No meio da paisagem árida, encontra-se um oásis verde de arquitetura e natureza exuberantes, que desafia o clima seco
Um jardim impressionante floresce no meio da terra árida do deserto de Lut, no Irã. Localizado perto de Mahan, na província de Kerman, Bagh-e-Shazdeh ou Jardim Shazdeh é um magnífico oásis verde e seu nome significa “jardim do príncipe”. O tom das árvores e das plantas e o colorido da flores impressiona os visitantes que não esperam encontrar tal estrutura no coração do deserto.
O jardim foi construído durante a dinastia Qajar como uma demonstração de riqueza e também para servir de refúgio aos habitantes locais durante as caminhadas no deserto. Desde 2011, é um dos monumentos nacionais do Irã que está na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco.
Além da natureza exuberante, destaca-se a arquitetura da construção, que remete à tradição e ao estilo de concepção de jardins com origem na Pérsia (como era chamado o Irã). Ele foi erguido em um sistema de terraços escalonados com piscinas e fontes, cercados pela vegetação. O seu belo pavilhão se encontra no ponto mais alto e possui vista para toda a sua extensão.
A construção em degraus é uma técnica construtiva que auxilia na irrigação da plantas, pois a água flui como uma cachoeira do ponto mais alto ao mais baixo. O líquido é trazido de uma nascente nas montanhas próximas, por meio de um sistema de canais e aquedutos.
Os jardins persas também tinham um apelo simbólico de “paraíso na terra”. “Sempre dividido em quatro setores, com a água desempenhando um papel importante tanto na irrigação quanto na ornamentação, o jardim persa foi concebido para simbolizar o Éden e os quatro elementos zoroastristas: céu, terra, água e plantas”, descreve o site da Unesco.
A ambiciosa construção de uma ferrovia no deserto pela Arábia Saudita e seus vizinhos visa diversificar a economia regional e reduzir a dependência do petróleo.
A Arábia Saudita e outras nações do Oriente Médio estão empreendendo um dos mais desafiadores projetos de engenharia do mundo: a construção de uma gigantesca ferrovia que se estende por mais de dois mil quilômetros através do deserto. Este projeto coloca frente a frente os desafios naturais inerentes ao terreno e o custo exorbitante, estimando-se um valor total de até 250 milhões de dólares.
O projeto da ferrovia, iniciado em 2009, é uma resposta direta à queda dos preços do petróleo durante a recessão global, impactando significativamente as economias dos países membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG). A ferrovia visa conectar os portos dos países membros, promovendo a diversificação econômica e reduzindo a dependência do petróleo e do gás.
Construção no deserto
Construir uma ferrovia no deserto apresenta desafios únicos, como temperaturas extremas e terrenos instáveis. Para superar essas dificuldades, os construtores adotaram técnicas aprendidas com países como a China, Arábia Saudita e Mauritânia, incluindo a transformação de dunas em argila e o uso de vegetação para bloquear o vento e a areia.
Impacto econômico e estrutural
A ferrovia não é apenas uma façanha de engenharia, mas também um projeto estratégico para fortalecer as economias do Golfo. Uma vez concluída, a rede ferroviária permitirá o transporte eficiente de mercadorias, impulsionando o comércio e a indústria na região. E mais, a ferrovia está prevista para gerar mais de 80 mil empregos, tanto na fase de construção quanto em sua operação, fortalecendo a economia local e promovendo um futuro mais sustentável para a região do Golfo.
A construção da ferrovia no deserto pela Arábia Saudita e seus aliados é um testemunho da visão progressista desses países. Ao investir em infraestrutura e diversificação econômica, eles estão não apenas enfrentando desafios geográficos e ambientais, mas também pavimentando o caminho para um futuro menos dependente de recursos naturais voláteis como o petróleo. Este projeto ambicioso é um passo importante para um Golfo mais unido e economicamente independente.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu na manhã desta sexta-feira (15 de dezembro) um alerta de perigo para 101 cidades mineiras por conta da baixa umidade. O índice deve ficar entre 12% e 20%, considerado semelhante à umidade de deserto.
