25 de abril de 2024 11:34

Hospital regional: elefante branco vira alvo de disputa e polêmica

Tom eleitoral esteve presente nas discussões entre os vereadores dividindo a responsabilidade pelo atraso entre atuais gestões e anteriores tanto municipais como estaduais

Inacabado e sem prazo para a sua conclusão. A situação do hospital regional foi alvo de polêmica envolvendo uma disputa entre o atual governo municipal, a gestão de José Milton (PSDB), os governadores Pimentel (PT) e Anastasia (PSDB). A discussão desencadeada girou em torno de quem são os culpados pela atual situação de abandono da obra, iniciada há mais de 5 anos.

Tudo começou quando do Presidente da Câmara, o vereador Pedro Loureiro (DEM) apresentou um requerimento cobrando do prefeito Ivar Cerqueira (PSB) a complementação de documentação para a transferência do imóvel ao Estado.  Ele questionou que o Estado está cobrando uma série de documentos para que assuma em definitivo o imóvel e conclua a obra de grande alcance social. “Queremos que o município nos tire as dúvidas que pairam sobre a situação atual. Ao que parece faltam documentos e isso está emperrando a transferência, condição para que o Estado assuma seu compromisso de terminar o hospital e colocá-lo em funcionamento, assinalou Loureiro.

Novamente vereadores cobraram uma solução para o hospital regional/Foto:CORREIO DE MINAS
Novamente vereadores cobraram uma solução para o hospital regional/Foto:CORREIO DE MINAS

Prontamente o vereador Tarciano Franco (PRTB) saiu em defesa do Governo Ivar. “O governo do Estado como não tem

Vereador Pedro Loureiro
Vereador Pedro Loureiro

dinheiro e fica inventando cada hora uma nova documentação”, pontuou. “Mas quem é o culpado: o Governo do Estado ou o município?”, questionou Loureiro. “Claro que é o Estado. Tudo o que foi pedido o município enviou agora ficam cobrando uma série de coisas que o município não tem condições de executar e jogam a culpa no município de Lafaiete. Quem assumiu que deve fazer os serviços” argumentou Franco. “Esta nossa situação é vivida por outros hospitais que estão nas mesmas condições. Acredito que o município deve acionar o Estado que está dificultando  transferência”, comentou Gildo Dutra (PV). “A cobrança de documentos é proposital pela falta de dinheiro”, frisou Sandro José (PSDB).

 Vereador Tarciano Franco
Vereador Tarciano Franco

Milton X Ivar

As discussões tomaram um novo rumo opondo a responsabilidade entre o atual governo e gestão anterior. Neste sentido o viés eleitoral tomou conta das discussões. Pedro Américo saiu em defesa do Governo do Estado e cobrou que o município acione a Justiça para reaver os R$6 milhões de supostos desvios na obra e comprovados por uma auditoria independente. “Era de responsabilidade do governo à época acompanhar a obra e nada foi feito. Se tivesse fiscalizado o desvio não teria acontecido”, disse jogando a culpa do atraso da obra na gestão de José Milton.  Américo disse que já encaminhou ao Ministério Público um pedido para que o município acione a justiça contra a Construtora Diedro, dona da obra. “Ela que tem de devolver os recursos e retomar a obra”, assinalou Américo.

Vereador Zezé do Salão (PMN)/Arquivo
Vereador Zezé do Salão (PMN)/Arquivo

Zezé do Salão (PMN) criticou a condução do processo em torno do hospital regional pelo atual governo. “O atual prefeito sempre foi contra o hospital regional. Falo isso sem medo. Se comprovou o desvio de R$ 6 milhões, esta Casa deveria ter tomado medidas. Lá fora culpam o Zé Milton por isso, mas defendo ele. O ex prefeito não tem nenhuma responsabilidade com isso. Acho uma grande injustiça culpá-lo pelo atraso da obra. È uma covardia”, saiu em defesa do ex prefeito. “O ex prefeito em momento algum tem culpa nesta história”, comentou Tarciano.

Vereador Pastor Boaventura /Foto:Reprodução
Vereador Pastor Boaventura
/Foto:Reprodução

Já o Pastor Boaventura (PSDB)  também condenou o julgamento de culpa nas ex gestões tucanas tanto em Lafaiete como em Minas. “Sou testemunha do tanto que o deputado Marcus Pestana tentou ajudar Lafaiete na solução dos hospitais mas não houve boa vontade da atual administração”, alfinetou.

Comissão

Uma comissão especial, instalada na Câmara Municipal, concluiu que há má vontade do Estado pelo atraso da transferência da área. A sugestão dos vereadores foi de que o Município acione o Estado na Justiça por improbidade administrativa. Os trabalhos da comissão duraram 10 meses e foi divulgado em meados de julho.

Em um dos debates ocorridos esta semana, os candidatos Ivar Cerqueira e Mário Marcus trocaram farpas em torno do atraso na transferência da área, condicionante para que o Estado assuma de vez a obra. O demista disse que a prefeitura não cumpriu as obrigações documentais. Já o socialista voltou a reforçar que o Estado vem protelado a transferência já que não tem recursos para retomar a obra.

 

Vereador Pedro Américo/Foto:Arquivo
Vereador Pedro Américo/Foto:Arquivo

Relatório aponta má vontade do governo e PMCL entra na Justiça contra Diedro

No dia 16 de setembro, lá se vai mais de 1 ano, que em uma audiência promovida pela Assembleia Legislativa, realizada em Lafaiete, ficou definido que o imóvel onde está construído o hospital regional seria transferido ao Estado como forma de agilizar a conclusão da obra. A Câmara aprovou a transferência tem mais de 9 meses.

 

Ministério Público

Vereadores atenderem ao clamor do comércio lafaietense

A Promotora Danielle Vignoli disse a nossa reportagem que as Câmara ainda não tinha enviado o relatório da Comissão Especial. “Tenho um inquérito instaurado em razão de que, quando iniciadas as obras do hospital, não havia sequer o planejamento de quais seriam os serviços a serem prestados pelo hospital, e definição sobre ser um pronto-socorro municipal ou hospital regional para atender a toda a microrregião sanitária e, com a paralisação das obras, esta Promotoria tem tentado solução consensual para a retomada, motivo pelo qual esclareci que estou aguardando resposta de ofício ao Conselho Estadual de Saúde para intermediar nova reunião com a SES/MG”, informou a Promotora. Já por outro lado há ação do Município pedindo ressarcimento contra a construtora Diedro.

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