Fazenda Boa Esperança terá ensaio aberto da Banda Santa Cecília no domingo (3/1)

Evento acontece na Casa de Engenho, é uma preparação para os 85 anos de emancipação de Belo Vale e terá repertório de dobrados, canções populares e músicas natalinas

Um ensaio aberto da Banda Santa Cecília de São Gonçalo da Ponte neste domingo (3/12) na Fazenda Boa Esperança será uma preparação para os 85 anos de emancipação de Belo Vale. Já a apresentação acontecerá no dia 16/12, às 19h, na Praça do Museu do Escravo, antecedida de uma missão de ação de graças no Salão Paroquial. Aberto ao público, o ensaio acontecerá a partir das 9h, na Casa do Engenho. “Deixo claro que será um ensaio, não uma apresentação”, reforça o maestro Reginaldo da Silva Braga, o “Chuca”.

Há 30 anos na banda, dos quais 18 como maestro e 12 como músico, Chuca está feliz de estar de volta à Fazenda Boa Esperança no próximo domingo. Em 2023, a centenária banda de música participou de 24 apresentações em todo o Estado. Hoje, a agremiação musical tem 28 componentes, com idades entre 13 e 80 anos. Parceria com instituições públicas e privadas para criação de oficinas, workshops e cursos garantem a formação de músicos jovens e capacitação de adultos. O repertório da Banda Santa Cecília é geralmente composto de dobrados (ou marchas militares), música clássica e canções populares. “Banda de música hoje tem um público seleto, é para os amantes de bandas”, lamenta Chuca, que construiu um repertório eclético para o ensaio na Fazenda Boa Esperança.

Dividido em três blocos, o repertório terá dobrados militares (Helmut Cutin, 25 de Março, Agressor, São João do Oratório e Pequenos Camaradas), sucessos que transitam entre o rock’n roll e a MPB (“Fico Assim Sem Você”, de Claudinho & Buchecha,”Primeiros Erros”, Capital Inicial”, “É Preciso Saber Viver”, dos Titãs, e “Maluco Beleza”, de Raul Seixas” e músicas das bandas Creedence e Asia Rock) e canções natalinas tradicionais (“Jingle Bells”, “O Bom Velhinho”, “Adeste Fidelis”, “Anoiteceu” e “Natal das Crianças”).

A Fazenda Boa Esperança está aberta à visitação, por meio do Projeto de Cooperação “Fazenda Boa Esperança: Redescobrindo os Sentidos”. O projeto é uma realização do Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico de Minas Gerais (Iepha-MG). A correalização é da APPA – Arte e Cultura. Viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura. O patrocínio é da Copasa e do Instituto Cultural Vale. O apoio é da Prefeitura Municipal de Belo Vale.

Conheça um pouco a história da banda

Com uma história centenária, a Banda Santa Cecília de São Gonçalo da Ponte de Belo Vale foi organizada e regida por José Afra de Mattos, o “Juca de Mattos”, então batizada de Lyra Bello Vallense Santa Cecília em janeiro de 1920, tocando em festas religiosas, fazendas e ruas da cidade. Na mesma década, o mestre e pianista José Silvério Dornas (Duca Dornas) criou a Banda de Música da Fazenda Boa Esperança. 

Grandes maestros e músicos trabalharam pela preservação das corporações musicais belovalenses. O professor Eugênio Batista Sampaio regeu a Banda da Fazenda Boa Vista em 1925, o local onde nasceu José Teixeira de Souza, que lá aprendeu a tocar sax para organizar a Banda Santa Cecília. Em 1932, José Afra de Matos tornou-se o primeiro-mestre da Corporação Santa Cecília. Em 1948, a corporação foi reorganizada pelo mestre Luiz de Moura Lima, que deu aulas no porão da casa de Antônio de Castro Malta (Cinico Malta).

Oficialmente, a Banda Santa Cecília foi fundada em 14 de junho de 1951 e registrada em cartório com o nome de Banda de Música Santa Cecília de São Gonçalo da Ponte de Belo Vale. Em 1956, Dornas voltou à frente da corporação, dando aulas no Grupo Escolar Dr. Gama Cerqueira. Ele foi responsável pela apresentação da banda no pátio da Estação Central, quando recebeu as Irmãs Vicentinas para dirigir o Ginásio Padre Virgílio, em 1958. Até então, os músicos só tocavam parados. Na ocasião, as procissões da Semana Santa tinham que parar para entrar no ritmo da banda.

Os ensaios da Banda Cecília eram realizados em uma casinha branca, com fachada de três portas, localizada entre a linha férrea e o rio Paraopeba, onde também funcionava o Cine São Gonçalo. A corporação esteve sob a regência de Paulo Eugênio da Silva entre 1960 e 1967 e de José Vicente em 1972. Os ensaios paralisaram por longos períodos nos anos 1970 e 1980. Em 1989, a banda voltou sob a direção de Maria de Paula Fernandes Malta e regência de José Dario de Moura, com novos instrumentos doados pela família Maciel. 

Nos anos 1990, a Banda Santa Cecília teve dificuldades de se manter, mas se refez nos anos 2000 sob a coordenação de Alexandre Rezende. Em 2013, Roberto Teixeira assumiu a presidência por cinco anos consecutivos. Posteriormente, ela ficou sob a coordenação de Lígia Felícia Vieira Castro Fernandes e Romeu Matias. Atualmente, a banda tem como presidente Élice Morais Maia.