O alerta é válido das 10h até as 18h desta sexta-feira, segundo o Inmet. Há risco de incêndios florestais e também risco à saúde, como ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz.
Entre as recomendações do Inmet estão a ingestão de bastante líquido, não realizar atividade física, evitar exposição ao sol nas horas mais quentes do dia, além do uso de hidratante para a pele e umidificador de ar para ambientes.
Em caso de necessidade, a população pode entrar em contato com a Defesa Civil (telefone 199) e com o Corpo de Bombeiros (telefone 193).
Pela primeira vez, mapas climáticos produzidos com dados dos últimos 30 anos apontam que o Brasil tem áreas com clima árido, similar ao de desertos. Isso foi causado pelas mudanças climáticas que aumentaram a temperatura da terra, associado à degradação gerada pelo uso humano.
Uma nota técnica produzida por cientistas do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), órgãos do governo federal, alerta que o índice de aridez cai a patamares inéditos, aumentando áreas em desertificação.
O documento já foi entregue ao MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima) e demais órgãos que devem compor o plano de ação de mitigação ao problema.
“Nosso levantamento utilizou dados até 2020, e no novo mapa aparecem essas áreas áridas, mais precisamente na região norte da Bahia. A gente nunca tinha visto isso antes, essa é a primeira vez.” – Javier Tomasella, pesquisador do Inpe e coordenador do estudo.
Como é o cálculo
O cálculo de aridez classificado pela UNCCD (Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação) leva em conta a média de chuva em um intervalo de 30 anos e a evaporação potencial. Quanto maior a aridez de um local, menor é a disponibilidade de água (Entenda melhor o cálculo do índice).
Entre os fatores apontados estão as mudanças climáticas, que aquecem o planeta e levam a uma evaporação mais rápida da água. Tudo isso, claro, associado a questões humanas de degradação do solo, com desmatamento e queimadas, por exemplo.
A nota aponta que o processo de aridez do clima avança por todo o país, com exceção da região Sul. Além de Javier, o artigo ainda é assinado por Ana Paula Cunha e José Marengo, do Cemaden.
Hoje, oficialmente, o país tem 1.427 municípios classificados como semiárido em uma área que ocupa parte dos nove estados do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo.
Outro estudo na mesma direção
Além do Cemaden e Inpe, o pesquisador Humberto Barbosa, coordenador do Lapis (Laboratório de Processamento de Imagens de Satélite) da Ufal (Universidade Federal de Alagoas), fez uma outra pesquisa e publicou artigo que também aponta para o mesmo problema.
“Temos agora dentro do conceito de terras secas da UNCCD, as três tipologias: subúmidas secas, semiárido e a novidade, o árido. Isso cria nova ordem do semiárido brasileiro.” – Humberto Barbosa
Usando dados de satélite disponíveis dos últimos 18 anos, ele percebeu uma queda no número de nuvens no céu da região ao longo dos anos. O norte da Bahia também é apontado no mapa como a região mais afetada pela aridez, que também tem processos avançados de desertificação e degradação em menor escala em Minas, Pernambuco e Paraíba.
“Redução de nuvem na linguagem meteorológica a gente quer dizer que está se reduzindo a capacidade de chuva de um local.” – Humberto Barbosa
Autor do livro “Um século de secas” ao lado de Catarina Buriti, Humberto explica que o Nordeste enfrentou oito eventos prolongados de seca desde 1845, mas nenhum deles durou seis anos, como a estiagem prolongada entre 2012 e 2017. “Foi a primeira vez que tivemos, antes eram períodos de dois, três anos.”
Ação integrada
A informação preocupa o MMA, que este ano criou o Departamento de Combate à Desertificação.
Segundo Alexandre Pires, que coordena esse departamento, o MMA vai usar os dados de Inpe e Cemaden para atualizar o mapa das áreas suscetíveis à desertificação.
