Esperança para um ícone da Serra do Cipó

Projeto de restauração da estátua do ermitão atrai rede de farmácias disposta a bancar 20% da obra, anuncia artista plástica

Deteriorando com a ação do tempo e sendo atacada por vândalos pichadores, a estátua do Juquinha da Serra do Cipó ganhou um respiro de esperança. De acordo com a sua criadora, a artista plástica Virgínia Ferreira, o projeto de restauração que ela aprovou em âmbito federal já atraiu um investidor e um especialista em captação de recursos. Caso o projeto seja viabilizado, bastariam dois meses para restaurar o monumento, que é um dos símbolos da serra, em Santana do Riacho, a 117 quilômetros de Belo Horizonte, na Região Central de Minas.

Depois de as reportagens do Estado de Minas mostrarem que a obra que é uma das mais fotografadas do estado estava em estado de deterioração pela ação das chuvas, do vento e do tempo, culminando com um ataque de vândalos pichadores, o projeto de restauração conseguiu atrair interessados. De acordo com a artista plástica, uma megarrede de farmácias que atua em Minas Gerais a procurou ofertando cerca de 20% do valor do projeto de restauração do Juquinha da Serra do Cipó.

Um especialista em captação de recursos para leis de incentivo à cultura, que trabalha com artistas renomados em Minas Gerais, também ofertou serviços para ajudar a conseguir os restantes 80% de recursos para que o Juquinha volte à sua forma original. “As pessoas estão aparecendo. O Juquinha é querido por todos, tem uma mensagem de bondade e de respeito ao meio ambiente de seu próprio exemplo de vida. Quem o apoia, apoia esses valores”, afirma Virgínia Ferreira.

No dia 10, o EM mostrou que a estátua erguida em 1987 está muito degradada e precisa de passar por um complexo processo de restauração. A escultura do Juquinha perdeu o dedão da mão direita; uma fenda se abriu em uma das pernas, enquanto as beiradas do chapéu se quebraram. Nos braços, há buracos com mais de um dedo de largura e profundidade. O paletó também exibe avarias e trincas. A superfície da obra de arte está tomada por trincas e rachaduras. Em algumas partes dos braços e pernas, os vergalhões de aço que dão forma à estrutura já estão expostos e enferrujando.

No dia 17, esse patrimônio da Serra do Cipó sofreu um ataque de vandalismo, segundo o administrador do restaurante que funciona ao lado da estátua, Dilceu Moreira da Silva. “Fechei o restaurante na noite de sábado e fui embora para casa. No domingo de manhã, quando cheguei para abrir o restaurante já estava tudo pichado. É por isso que essa obra tinha de ser melhor protegida, mas a verdade é que a abandonaram. Precisaria de ter iluminação, placas informativas, uma estrutura para dar proteção, mas só tem mesmo abandono”, protesta o administrador.

O projeto

Segundo Virgínia Ferreira, a restauração da obra levaria dois meses, com a necessidade de contratação de 15 pessoas. No processo, seria aplicado fungicida, as ferragens deterioradas precisariam ser trocadas, uma recomposição da estrutura e da forma são necessárias, limpeza minuciosa, acabamento e aplicação de proteção.

“É um projeto caro, porque as condições são precárias no local onde fica o Juquinha. É preciso abrir uma tenda, prover hotel ou pensão para as pessoas, transporte, alimentação, gerador de energia elétrica, andaimes e muito mais”, afirma Virgínia.

A estátua foi feita em 1987 pela artista, sob encomenda das prefeituras de Morro do Pilar e de Conceição do Mato Dentro. Esse personagem da Serra do Cipó está envolto por lendas e causos. Se chamava José Patrício e morreu em 1983. Diziam que o ermitão se alimentava de escorpiões e que já havia sido picado por mais de 100 cobras. Outra história contada sobre o andarilho dá conta de que tinha uma doença rara e que, por isso, perdeu a pulsação em uma noite. Chegou a ser velado, mas acordou dentro do caixão, assustando as pessoas que se despediam dele.

FONTE JORNAL ESTADO DE MINAS

Escritor de Congonhas lança livro sobre o ermitão Feliciano Mendes

O ano é 1757. Em um dia como este, em fevereiro, Feliciano Mendes iniciava o cumprimento de sua promessa em honra do Senhor Bom Jesus de Matosinhos ao fincar a cruz no alto do morro do Maranhão em Congonhas. Agora, 263 anos após a data, o congonhense Domingos Teodoro da Costa lança no Museu de Congonhas o seu primeiro livro, dia 15 de fevereiro, às 14h, “Congonhas: da fé de Feliciano à genialidade de Aleijadinho”, fazendo um resgate da história, até então pouco conhecida e relatada, deste ermitão português que é uma das grandes personalidades da história da Cidade dos Profetas.

A obra é fruto de uma pesquisa minuciosa realizada pelo autor nas cidades de Congonhas,  Diamantina, Mariana, Ouro Preto, Rio de Janeiro e em Portugal. O português Feliciano Mendes, fundou, como retribuição a uma graça alcançada, uma das maiores peregrinações brasileiras dedicada ao Bom Jesus de Matosinhos. O ermitão foi o responsável pela construção do Santuário do Bom Jesus, em Congonhas, Patrimônio Cultural Mundial.

Feliciano contraiu uma grave doença cujo nome não se sabe, mas que segundo a tradição teria sido motivada pelos árduos trabalhos de mineração. As preces do devoto ao Senhor de Matosinhos para alcançar a cura foram atendidas que, a partir daí, passou a se dedicar inteiramente à construção da Igreja.

Domingos Teodoro da Costa explica que, “interesse em escrever o livro surgiu da necessidade que sentia de descobrir mais sobre a figura emblemática de Feliciano Mendes. Entre outros aspectos a obra discorre também sobre os negócios de Feliciano ligados à mineração, a sua relação com a Igreja, com a região onde surgiu o bairro Basílica e seu sacrifício para entregar ao Bom Jesus o ex-voto prometido em troca da cura de uma doença”.

O lançamento do livro, com entrada gratuita, terá um bate-papo com o autor, além de apresentações teatrais e musicais.

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