É importante ressaltar que a Banda Santa Cecília de São Gonçalo da Ponte de Belo Vale participa de todos os eventos sociais, políticos e religiosos da cidade desde a fundação. No ano de seu centenário, a agremiação foi registrada pela Prefeitura de Belo Vale, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e do Conselho do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Natural, como “Forma de Expressão Patrimônio Imaterial de Belo Vale”.

Fazenda Boa Esperança terá ensaio aberto da Banda Santa Cecília no domingo (3/1)

Evento acontece na Casa de Engenho, é uma preparação para os 85 anos de emancipação de Belo Vale e terá repertório de dobrados, canções populares e músicas natalinas

Um ensaio aberto da Banda Santa Cecília de São Gonçalo da Ponte neste domingo (3/12) na Fazenda Boa Esperança será uma preparação para os 85 anos de emancipação de Belo Vale. Já a apresentação acontecerá no dia 16/12, às 19h, na Praça do Museu do Escravo, antecedida de uma missão de ação de graças no Salão Paroquial. Aberto ao público, o ensaio acontecerá a partir das 9h, na Casa do Engenho. “Deixo claro que será um ensaio, não uma apresentação”, reforça o maestro Reginaldo da Silva Braga, o “Chuca”.

Há 30 anos na banda, dos quais 18 como maestro e 12 como músico, Chuca está feliz de estar de volta à Fazenda Boa Esperança no próximo domingo. Em 2023, a centenária banda de música participou de 24 apresentações em todo o Estado. Hoje, a agremiação musical tem 28 componentes, com idades entre 13 e 80 anos. Parceria com instituições públicas e privadas para criação de oficinas, workshops e cursos garantem a formação de músicos jovens e capacitação de adultos. O repertório da Banda Santa Cecília é geralmente composto de dobrados (ou marchas militares), música clássica e canções populares. “Banda de música hoje tem um público seleto, é para os amantes de bandas”, lamenta Chuca, que construiu um repertório eclético para o ensaio na Fazenda Boa Esperança.

Dividido em três blocos, o repertório terá dobrados militares (Helmut Cutin, 25 de Março, Agressor, São João do Oratório e Pequenos Camaradas), sucessos que transitam entre o rock’n roll e a MPB (“Fico Assim Sem Você”, de Claudinho & Buchecha,”Primeiros Erros”, Capital Inicial”, “É Preciso Saber Viver”, dos Titãs, e “Maluco Beleza”, de Raul Seixas” e músicas das bandas Creedence e Asia Rock) e canções natalinas tradicionais (“Jingle Bells”, “O Bom Velhinho”, “Adeste Fidelis”, “Anoiteceu” e “Natal das Crianças”).

A Fazenda Boa Esperança está aberta à visitação, por meio do Projeto de Cooperação “Fazenda Boa Esperança: Redescobrindo os Sentidos”. O projeto é uma realização do Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico de Minas Gerais (Iepha-MG). A correalização é da APPA – Arte e Cultura. Viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura. O patrocínio é da Copasa e do Instituto Cultural Vale. O apoio é da Prefeitura Municipal de Belo Vale.

Conheça um pouco a história da banda

Com uma história centenária, a Banda Santa Cecília de São Gonçalo da Ponte de Belo Vale foi organizada e regida por José Afra de Mattos, o “Juca de Mattos”, então batizada de Lyra Bello Vallense Santa Cecília em janeiro de 1920, tocando em festas religiosas, fazendas e ruas da cidade. Na mesma década, o mestre e pianista José Silvério Dornas (Duca Dornas) criou a Banda de Música da Fazenda Boa Esperança. 

Grandes maestros e músicos trabalharam pela preservação das corporações musicais belovalenses. O professor Eugênio Batista Sampaio regeu a Banda da Fazenda Boa Vista em 1925, o local onde nasceu José Teixeira de Souza, que lá aprendeu a tocar sax para organizar a Banda Santa Cecília. Em 1932, José Afra de Matos tornou-se o primeiro-mestre da Corporação Santa Cecília. Em 1948, a corporação foi reorganizada pelo mestre Luiz de Moura Lima, que deu aulas no porão da casa de Antônio de Castro Malta (Cinico Malta).

Oficialmente, a Banda Santa Cecília foi fundada em 14 de junho de 1951 e registrada em cartório com o nome de Banda de Música Santa Cecília de São Gonçalo da Ponte de Belo Vale. Em 1956, Dornas voltou à frente da corporação, dando aulas no Grupo Escolar Dr. Gama Cerqueira. Ele foi responsável pela apresentação da banda no pátio da Estação Central, quando recebeu as Irmãs Vicentinas para dirigir o Ginásio Padre Virgílio, em 1958. Até então, os músicos só tocavam parados. Na ocasião, as procissões da Semana Santa tinham que parar para entrar no ritmo da banda.

Os ensaios da Banda Cecília eram realizados em uma casinha branca, com fachada de três portas, localizada entre a linha férrea e o rio Paraopeba, onde também funcionava o Cine São Gonçalo. A corporação esteve sob a regência de Paulo Eugênio da Silva entre 1960 e 1967 e de José Vicente em 1972. Os ensaios paralisaram por longos períodos nos anos 1970 e 1980. Em 1989, a banda voltou sob a direção de Maria de Paula Fernandes Malta e regência de José Dario de Moura, com novos instrumentos doados pela família Maciel. 