A última versão desse mapa é de 2015, e o novo documento vai apontar agora essas áreas e municípios classificados como de clima árido.
“O MMA está se articulando com os governos dos estados no sentido de retomada da política, de repactuação de ações que atendam a necessidade de implementação de práticas e tecnologias concretas de combate à desertificação.” – Alexandre Pires
Ele explica que outras pastas devem ser envolvidas no processo para que possam apoiar os serviços de assistência técnica e rural a agricultores da região.
Também há um diálogo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para o lançamento de um edital de pesquisa sobre a agenda da desertificação focado sobretudo em grupos de mulheres agricultoras.
Tribunais de Contas cobram ações
Nas últimas terça e quarta-feira, cientistas e autoridades se reuniram em um seminário em João Pessoa. O debate do tema foi promovido pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), que está coordenando uma rede com quatro outros tribunais (de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Sergipe) para ajudar gestores com informações e cobra planos de mitigação de impactos da desertificação.
“Ou se cuida disso imediatamente, ou a desertificação obrigará a remoção das populações do semiárido.” – Nominando Diniz, presidente do TCE-PB
A preocupação atinge todos os estados. A engenheira agrônoma e gerente de Estudos e Pesquisas em Meio Ambiente da Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos), Margareth Sílvia Benício, palestrou no evento e diz que, apesar de não ter ainda áreas com clima árido, o Ceará é o único que tem 100% de seu território suscetível à desertificação, segundo levantamento de 2016.
Ela explica que, de 2016 para cá, novos mapeamentos apontam que as mudanças climáticas já estão interferindo e acelerando nesse processo. No estado, existem três núcleos de desertificação já percebidos, que são os que mais preocupam.
“As chuvas diminuíram e são muito espaçadas, as temperaturas estão elevadas, sem contar a pressão antrópica. A gente percebe isso que está alimentando a vulnerabilidade e nos assusta. É preciso que os governos sejam alertados e façam medidas de mitigação.” – Margareth Sílvia Benício
Pela primeira vez, mapas climáticos produzidos com dados dos últimos 30 anos apontam que o Brasil tem áreas com clima árido, similar ao de desertos. Isso foi causado pelas mudanças climáticas que aumentaram a temperatura da terra, associado à degradação gerada pelo uso humano.
Uma nota técnica produzida por cientistas do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), órgãos do governo federal, alerta que o índice de aridez cai a patamares inéditos, aumentando áreas em desertificação.
O documento já foi entregue ao MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima) e demais órgãos que devem compor o plano de ação de mitigação ao problema.
“Nosso levantamento utilizou dados até 2020, e no novo mapa aparecem essas áreas áridas, mais precisamente na região norte da Bahia. A gente nunca tinha visto isso antes, essa é a primeira vez.” – Javier Tomasella, pesquisador do Inpe e coordenador do estudo.
Como é o cálculo
O cálculo de aridez classificado pela UNCCD (Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação) leva em conta a média de chuva em um intervalo de 30 anos e a evaporação potencial. Quanto maior a aridez de um local, menor é a disponibilidade de água (Entenda melhor o cálculo do índice).
Entre os fatores apontados estão as mudanças climáticas, que aquecem o planeta e levam a uma evaporação mais rápida da água. Tudo isso, claro, associado a questões humanas de degradação do solo, com desmatamento e queimadas, por exemplo.
A nota aponta que o processo de aridez do clima avança por todo o país, com exceção da região Sul. Além de Javier, o artigo ainda é assinado por Ana Paula Cunha e José Marengo, do Cemaden.
Hoje, oficialmente, o país tem 1.427 municípios classificados como semiárido em uma área que ocupa parte dos nove estados do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo.
Outro estudo na mesma direção
Além do Cemaden e Inpe, o pesquisador Humberto Barbosa, coordenador do Lapis (Laboratório de Processamento de Imagens de Satélite) da Ufal (Universidade Federal de Alagoas), fez uma outra pesquisa e publicou artigo que também aponta para o mesmo problema.
