tecnologias e o produtor não acredita naquilo. Nosso amigo busca novo conhecimento até no exterior. O que ele precisou para iniciar a gestão da fazenda oferecemos a ele, convidando colegas nossos da EMATER  de Belo Horizonte, de Sete Lagoas e até de outras regiões do Estado para contribuírem na implementação de projetos inovadores para esta região”, lembra.

Paulo Rosa garante que a questão não está em ter ou não dinheiro para criar uma propriedade autossustentável, e sim na aplicação da técnica correta e determinação. “Muitas das tecnologias aplicadas naquela fazenda podem ser replicada por produtor de todas as condições financeiras e em qualquer tamanho de propriedade. Em Lobo Leite, por exemplo, estamos plantando inhame, chuchu e mandioca, sem implementos agrícolas, em uma área de 5 mil m² de um pequeno agricultor. Em uma chácara dos Monjolos, estamos experimentando o plantio da pitaia (espécie de cactácia), de custo de implantação baixo e preço de venda alto”, exemplifica.

O diretor de Desenvolvimento Rural da Prefeitura, Wedson José Guerra, recebe certificado pela contribuição que o Governo Municipal oferece ao setor agrícola, acompanhado do casal Heloiza e Wagner, do extensionista Paulo Rosa e de servidores da Diretoria.

Mais Notícias

Receba notícias em seu celular

Publicidade