19 de abril de 2024 14:15

GARIMPANDO NOTÍCIAS 57

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA

Avelina Maria Noronha de Almeida

avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

BARÃO DE QUELUZ

A  doação do CHAFARIZ  ficou como marca do espírito cívico

e do amor à cidade do  Barão de Queluz, e merecidamente a praça

onde fica o chafariz,  em frente ao solar do

Barão, recebeu o seu nome.

    Imagem da Internet     Barão de Queluz

JOAQUIM LOURENÇO BAETA NEVES, o BARÃO DE QUELUZ II,  título que recebeu por Carta Imperial em 23 de maio de 1873, nasceu em Queluz, a 25 de julho de 1834, tendo sido batizado na ermida de São José, da fazenda do “Alto da Varginha”, a 5 de agosto de 1834.

POR  QUE  BARÃO DE QUELUZ II? Pelo seguinte motivo: porque, de acordo com a fonte “Página:Archivo nobiliarchico brasileiro.djvu/379 – Wikisource” houve antes um outro nobre com este título: JOÃO TAVARES MACIEL DA COSTA, 1° Barão de Queluz e 2° Visconde de Queluz com grandeza. Foi Barão pelo decreto de 18 de Outubro de 1829 e Visconde com grandeza pelo decreto de 30 de Junho de 1847. Faleceu em 9 de Dezembro de 1870, na cidade de Vassouras, na Província do Rio de Janeiro.

O BARÃO DE  QUELUZ I era filho do JOÃO SEVERIANO MACIEL DA COSTA, MARQUEZ e depois VISCONDE DE Queluz, nascido em 1769 em Mariana MG e falecido em  1833. Desembargador. Senador do Império pela Paraíba em 1826 a 1633. Ministro de Estado e Presidente da província da Bahia.

Imagem da Internet        
João Severiano Maciel da Costa

Não vamos estudar mais detalhadamente os dois nobres citados acima, pai e filho, que trazem no título nobiliárquico o nome de Queluz, porque não têm ligação especial com nossa cidade. Coloquei estas explicações porque são detalhes que esclarecem qualquer dúvida sobre um assunto não muito conhecido.

            VOLTANDO A JOAQUIM  LOURENÇO BAETA NEVES (o filho), segundo BARÃO DE QUELUZ: seus pais eram  Joaquim Lourenço Baêta Neves, nascido na Vila de Santa Maria de Góes, distrito de Coimbra, comarca de Arganil, no Reino de Portugal, em 1800, e de Ana Manuela, do Corteredor.

O Barão casou-se, em 26 de agosto de 1861, com sua prima Maria da Conceição Baêta Neves. Faleceu a 11 de agosto de 1880, com 46 anos.

Foi Tenente-coronel da Guarda Nacional e deputado provincial em Minas Gerais de 1870 a 1873, 18ª e 19ª legislaturas, Presidente da Câmara de Queluz e um dos responsáveis pelo abastecimento de água da cidade, juntamente com o Barão de Suassui e Joaquim Afonso Baêta Neves, utilizando uma nascente do Morro da Mina.

Doou um artístico chafariz para o Largo da Matriz, inaugurado em 1881, no ano seguinte a seu falecimento. Como ele ficaria feliz se pudesse assistir a essa inauguração! O CHAFARIZ  ficou como marca do espírito cívico e do amor à cidade do  Barão de Queluz, e merecidamente a praça onde fica o chafariz, em frente ao solar do Barão, recebeu o seu nome.

O CHAFARIZ DA PRAÇA BARÃO DE QUELUZ é uma  belíssima obra de arte da fundição do século XIX, pelo seu estilo um dos mais belos do interior de Minas. Tem a data de 1881 e foi feito em comemoração à reconstrução dos encanamentos de água.

            Para se aquilatar o cuidado com a bela execução da  obra, o autor chamado para fazer  o   projeto do Chafariz foi de grande gabarito,  EDGAR NASCENTES COELHO,  desenhista e arquiteto, diplomado pela Escola Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro. Ele utilizava diversos estilos arquitetônicos e ornamentais da tradição neoclássica européia. Trabalhou como desenhista na seção de arquitetura da Comissão Construtora da Nova Capital, participando, assim, da construção de Belo Horizonte, elaborando e executando plantas e projetos de vários edifícios públicos, em estilo eclético de orientação neoclássica como da Igreja de São José, em estilo neomanuelino possuindo vários elementos do gótico; a Igreja do Sagrado Coração de Jesus; o Palácio da Justiça; a fachada do primeiro hospital; fachada na Praça da Liberdade; Colégio Loyola, faixa do Grande Hotel; antiga estação Central de Minas, planta; colégio Arnaldo, capela Santa Cruz, Colégio Isabela Hendrix, Instituto da Educação, entre outros locais, inclusive de casas de moradia de grande beleza e a construção  do projeto foi encomendada  à Fundidora M.J. Medeiros Cia, em 1878, junto com o projeto de mais quatro chafarizes pequenos para serem colocados em outros pontos da cidade.

FIZ TODA  ESTA DIGRESSÃO PARAQUE SEJA BEM RECONHECIDO A IMPORTÂNCIA E O VALOR ARTÍSTICO DA  DOAÇÃO FEITA PELO BARÃO  E DEDIQUEMOS MUITO  CARINHO E ADMIRAÇÃO A ESSE MONUMENTO.

       Vejam como é bonita a parte superior do chafariz!

No passado, o chafariz  tinha acréscimos, como podemos ver no texto que transcrevi das seguintes fontes: http://conselheirolafaiete.mg.gov.br/portal/pontos-turisticos/monumentos/. Acesso em: jan. 2017.  http://migre.me/vWDSh. Acesso em: jan. 2017.

“O grande Chafariz, instalado na Praça Barão de Queluz, foi colocado sobre um pedestal formado por quatro degraus de granito (os mesmos que outrora serviram ao pelourinho, erigido a 19 de setembro de 1790), medindo aproximadamente três metros de altura, por um metro e meio de circunferência. Possuía quatro bicas de bronze, pelas quais jorrava água. Abaixo das bicas, havia quatro mesas ou banquetas, redondas, trabalhadas em ferro, para apoio de latas e vasilhas usadas no carregamento de água. Entre as mesas e as bicas havia um ornamento com folhas de fumo, em bronze. Na parte superior uma grinalda de flores , que ainda se conserva, em cima de um lado, por uma placa com a data 1881, e do lado oposto outra com a frase “Assíduo vir propositi tenax omnia vincit”. No capitel, uma fruteira contendo diversos tipos de flores e frutas, tendo ao alto um abacaxi, símbolo da realeza.

Com a instalação da luz elétrica na cidade, em 1971, foram afixados, no capitel do chafariz, quatro braços de ferro com luminárias. Com a implantação da Companhia Energética de Minas Gerais S. A. (Cemig), as luminárias foram retiradas. O monumento Chafariz é tombado pelo Município.”

TRADUÇÃO DO DÍSTICO NO CHAFARIZ   “ASSIDUO  VI R PROPOSITI  TENAX OMNIA V9NCIT.   (Pela perseverança o homem de propósito firme tudo vence.)    

 

(Continua sobre Joaquim Lourenço Baêta Neves no NÚMERO 58)

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