Denisy Leijoto lançou “O Tropeiro que escrevia versos”

Obra com foco na trajetória de Antônio Pinto Ribeiro Junior, tropeiro, poeta, amante de bois e de terras, rico e ex-prefeito de Belo Vale por dois mandatos.

A professora de História e advogada, Denisy Leijoto de Sampaio lançou em Belo Vale seu primeiro livro, que aborda a ascensão do patrimônio econômico da família “Pinto”, tendo origem no Tropeirismo, atividade iniciada pelo patriarca Antônio Pinto Ribeiro e seguida pelos filhos. Antônio Pinto Ribeiro Junior, protagonista da história, foi um homem de personalidade forte e sensibilidade aflorada. Ao longo dos seus 97 anos de vida desenvolveu talentos multifacetados: boiadeiro, tropeiro, fazendeiro, poeta e político – um patriota convicto, com raízes no nacionalismo. Ao lado de sua esposa, D. Trindade, vivenciou uma história de amor à família, ao trabalho e à promoção humana.

“Tenho lágrimas vendo o nosso Rio Paraopeba tão querido. Agora tão sujo, desrespeitado, criminosamente poluído.”
“Senhor, Senhor! Salve o Brasil da sanha dos bandidos”.
Por Antônio Pinto Ribeiro Junior.

A obra expõe momentos marcantes do boiadeiro poeta e sua tropa em aventuras vitoriosas. Descreve com fidelidade a cultura, costumes, as boiadas, o embarque de boi; os ritos das famílias Lara e Pinto: as festas, os casamentos e perdas de familiares queridos. Denisy resgatou fotos e apresenta um ensaio fotográfico com relíquias da família. Seu documento vem recheado de poemas, muitos de ideais nacionalistas, marcantes escritos que moldaram a vida do boiadeiro intelectual. Um tesouro resgatado ainda em tempo: documentos, fotos, versos, prosas e fatos de um homem influente, que impulsionou a economia, a vida política e cultural de Belo Vale, por anos.

Antônio Pinto Ribeiro Junior frequentou o “Colégio Arnaldo”, um dos melhores de Belo Horizonte. Poderia ter continuado seus estudos… Interrompidos. A vida chamou o belo jovem, forte e transbordante de ideais, para o trabalho duro nos campos das grandes fazendas. Viveu próximo de seu pai. Enquanto tropeiro percorreu os sertões das Gerais próximo de seu irmão Geraldo Pinto, companheiros no comércio de gado e parceiros de vida.
Obra rara! Um primoroso retrato do Tropeirismo em Belo Vale e região.

Tropeiros ergueram vilas e influenciaram costumes mineiros

Desde o final dos anos de 1600, Minas Gerais recebeu importantes influências do Tropeirismo, não só na culinária e nas fazendas, mas no modo de falar do homem do campo. Tropeiro, condutor de tropas, significa o comerciante que comprava tropas de animais para revendê-las, além de transportar outros gêneros para o comércio nas vilas e cidades pelas quais passava. Exerceu importante papel na economia e relevante atividade cultural, como veiculador de notícias entre as aldeias e comunidades distantes entre si, numa época em que não existiam estradas para caminhões, nem mesmo ferrovias. A atividade existiu do século 17 até início do século 20.

O Tropeirismo esteve relacionado ao ir e vir pelos caminhos e estradas, com destaque para a Estrada Real – via pela qual o ouro mineiro chegava ao porto do Rio de Janeiro e seguia para Portugal. O constante movimento das tropas, não só viabilizou o comércio, como também, se tornou elemento chave na reprodução econômica do Tropeirismo.

Os tropeiros não eram considerados comerciantes especializados, embora, compravam e vendiam de tudo um pouco: escravos, ferramentas, vestimentas, gados. O transporte feito em mulas agregava grande variedade de mercadorias, como: açúcar mascavo, aguardente, vinagre, vinho, azeite, bacalhau, peixe seco, queijo, manteiga, gengibre, farinha, sabão, fruta seca, chouriço, salame, tecidos, carne seca, algodão, sal.
Os tropeiros prestaram importante contribuição ao desenvolvimento das regiões por onde passaram. Foram os responsáveis pela integração econômica e cultural entre muitas regiões longínquas do Brasil Colônia, com o aparecimento de vilas, freguesias e cidades.

