29 de março de 2024 09:18

Pressão resulta em obras paliativas na BR 040 entre BH a Lafaiete

Atuação do Grupo SOS 040 leva autoridades e concessionárias a instalarem radares e quebra-molas, além de pequenas intervenções na pista. “São ações paliativas, mas necessárias e urgentes para conter a sangria de vidas”, ressalta um dos coordenadores do Movimento.

Pressão resulta em obras paliativas/Reprodução

Enquanto aguardam a solução completa para a BR-040, que se dará a partir da esperada definição governamental quanto à relicitação ou revisão contratual da concessão da via, integrantes do Movimento SOS 040 continuam a propor ações para sensibilizar o governo, órgãos públicos e a sociedade como um todo sobre o descaso com a segurança na rodovia. A última delas aconteceu no dia 5 de janeiro, quando cerca de 30 pessoas ligadas ao Movimento SOS 040, formado por moradores do entorno da BR-040 e usuários da mesma, acompanhados do deputado federal eleito, Fred Costa, se reuniram na porta da sede do Monumento Natural Estadual Serra da Moeda, situado no Km 574, para protestar contra o descaso da Concessionária Via 040 com a rodovia, especialmente no trecho BH-Conselheiro Lafaiete. A ação do dia 5 chamou a atenção das autoridades para o trecho em questão, que registra alto índice de acidentes fatais, daí a ideia do grupo em prestar uma homenagem às vítimas com a colocação de cruzes e faixas no local, bem como agradecimento à Polícia Rodoviária Federal, pela colocação de três radares novos na curva próxima ao km 567 – sentido BH-RJ, tão pleiteados pelo movimento e que só agora foram colocados graças à intervenção da PRF, também acionada pelo movimento. Os locais de instalação dos radares foram identificados pelos integrantes do Grupo SOS.

Segundo informou Katia Negreiros, representante do SOS 040, nessa ação do dia 5, os manifestantes “agradeceram à PRF por outra demanda atendida que foi a redução da velocidade máxima de 80 km/h para 60 km/h, no radar próximo ao trevo de Moeda, cuja travessia se dá em nível, uma vez que a duplicação foi deixada de lado pela concessionária, assim como o elevado para retorno e travessia da BR que se torna uma verdadeira roleta russa para quem sai de Moeda sentido BH”.

Demandas urgente

Ainda segundo Kátia, o grupo espera que a Via 040 atenda não só esta demanda urgente, quanto às outras já pleiteadas diretamente à concessionária, muitas delas até então ignoradas. São exemplo, o reforço nas sinalizações verticais e horizontais e até mesmo a manutenção do pavimento (buracos, recapeamento e drenagem), já que cobra o pedágio para isto, porém deixa vários trechos em estado lastimável. “Nesta época de férias o fluxo de veículos aumenta consideravelmente e as chuvas, associadas à lama na pista, ampliam os riscos, sem que as ações da concessionária sejam capazes de mitigá-los, deixando os usuários abandonados à própria sorte”, ressaltou.

Para Sandoval Souza, morador de Congonhas e também uma das lideranças do Movimento, nessa época do ano, onde há a combinação de férias, chuvas e aumento da circulação de carretas de minério na via os riscos são muito maiores. Segundo ele, “considerando o atual volume de tráfego, é notório que a rodovia está subdimensionada. A duplicação, há muito deixou de ser uma questão econômica ou política, sendo uma exigência técnica a ser cumprida para que o trânsito flua em segurança”, alertou. Sandoval argumenta que, “radares e quebra-molas são paliativos necessários e urgentes para conter a sangria de vidas. Mas o correto seria o cumprimento do que foi assumido contratualmente pela Invepar, quando da licitação: rodovia duplicada, com acostamento e mureta central e sem intercessões ou travessias em nível em toda a extensão. Aliás, quando começamos a pagar o pedágio o combinado foi esse”, relatou. Sandoval ressaltou também que das obras então realizadas pela concessionária, a de maior impacto tanto para o fluxo de veículos quanto para a segurança, foi a liberação das quatros pistas próximas à construção de um muro de contenção, no km 590, no local entre o “viaduto das almas” e o restaurante da Celinha.

“Essa foi apenas mais uma ação do nosso grupo, muitas outras virão, inclusive junto aos novos governos estadual e federal, PRF, ANTT, casas legislativas, Ministério Público Federal e Estadual, além de Procon e órgãos gestores dê trânsito, até que um mínimo de segurança passe a existir na rodovia. Vamos prosseguir de forma organizada e unida e dar mais visibilidade à causa para sensibilizar todos os órgãos públicos, responsáveis e influentes nessa questão. Porque ficar do jeito que está, não dá”, sentenciou Kátia Negreiros.

Outro lado

Mas, para quem acessa o site da empresa responsável pela concessão a situação é outra. A informação disposta lá diz que “ Até 2019, a Via 040 planeja entregar aos usuários uma rodovia 100% duplicada entre Brasília (DF) e Juiz de Fora (MG), com 936,8 quilômetros de extensão. A BR040 terá padrão internacional, conhecido tecnicamente como Classe 1-A. Isso significa asfalto de alto padrão; sinalização ampla e eficiente; áreas de escape; cruzamentos e retornos em desnível; acessos adequados; novas passarelas, dentre outros avanços. Além disso traçado em pontos estratégicos.”

Em nota divulgada à imprensa, a Via 040 informou que aguarda a regulamentação da Lei 13.448, medida que trata da relicitação do trecho. E que continua “realizando, serviços de manutenção viária, como melhoria do asfalto e prestando os serviços aos usuários”. Já o governo federal anunciou que pretende mudar o atual modelo de concessões, que previa menor preço para o pedágio, para então cobrar outorgas bilionárias nos próximos leilões das rodovias. O dinheiro arrecado seria destinado a um fundo rodoviário nacional com o objetivo de realização de melhorias e duplicação nas rodovias.

Fonte: Jornal Belvedere

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