Nos anos 1990, a Banda Santa Cecília teve dificuldades de se manter, mas se refez nos anos 2000 sob a coordenação de Alexandre Rezende. Em 2013, Roberto Teixeira assumiu a presidência por cinco anos consecutivos. Posteriormente, ela ficou sob a coordenação de Lígia Felícia Vieira Castro Fernandes e Romeu Matias. Atualmente, a banda tem como presidente Élice Morais Maia.

É importante ressaltar que a Banda Santa Cecília de São Gonçalo da Ponte de Belo Vale participa de todos os eventos sociais, políticos e religiosos da cidade desde a fundação. No ano de seu centenário, a agremiação foi registrada pela Prefeitura de Belo Vale, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e do Conselho do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Natural, como “Forma de Expressão Patrimônio Imaterial de Belo Vale”.

Charmosa e histórica Fazenda Boas Espera, do século 18, promove oficina sobre ervas medicinais para curar as dores

A atividade será ministrada pela mestra Tantinha, que faz parte da organização Articulação Pacari; ela vai ensinar uma receita de pomada para curar dores

Desde pequena, Aparecida Ana de Arruda Vieira, a Tantinha, segue os passos da avó e da mãe, aprendendo os segredos e os poderes das ervas medicinais. Hoje, ela se diz uma autêntica raizeira, pessoa detentora de um conhecimento transmitido através de gerações, e sabe, como ninguém, identificar em um determinado ecossistema as plantas que curam.

No dia 18, Tantinha estará na Fazenda Boa Esperança, em Belo Vale (MG), ministrando uma oficina de ervas medicinais. Ela vai ensinar aos participantes a produzir uma pomada com as plantas encontradas no Cerrado. “Escolhi a pomada por conta do lugar. Gosto de trabalhar com as plantas que têm no entorno, para alertar as pessoas para a necessidade de preservar aquele bioma”, conta.

Para a aula-show, ela vai levar algumas ervas, como barbatimão, com propriedades cicatrizantes; a erva-baleeira, de ação anti-inflamatória e analgésica; as sementes de sucupira, que define como “antibiótico natural”; angico e pacari, antibactericidas. Para a receita, além das sementes de sucupira, vai usar a canela-de-velho, para produzir uma pomada para aliviar as dores articulares. “Cada um vai fazer e levar sua pomadinha para casa”, fala.

Tantinha faz parte atualmente da Articulação Pacari, uma rede socioambiental formada por organizações comunitárias com presença em vários Estados do país, que praticam a medicina tradicional por meio do uso sustentável dos recursos do bioma Cerrado. A maioria das integrantes são mulheres, agricultoras, extrativistas, assentadas da reforma agrária, indígenas, quilombolas e agentes pastorais, que defendem os conhecimentos da medicina tradicional.

“Defendemos o uso das plantas medicinais, dos remédios caseiros e da alimentação saudável. Inclusive trabalhamos com Plantas Alimentícias Não-Convencionais (Pancs). O Cerrado está sendo muito injustiçado, devastado. A gente precisa preservar esse bioma brasileiro para manter o conhecimento de pé”, destaca Tantinha. Com as plantas medicinais, não só se produz remédios, mas xaropes, sabonetes, tinturas e óleos essenciais.

Em 2010, a Articulação Pacari produziu a publicação “Farmacopeia Popular do Cerrado”, referência bibliográfica reunindo os conhecimentos tradicionais de raizeiras e raizeiros do Cerrado. Já Tantinha também registrou sua história no livro “Ervanário São Francisco”, originado a partir de um trabalho comunitário no bairro Alto Vera Cruz, na periferia de Belo Horizonte. Transferido para Sabará, ela trabalha no ervanário medicina popular e alimentação natural.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 80% da população mundial depende da prática da medicina tradicional para atender suas necessidades de saúde. No Brasil, a Lei 13.123, promulgada em 2015, conhecida como Lei da Biodiversidade, já regulamenta a defesa e o uso sustentável dos recursos genéticos dos biomas. Para Tantinha, conhecer, cuidar e preservar são palavras-chave da medicina tradicional. “Esses são saberes de nossa ancestralidade que precisamos conhecer para utilizar com sabedoria, respeito e segurança”, conclui.

O “Diagnóstico sociocultural nas Comunidades Quilombolas de Belo Vale”, produzido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de MInas Gerais (Iepha- MG), destaca o conhecimento sobre os usos das plantas, hortas e ervas medicinais como um saber das comunidades locais. O documento ainda enfatiza a presença das plantas medicinais, facilmente encontradas nos quintais e nos matos e comumente utilizadas como chá e banho de assento,

Serviço

Oficina de plantas medicinais e produção de pomada com mestra Tantinha. Das 9h às 11h30, na área externa da Fazenda Boa Esperança.

Charmosa e histórica Fazenda Boas Espera, do século 18, promove oficina sobre ervas medicinais para curar as dores

A atividade será ministrada pela mestra Tantinha, que faz parte da organização Articulação Pacari; ela vai ensinar uma receita de pomada para curar dores

Desde pequena, Aparecida Ana de Arruda Vieira, a Tantinha, segue os passos da avó e da mãe, aprendendo os segredos e os poderes das ervas medicinais. Hoje, ela se diz uma autêntica raizeira, pessoa detentora de um conhecimento transmitido através de gerações, e sabe, como ninguém, identificar em um determinado ecossistema as plantas que curam.

