Ouro Branco participa da entrega do Santuário Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias

Na última sexta feira, 18 de novembro, a convite do IPHAN, o gerente de Cultura e Patrimônio Histórico- da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer, Cultura e Turismo, Edilson Nascimento esteve presente na entrega do Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias em Ouro Preto-MG. Na ocasião, estiveram presentes Larissa Peixoto-Presidente do IPHAN, Padre Edmar José da Silva, Debora Nascimento- Super Intendente do IPHAN e Mateus-Gabinete do Ministério do Turismo. Ainda em visita, os Gerentes Edilson Nascimento e Rafaela de Paula, estiveram presentes no Museu Casa Guignard em Ouro Preto-MG.

Santuário do século 18 fechado há 9 anos é reaberta em Ouro Preto

A reabertura contará com eventos festivos para celebrar o retorno das atividades.

No dia em que os brasileiros reverenciam a memória de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), patrono das artes no país, os moradores de Ouro Preto, na Região Central de Minas, participam da festa de reinauguração oficial do Santuário Matriz Nossa Senhora da Conceição, do século 18. A cerimônia, com a presença de autoridades federais, estaduais e municipais, começará às 10h.

Satisfeito com o resultado das obras, que demandaram mais de nove anos e contemplaram parte estrutural e elementos artísticos, o pároco e reitor do santuário, padre Edmar José da Silva, explica que as intervenções foram custeadas pelo governo federal e acompanhadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com investimento de quase R$ 10 milhões. “É uma data feliz para a comunidade, pois celebramos o patrono das artes no Brasil e manifestamos nossa gratidão pelo término dos serviços.”

A superintendente do Iphan em Minas, Débora do Nascimento França, que estará presente à cerimônia, destaca a importância das obras, que foram da consolidação estrutural e restauração arquitetônica ao cuidadoso trabalho nos elementos artísticos. “O Iphan, responsável pelo tombamento da matriz em 1939, devolve à comunidade de Ouro Preto um serviço completo.”

No próximo dia 24, às 19h, Dia Nacional de Ação de Graças, será celebrada missa para marcar a reinauguração da igreja, onde estão sepultados Aleijadinho, falecido em 18 de novembro de 1814, e seu pai, o português Manuel Francisco Lisboa, autor do projeto arquitetônico do templo. “Escolhemos essa data porque significa agradecimento. Fazemos o convite a todos e pedimos para que tragam, no dia 24, alimentos não perecíveis para serem entregues aos necessitados”, acrescentou o pároco. As pessoas devem também levar mensagens positivas que serão distribuídas às vésperas do Natal, nas ruas. “Muitas pessoas precisam de uma força, de uma palavra de carinho”, explicou o padre.

Muita Alegria

Na voz da comunidade, está a alegria de festejar a reinauguração do bem cultural e espiritual da primeira cidade do país reconhecida como patrimônio mundial, em 1980. Provedora da Irmandade Nossa Senhora da Conceição e atuante na comunidade de Antônio Dias, em Ouro Preto, Irene do Sacramento, de 80 anos, não contém a emoção. “Estamos tranquilos e aliviados, pois nossa igreja matriz ganhou vida nova, encontra-se livre das infiltrações, do barro que descia do telhado, pelas paredes, na época das chuvas, e dos cupins”.

Ao lado de Irene, o pároco afirma que “o restauro reforçou a segurança e ampliou a beleza”. Animada para comemorar seus 81 anos em 26 de dezembro, Irene conta que acompanhou a restauração em 1949 e outra, não tão completa, 30 anos depois. A atual, que começou em 19 de janeiro de 2013, ficou, na sua avaliação, uma “maravilha”.

A partir de agora, quando o Iphan dá por encerrados os serviços no local, os visitantes poderão ver o espetáculo que é o santuário, no qual, também hoje, ocorre o encerramento da tradicional Semana do Aleijadinho – o mestre do barroco está sepultado sob o altar de Nossa Senhora da Boa Morte. Faz bem aos sentidos o restauro que retirou camadas de tinta do forro e trouxe à luz o retábulo-mor, que abriga a imagem da padroeira, os oito altares laterais, os lustres, os oito painéis, a cimalha, a porta para-vento, na entrada, o arco-cruzeiro e a tarja sobre ele. Atento aos detalhes, padre Edmar mostra o forro do corredor em direção à sacristia, do qual foram retiradas sete camadas de tinta branca.

