19 de abril de 2024 11:23

Garimpando – Meu colégio abençoado 2

Avelina Maria Noronha de Almeida

avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

Meu colégio abençoado 2

Quero trazer aqui algumas lembranças da passagem da minha vida

 nesse Templo do Saber.

Início da década de quarenta do século vinte foi quando iniciei a minha trajetória estudantil. Fiz o Jardim da Infância e os Cursos Primário e Ginasial no Colégio Nossa Senhora de Nazaré. Belos tempos!

Quero começar as recordações pelo primeiro ano primário:

“Olhem para mim! / Eu me chamo Lili.” Oh! que encantamento as aulas da doce Mariinha Biagioni.

Imagem da Internet

Passados 77 anos de meu primeiro ano, Mariinha, viúva de meu primo José Noronha de Menezes e que foi minha professora, é, ainda hoje, uma fada carinhosa em minha vida e continua linda, meiga, um exemplo de vida Comprovem isso vendo a foto que tiramos junto, o ano passado, na Santa Missa que foi celebrada pelo aniversário de 92 anos de Mariinha:

Ela não é lindinha!

Vejam o que, com apenas sete anos, no tempo que era das aulas de Trabalho, eu aprendi: a fazer bainha, casa, pregar botões e colchetes, diversos tipos de pontos de bordados como ponto atrás, ponto cadeia e outros, fazendo, antes que terminasse esse primeiro ano do Curso Primário, uma colcha para minha cama com uma grande aplicação de um elefantinho, no meio, muito linda a colcha!

Muito mais nós, pequenas alunas, aprendemos com seu exemplo de bondade, responsabilidade, respeito e carinho. Muito agradecida, querida mestra!!!

Nos segundo, terceiro e quarto anos, análises léxicas, problemas, anotações… Quantos conhecimentos nos transmitiram, respectivamente, Diná Alves de Oliveira, Elza de Oliveira Figueiredo, Zulmirinha Tavares! Aulas de ciências dissecando galinhas, auditórios mensais, recitar, cantar, representar. Leitura alta, composição e ditado… todo dia. Fixação boa da matéria antes de passar para a outra. Cadernos de pontos ilustrados. Era um ensino responsável e metódico, mas atraente porque nos sentíamos subindo os degraus da aprendizagem com passos firmes, seguros. Que base maravilhosa a minha turma recebeu nesse saudoso Curso Primário!!!

Depois veio o Ginásio. Estudo levado a sério. Análises sintáticas, redações, profundos estudos gramaticais. Rosa / Rosae /  Rosae / Rosam / Rosa/ Rosa… declinações, traduções, versões… Ave Maria / Gratia plena… Allons enfant de la Patrie… Je vous salue, Marie, pleine de grace… Au revoir!… Do you speak Inglish? God bless America / Land that I Love… Good bye! Que maravilha! Era o Mundo visitado em vozes…

            Festas. O grande salão, os coloridos cenários. Irmã Consolata no piano tocando Le Lac de Come. Com D. Geralda, dispostas nos degraus que levavam ao palco cantando: “Oh! manhã de sol… Anhangá fugiu! Anhangá, ê, ê…” Um dia, numa festa, fui cantar “A Pitangueira”. No meio da canção esqueci a letra, fiquei parada uns minutos numa agonia… até sair do palco correndo, envergonhada… Mas também brilhei como São João Bosco e, no ano seguinte –  imaginem! – como a aluna que fazia o capeta formou, saindo do Colégio, e as Irmãs queriam repetir a peça para a Madre que vinha em visita, e ninguém queria substituí-la, ofereci-me para ser o capeta. Para ser o São João Bosco, apareceram muitas. Assim, fui aquele que tentava o santo e pulei no fogo, em um galpão que havia no meio do palco.

            Os jogos no recreio, o jacaré na frente da gruta… Ah! Que tempo bom…

                                                                    (Continua)

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