No dia 18, Tantinha estará na Fazenda Boa Esperança, em Belo Vale (MG), ministrando uma oficina de ervas medicinais. Ela vai ensinar aos participantes a produzir uma pomada com as plantas encontradas no Cerrado. “Escolhi a pomada por conta do lugar. Gosto de trabalhar com as plantas que têm no entorno, para alertar as pessoas para a necessidade de preservar aquele bioma”, conta.

Para a aula-show, ela vai levar algumas ervas, como barbatimão, com propriedades cicatrizantes; a erva-baleeira, de ação anti-inflamatória e analgésica; as sementes de sucupira, que define como “antibiótico natural”; angico e pacari, antibactericidas. Para a receita, além das sementes de sucupira, vai usar a canela-de-velho, para produzir uma pomada para aliviar as dores articulares. “Cada um vai fazer e levar sua pomadinha para casa”, fala.

Tantinha faz parte atualmente da Articulação Pacari, uma rede socioambiental formada por organizações comunitárias com presença em vários Estados do país, que praticam a medicina tradicional por meio do uso sustentável dos recursos do bioma Cerrado. A maioria das integrantes são mulheres, agricultoras, extrativistas, assentadas da reforma agrária, indígenas, quilombolas e agentes pastorais, que defendem os conhecimentos da medicina tradicional.

“Defendemos o uso das plantas medicinais, dos remédios caseiros e da alimentação saudável. Inclusive trabalhamos com Plantas Alimentícias Não-Convencionais (Pancs). O Cerrado está sendo muito injustiçado, devastado. A gente precisa preservar esse bioma brasileiro para manter o conhecimento de pé”, destaca Tantinha. Com as plantas medicinais, não só se produz remédios, mas xaropes, sabonetes, tinturas e óleos essenciais.

Em 2010, a Articulação Pacari produziu a publicação “Farmacopeia Popular do Cerrado”, referência bibliográfica reunindo os conhecimentos tradicionais de raizeiras e raizeiros do Cerrado. Já Tantinha também registrou sua história no livro “Ervanário São Francisco”, originado a partir de um trabalho comunitário no bairro Alto Vera Cruz, na periferia de Belo Horizonte. Transferido para Sabará, ela trabalha no ervanário medicina popular e alimentação natural.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 80% da população mundial depende da prática da medicina tradicional para atender suas necessidades de saúde. No Brasil, a Lei 13.123, promulgada em 2015, conhecida como Lei da Biodiversidade, já regulamenta a defesa e o uso sustentável dos recursos genéticos dos biomas. Para Tantinha, conhecer, cuidar e preservar são palavras-chave da medicina tradicional. “Esses são saberes de nossa ancestralidade que precisamos conhecer para utilizar com sabedoria, respeito e segurança”, conclui.

O “Diagnóstico sociocultural nas Comunidades Quilombolas de Belo Vale”, produzido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de MInas Gerais (Iepha- MG), destaca o conhecimento sobre os usos das plantas, hortas e ervas medicinais como um saber das comunidades locais. O documento ainda enfatiza a presença das plantas medicinais, facilmente encontradas nos quintais e nos matos e comumente utilizadas como chá e banho de assento,

Serviço

Oficina de plantas medicinais e produção de pomada com mestra Tantinha. Das 9h às 11h30, na área externa da Fazenda Boa Esperança.

Programação cultural e educativa volta com força em setembro à Fazenda Boa Esperança

Visitantes poderão assistir e até interagir com guardas e congadeiros, oficinas de jiu-jitsu e de tambores e canto, além de participar de caminhada ecológica; encontros e visitas educativas levam alunos de BH e Congonhas para o espaço

A Fazenda Boa Esperança – um dos principais atrativos turísticos de Belo Vale ­– está reaberta à visitação desde o dia 24 de junho. A área externa já pode ser visitada às quintas e sextas-feiras, das 9h às 12h, e aos sábados e domingos, das 9h às 16h. Até dezembro, uma programação está sendo construída para trazer mais turistas para o equipamento cultural.

No próximo dia 9, a Fazenda Boa Esperança promove mais uma edição dos Tambores do Quilombo, reunindo as comunidades dos Arturos de Contagem e de Boa Morte de Belo Vale, em uma oficina de tambores e canto. Uma semana antes, os capitães do Congado da Guarda de Moçambique Nossa Senhora do Rosário de Belo Vale e da Vargem de Santana participaram do evento “Aprendendo a Dançar e Tocar com os Congadeiros”.

No dia 16, cerca de 70 alunos da Escola de Jiu-Jitsu, coordenados pelo professor Matheus Marques, que participam de projetos sociais Pilares da Cidadania – Formações Pró-Futuro, se apresentarão no pátio da Fazenda. No dia 17, na parte da manhã, encontro de congadeiros e da Guarda Moçambique de Nossa Senhora do Rosário presta louvor à Santa Efigênia.

Projeto educativo

Os projetos educativos também retornam com força, agora batizados de “Fazenda Boa Esperança: Redescobrindo os Sentidos”. O Receptivo e Educativo da APPA – Arte e Cultura, gestora e promotora do espaço, preparou visitas educativas com alunos das escolas Magnum (28), Municipal Monsenhor Arthur de Oliveira (29) e Caio Líbano Soares, de BH.

Um encontro educativo ocorrerá no dia 13, com docentes e pedagogos da Secretaria Municipal de Educação (Semed) de Congonhas, inclusive com a presença do secretário de Educação. Já no dia 23, alunos do Centro de Estudos Supletivos Professor Juvenal de Freitas Ribeiro, também de Congonhas, participarão de uma visita educativa guiada.