Onde comprar:
Em Belo Vale: Casarão das Artes e Papelaria Bico Comeu.
Preço: R$ 50,00 – 148 páginas.
Editora: Tarcísio Martins

Belo Vale: Igreja do século XVIII ganha campanha popular para sua a restauração

Mais um patrimônio histórico pode ser restaurado em Belo Vale. Um dos monumentos mais queridos dos moradores do Alto Rio Paraopeba, na Região Central de Minas Gerais – e ponto de peregrinação de visitantes de todo canto –, ganha uma campanha para recuperar a arquitetura, os elementos artísticos e o entorno voltado para a vastidão de montanhas. Localizada a nove quilômetros do Centro de Belo Vale, a Igreja de Santana, de 1735, costuma receber cerca de 10 mil pessoas a cada 26 de julho, data consagrada à padroeira. “Trata-se da mais antiga da cidade, e sempre muito procurada pelos fiéis. Por isso, nunca podemos dizer que está abandonada, mas sim necessitada de restauração”, afirma o titular da Paróquia de São Gonçalo, padre Wellington Eládio Nazaré Faria, sem esconder o entusiasmo pela empreitada.

A nove quilômetros de Belo Vale, templo religioso precisa de recuperação nas partes arquitetônica, estrutural e artística

Para deslanchar as ações, uma boa notícia: a imagem de Santana, de origem portuguesa, vai ser restaurada com recursos próprios da paróquia, principalmente obtidos na barraquinha da última festa. Logo depois de a reportagem do Estado de Minas chegar à igreja, que fica numa comunidade rural, a peça sacra foi retirada do altar-mor e levada para o ateliê de especialistas. Em madeira policromada e com 1,30 metro de altura, a imagem de Santana com a filha Virgem Maria menina recebeu várias demãos de tinta que desfiguraram os traços originais. Olhando cada detalhe, padre Wellington afirma que “todo mundo está empenhado” na restauração do objeto de fé e da construção dos tempos coloniais. Muito apropriadamente, a campanha se intitula Juntos por Santana.

Tendo o pároco como guia, a equipe percorre o interior da construção e vê que, ao longo do tempo, foram feitas ali intervenções que retiraram o brilho e traços originais. À primeira vista, a impressão é de que alguém “correu” uma tinta, como costumam dizer os pintores de casas, tanto nas paredes como nas imagens e nos altares. Se os anjos barrocos do retábulo-mor ganharam a camada de um prateado metálico, os próximos ao sacrário perderam completamente os douramentos. No espaço no qual fica a padroeira, tecnicamente chamado de camarim, cores berrantes foram escolhidas em outras épocas, num contraste com o ar singelo da igreja, tombada pelo município.

CUPINS

Personagens vorazes e contumazes de igrejas e capelas do século 18, os cupins estão na Igreja de Santana, como mostra o padre Wellington. Numa coluna pintada de verde, a madeira está “esfarinhando”. Na parede perto da sacristia,  uma rachadura rasga a tinta branca e sinaliza os riscos. “Precisamos de obras de engenharia, pois a estrutura e o telhado estão comprometidos”, revela.

O zelador Giovane Álvaro Vieira, de 57 anos, avisa que a parte elétrica está em boas condições. Um alívio para o padre. “Quando a igreja foi construída não havia a devoção católica a Nossa Senhora de Lourdes, então aquele quadro foi pintado depois”, afirma, sobre um painel recriando a aparição da Virgem à adolescente Bernadette Soubirous (que se tornou Santa Bernadete) numa gruta em Lourdes, na França, em 1846.

Nascido e criado na comunidade de Santana do Paraopeba, Giovane devota profundo amor ao templo, onde foi batizado e se casou. “Meu sonho é ver a igreja pronta. Não podemos deixá-la acabar”, afirma.

Em 2007, a igreja entrou no foco do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que pediu providências às autoridades municipais para sua restauração

Seu filho, Christian Egg de Castro, é presidente da Associação dos Zeladores da Igreja de Santana do Paraopeba, parceira da paróquia. Contando com esse duplo apoio, padre Wellington lembra que muitos noivos procuram a igreja para se casar, e que é a mais “querida” dos moradores do Alto Paraopeba. “Estamos Juntos por Santana”, anima-se o zelador. As doações vão chegando, como um quadro emoldurado, que está coberto com um tecido, e retrata Santana.