História

Vinculado à Arquidiocese de Mariana, o Santuário Nossa Senhora da Conceição, também chamado de Matriz Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, foi erguido pelo grupo do bandeirante Antônio Dias no então arraial homônimo, como uma pequena capela devotada a Nossa Senhora da Conceição. Por volta de 1705, a ermida foi ampliada, reflexo do desenvolvimento local e da subsequente demanda pela constituição de uma paróquia própria. A freguesia de Antônio Dias, junto com a de Nossa Senhora do Pilar, passou a compor a recém-fundada Vila Rica, unificando, sob a mesma jurisdição política e administrativa, dois dos principais arraiais de Ouro Preto.

Em 1727, o templo começou a ser reconfigurado e ampliado por Manoel Francisco Lisboa, pai de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Nos anos seguintes, a igreja passou por diversas obras, intervenções e melhoramentos internos até a segunda metade do século 18. A Matriz Nossa Senhora da Conceição, tombada isoladamente pelo Iphan em 1939, foi sede de vários eventos históricos importantes, como a posse do governador Gomes Freire de Andrade, em 1735.

Também abriga os restos mortais de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), patrono das artes no Brasil, sepultado sob o altar de Nossa Senhora da Boa Morte; e de seu pai, Manoel Francisco Lisboa, na capela-mor. Um dos mais importantes exemplares da arquitetura religiosa brasileira – tanto sob o contexto arquitetônico no panorama das matrizes mineiras setecentistas quanto na excepcionalidade da qualidade artística do seu acervo de bens integrados –, a edificação passou por duas etapas de serviços de conservação e restauração.

Memória

De volta aos altares

Referência para todo o país: paralelamente às obras de restauro do Santuário Matriz Nossa Senhora da Conceição, Ouro Preto deu um bom exemplo de conservação e preservação, mostrando que a comunidade é a melhor guardiã do seu patrimônio. Em 2021, o pároco e reitor Edmar José da Silva (foto), há quase três anos à frente da paróquia, criou a campanha de apadrinhamento de 23 imagens sacras do século 18 pertencentes à igreja. A adesão foi tão grande (mais de 200 famílias), que o sacerdote conseguiu os recursos bem antes do prazo programado.

FONTE GUSTAVO WERNECK – ESTADO DE MINAS

Santuário do Senhor Bom Jesus de Bacalhau ou Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Afinal, o que dizem os documentos históricos?

Há alguns anos se popularizou a adoção do termo Santuário do Senhor Bom Jesus de Bacalhau para designar o mais antigo conjunto arquitetônico religioso do Vale do Piranga, tombado pelo Instituto do patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Contudo, o termo amplamente empregado nos documentos históricos é “Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos”, com “s” na grafia “Matosinhos”. O termo “Bacalhau”, incorporado pela população local piranguense, provavelmente foi incluído para diferenciar o Santuário do Bom Jesus, em Piranga, do Santuário do Bom Jesus, em Congonhas. Todavia, por lá, ninguém fala “Santuário do Bom Jesus de Congonhas”, mas Santuário do Bom Jesus de Matosinhos.
O termo “Matosinhos” vem da cidade portuguesa de mesmo nome, situada no distrito do Porto, de onde origina a devoção ao Bom Jesus, introduzida em Minas Gerais pelo minerador português Feliciano Mendes, ao qual se deve o projeto inicial de construção do templo religioso do Bom Jesus em Congonhas. Em 8 de abril de 1757, o referido português se encontrava com moléstias graves e providenciou a implantação de um oratório, com uma cruz com a Imagem do Senhor Bom Jesus, no alto do Morro Maranhão, em Congonhas.
Na sala de ex-votos do Santuário do Bom Jesus em Piranga, um dos principais documentos ali existente é conclusivo na elucidação do tema: em 19 de outubro de 1939, o padre Soares Guimarães, eucarístico do Santuário, escreveu que há 153 anos (12 de maio de 1786) o Papa Pio VI, o Benfeitor de Pirapetinga, o antigo Bacalhau, “centro de um SANTUÁRIO, consagrado a BOM JESUS DE MATOSINHOS”, concedia autorização para a abertura das portas do milagroso templo, faiscante pela beleza da sua arte, para um jubileu, concedido para os tempos “perpétuos, presentes e futuros”. No processo de tombamento do Santuário do Bom Jesus em Piranga, o termo adotado pelo IPHAN, cujo processo, n.º 1223, foi aberto em 1987 e finalizado em 31/10/1996 com o tombamento, a designação adotada foi “Santuário do Senhor Bom Jesus de Matozinhos”, ainda neste caso, com o equívoco do emprego do “z” na palavra Matosinhos.
É preciso alinhar a história com a geografia e, talvez, o emprego da expressão “Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos de Bacalhau” seria uma das formas de resolver o impasse, de ambos os lados!
FONTE GUARÁ DRONE