Ressalte-se que Congonhas, a 33 km de Belo Vale, é um município que valoriza muito as atividades de educação para o patrimônio cultural. A cidade tem um Patrimônio da Humanidade reconhecido pela Unesco, o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, e seu sítio histórico, tendo avançado muito no que tange às ações de valorização e conscientização.

Encontro de educadores está na programação/ Crédito da foto: Paulo Vieira/Divulgação

Comunidade e patrimônio

“Estamos construindo uma programação cultural quebrando preconceitos e estereótipos e fazendo com que as pessoas da comunidade se sintam parte desse patrimônio”, ressalta Grasiele Ribeiro, coordenadora do Educativo. Foi assim que ela reuniu no final de julho 25 mulheres de Belo Vale, Belo Horizonte e Conselheiro Lafaiete, aos pés das sapucaias para a troca de saberes e experiências entre mulheres negras e suas diferentes vivências e histórias, na busca de acolher sentimentos, dores e marcas de forma coletiva.

Além de proporcionar um momento único de autocuidado e ressignificação histórica do papel de cuidadoras, Grasiele destaca que esses encontros, ministrados por Cláudia Regina dos Santos, sempre se voltaram ao cuidado do outro e foram privados do autocuidado e do cuidado aos seus. “Um encontro para vislumbrar boa esperança por dias melhores, por sonhos, possibilidades, caminhos e cura das dores que as atravessam”.

Da mesma forma, enfatiza Grasiele, as visitas educativas tentam trazer os alunos da região para se apoderarem do espaço da Fazenda como patrimônio e promovam a história, principalmente porque o bem cultural é remanescente da história escravocrata de Minas. “Queremos que ela seja lembrada para que não se repita, que não aconteça mais”, pontua.

Caminhada ecológica

Uma das ações inéditas é uma Caminhada Ecológica no dia 21, Dia da Árvore, às 10h. O evento terá a participação dos alunos do 1º ano do Ensino Médio Tempo Integral da rede estadual de ensino de Belo Vale, com o apoio da Prefeitura de Belo Vale, mas a atividade está aberta a todos, principalmente às comunidades locais. Os participantes partem do Quilombo da Boa Morte à Fazenda Boa Esperança, numa trilha de cerca de 5 km.

Segundo Romeu Matias, produtor executivo da Fazenda, a caminhada reconstitui o trajeto feito no passado pelos coronéis da região e moradores da localidade de Boa Esperança. “Eles iam para as celebrações religiosas na capela de Nossa Senhora da Boa Morte. O final do percurso são as belíssimas e frondosas sapucaias centenárias do pátio da fazenda”, destaca.

Acordo

A Fazenda Boa Esperança foi aberta em julho por meio de acordo de cooperação entre o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico de Minas Gerais (Iepha-MG) e a APPA – Arte e Cultura, informa Cláudio Arroyo, coordenador de Projetos da Fazenda. Caberá a APPA como uma Organização Social (OS) coordenar tanto o educativo quanto a revitalização do espaço.

Segundo Cláudio Arroyo, coordenador de projetos recém-chegado à Fazenda, os projetos visam atrair a comunidade da região de Belo vale e fazer com que eles se apropriem dos espaços, ressignificando-os e criando um sentimento de pertencimento. “É trazê-los de volta e mostrar a importância desse patrimônio histórico para a comunidade”, disse.

Entre os projetos de revitalização estão obras na Casa de Engenho, mais conhecida como Paiol, e dos elementos artísticos da capela. Ela se abre para a varanda e possui um altar com trabalhos de talha e rico retábulo com nicho central. Sobre o altar destaca-se o sacrário. Toda a composição, rica em talha e douramento, tem ornamentação complementada por quadros, correspondentes ao final do rococó mineiro, atribuída a Manuel da Costa Ataíde.

A Fazenda Boa Esperança está aberta à visitação, por meio do Projeto de Cooperação “Fazenda Boa Esperança: Redescobrindo os Sentidos”. O projeto é uma realização do Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico de Minas Gerais (Iepha-MG). A correalização é da APPA – Arte e Cultura. Viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura. O patrocínio é da Copasa e do Instituto Cultural Vale. O apoio é da Prefeitura Municipal de Belo Vale.

Serviço

Programação/setembro:

Dia 9/9, das 9 às 11h30: edição Tambores do Quilombo – encontros dos quilombos Arturos de Contagem e da Boa Morte de Belo Vale, oficinas de tambores e canto e vivências

Dia 13/9, das 8h às 11h: encontro com Educadores da Rede Municial de Ensino da Secretaria Municipal de Educação (Semed) de Congonhas

Dia 16/9, das 9h às 11h30: apresentações e atividades de alunos da Escola de Jiu-Jítsu, com o professor Matheus Marques, do projeto social Pilares da Cidadania – Formações Pró-Futuro

Dia 17/9, das 9h às 11h30: encontro de Congadeiros e Guarda Moçambique de Nossa Senhora do Rosário, com louvor à Santa Efigênia

Dia 21/9, das 8h às 11h: Caminhada Ecológica Alunos Ensino Médio de Tempo Integral do Quilombo de Boa Morte à Fazenda Boa Esperança

Dia 23/9, das 11h às 12h30: encontro do Centro de Estudos Supletivos “Professor Juvenal de Freitas Ribeiro”, de Congonhas (MG), sob coordenação da professora: Nayara Faria Ferreira