PROJETO

Em 2007, a igreja entrou no foco do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que pediu providências às autoridades municipais para sua restauração. A secretária municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer de Belo Vale, Eliane dos Santos, informou ontem que a prefeitura vai bancar um terço do valor da obra no bem, tombado pelo município. Não há estimativa de valor. A intervenção deve começar em março de 2019, contemplando a parte civil.

Quanto ao projeto de restauração, equipe formada por estudantes e professores de arquitetura do Centro Universitário Newton Paiva, de BH, está encarregada da execução, trabalho que compreenderá também a planilha de custos. O serviço vai contemplar as partes de engenharia, elementos artísticos e entorno do templo.

PORTA DE ENTRADA DE BANDEIRANTES

Conforme pesquisa do Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte, o Vale do Paraopeba foi a entrada aos sertões das Minas pela bandeira de Fernão Dias Paes Leme. Ao longo do caminho, vários integrantes da bandeira estabeleceram povoamentos que se tornaram, com o tempo, pontos de abastecimento e hospedagem para viajantes. A bandeira conduzida por Paes Leme, acompanhado do mestre de campo Matias Cardoso, do genro Manoel de Borba Gato e do filho Garcia Rodrigues Paes, chegou à região em 1675, como relata Diogo de Vasconcelos: “Passada a estação das chuvas, em março do ano seguinte, dirigiram-se os bandeirantes em direção à Serra da Borda e atravessaram a região do campo, entrando na do Paraopeba (Piraipeba, rio do Peixe Chato), onde fundaram o segundo arraial (Santana).”

A pesquisa diz ainda que “em cada núcleo de povoamento foi colocada uma pessoa de confiança do chefe bandeirante. Seu filho, Garcia Rodrigues Paes, administrou a feitoria de São Pedro do Parahypeba (atual Santana do Paraopeba). Em seguida à fundação da feitoria, Manuel Teixeira Sobreira e seu sócio Manuel Machado fizeram pedido de concessão de sesmaria em São Pedro do Parahypeba e, em 1735, ergueram a Capela de Santana, conforme provisão de 4 de março de 1750”.

E mais: “Em 1823, a capela era filial de Congonhas, tendo como capelão o padre Domingos Ribeiro de Sousa. Em 1865, foi elevada a freguesia pela Lei nº 1.254, de 25 de novembro, tornando-se, então, sede da paróquia. Até 1880, devido a razões políticas, a sede da paróquia alternou-se sucessivas vezes entre Santana do Paraopeba e São Gonçalo, vinculando-se, então, definitivamente, a São Gonçalo. O terreno onde se erigiu a capela foi doado legalmente, conforme escritura passada em 2 de setembro de 1925, por Antônio Vieira dos Santos e sua mulher, Nívea da Conceição Braga”.

FASES 
O tempo apresenta fases distintas: barroca (de 1735 a 1920) e eclética (de1920 a 1929). Neste último ano, foram feitas “reformas substanciais”, divididas em dois anos críticos, sendo 1920 o primeiro, segundo o Livro de Tombo, quando a capela foi “retocada”. Em 1929, houve uma grande intervenção, “que transformou a fachada original, abriu os arcos e inseriu ornatos contrastantes nas fachadas, embora a inscrição refeita ainda mostre a data da construção, 1735”.

  • Fonte:EM

Belo Vale: cidade inicia a maior produção em mexerica ponkan de Minas com previsão de colheita de 350 milhões de frutos; produção deve gerar R$ 60 milhões a economia local; doença é o maior desafio da cultura

Morar passar por Belo Vale entre os meses de maio e setembro é se deslumbrar com a coloração verde e amarela que toma conta de todo o município que tem área de 365 Km2. De qualquer lugar, olhando no entorno se vê os pomares de tangerina ponkan com os frutos maduros ou em maturação – contraste das cores verde e amarela/laranja

E ainda se deliciar consumindo a fruta de tangeria ponkan ou mexerica ponkan ou apenas ponkan, como pode ser denominado este fruto de aroma e sabor marcantes, além de ótimas para a saúde.

A casca é retirada com as mãos e os gomos se separam naturalmente, facilitando o consumo/degustação. A fruta, com caldo doce e pouco ácido, tem seu sabor ainda mais acentuado devido às condições climáticas da região de Belo Vale.

