20 de abril de 2024 01:27

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA – GARIMPANDO NOTÍCIAS 51 

                                                     Avelina Maria Noronha de Almeida

                                                   avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

É essencial que a comunidade conheça o mais amplamente seus vultos ilustres do passado, o que pode

até influenciar na autoestima de uma população.

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No Século XIX vários queluzianos  foram distinguidos com títulos de nobreza:

MARQUÊS: José Francisco de Mesquita, “Barão de Bonfim”.

BARÕES são os seguintes:

Joaquim Lourenço Baeta Neves, “Barão de Queluz”

Antônio Rodrigues Pereira, “Barão de Pouso Alegre”

João Ferreira Coutinho, “Barão de Catas Altas”

José Francisco Netto, “Barão de Coromandel”,

Alcides Rodrigues Pereira, “Barão de Lamim”

José Ignacio Gomes Barbosa, “Barão de Suassuí”

Vicente de Paula Vieira, “Barão de Rifaina”

Vamos focalizar cada um deles:

MARQUÊS:

José Francisco de Mesquita, “Barão de Bonfim”.

. No Império Brasileiro houve poucos homens que receberam o titulo de Marquês. Um deles era de Queluz: o MARQUÊS DE BONFIM, que teve, sequencialmente, os seguintes títulos:

1 – Barão de Bonfim, concedido em 18.06.1841

2 – Barão de Bonfim com grandeza, concedido em 15.11.1846

3 – Visconde de Bonfim com grandeza, concedido em 02.12.1854

4 – Conde de Bonfim, concedido em 19.12.1866

5 – Marquês de Bonfim, concedido em 17.07.1872

Imagem da Internet

Foi em Congonhas que nasceu o ilustre queluziano que vou focalizar hoje: JOSÉ FRANCISCO DE MESQUITA, um dos mais importantes nobres de seu tempo.

Imagem da Internet

É bom aqui focalizar a importância de Congonhas para a VILA DE QUELUZ: Foram 3 arraiaias que pediram a criação da Vila, que aconteceu em 19 de setembro de 1790: CARIJÓS, CONGONHAS E ITAVERAVA. Carijós ficou sendo a sede da vila por estar no centro da região.

JOSÉ FRANCISCO DE MESQUITA nasceu em 11 de janeiro de 1790, no então arraial de Congonhas, freguesia nesse tempo da Vila de Queluz, bispado de  Mariana, província de Minas Gerais, filho de Francisco José de Mesquita e de D. Joanna Francisca de Mesquita. Casou-se com Francisca de Paula Freire de Andrade, Baronesa de Bonfim.

Imagem da Internet             Rio de Janeiro

            Aos dez anos foi morar com o tio, o capitão Francisco Pereira de Mesquita, residente na cidade do Rio de Janeiro. Desde menino José Francisco gostava de  trabalhar e deve ter aprendido muito com seu tio, que tinha excelente reputação como respeitável homem de negócios e, com o passar do tempo, conquistou a confiança da praça daquela cidade pela sua reconhecida honradez.

Em 1818, com a vinda de D. João VI para o Brasil,  concorreu para a criação do Banco do Brasil, banco de emissão e primeira instituição de crédito desse gênero fundada no Brasil, além de prestar outros serviços,  recebendo, como prêmio, a comenda da Ordem de Cristo. Foi vereador da Câmara Municipal da Corte.

Em 1821 e 1822, o comendador Mesquita mostrou-se favorável à independência do Brasil, contribuindo com o seu prestigio e os seus haveres consideráveis e, como reconhecimento por sua ajuda, o imperador D. Pedro I o nomeou para um cargo honorífico, dando-lhe o foro de fidalgo cavaleiro da imperial casa. Criada a Caixa da Amortização, Mesquita foi nomeado membro de sua direção tendo sido tão dedicado no desempenho do cargo  que o imperador D. Pedro I o agraciou com a oficialato da Ordem Imperial do Cruzeiro. cada uma dessas honrarias foi precedida sempre por atos de patriotismo, ou de sentimentos humanitários do agraciado.

Com suas avultadas posses e  grande benemerência, o rico capitalista concorria com avultadas  somas para  instituições de caridade, para diversas despesas  do Governo, entre elas  as despesas do armamento nacional  na questão Christie (foi um  impasse diplomático ocorrido entre o Império do Brasil e o Reino Unido entre os anos de 1862 e 1865);  para a elevação da estátua equestre a D. Pedro I; auxilio das despesas do Estado na Guerra do Paraguai; para combate a mortíferas epidemias ou outras calamidade públicas;  para auxiliar a Santa Casa da capital de Minas Gerais, as Ordens Terceiras de S. Francisco da Penitência, do Carmo, de S. Francisco de Paula, os hospitais de Lázaros, os Institutos dos Cegos e dos Surdos Mudos  e para ajuda a pessoas necessitadas, o que fazia sem ostentação. Foi tambem sócio-fundador do Imperial Instituto Fluminense de Agricultura, e sócio benfeitor da Imperial Sociedade Amante da Instrução.

Imagem da Internet                Guerra Franco-Prussiana

            No Exterior, na Guerra Franco-Prussiana, (19 de julho de 1870 — 10 de maio de 1871), o marquês de Bonfim, no Rio de Janeiro, promoveu socorros para as familias francesas expostas à miseria e à fome e empenhou-se tanto  e de sua parte contribuiu tão generosamente que o Sr. Thier, chefe do governo da França na época, conferiu-lhe o grau de oficial da Legião de Honra. Também contribui generosamente quando o Rio de Janeiro mandou ajuda para Buenos Aires, onde reinava a terrível febre amarela. Na questão Christie (um impasse diplomático ocorrido entre o Império do Brasil e o Reino Unido entre os anos de 1862 e 1865) concorreu para as despesas do armamento nacional.

Um traço importantíssimo de sua personalidade era a independência política que lhe dava sadia convivência de ideias, sendo sua casa frequentada por notabilidades políticas de todos os partidos,  por ser considerada um campo neutro, tolerante e amigo.

Era admirado pela sua prudência, tino, habilidade, e infatigável diligência, dedicando-se ao serviço até os últimos tempos de sua vida. Faleceu em 11 de dezembro 1872, com oitenta e três anos e onze meses de idade. Obedecendo à sua última vontade, seu corpo foi sepultado em modesta sepultura, tendo seu enterro acompanhado por mais de duzentos carros de amigos. Em seu testamento contemplou muitas instituições de caridade e pessoas necessitadas do município da Corte e da Província de Minas, onde nascera.

FOI REALMENTE ILUSTRE O NOSSO MARQUÊS DA ANTIGA QUELUZ!

Na próxima semana, vou focalizar os Barões.

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