Dia 28/9, das 10h às 12h30: visita educativa com os alunos do Colégio Magnum, de Belo Horizonte

Dia 29/9, 9h30 às 11h: visita educativa com os alunos da Escola Municipal Monselhor Artur de Oliveira, de Belo Horizonte

Dia 30/9, das 10h às 11h30: visita educativa com os alunos da Escola Municipal Caio Líbano Soares, de Belo Horizonte

Local: Pátio frontal na área externa da Fazenda Boa Esperança

Programação cultural e educativa volta com força em setembro à Fazenda Boa Esperança

Visitantes poderão assistir e até interagir com guardas e congadeiros, oficinas de jiu-jitsu e de tambores e canto, além de participar de caminhada ecológica; encontros e visitas educativas levam alunos de BH e Congonhas para o espaço

A Fazenda Boa Esperança – um dos principais atrativos turísticos de Belo Vale ­– está reaberta à visitação desde o dia 24 de junho. A área externa já pode ser visitada às quintas e sextas-feiras, das 9h às 12h, e aos sábados e domingos, das 9h às 16h. Até dezembro, uma programação está sendo construída para trazer mais turistas para o equipamento cultural.

No próximo dia 9, a Fazenda Boa Esperança promove mais uma edição dos Tambores do Quilombo, reunindo as comunidades dos Arturos de Contagem e de Boa Morte de Belo Vale, em uma oficina de tambores e canto. Uma semana antes, os capitães do Congado da Guarda de Moçambique Nossa Senhora do Rosário de Belo Vale e da Vargem de Santana participaram do evento “Aprendendo a Dançar e Tocar com os Congadeiros”.

No dia 16, cerca de 70 alunos da Escola de Jiu-Jitsu, coordenados pelo professor Matheus Marques, que participam de projetos sociais Pilares da Cidadania – Formações Pró-Futuro, se apresentarão no pátio da Fazenda. No dia 17, na parte da manhã, encontro de congadeiros e da Guarda Moçambique de Nossa Senhora do Rosário presta louvor à Santa Efigênia.

Projeto educativo

Os projetos educativos também retornam com força, agora batizados de “Fazenda Boa Esperança: Redescobrindo os Sentidos”. O Receptivo e Educativo da APPA – Arte e Cultura, gestora e promotora do espaço, preparou visitas educativas com alunos das escolas Magnum (28), Municipal Monsenhor Arthur de Oliveira (29) e Caio Líbano Soares, de BH.

Um encontro educativo ocorrerá no dia 13, com docentes e pedagogos da Secretaria Municipal de Educação (Semed) de Congonhas, inclusive com a presença do secretário de Educação. Já no dia 23, alunos do Centro de Estudos Supletivos Professor Juvenal de Freitas Ribeiro, também de Congonhas, participarão de uma visita educativa guiada.

Ressalte-se que Congonhas, a 33 km de Belo Vale, é um município que valoriza muito as atividades de educação para o patrimônio cultural. A cidade tem um Patrimônio da Humanidade reconhecido pela Unesco, o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, e seu sítio histórico, tendo avançado muito no que tange às ações de valorização e conscientização.

Encontro de educadores está na programação/ Crédito da foto: Paulo Vieira/Divulgação

Comunidade e patrimônio

“Estamos construindo uma programação cultural quebrando preconceitos e estereótipos e fazendo com que as pessoas da comunidade se sintam parte desse patrimônio”, ressalta Grasiele Ribeiro, coordenadora do Educativo. Foi assim que ela reuniu no final de julho 25 mulheres de Belo Vale, Belo Horizonte e Conselheiro Lafaiete, aos pés das sapucaias para a troca de saberes e experiências entre mulheres negras e suas diferentes vivências e histórias, na busca de acolher sentimentos, dores e marcas de forma coletiva.

Além de proporcionar um momento único de autocuidado e ressignificação histórica do papel de cuidadoras, Grasiele destaca que esses encontros, ministrados por Cláudia Regina dos Santos, sempre se voltaram ao cuidado do outro e foram privados do autocuidado e do cuidado aos seus. “Um encontro para vislumbrar boa esperança por dias melhores, por sonhos, possibilidades, caminhos e cura das dores que as atravessam”.

Da mesma forma, enfatiza Grasiele, as visitas educativas tentam trazer os alunos da região para se apoderarem do espaço da Fazenda como patrimônio e promovam a história, principalmente porque o bem cultural é remanescente da história escravocrata de Minas. “Queremos que ela seja lembrada para que não se repita, que não aconteça mais”, pontua.

Caminhada ecológica

Uma das ações inéditas é uma Caminhada Ecológica no dia 21, Dia da Árvore, às 10h. O evento terá a participação dos alunos do 1º ano do Ensino Médio Tempo Integral da rede estadual de ensino de Belo Vale, com o apoio da Prefeitura de Belo Vale, mas a atividade está aberta a todos, principalmente às comunidades locais. Os participantes partem do Quilombo da Boa Morte à Fazenda Boa Esperança, numa trilha de cerca de 5 km.

Segundo Romeu Matias, produtor executivo da Fazenda, a caminhada reconstitui o trajeto feito no passado pelos coronéis da região e moradores da localidade de Boa Esperança. “Eles iam para as celebrações religiosas na capela de Nossa Senhora da Boa Morte. O final do percurso são as belíssimas e frondosas sapucaias centenárias do pátio da fazenda”, destaca.