O Santuário do Caraça e o jantar com os lobos

(Por Arnaldo Silva) O Santuário do Caraça é hoje uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, com conservação de âmbito federal, através da Portaria do IBAMA, nº 32, de 20 de março de 1994. Dos 11.233 hectares da área, 10.187,89 hectares são áreas de preservação permanente, graças ao empenho da Província Brasileira da Congregação da Missão, instalada no local desde o século XVIII, proprietária e mantenedora da área. (foto acima, de Marselha Rufino, do lobo-guará comendo no adro do Santuário) O objetivo com a criação da reserva é proteger o valioso patrimônio natural do Santuário do Caraça. 

A área é uma transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado. Possui uma flora abundante, córregos e belas cachoeiras, sem contar a rica fauna local, com a presença de 79 espécies de mamíferos como o lobo-guará, onças, jaguatiricas, além de anta e outros animais nativos. (foto acima de Isaac Rangel)

No Santuário existe um maciço rochoso que lembra um rosto humano. (na foto acima de Josiano Melo) Os antigos chamavam o rosto de caraça, uma grande cara. Por existir desde o século 18, a Província Brasileira da Congregação da Missão, com a presença de religiosos, com a construção de um dos primeiros colégios do Brasil e um santuário religioso, a Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, construído entre 1876 e 1883, sendo a primeira igreja em estilo neogótico do Brasil, passou a ser chamado de Santuário do Caraça. Com a criação da Reserva, o nome tradicional e popular prevaleceu, sendo este nome reconhecido oficialmente em quatro de março de 2005, com título concedido pelo Arcebispo de Mariana na época, Dom Luciano Mendes. 

O Santuário do Caraça fica em Catas Altas a 120 km de Belo Horizonte. (foto acima de Alexandre Pastre ,os jardins do Caraça) É um dos mais famosos e procurados destinos de turismo ecológico e religioso em Minas. Todos os anos, cerca de 70 mil pessoas, de Minas, do Brasil e de vários países do mundo, visitam o Caraça, O lugar é excepcionalmente maravilhoso, numa comunhão perfeita entre a religiosidade e a natureza. Não é à toa que é chamado de “paraíso”. 

Por sua importância cultural, histórica e ambiental para Minas Gerais e o Brasil, existe uma campanha para tornar o Santuário do Caraça patrimônio cultural da humanidade, título concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). 

Dom Pedro II e o jantar com lobos         

Recebido pelos alunos e padres, em visita ao Santuário em 1881, extasiado com tanta beleza, o Imperador Dom Pedro II, fez questão de deixar escrita essa frase: “Só a visita ao Caraça paga a viagem a Minas”.          

Saudado em nove línguas pelos alunos, Dom Pedro II foi muito gentil com todos, fazendo questão de agradecer a saudação e receptividade que teve, presenteando o santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens com um vitral de cinco metros (na foto ao lado de Josiano Melo), retratando Jesus no templo entre os doutores. O vitral é um dos mais fotografados pelos turistas que vem ao Santuário do Caraça, bem como a pedra onde o Imperador escorregou e caiu ao chão. (na foto abaixo de autoria de André Laine)

Estão lá gravados na pedra o dia e ano do escorregão do Imperador.          

