Cientistas descobrem novo tipo de levitação magnética que pode trazer possibilidades interessantes para indústria

No futuro poderá haver aplicações práticas, como captura e manipulação magnética

Parece mágica, mas é física. Há dois anos, Hamdi Ucar, engenheiro elétrico que trabalha na Göksal Aeroaunics, na Turquia, notou um fenômeno curioso que qualquer pessoa pode reproduzir em casa com pouco alguns ímãs, cola e uma furadeira elétrica: ele conectou um ímã a um rotor em determinada posição e inclinação, acionou-o e depois aproximou-o de outro ímã, este começou a girar e permaneceu levitando a centímetros do primeiro.

Sua descoberta criou expectativa. E embora Ucar tenha dado uma explicação sobre as forças de levitação, deixou uma questão crucial sobre o mecanismo que estabiliza a rotação do segundo ímã, aquele que permanece suspenso no ar. Agora podemos entender o caso e isso abre um leque enorme de possibilidades.

Uma descoberta que começa em 2021

Foi nesse ano que Ucar, então funcionário da Göksal Aeronautics, compartilhou a sua descoberta e o estudo que lhe dedicou. Conforme lembrado na Physics Magazine, revista da American Physical Society (APS), Ucar conectou um ímã a um motor de determinado formato, levando em consideração a orientação dos eixos, e a seguir acionou o rotor para que a peça começasse a girar a aproximadamente 10.000 rpm.

Ao aproximar um segundo ímã do primeiro, descobriu que ele começou a se mover, levitou para cima e permaneceu flutuando no espaço, a apenas alguns centímetros de distância. Ao contrário de outros experimentos realizados anteriormente, aquele segundo ímã, o “flutuador”, acelerou com o movimento do rotor e atingiu uma velocidade considerável.

Rotação de um imã pode manter outro imã suspenso no ar (Imagem: DTU Energy)

Demonstrações e tarefas pendentes

Ucar também descobriu que o ímã flutuante ficava “preso” mesmo quando o eixo de rotação girava até ficar na posição horizontal. O estudo que publicou então, em 2021, apresentou diferentes evidências e também forneceu uma explicação das forças da levitação magnética, mas — relembra a APS — restava esclarecer uma questão importante: o mecanismo que estabiliza o movimento de rotação do “ímã flutuante”.

A tarefa é relevante, pois como destaca a associação de físicos, o teste mostrou um “novo tipo de levitação” com ímãs. Assim, os professores Rasmus Bjørk e Joachim M. Hermansen, da DTU Energy, na Dinamarca, quiseram ir um passo além das contribuições de Ucar e explicar como o fenômeno da rotação e levitação dos ímãs era possível. Suas conclusões acabam de ser expressas em artigo publicado justamente na ‘Physicis Review Applied’, da APS.

Resolvendo algumas incógnitas

O trabalho é interessante porque nos dá novas pistas sobre a levitação magnética e esclarece como é possível que um ímã giratório possa suspender outro no ar. Depois de investigar o fenômeno, Bjørk e Hermansen concluíram que ele é explicado por ligeiras inclinações nos eixos magnéticos dos ímãs em relação aos seus eixos de rotação:

“Os ímãs não deveriam flutuar quando estão juntos. Normalmente eles se atraem ou se repelem. Mas acontece que se você girar um, você pode fazê-lo flutuar. E essa é a parte estranha. A força que afeta os ímãs não deve mudar apenas girando um deles, parece que há um acoplamento entre o movimento e a força magnética”

Disse o professor Bjørk, da DTU.

Uma questão de surpresas e lições

Eles descobriram que, quando o ímã flutuante era fixado em posição, ele era orientado próximo ao eixo de rotação e em direção ao pólo semelhante do ímã do rotor. Assim, por exemplo, o pólo norte do ímã flutuante, enquanto girava, permaneceu orientado para o pólo norte do ímã fixo. O que é diferente do que se esperava com base nas leis da magnetostática, que explicam um sistema magnético estático.