Acordo

A Fazenda Boa Esperança foi aberta em julho por meio de acordo de cooperação entre o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico de Minas Gerais (Iepha-MG) e a APPA – Arte e Cultura, informa Cláudio Arroyo, coordenador de Projetos da Fazenda. Caberá a APPA como uma Organização Social (OS) coordenar tanto o educativo quanto a revitalização do espaço.

Segundo Cláudio Arroyo, coordenador de projetos recém-chegado à Fazenda, os projetos visam atrair a comunidade da região de Belo vale e fazer com que eles se apropriem dos espaços, ressignificando-os e criando um sentimento de pertencimento. “É trazê-los de volta e mostrar a importância desse patrimônio histórico para a comunidade”, disse.

Entre os projetos de revitalização estão obras na Casa de Engenho, mais conhecida como Paiol, e dos elementos artísticos da capela. Ela se abre para a varanda e possui um altar com trabalhos de talha e rico retábulo com nicho central. Sobre o altar destaca-se o sacrário. Toda a composição, rica em talha e douramento, tem ornamentação complementada por quadros, correspondentes ao final do rococó mineiro, atribuída a Manuel da Costa Ataíde.

A Fazenda Boa Esperança está aberta à visitação, por meio do Projeto de Cooperação “Fazenda Boa Esperança: Redescobrindo os Sentidos”. O projeto é uma realização do Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico de Minas Gerais (Iepha-MG). A correalização é da APPA – Arte e Cultura. Viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura. O patrocínio é da Copasa e do Instituto Cultural Vale. O apoio é da Prefeitura Municipal de Belo Vale.

Serviço

Programação/setembro:

Dia 9/9, das 9 às 11h30: edição Tambores do Quilombo – encontros dos quilombos Arturos de Contagem e da Boa Morte de Belo Vale, oficinas de tambores e canto e vivências

Dia 13/9, das 8h às 11h: encontro com Educadores da Rede Municial de Ensino da Secretaria Municipal de Educação (Semed) de Congonhas

Dia 16/9, das 9h às 11h30: apresentações e atividades de alunos da Escola de Jiu-Jítsu, com o professor Matheus Marques, do projeto social Pilares da Cidadania – Formações Pró-Futuro

Dia 17/9, das 9h às 11h30: encontro de Congadeiros e Guarda Moçambique de Nossa Senhora do Rosário, com louvor à Santa Efigênia

Dia 21/9, das 8h às 11h: Caminhada Ecológica Alunos Ensino Médio de Tempo Integral do Quilombo de Boa Morte à Fazenda Boa Esperança

Dia 23/9, das 11h às 12h30: encontro do Centro de Estudos Supletivos “Professor Juvenal de Freitas Ribeiro”, de Congonhas (MG), sob coordenação da professora: Nayara Faria Ferreira

Dia 28/9, das 10h às 12h30: visita educativa com os alunos do Colégio Magnum, de Belo Horizonte

Dia 29/9, 9h30 às 11h: visita educativa com os alunos da Escola Municipal Monselhor Artur de Oliveira, de Belo Horizonte

Dia 30/9, das 10h às 11h30: visita educativa com os alunos da Escola Municipal Caio Líbano Soares, de Belo Horizonte

Local: Pátio frontal na área externa da Fazenda Boa Esperança

Uma joia na Estrada Real: àrea externa da Fazenda Boa Esperança foi reaberta à visitação pública

O Governo do Estado de Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), comunicam que a área externa da Fazenda Boa Esperança, no município de Belo Vale, foi reaberta à visitação pública às quintas e sextas-feiras, das 9 às 12h, e aos sábados e domingos, das 9h às 16h.

A visitação ao espaço está aberta ao público por meio do projeto Fazenda Boa Esperança – Redescobrindo os Sentidos. A realização é do Ministério da Cultura, do Governo do Estado de Minas Gerais, da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). O apoio é da Prefeitura de Belo Vale. A correalização é da APPA – Arte e Cultura. O patrocínio é da Copasa e do Instituto Cultural Vale. Viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Uma joia na Estrada Real: àrea externa da Fazenda Boa Esperança foi reaberta à visitação pública

O Governo do Estado de Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), comunicam que a área externa da Fazenda Boa Esperança, no município de Belo Vale, foi reaberta à visitação pública às quintas e sextas-feiras, das 9 às 12h, e aos sábados e domingos, das 9h às 16h.

A visitação ao espaço está aberta ao público por meio do projeto Fazenda Boa Esperança – Redescobrindo os Sentidos. A realização é do Ministério da Cultura, do Governo do Estado de Minas Gerais, da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). O apoio é da Prefeitura de Belo Vale. A correalização é da APPA – Arte e Cultura. O patrocínio é da Copasa e do Instituto Cultural Vale. Viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Belo Vale: Guarda de Moçambique se apresenta na histórica Fazenda Boa Esperança

Festividades de Nossa Senhora do Rosário começam neste domingo (17/9) com louvor à Santa Efigênia

Mantendo uma tradição centenária, a Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário de Belo Vale tem um grande orgulho de fazer parte do movimento de valorização da cultura afro-brasileira e por poder expressar a fé através de danças e música.

Neste ano, as festividades da guarda mudam um pouco o roteiro. Elas começam domingo (17/9) na Fazenda Boa Esperança com devoção à Santa Efigênia e se estendem nos dias 5 e 7 para a cidade, comemorando, respectivamente, o culto a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário.

