Senado deve aprovar MP que renova programa de redução salarial sem mudanças na lei trabalhista

O Senado deve votar nesta quarta-feira a medida provisória (MP) 1.045 que renova o programa de redução salarial e retirar do texto todos os artigos que modificam a lei trabalhista. A ideia é manter apenas os programas de geração de emprego e tratar em projeto à parte questões como redução no valor da hora extra para profissionais com jornada diferenciada, acesso à justiça gratuita, dentre outros. 

Com essas modificações, o texto precisa retornar para a Câmara dos Deputados. Mas para evitar que MP perca a validade na próxima terça-feria, 7 de setembro, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), acordaram com os líderes dos partidos concluírem a votação ainda nesta semana.  

Ficarão apenas os programas de geração de emprego. Todo o resto que altera a lei trabalhista cairá — disse líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM) ao Globo.  

O relator da MP, senador Confúcio Moura (MDB-RO) apresentará o parecer na tarde dessa quarta-feira. As mudanças no texto estão sendo negociadas com o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). 

O texto original da MP  renova o programa de redução salarial e de suspensão dos contratos de trabalho, com o pagamento de um benefício emergencial aos trabalhadores (BEm). A medida foi adotada no início da pandemia em abril de 2020 para ajudar a manter os empregos.

Com objetivo de estimular a geração de postos de trabalho, o relatório aprovado pela Câmara propõe a criação de três programas e torna o BEm definitivo em casos de calamidade pública.  

Um deles é o Programa Primeira Oportunidade e Reinserção no Emprego (Priore) que ter por objetivo estimular a contratação de jovens entre 18 anos e 29 anos e de pessoas acima de 55 anos de idade, com menos direitos trabalhistas, como FGTS com alíquota reduzida e pagamento de 13º proporcional e férias ao fim de cada mês trabalhado.  

A empresa que aderir ao Priore precisará assinar a carteira e pagar remuneração de ao menos um salário mínimo (R$ 1.100). Esse trabalhador também terá direito a uma ajuda financeira de R$ 275, além do salário.    

O outro programa é o Regime Especial de Qualificação e Inclusão Produtiva (Requip), destinado a jovens entre 16 e 29 anos. Eles vão receber um Bônus de Inclusão Produtiva (BIP) no valor de R$ 550. Não há contribuição previdenciária ou recolhimento de FGTS, pois não há vínculo empregatício.   

A duração máxima dos contratos é de dois anos, mas dependendo da data de adesão das empresas, eles poderão ter prazo de até cinco anos.  Os programas serão financiados por parte dos recursos do Sistema S. As empresas que aderirem poderão abater dos custos até 15% da contribuição devida ao Sistema. 

A pedido do ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, também foi incluído na  MP o programa que cria o serviço social voluntário para as prefeituras, com contrapartida da União. Os jovens vão receber uma bolsa no valor de R$ 550, em vínculo de emprego.  

FONTE O GLOBO

Orçamento: governo reduz de R$ 1.079 para R$ 1.067 proposta para o salário mínimo em 2021

Atualmente, salário mínimo está em R$ 1.045. Novo valor consta na proposta de orçamento do ano que vem. Governo prevê correção somente pela variação da inflação de 2020.

O governo propôs um salário mínimo de R$ 1.067 a partir de janeiro de 2021, com pagamento a partir de fevereiro.

O valor consta do projeto da lei orçamentária do ano que vem encaminhado ao Congresso Nacional nesta segunda-feira (31) pelo Ministério da Economia.

O valor proposto pelo governo — que depende de aprovação do Congresso — representa um aumento de R$ 22 em relação ao salário mínimo atual, de R$ 1.045.

Também equivale a uma redução de R$ 12 na comparação com os R$ 1.079,00 propostos em abril deste ano para 2021.

A explicação para essa queda tem a ver com o fato de o governo prever um aumento somente com base na inflação de 2020.

Como a previsão para a inflação deste ano recuou, o salário mínimo também terá um reajuste menor.

Em abril, o governo previa que o INPC teria uma alta de 3,27% em 2020, valor que caiu para 2,09% em julho.

A Constituição determina que o salário mínimo tem de ser corrigido, ao menos, pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior.

O valor para o salário mínimo de 2021 pode sofrer nova alteração, com base no comportamento da inflação.

De acordo com informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para 49 milhões de trabalhadores no Brasil.Evolução do salário mínimo(em R$)2602603003003503503803804154154654655105105455456226226786787247247887888808809379379549549989981.0391.0391.0451.0451.0671.067Mai/04Mai/05Abr/06Abr/07Mar/08Fev/09Jan/10Jan/11Jan/12Jan/13Jan/14Jan/15Jan/16Jan/17Jan/18Jan/19Jan/20Fev/20Previsão 2021025050075010001250Jan/11
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Fonte: Dieese e Ministério da Economia

Sem aumento real

Na proposta de orçamento enviada ao Congresso nesta segunda-feira, está prevista a correção do salário mínimo apenas pela inflação, com base na estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Isso quer dizer que não haverá “ganho real”, ou seja, acima da inflação. Mas o poder de compra de quem recebe salário mínimo permanecerá preservado.

Esse formato já foi adotado neste ano, quando a área econômica concedeu reajuste somente com base na inflação de 2019.

Com isso, o governo mudou a política de aumentos reais (acima da inflação) que vinha sendo implementada nos anos anteriores, proposta pela presidente Dilma Rousseff e aprovada pelo Congresso.

Essa política, de reajustes pela inflação e variação do Produto Interno Bruto (PIB), vigorou de 2011 a 2019, mas nem sempre o salário mínimo subiu acima da inflação.

Em 2017 e 2018, por exemplo, foi concedido o reajuste somente com base na inflação porque o PIB dos anos anteriores (2015 e 2016) teve retração. Por isso, para cumprir a fórmula proposta, somente a inflação serviu de base para o aumento.

O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou que o governo não está trabalhando com aumento real e que qualquer alta real no valor do salário mínimo, acima do INPC, teria que ser compensada com redução de outras despesas.

“Se tiver algum aumento nesse sentido, uma outra despesa primária vai ter que ser reduzida. Lembrando do efeito que o salário mínimo tem sobre despesas: ano passado, R$ 1 a mais no salário mínimo tínhamos R$ 300 milhões a mais de despesas. Se tivermos aumento acima do que foi colocado — qualquer valor — teremos que ter uma outra despesa cortada”, afirmou. Waldery Rodrigues lembrou que isso é motivado pela limitação fixada pelo teto de gastos.

Impacto nas contas públicas

Ao conceder um reajuste menor para o salário mínimo, o governo federal também gasta menos. Isso porque os benefícios previdenciários não podem ser menores que o valor do mínimo.

De acordo com cálculos do governo, a cada R$ 1 de aumento do salário mínimo cria-se uma despesa em 2020 de aproximadamente R$ 355 milhões.

Assim, um reajuste R$ 12 menor do salário mínimo em 2021 representaria uma queda de cerca de R$ 4,26 bilhões nas despesas criadas para o governo federal. (G1)

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