A chave para entender a posição equilibrada, fixa e levitante em que permanece o segundo ímã, conhecido como “flutuador”, está nas interações magnetostáticas entre as peças. “Acontece que o ímã flutuante quer se alinhar com o ímã giratório, mas não consegue girar rápido o suficiente para fazê-lo. E enquanto esse acoplamento for mantido ele irá flutuar ou levitar”, resume Bjørk, que usa o exemplo de um pião de brinquedo: só fica em pé se estiver girando.

Durante a pesquisa, Bjørk e seus colegas realizaram diversos experimentos, incluindo um em que usaram ímãs esféricos, software de rastreamento e outros materiais de laboratório. Houve, no entanto, um primeiro teste muito mais simples e “caseiro” em que utilizaram ímãs de neodímio, cola e ferramentas que qualquer pessoa encontra em lojas do tipo. O resultado foi capturado em um vídeo fascinante.

Qual a importância?

O trabalho dos especialistas da DTU Energy não é importante apenas pela sua dimensão teórica, ampliando o conhecimento ou completando as conclusões já contribuídas em 2021 por Hamdi Ucar. Conforme explicado pela Física, no futuro poderá ser dada uma abordagem prática e utilizada para desenvolver ferramentas que nos permitam manipular objetos sem contato.

“O sistema tem aplicações potenciais na captura e manipulação magnética”diz a publicação na APS. Hoje existem braços de preensão robóticos que não requerem contato e são baseados no campo magnético. Um sistema magnético rotativo poderia simplificar o processo e oferecer uma solução mais eficiente e alternativa.

Os usos que já damos

Aplicações importantes já estão sendo derivadas da levitação magnética, como trens flutuantes. Também é usado em volantes ou máquinas de alta velocidade. Até agora, eram conhecidas várias formas de ocorrência do fenômeno, como estabilização magnética ativa, suspensão eletrodinâmica ou levitação estabilizadora de spin.

Quanto às aplicações futuras do seu trabalho, Fraderick Laust Durhus, da DTU, é cauteloso por enquanto: “Outras possibilidades dependerão de até que ponto o fenômeno pode ser expandido ou reduzido e de quão baixo é o custo da energia”. Esclarecer esse horizonte diante do fenômeno “exigirá mais pesquisas”.

FONTE IGN

Cientistas descobrem ouro brotando em árvores

Ouro brotando em árvores? Sim, você leu certo o título desta matéria. Cientistas fizeram uma descoberta surpreendente, sem precedentes e que pode abrir novas possibilidades na exploração mineral

Ao pensarmos em mineração de ouro, a imagem que nos vem à mente geralmente envolve mineradores escavando profundamente na terra. No entanto, na região de Kalgoorlie, na Austrália, uma descoberta extraordinária desafia essa concepção. Cientistas da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth (CSIRO) revelaram que o ouro não apenas está presente no solo, mas está crescendo nas folhas de árvores de eucalipto.

Esta reviravolta surpreendente sugere que as árvores podem ser aliadas inesperadas na busca por depósitos de ouro e outros minerais valiosos.

Um mecanismo de absorção extraordinário

A descoberta é baseada em um mecanismo de absorção notável das árvores de eucalipto. Contrariando a ideia tradicional de que as plantas extraem apenas nutrientes básicos do solo, os eucaliptos da região possuem raízes capazes de penetrar o solo a mais de 30 metros de profundidade. Essas raízes desempenham o papel de “bombas hidráulicas,” extraindo água que contém partículas microscópicas de ouro.

O processo é uma dança complexa entre as raízes e o solo rico em minerais. Geoquímicos destacam a importância dessa interação para a absorção eficiente do ouro pelas árvores. Uma vez nas raízes, o ouro é transportado para as folhas e galhos, onde a magia da natureza parece contornar a potencial toxicidade do metal precioso.


Ouro brotando em árvores? Sim, você leu certo o título desta matéria. Cientistas fizeram uma descoberta surpreendente, sem precedentes e que pode abrir novas possibilidades na exploração mineral

Ao pensarmos em mineração de ouro, a imagem que nos vem à mente geralmente envolve mineradores escavando profundamente na terra. No entanto, na região de Kalgoorlie, na Austrália, uma descoberta extraordinária desafia essa concepção. Cientistas da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth (CSIRO) revelaram que o ouro não apenas está presente no solo, mas está crescendo nas folhas de árvores de eucalipto.