“Temos agora dentro do conceito de terras secas da UNCCD, as três tipologias: subúmidas secas, semiárido e a novidade, o árido. Isso cria nova ordem do semiárido brasileiro.” – Humberto Barbosa
Usando dados de satélite disponíveis dos últimos 18 anos, ele percebeu uma queda no número de nuvens no céu da região ao longo dos anos. O norte da Bahia também é apontado no mapa como a região mais afetada pela aridez, que também tem processos avançados de desertificação e degradação em menor escala em Minas, Pernambuco e Paraíba.
“Redução de nuvem na linguagem meteorológica a gente quer dizer que está se reduzindo a capacidade de chuva de um local.” – Humberto Barbosa
Autor do livro “Um século de secas” ao lado de Catarina Buriti, Humberto explica que o Nordeste enfrentou oito eventos prolongados de seca desde 1845, mas nenhum deles durou seis anos, como a estiagem prolongada entre 2012 e 2017. “Foi a primeira vez que tivemos, antes eram períodos de dois, três anos.”
Ação integrada
A informação preocupa o MMA, que este ano criou o Departamento de Combate à Desertificação.
Segundo Alexandre Pires, que coordena esse departamento, o MMA vai usar os dados de Inpe e Cemaden para atualizar o mapa das áreas suscetíveis à desertificação.
A última versão desse mapa é de 2015, e o novo documento vai apontar agora essas áreas e municípios classificados como de clima árido.
“O MMA está se articulando com os governos dos estados no sentido de retomada da política, de repactuação de ações que atendam a necessidade de implementação de práticas e tecnologias concretas de combate à desertificação.” – Alexandre Pires
Ele explica que outras pastas devem ser envolvidas no processo para que possam apoiar os serviços de assistência técnica e rural a agricultores da região.
Também há um diálogo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para o lançamento de um edital de pesquisa sobre a agenda da desertificação focado sobretudo em grupos de mulheres agricultoras.
Tribunais de Contas cobram ações
Nas últimas terça e quarta-feira, cientistas e autoridades se reuniram em um seminário em João Pessoa. O debate do tema foi promovido pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), que está coordenando uma rede com quatro outros tribunais (de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Sergipe) para ajudar gestores com informações e cobra planos de mitigação de impactos da desertificação.
“Ou se cuida disso imediatamente, ou a desertificação obrigará a remoção das populações do semiárido.” – Nominando Diniz, presidente do TCE-PB
A preocupação atinge todos os estados. A engenheira agrônoma e gerente de Estudos e Pesquisas em Meio Ambiente da Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos), Margareth Sílvia Benício, palestrou no evento e diz que, apesar de não ter ainda áreas com clima árido, o Ceará é o único que tem 100% de seu território suscetível à desertificação, segundo levantamento de 2016.
Ela explica que, de 2016 para cá, novos mapeamentos apontam que as mudanças climáticas já estão interferindo e acelerando nesse processo. No estado, existem três núcleos de desertificação já percebidos, que são os que mais preocupam.
“As chuvas diminuíram e são muito espaçadas, as temperaturas estão elevadas, sem contar a pressão antrópica. A gente percebe isso que está alimentando a vulnerabilidade e nos assusta. É preciso que os governos sejam alertados e façam medidas de mitigação.” – Margareth Sílvia Benício
Acelerado pelo desmatamento e pelas mudanças climáticas, deserto mais do que dobrou de tamanho de 1976 até 2019
A erosão de um solo naturalmente frágil, potencializada pelo desmatamento e pelas mudanças climáticas, está transformando em deserto uma cidade do Piauí. O processo de desertificação, segundo cientistas, tem o potencial de tomar uma área maior do que a da cidade de Nova York, nos Estados Unidos.
Ação humana intensificou processo de desertificação
O processo está tão acelerado que já é possível avistar o deserto de Gilbues por imagens aéreas.
O problema provocado pela erosão no local não é uma novidade.