Do gênero Citrus, a tangerina é originária da Ásia (Índia e china) e chegou ao Brasil trazida pelos portugueses, no século XVI. Atualmente é produzida em todo o país e no território mineiro, principalmente nas regiões Central, Zona da Mata e Sul de Minas. Belo Vale se destaca como o município de maior produção do estado tendo produzido oficialmente 45 mil toneladas de frutos no ano de 2016.

Principais municípios produtores de tangerina ponkan em MG – Fonte: IBGE/PAM – 2016

Município Regiões Produção (mil t) % em MG
Belo Vale Central 45,0 21,3
Campanha Sul de Minas 24,3 11,5
Brumadinho Central 18,5 8,6
Piedade dos Gerais Central 18,2 7,1
Tocantins Zona da Mata 15,0 4,8
Total                                                                    

                        121,0

                                                         

             53,3

De laranja a tangerina

A cultura da tangerina ponkan teve início em Belo Vale pelos anos de 1957 quando o então produtor e comerciante de laranja Francisco Oliveira (Bidi) ganhou alguns galhos da planta de ponkan (ainda desconhecida). Aquelas galhas com borbulhas teriam sido doadas por alguém da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais e teriam vindo de Barbacena. A promessa era de que produziria frutos muito grandes e bonitos. Bidi e seu filho Chiquinho enxertaram as borbulhas e, com sucesso, produziram cerca de 100 mudas de tangerina ponkan. Essas mudas foram plantadas em Roças Novas e a produção dos frutos, cerca de 5 anos depois, foi um grande atrativo. Então Bidi e seus filhos começaram a fazer mudas a partir daquelas 100 primeiras plantas matrizes e vende-las na região. No ano de 1965 foi realizada a primeira comercialização em Belo Horizonte, com os frutos a granel. Realmente os frutos eram grandes e atrativos visualmente mas com pouco suco o que fez com que não tivesse boa aceitação. No ano de 1966 Bidi comercializou as frutas em Congonhas, durante o Jubileu. No final dos anos 60 e durante a década 1970 a produção de ponkan era pouco expressiva e pouco atrativa financeiramente ainda mais porque a produção e comércio de laranja estava em plena expansão e o mercado era garantido e seguro em Belo Horizonte – Mercado Central e Mercado Novo. No início dos anos 80 alguns produtores ousados iniciaram a produção comercial de tangerina ponkan. Nesta época os frutos já apresentavam melhor qualidade e aceitação. Em meados da década de 80, com a entrada da laranja de São Paulo em Belo Horizonte (CEASA) a concorrência ficou desleal, diminuindo o preço e a cultura de laranja começou a decair em Belo Vale. A plantação de tangerina foi tomando o lugar da laranja.

DESENVOLVIMENTO

A cultura da ponkan se adaptou bem ao nosso clima, os produtores aprenderam o cultivo e a atividade se mostrou rentável e atraiu novos produtores. Alguns em escala maior, principalmente na região de Roças Novas. Paralelamente, na mesma época, no município vizinho de Brumadinho a produção de tangerina ponkan também se consolidou e expandiu. Os frutos eram comercializados na CEASA e havia boa venda garantida para todos.

O ano de 1994 foi o apogeu da tangerina ponkan, quando uma caixa de frutos chegou a ser vendida pelo valor equivalente hoje a cem reais, o que causou grande euforia e ganhos financeiros.   A partir de 1995 teve início a “corrida da ponkan

Belo Vale é a maior produtora de ponkan de Minas

”.

Rapidamente os produtores rurais de Belo Vale foram iniciando seu pomares, de forma alternativa às atividades agropecuárias existentes e, alguns mais ousados, de forma definitiva e exclusiva.

A atividade foi se mostrando rentável e segura, atraindo mais e mais produtores que formavam novos pomares. Agora também nos municípios vizinhos – Piedade dos Gerais e Bonfim, além de Brumadinho. Foi aperfeiçoada também a técnica de produção de mudas em viveiros, enxertadas com as borbulhas retiradas de plantas com alta produção e boa qualidade de frutos. Este melhoramento genético, que possibilitou plantas resistentes, de grande produção e frutos de qualidade foi o sucesso do negócio. Com qualidade superior, os frutos ofertados atendiam a exigência do consumidor final.

