19 de abril de 2024 19:58

Garimpando – Um bairro encantado 2

Ao chegar ao largo principal da cidade, o Dr. Juscelino saiu do carro,

 olhou para o lado e ficou emocionado com a presença de tão grande multidão

e com o aspecto festivo de Castelo Branco.” (Jacinto Guerra em “JK TRIUNFO E EXÌLIO”)

Distraí-me no título do artigo anterior. Não é uma rua, mas um BAIRRO ENCANTADO. O Bairro São Benedito. Os BORDADOS ali feitos são a característica mais forte de seus encantos.

            Mas hoje não vamos falar dele. Vamos mais longe… Vamos atravessar o mar, chegar à nossa Terra Mãe, Portugal, até um distrito chamado Castelo Branco. Por algumas pesquisas que fiz, vi que há uma ligação genealógica, a qual veremos em outro artigo, que trouxe a arte daqueles bordados para São Gonçalo e um dia caminhou até o bairro São Benedito, muito ligado àquele povoado, ambos de Conselheiro Lafaiete.

Imagem da Internet
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Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre
Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre

 

Castelo Branco tem uma área de 6 675 quilômetros, sendo o 4.º maior distrito português, e tem uma população residente de 196 224 habitantes (2011). A capital do distrito é a cidade com o mesmo nome.

            O trecho de um livro que vai a seguir apresenta uma interessante visão do povo de Castelo Branco.

 

Imagem da Internet
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“Debaixo de uma chuva torrencial, a comitiva do Dr. Kubitschek saiu de Abrantes com destino a Covilhã. Não obstante ao longo do percurso – até a ponte da Vila Velha de Ródão –, centenas de pessoas cobriam-se com guardas-chuvas e sombrinhas para aguardar a passagem do Dr. Kubitschek. Viam-se, nas estradas, muitos cartazes e dísticos de saudação e até – num deles – o retrato de JK entre duas legendas: Brasil-Portugal. […]

            Juscelino avistou ao longe a multidão, e seu automóvel diminuiu a marcha, a fim de parar antes de chegar ao fim da ponte. Emocionado, JK abraçou e cumprimentou todos os que o esperavam. […]

            A cidade era uma festa! Das janelas pendiam colchas coloridas e debruçavam-se homens e mulheres. As janelas estavam também floridas. ‘Floridas de flores e de sorrisos’, diz o anônimo poeta-repórter do ‘Diário de Notícias’ que circulou em Lisboa no dia 11 se janeiro de 1963. Ao chegar ao largo principal da cidade, o Dr. Juscelino saiu do carro, olhou para o lado e ficou emocionado com a presença de tão grande multidão e com o aspecto festivo de Castelo Branco.

            Entusiásticas eram as saudações: ‘Kubitschek amigo, Kubitschek amigo.’ As senhoras acenavam das janelas e jogavam pétalas de flores. A gente moça gritava entusiasmada. Os estudantes estendiam no chão as suas capas, formando um tapete para o ilustre visitante caminhar até o edifício do Governo Civil. […]

            Juscelino levanta os braços e, num largo gesto de agradecimento distribui sorrisos e abraços, retribuindo tão amistosa recepção.

            O ex-presidente custou a chegar ao Salão Nobre do Governo Civil, onde o governador, Dr. Simplício Barreto, pediu-lhe licença para oferecer à D. Sarah uma belíssima colcha de Castelo Branco, bordada com o escudo da cidade e guardada numa caixa de madeira trabalhada com as iniciais JK., acrescidas do O de Oliveira.”

(Jacinto Guerra em “JK TRIUNFO E EXÌLIO”)

No próximo artigo vamos apresentar dados que mostram a semelhança das célebres colchas de Queluz, que aqui eram bordadas no século XIX, com as colchas de Castelo Branco, principalmente pelo brasão na colcha presenteada a D. Sarah.

Bordadeiras trabalhando / tipo de linha que é usado /Imagens da internet
Bordadeiras trabalhando / tipo de linha que é usado /Imagens da internet

Antes de terminar, vou transcrever duas informações sobre as colchas:

            “Bordadas a fio de seda sobre linho, utilizando vários pontos entre os quais se destaca o característico ponto a frouxo, também conhecido por ponto de Castelo Branco. Nalgumas localidades do concelho de Castelo Branco continuam a fazer parte do enxoval da noiva sendo apresentadas no dia do casamento, quando os noivos mostram as suas casas aos convidados.” www.centerofportugal.com/pt/bordados-de-castelobranco/

            “Feitas em linho bordado com fios de seda natural, as colchas de Castelo Branco não são apenas parte integrante do enxoval de qualquer moça da região. São um emblema da cidade e da tradição portuguesa. Com origens que remontam ao século XVI e de inegável inspiração oriental, o bordado é conhecido pelas suas cores vivas e pelos elementos que retrata. Do centro – medalhão, rótulo ou painel – às barras, passando pelo campo, as famosas colchas ostentam casais de noivos, pássaros, flores e outros temas vegetalistas pintados a tinta sobre o linho e depois bordados a ponto largo.”  www.centerofportugal.com/pt/museu-francisco-tavares-proenca-junior/

(Continua)


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