Hoje, a vantagem de estar no Caraça é que você tem tudo num só lugar. Igreja, museu, natureza, restaurante e também, pousada. Tudo isso em cerca de 12 mil hectares de paisagens espetaculares e momentos marcantes de fé e a presença dos lobos na hora do jantar.         

A presença do lobo-guará no adro do Santuário do Caraça é uma imagem impactante, linda e impressionante.          

A história do lobo que come nas mãos dos padres corre o mundo e quem vai ao Caraça, não perde a oportunidade de presenciar essa impressionante cena. 

Já é praticamente um ritual. Há mais de 35 anos, sempre na hora do jantar, os lobos aparecem para receber pedaços de carne oferecidos pelos padres. Isso na presença de turistas que ficam completamente extasiados e até perplexo com a cena. Muitos se emocionam. (foto abaixo de Josiano Melo) 

Como chegar ao Santuário do Caraça:         

Saindo de Belo Horizonte, siga pela BR 381 sentido Santa Bárbara e Catas Altas. Chegando no trevo de Santa Bárbara, observe a placa de sinalização. Não entrará na cidade mas aconselho a entrar e conhecer já que Santa Bárbara é uma cidade histórica linda, mesmo que por alguns minutos, vale a pena conhecer.          

Mas se não quiser entrar na cidade a partir de Santa Bárbara, seguir as placas de sinalização que são muitas e a estrada é asfaltada e em boas condições de tráfego.Os telefones do Santuário do Caraça, para informações sobre hospedagem e visitas ao Santuário são:(31) 3942-1656 (31) 98978-3180 (WhatsApp)

FONTE CONHEÇA MINAS

O Santuário do Senhor Bom Jesus do Bacalhau

(Por Arnaldo Silva) Piranga é uma cidade histórica, no Vale do Piranga, na Zona da Mata Mineira. A cidade tem origens, no final do século XVII, com data de sua fundação, registrada em 8 de dezembro de 1695, quando foi inaugurada sua primeira capela, dedicada à Nossa Senhora da Conceição.

Piranga conta com cerca de 18 mil habitantes e está a 170 km de Belo Horizonte. O município guarda relíquias dos tempos do Brasil Colônia e Escravidão, presentes em sua arquitetura, fazendas centenárias e história. É formado pela sede e mais 3 distritos: Pinheiros Altos, Santo Antônio dos Quilombolas e Santo Antônio de Pirapetinga, o popular, Bacalhau (na foto acima e abaixo de Patrício Carneiro/@guaradrone, o exterior e o interior do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos do Bacalhau).

Bacalhau é um dos mais tradicionais e importantes distritos de Minas Gerais, além de grande relevância histórica e religiosa para a região e Minas Gerais.

Santo Antônio do Pirapetinga, preserva um original e charmoso casario e igrejas dos séculos XVIII e XIX, com destaque para a Igreja de Santo Antônio (na foto acima de Patrício Carneiro/@guaradrone), na rua principal do distrito e o Santuário do Senhor Bom Jesus do Matosinhos, construção do século XVIII.
A origem do nome Bacalhau

Santo Antônio de Pirapetinga, o Bacalhau, está a 12 km do centro da cidade, no ponto mais alto do município, a 1000 metros de altitude, acima do nível do mar. É uma vila pacata, histórica, charmosa, bem, pitoresca, que vive e vivencia a mais suas tradições religiosas. (na foto acima do Patrício Carneiro/@guaradrone, a parte baixa da Vila e a colina, onde está o Santuário do Senhor Bom Jesus)         

O povoado surgiu nos primeiros anos do século XVIII, com a descoberta de ouro no leito do Rio Bacalhau, por volta de 1704. Na medida que o ouro era encontrado, mais mineradores e aventureiros, foram chegando. Formaram um pequeno casario, em torno de uma singela ermida, dedicada a Santo Antônio.         

