Defesa pede que Cristiana Brittes deixe a prisão, pra responder a processo em liberdade

A menos de uma semana da retomada das audiências na Justiça com os acusados de envolvimento na morte do jogador de futebol Daniel Corrêa Freitas, a defesa de Cristiana Brittes, esposa do assassino confesso Edison Brittes Júnior e denunciada por participar do crime, entrou com pedido de habeas corpus para tentar garantir que a ré passe a responder o processo em liberdade. O pedido vai ser analisado pela 1ª Vara de Criminal de São José dos Pinhais – a mesma que, no começo do ano, negou por duas vezes o pedido de prisão domiciliar a favor de Cristiana.

O recurso foi protocolado na última segunda-feira (26), três semanas depois de a filha do casal, Allana Brittes, 18 anos, também denunciada, ter deixado a cadeia por um habeas corpus aceito pelo plenário do Superior Tribunal de Justiça (STJ). No lugar da prisão, a defesa de Cristiana solicita que sejam cumpridas medidas cautelares, entre elas as de se apresentar à Justiça periodicamente e não manter contato com demais réus, incluindo Allana.

O argumento da defesa é que a ré nunca respondeu por nenhum outro crime e que existe a “possibilidade concreta de ela ter sido vítima, pelo menos, de uma importunação sexual” – tese descartada pela Polícia Civil.

Além disso, os advogados pontuaram que Cristiana não apresenta mais “risco para o andamento do processo”, uma vez que tanto testemunhas de defesa como de acusação já prestaram seus depoimentos nas audiências de instrução e julgamento, fase que ajuda a Justiça a decidir se o caso deve ou não ir para o Tribunal do Júri. É dentro desse rito que tanto Cristiana como os outros seis réus prestarão, nos próximos dias 4, 5 e 6 de setembro, seus depoimentos formais à Justiça.

Cristiana Brittes foi denunciada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por homicídio qualificado por motivo torpe, coação de curso de processo, fraude processual e corrupção de adolescente.

 

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Caso Daniel: Justiça libera vídeos das primeiras audiências

Vídeos das audiências de instrução do processo que investiga a morte do jogador Daniel Corrêa Freitas foram divulgados pela Justiça do Paraná, nesta quinta-feira (21). A sessão foi presidida pela juíza Luciani Martins de Paula, Da Vara Criminal, Júri e Execuções Penais de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde o crime foi registrado. Os depoimentos das 10 testemunhas de acusação aconteceram entre segunda (18) e quarta-feira (20).

Testemunhas sigilosas
Uma das testemunhas sigilosas do caso, disse que ouviu a mulher de Édison Brittes Junior, Cristiana Brittes, falar para a filha do casal, Allana Brittes, “não deixem matar ele aqui dentro de casa”. Em seguida Allana teria dito, “mãe você sabe como é o pai” e saiu, concluiu a testemunha.

Já outra testemunha relatou uma versão diferente para o mesmo momento. Ela disse que Cristiana falou para Allana, “não deixe seu pai fazer isso dentro da minha casa. Você sabe como ele é”. Quando foi questionada se Cristiana tentou evitar as agressões contra o jogador, a testemunha disse, “as agressões provavelmente não, porque já tinham agredido o piá o suficiente”.

Uma das testemunhas, que depôs em sigilo, disse que escutou, “que ele que tinha mexido com mulher de bandido e que ia morrer”. Ela disse ter ouvido gritos de socorro feitos pelo jogador Daniel, quando ele estava dentro do quarto, “ele pedia para alguém ajudar ele, pedia socorro e dizia que não queria morrer”.

Daniel foi encontrado morto na zona rural de São José dos Pinhais, na manhã de 27 de outubro de 2018/DIVULGAÇÃO

O crime
O corpo de Daniel foi encontrado na zona rural de São José dos Pinhais, na manhã de 27 de outubro de 2018. Ele apresentava degola parcial e estava com o pênis decepado. As investigações apontaram que o jovem foi assassinado após uma confusão na casa da família Brittes. O jogador havia participado da festa de aniversário de 18 anos de Allana Brittes, que ocorreu em uma casa noturna de Curitiba e na sequência, seguiu com a família e amigos da jovem para continuar a festinha na casa da garota.

Os réus
São réus no caso: Edison Brittes Junior; a esposa e a filha, Cristiana e Allana Brittes; David Willian Silva; Eduardo Henrique Ribeiro da Silva; Ygor King e Evellyn Brisola Perusso.

Próximos depoimentos
A juíza Luciani Martins de Paula, que conduz a audiência de instrução e julgamento marcou para os dias 1º, 2 e 3 de abril a continuidade dos depoimentos. Após os depoimentos das testemunhas de acusação, serão ouvidas as testemunhas de defesa e, por fim, os sete réus no processo.

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