“Essa é uma tradição desde 1950. É o primeiro ano que nos apresentamos na fazenda (durante a festa) e estamos felizes com o convite”, afirma Ademir Fernandes Gonçalves Dias, 2º secretário e zelador da Associação Guarda de Moçambique Nossa Senhora do Rosário de Belo Vale.

A festa de Nossa Senhora do Rosário de Belo Vale acontece tradicionalmente no segundo domingo de outubro, com o dia da santa comemorado no dia 7 e o ápice do evento religioso no dia 9. O louvor à Santa Efigênia abre festividades na comunidade de Belo Vale.

Paramentados com o uniforme branco e azul, e levando os instrumentos típicos como caixa, patangomes, cunhas e bastão, eles mostram seus cânticos de devoção, danças e toques característicos. O cortejo contará com tocadores, capitão, reis e rainhas, segundo Dias.

A apresentação promete encher de energia e musicalidade a Fazenda Boa Esperança, hoje sob gestão da APPA Arte e Cultura, em termo de parceria firmado com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).

História

O Reinado de Nossa Senhora do Rosário, ou congado, constitui-se numa importante expressão da religiosidade e da cultura afro-brasileira presentes em Minas Gerais. Consiste num ciclo anual de homenagens à Nossa Senhora do Rosário que envolve a realização de novenas, o levantamento de mastros, procissões, cortejos, coroações de reis e rainhas, cumprimento de promessas, cantos, danças, banquetes coletivos e a entrega de coroas.

O congado possui origem luso-afro-brasileira, uma vez que o catolicismo português ofereceu a devoção a Nossa Senhora do Rosário, a Igreja Católica reforçou essa crença, e os negros deram forma ao culto e à festa por meio de elementos africanos. A devoção à  santa se deu ainda na África, com o processo de conversão da elite congolesa ao cristianismo. Em Minas Gerais, o culto à santa foi difundido desde o início da colonização.

Nas irmandades, os negros realizavam rituais africanos como a coroação de reis e rainhas, além de tocar seus instrumentos de percussão, cantar e dançar. Os rituais africanos de eleição de reis e rainhas foram comuns no Brasil durante o período colonial. Hoje, reis e rainhas congos estão presentes nos rituais dos reinados de Nossa Senhora do Rosário, representando as nações negras africanas, sendo eles os que presidem ritos e celebrações.

  • Crédito Tambores: Romeu Matias/Divulgação
  • Crédito Moçambique: Acervo da Associação Guarda de Moçambique Nossa Senhora do Rosário de Belo Vale/Divulgação

Uma relíquia: Fazenda Boa Esperança é testemunha viva da história do Brasil-Colônia

Pílulas com menos de um minuto estão disponíveis no site fazendaboaesperanca.art.br e no canal da APPA — Arte e Cultura no YouTube

A Fazenda Boa Esperança está localizada no município de Belo Vale. Pertence e é protegida pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) desde a década de 1970 e já foi tombada a nível estadual e federal. Sua história se inicia no século XVIII e acompanha a do município de Belo Vale.

Muito dessa história pontuada de curiosidade acerca da economia e da sociedade do Brasil-Colônia, você pode conferir no canal da APPA — Arte e Cultura no YouTube ou no site da Fazenda.

“Conheça a Fazenda” é uma série de 30 vídeos curtos, que revelam com riqueza de detalhes e através de imagens, mapas e gravuras toda a história do monumento histórico e da região de Belo Vale.

As “pílulas” narram toda a ocupação do Vale do Paraopeba, o chamado “Sertão”, desde as entradas financiadas pela Coroa Portuguesa, passando pela ocupação do território durante o Brasil-Colônia, as etnias indígenas que habitavam o local, a corrida do ouro e os vestígios deixados por comunidades quilombolas e hoje guardados no Museu do Escravo.

Há ainda a formação das rotas da atual Estrada Real, a chegada do bandeirante Fernão Dias, a fundação dos novos núcleos de povoamento, como São Pedro do Paraopeba e São Gonçalo da Ponte, atual município de Belo Vale, e informações sobre Romualdo José Monteiro de Barros, o “Barão de Paraopeba”.

A Fazenda Boa Esperança é mostrada em belas imagens, como um importante centro agrícola da época. A narrativa ainda versa sobre a formação dos quilombos Boa Morte e Chacrinha dos Pretos, hoje comunidades certificadas do município de Belo Vale, com seus saberes e práticas culturais ancestrais.

Em suma, a Fazenda Boa Esperança é o exemplar de um tipo de arquitetura muito comum no meio rural nos séculos XVIII e XIX. O vídeo tem “pílulas dedicadas ao aspecto construtivo: os cômodos do casarão, os corredores vedados por muxarabis, os pátios internos e os quintais, a capela dedicada ao Senhor Bom Jesus dos Passos, o paiol, o moinho em ruínas, os pomares e a cachoeira.

A Fazenda foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 27 de agosto de 1959 e incorporada ao Iepha-MG em 1974, e posteriormente, tombada a nível estadual em 1975. Desde então, foram realizadas várias intervenções e restaurações.

Há ainda um vídeo de Acesso Virtual à Fazenda no site fazendaboaesperanca.art.br e no canal da APPA Arte e Cultura no YouTube.
Desde 2018, a APPA, em parceria com o Iepha-MG, é responsável por ações de requalificação, promoção e educação para o patrimônio cultural em Minas Gerais.

Foto: Fazenda Boa EsperançaCrédito: Polly Acerbi/Divulgação

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