O Rio Bacalhau, tem uma extensão de 47 km, e nasce no próprio distrito do Bacalhau. Como o arraial foi formado próximo ao Rio Bacalhau e pela devoção de seus primeiros moradores a Santo Antônio, os dois termos foram unidos, com o arraial, passando a ser chamado de Santo Antônio do Bacalhau ou simplesmente, Bacalhau. É uma das mais antigas povoações de Minas Gerais.

Em 28 de outubro de 1875, o arraial foi elevado a freguesia, preservando seu nome original, Santo Antônio do Bacalhau. Somente em 1911, quando da definição dos distritos subordinados à cidade de Piranga, é que o nome Bacalhau foi substituído por Pirapetinga, ficando, Santo Antônio de Pirapetinga, como nome oficial do distrito. (fotografia acima de Patrício Carneiro/@guaradrone)         

Mesmo com a mudança oficial de nome, até os dias de hoje, a vila é conhecida, em toda região do Vale do Piranga e chamada pela maioria de seus moradores, de Bacalhau.                    

Com o crescimento do povoado, em 1726, é erguida uma outra pequena ermida, em honra à Nossa Senhora do Rosário, restando atualmente, apenas ruínas.

Em 1740, uma nova igreja, que substituiu a antiga ermida, começa a ser erguida no arraial, dedicada a Santo Antônio, em estilo jesuítico, um dos símbolos religiosos da acolhedora vila.

A origem da fé no Senhor Bom Jesus de Matosinhos         

Ainda nessa época, uma imagem, quase que do tamanho natural, do Senhor Jesus, morto na cruz, foi encontrada no topo de uma colina, um pouco distante do núcleo habitacional do povoado. (fotografia acima de Patrício Carneiro/@guaradrone)         

Impressiona na imagem original ,os detalhes dos olhos. O olho esquerdo, olha para o céu, enquanto o direito, para o chão.          

A população resolveu colocar a imagem em uma das duas capelas do arraial. Mas, segundo a crença popular, a imagem sumia e aparecia sempre no lugar, onde fora encontrada. Tentaram várias vezes colocar a imagem nas igrejas, mas ela sumia e aparecia no dia seguinte, no topo da colina.          

Os moradores do arraial perceberam que, ficar no local onde a escultura foi encontrada, seria a vontade do Senhor Bom Jesus. Decidiram então, erguer outro templo no arraial, dedicado ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos.         

A devoção ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos era praticada por boa parte dos portugueses, que chegavam à região. Isso por que a devoção ao Senhor Bom Jesus, é uma tradição milenar em Portugal.

A origem da devoção ao Senhor Bom Jesus         

A devoção portuguesa ao Bom Jesus é cercada por misticismo e lenda. Tem origem no ano 124, nos primórdios da cristandade, na região que é hoje a cidade litorânea de Matosinhos, em Portugal. A escrita do nome da cidade portuguesa, onde originou a devoção ao Senhor Bom Jesus, é Matosinhos, com S e não com Z.

Nas praias dessa cidade, foi encontrada uma imagem de Jesus crucificado. Os fiéis da época, acreditavam ter sido, Nicodemos, fariseu e contemporâneo de Jesus, quem esculpiu a peça. Devido a perseguição que os Cristãos passaram a sofrer, após a crucificação de Jesus, Nicodemos, que assistiu ao martírio de Cristo, jogou ao mar suas esculturas, para se proteger de perseguições. Isso tudo, segundo a crença popular, da época.         

A imagem encontrada nas praias de Matosinhos, foi levada para o mosteiro da cidade portuguesa, passando a ser venerada, desde então. Somente em 1559, que foi construída uma igreja dedicada ao Senhor Bom Jesus, na cidade de Matosinhos. Pelo fato da imagem do Senhor Bom Jesus, ter sido encontrada em Matosinhos, o nome do templo, dedicado ao Senhor Bom Jesus, recebeu o complemento “de Matosinhos”.         

Com a edificação de novas igrejas e santuários, foram acrescentados o nome das cidades onde foram construídos, como exemplo, Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, de Congonhas MG, Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos de Conceição do Mato Dentro MG, etc.         

A fé ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos se expandiu por Portugal e nas colônias portuguesas, com várias cidades mineiras e brasileiras, tendo sido fundadas, invocando a fé no Senhor Bom Jesus de Matosinhos.