Também a resistência da planta de tangerina ponkan a doenças como o CVC e cancro cítrico (bactérias) e pinta-preta (fungo) foi importante para manter a alta produção sem impactar os custos. Também possibilitou a manutenção de viveiros para produção de mudas.

NOVOS MERCADOS

No início dos anos 2.000, com a produção em grande escala e em constante crescimento, o mercado de Belo Horizonte já não mais absorvia as frutas produzidas em Belo Vale e região, incluindo Brumadinho. O preço despencou e alguns pomares ficaram até abandonados.

Mas rapidamente se abriram novos mercados, principalmente Rio de Janeiro e Espírito Santo. Logo em seguida os frutos já eram comercializados para a região nordeste. Não havia mais fronteiras para a tangerina ponkan e a cultura foi então crescendo ainda mais e a partir de 2010 de forma exponencial.

PRODUÇÃO ATUAL

Com emprego de tecnologias e tratos culturais adequados as plantas atingem alta produção e não é raro encontrar um “pé de mexerica formado” (a partir de 12 anos de idade) que produza 6, 12 e até 18 caixas de 20 kg (1.200 frutos).

Dados de campo, extraoficiais, indicam que Belo Vale tem hoje aproximadamente 4 mil hectares de área plantada (9% da área do município) com 2 milhões de plantas/pés de mexerica. Estima-se que a produção de frutos seja de cerca de 100 mil toneladas ou 5 milhões de caixas. Isto equivale a 350 milhões de frutos para a safra de 2018. Para tanto, o mercado foi ainda mais ampliando, sendo que atualmente são vendidos frutos para todas as regiões do país. Com a venda destas frutas deve “entrar” em Belo Vale cerca de R$ 60 milhões.

Produção de mexerica será a maior da história de Belo Vale

Com tamanha expressão, a cultura e o negócio da tangerina ponkan tem grande importância e impacto na socioeconomia de Belo Vale e região, gerando trabalho e renda para os produtores e trabalhadores rurais e movimentando comércio regional. Nunca ouve na história de Belo Vale uma atividade econômica que gerasse tanta riqueza e que fosse tão bem distribuída.

DESAFIOS

Com a tendência de aumento da produção, alguns desafios são colocados para manter a atividade de forma sustentável economicamente, socialmente e ambientalmente.

Destacam-se os seguintes desafios:

– Grande oferta de frutos em época concentrada de auge da colheita com redução de preço – não há beneficiamento industrial das frutas na região para absorver excessos de oferta.

– Disponibilidade limitada de mão de obra qualificada, principalmente na colheita que é toda manual – a vinda de famílias da região nordeste do Brasil e Norte de Minas tem causado impactos sociais.

– Necessidade crescente de uso de produtos agroquímicos para proteção de pragas e doenças – aumento no custo de produção e riscos de contaminação e intoxicação.

– Resistência depragas como o ácaro da falsa ferrugem que deprecia os frutos para o mercado.

– Ocorrência da doença Greening (bactéria) que é o maior problema da citricultura e tem causado sérios prejuízos nas grandes regiões produtoras de laranja no mundo – Flórida (Estados Unidos) e São Paulo. Esta doença tem alto poder de contaminação e “destrói” a planta de tangerina em pouco tempo – 3 a 4 anos. A contaminação e feita por um pequeno inseto que transmite a bactéria de plantas doentes para outras plantas podendo acontecer dentro dos pomares e também de um pomar para outro. As plantas infectadas não produzem mais frutos de qualidade e devem ser eliminadas o mais rápido possível para evitar novas contaminações. O controle do inseto transmissor é, essencialmente, com aplicação de inseticidas Esta nova doença aumenta os custos de produção e requer ainda mais atenção e esforço por parte dos produtores para evitar que se torne uma epidemia.

Dentro dessas perspectivas, e com o nosso reconhecimento, é que os citricultores de Belo Vale e região vem produzindo os atrativos e saborosos frutos de tangerina ponkan que são destaques em todo o país.

Autor:

  • Marcos Virgílio Ferreira de Rezende- Engenheiro agrônomo
  • Colaboraram os citricultores Jorge do Carmo (da Durica), Isaias Oliveira (do Bidí), Venceslau Oliveira (Lauzinho do Isaías) e Ademar Almeida (do Zé Flávio).