Esta reviravolta surpreendente sugere que as árvores podem ser aliadas inesperadas na busca por depósitos de ouro e outros minerais valiosos.

Um mecanismo de absorção extraordinário

A descoberta é baseada em um mecanismo de absorção notável das árvores de eucalipto. Contrariando a ideia tradicional de que as plantas extraem apenas nutrientes básicos do solo, os eucaliptos da região possuem raízes capazes de penetrar o solo a mais de 30 metros de profundidade. Essas raízes desempenham o papel de “bombas hidráulicas,” extraindo água que contém partículas microscópicas de ouro.

O processo é uma dança complexa entre as raízes e o solo rico em minerais. Geoquímicos destacam a importância dessa interação para a absorção eficiente do ouro pelas árvores. Uma vez nas raízes, o ouro é transportado para as folhas e galhos, onde a magia da natureza parece contornar a potencial toxicidade do metal precioso.

Cientistas descobrem ouro brotando em árvores

Melvyn Lintern, líder do estudo, destaca a complexidade da exploração em meio a camadas densas de sedimentos e rochas intemperizadas. Ao observar raízes de eucalipto alcançando profundidades extraordinárias, a equipe de cientistas teve a ideia inovadora de testar as folhas dessas árvores para detectar depósitos de ouro. Os resultados foram impressionantes, com vestígios de ouro encontrados nas folhas das árvores situadas sobre depósitos subterrâneos, oferecendo uma abordagem promissora e sustentável para a detecção de minerais valiosos.

Indicadores naturais de depósitos minerais

As implicações práticas dessa descoberta são vastas. A presença de ouro nas folhas de eucalipto agora não é apenas um fenômeno curioso, mas um indicador potencialmente valioso de depósitos de minério de ouro abaixo da superfície. Esta capacidade única das árvores de atuarem como indicadores naturais pode representar uma mudança fundamental na exploração mineral.

A utilização de árvores como uma forma de mapeamento natural pode oferecer uma abordagem econômica e ecologicamente sustentável para a detecção de depósitos minerais, evitando a necessidade de perfurações extensivas. Este método inovador pode se tornar uma ferramenta adicional para os geólogos e mineradores, complementando os métodos tradicionais de exploração.

Revelando o segredo com tecnologia de Raios-X

A confirmação do ouro nas folhas de eucalipto foi possível graças ao uso da tecnologia de raios-X no Síncrotron Australiano, em Melbourne. Este avanço tecnológico permitiu uma visão detalhada das partículas de ouro, que são incrivelmente pequenas, com cerca de um quinto do diâmetro de um fio de cabelo humano.

O Síncrotron desempenhou um papel crucial na visualização precisa da distribuição e concentração dessas partículas nas folhas e galhos das árvores de eucalipto. Esse entendimento aprofundado do processo de absorção e acúmulo de ouro nas árvores abre caminho para aplicações mais refinadas e estratégias na exploração mineral.

Uma revolução na mineração

O encontro do ouro com as árvores de eucalipto na Austrália representa uma revolução na forma como encaramos a mineração. Essas árvores, com suas raízes profundas e mecanismos de absorção engenhosos, não são apenas parte do cenário; são agora indicadores naturais valiosos. O ouro, que antes era sinônimo de exploração extensiva, revela-se agora, surpreendentemente, nas folhas de árvores.

A descoberta não apenas adiciona uma camada de fascínio à natureza, mas também aponta para um futuro potencial em que as árvores se tornam aliadas estratégicas na busca por recursos minerais. No contexto de uma indústria de mineração que busca métodos mais sustentáveis e eficientes, as árvores de eucalipto da Austrália podem ter desvendado um segredo há muito enterrado. No jogo da mineração, onde a natureza e a tecnologia se encontram, as árvores agora desempenham um papel inesperado, mas extraordinariamente valioso.

A pesquisa “Natural gold particles in Eucalyptus leaves and their relevance to exploration for buried gold deposits” foi publicada pela renomada Revista Nature, clique aqui para acessar.

FONTE AGRONEWS

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