O nome da cidade vem de uma palavra indígena que significa “terra frágil”.
Mas a atividade humana potencializou o fenômeno de desertificação ao queimar a vegetação.
Hoje com onze mil habitantes, Gilbues foi palco de uma corrida pela mineração de diamantes em meados do século 20, um boom da cana-de-açúcar na década de 1980 e atualmente é um dos maiores municípios produtores de soja do estado.
De acordo com um estudo, a área afetada pela desertificação mais do que dobrou de 387 quilômetros quadrados, em 1976, para 805, em 2019. No total, 15 condados e cerca de 500 famílias de agricultores são impactados pelo fenômeno.
Segundo pesquisadores, são necessários novos estudos para identificar o papel do aquecimento global na aceleração do processo. Os agricultores dizem que a região está mais seca e que a estação chuvosa está mais curta e intensa, o que agrava o problema. Fortes precipitações lavam mais solo, aprofundando os cânions abertos conhecidos como “vocorocas”.
Para tentar minimizar os impactos, produtores locais estão adotando medidas de proteção da vegetação nativa, irrigação por gotejamento, piscicultura e a antiga técnica antierosiva da agricultura de terraço. Mas condenam o fechamento há seis anos de um centro de pesquisa antidesertificação administrado pelo governo em Gilbues que ajudou os agricultores a implementar essas técnicas. O estado do Piauí planeja reabrir o espaço, mas não definiu uma data para isso.
A Organização das Nações Unidas (ONU) chama a desertificação de uma “crise silenciosa” que afeta 500 milhões de pessoas em todo o mundo, alimentando a pobreza e os conflitos ao redor do mundo.
Acelerado pelo desmatamento e pelas mudanças climáticas, deserto mais do que dobrou de tamanho de 1976 até 2019
A erosão de um solo naturalmente frágil, potencializada pelo desmatamento e pelas mudanças climáticas, está transformando em deserto uma cidade do Piauí. O processo de desertificação, segundo cientistas, tem o potencial de tomar uma área maior do que a da cidade de Nova York, nos Estados Unidos.
Ação humana intensificou processo de desertificação
O processo está tão acelerado que já é possível avistar o deserto de Gilbues por imagens aéreas.
O problema provocado pela erosão no local não é uma novidade.
O nome da cidade vem de uma palavra indígena que significa “terra frágil”.
Mas a atividade humana potencializou o fenômeno de desertificação ao queimar a vegetação.
Hoje com onze mil habitantes, Gilbues foi palco de uma corrida pela mineração de diamantes em meados do século 20, um boom da cana-de-açúcar na década de 1980 e atualmente é um dos maiores municípios produtores de soja do estado.
De acordo com um estudo, a área afetada pela desertificação mais do que dobrou de 387 quilômetros quadrados, em 1976, para 805, em 2019. No total, 15 condados e cerca de 500 famílias de agricultores são impactados pelo fenômeno.
Segundo pesquisadores, são necessários novos estudos para identificar o papel do aquecimento global na aceleração do processo. Os agricultores dizem que a região está mais seca e que a estação chuvosa está mais curta e intensa, o que agrava o problema. Fortes precipitações lavam mais solo, aprofundando os cânions abertos conhecidos como “vocorocas”.
Para tentar minimizar os impactos, produtores locais estão adotando medidas de proteção da vegetação nativa, irrigação por gotejamento, piscicultura e a antiga técnica antierosiva da agricultura de terraço. Mas condenam o fechamento há seis anos de um centro de pesquisa antidesertificação administrado pelo governo em Gilbues que ajudou os agricultores a implementar essas técnicas. O estado do Piauí planeja reabrir o espaço, mas não definiu uma data para isso.
A Organização das Nações Unidas (ONU) chama a desertificação de uma “crise silenciosa” que afeta 500 milhões de pessoas em todo o mundo, alimentando a pobreza e os conflitos ao redor do mundo.
FONTE OLHAR DIGITAL
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