 

 

Fechada há vários anos, fiéis se mobilizam para salvar igreja barroca em Belo Vale

Em estado avançado de deterioração, a comunidade belovalense se mobilizou para salvar um de seus maiores patrimônios históricos. A Igreja de São Gonçalo, exemplar do século XVIII, construída em estilo barroco, já está sendo reformada. A obra começou esta semana e a empresa responsável pela reforma a Restaurare Construções Ltda com larga experiência na área.

Nesta fase, a parte estrutural será prioridade. O telhado será reformado, remoção de um metro do reboco a altura de metro na parte externa, drenagem pluvial para evitar infiltrações, instalação de sistema de proteção de descarga elétrica e combate a incêndio, além das partes elétricas e hidráulicas.

Porém a principal obra desta fase será reforço da fundação, com sondagens e prospecção, para controla e eliminar a trinca existe na parte frontal, como também evitar o surgimento de outras na igreja. A obra deve durar 6 meses.

O investimento na ordem de R$600 mil é oriundo da prefeitura municipal que licitou a obra. O valor corresponde a 30% do total do projeto de reforma, orçada em torno de R$1,8 milhões.

Mobilização

Foi no ano passado que despertou na comunidade a urgência da reforma da Igreja de São Gonçalo diante do péssimo estado de conservação, principalmente desde a fundação até o telhado, incluindo infiltrações, rachaduras, ação de cupins, etc.

Datada de 1764, no decorrer dos anos a Igreja de São Gonçalo sofreu várias intervenções e também descaracterizações. Segundo o pároco Wellington Eládio, projeto atual contempla apenas a recuperação do prédio, não incluindo a recuperação dos elementos artísticos o que dependerá de um outro projeto. “Quanto ao tempo de conclusão da obra total dependerá de captação de recursos financeiros. A comunidade católica está sensibilizada com a causa, pois todos veem a necessidade dessa reforma de maneira urgente. Várias iniciativas têm surgido na comunidade com objetivo de arrecadar fundos, porém, todo esforço ainda é pouco diante da grandiosidade da obra e de sua complexidade”, explicou o líder religioso.

 A paróquia dispõe de carnês de vários valores (de acordo com a condição de cada doador), favorecendo a contribuição mensal dos colaboradores. Dispomos ainda de uma conta corrente para depósitos de valores maiores e variados, além de rifas, barraquinhas e outras promoções.

A igreja já se encontra fechada diante da interdição por medidas de seguranças e ficará até o final da reforma.

Os carnês para a colaboração na campanha encontram-se disponíveis na secretaria paroquial e ao final de cada missa nos finais de semana. Aqueles que moram distantes e desejam participar da  campanha podem fazer o seu depósito em conta própria para esse fim. Além disso, as pessoas podem apoiar e participar dos diversos eventos que surgem e que visam a arrecadação de recursos. “Gostaria de pedir àqueles que ainda não estão participando dessa campanha para que possam participar fazendo suas doações, tendo em vista a nobreza e a importância da causa. Trata-se de um capítulo importante na história de Belo Vale que precisa ser reconhecido, preservado e protegido. Se assim for, em  breve devolveremos a Igreja Matriz de São Gonçalo à população belovalense plenamente recuperada e restaurada. Creio que teremos ainda muito orgulho dessa igreja que é tão linda mas que por vez encontra-se tão ameaçada. Que Deus nos ajude nesse propósito”, conclui o padre.

Belo Vale confirma morte por febre amarela

Um idoso morador da zona rural de Belo Vale, morreu na manhã desta terça-feira,30, com diagnóstico de febre amarela, de acordo com a Secretaria de Saúde do município. A vítima tinha mais de 80 anos e estava internado desde a última sexta-feira no Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte.

A secretária de saúde de Belo Vale, Neuzy Maia,  informou que os exames confirmando a doença foram realizados no sábado na capital mineira. “Ele saiu da cidade na sexta com um diagnóstico prévio. No sábado, ele fez outros exames no Eduardo de Menezes e ai foi confirmado,” disse a responsável por gerenciar a pasta na cidade. Ainda conforme Neuzy Maia, não é possível afirmar se o paciente estava vacinado contra a doença.
Uma reunião na tarde desta terça-feira vai alinhar as ações de combate à doença em Belo Vale, segundo a secretária.
Com a confirmação de mais uma morte nesta terça-feira, Minas Gerais já contabiliza ao menos 30 óbitos por febre amarela.
Fonte: Uai.

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