A construção do Santuário do Bacalhau

Como a fé no Senhor Bom Jesus de Matosinhos do Bacalhau, aumentava a cada dia, e com a presença de romeiros vindos de localidades distantes, as obras da construção do Santuário tiveram início a partir da segunda metade do século XVIII, bem como a construção do conjunto de casinhas em redor do santuário, concluídas no século XIX. (fotografia acima e abaixo de Patrício Carneiro/@guaradrone)

As casas em redor do Santuário, eram usadas antigamente apenas para receber os romeiros, que vinham de longas distâncias para a Festa do Jubileu de Nosso Senhor do Matosinhos do Bacalhau. E até hoje, são usadas para esse fim.         

Como o nome popular do arraial, Bacalhau, era comum, o nome do Santuário ganhou o acréscimo do nome da vila, ficando assim, Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos do Bacalhau, chamado também de Santuário do Senhor Bom Jesus do Bacalhau, ou simplesmente, Santuário do Bacalhau.

Para que a imagem original do Senhor Bom Jesus, considerada milagrosa pelos fiéis, fosse acessível a todos, foi colocada em uma capela, atrás do altar. No trono do altar-mor, uma imagem de Jesus Crucificado, foi entalhada e incluída na ornamentação do altar. (na fotografia acima e abaixo do Patrício Carneiro/@guaradrone, o interior do Santuário do Bacalhau)

As obras foram concluídas por volta de 1840. Foram quase seis décadas de construção, com envolvimento ativo dos moradores do arraial, bem como da Irmandade do Senhor Bom Jesus. Durante esse tempo, a obra contou com os trabalhos dos escravos, arquitetos, artesãos, carpinteiros, douradores, entalhadores, pintores, escultores e outros artistas.         

A igreja tem as características típicas das construções mineiras. Singela por fora e um esplendor de beleza e riqueza em seus detalhes, talhas e ornamentações, em seu interior.         

Uma riqueza e uma beleza arquitetônica e artística que além de impressionar, emociona os visitantes e fiéis.         

Chama atenção ainda a simplicidade e delicadeza do casario colonial, em torno do Santuário, construídas na mesma época da construção do templo, usadas somente para receber os romeiros, em dias de festas, desde aqueles tempos.

Todo o conjunto do Santuário, formado ainda por sua escadaria, a murada de pedras e o singelo casario, em seu entorno, estão no topo da colina, onde a imagem do Senhor Bom Jesus fora encontrada, no século XVIII,  preservados e muito bem conservados. (na foto acima do Patrício Carneiro/@guaradrone)        

Em 1786, a Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos do Bacalhau, foi elevada a Santuário, com a Bula Papal, assinada pelo Papa Pio VI, se tornando, desde então, um dos mais importantes centros de peregrinação religiosa, do Vale do Piranga.

O autor do risco do Santuário, é desconhecido, mas a ornamentação interior, tem assinatura. Foi executada pelo pintor, dourador, louvador e encarnador (que é o ofício de dar cor de carne a imagens), Francisco Xavier Carneiro (Mariana 1745 – Mariana 1840), que trabalhou na ornamentação da igreja, de 1806, até 1840, ano em que faleceu. (fotografia acima e abaixo de Patrício Carneiro/@guaradrone, as talhas, entalhes e pinturas de Francisco Xavier Carneiro, que ornamenta o Santuário)

          O artista foi um dos grandes nomes da arte rococó mineira, com vários de seus trabalhos, ornamentando igrejas de cidades como Itabirito, Ouro Preto, Mariana, Itaverava, dentre outras cidades mineiras.         

No Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos do Bacalhau, Francisco Xavier Carneiro deixou sua obra, numa impressionante retratação da Paixão de Cristo, notada nas pinturas do forro da nave principal, a Via Sacra, além da beleza dos entalhes dourados do altar, onde está a imagem do Senhor Bom Jesus. A maior parte da ornamentação do interior do Santuário, foi executada pelo mestre, Francisco Xavier Carneiro.         

A igreja e o casario do Bacalhau, segue os riscos das construções religiosas portuguesas, dedicadas ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em estilo jesuítico. Todo o conjunto do Santuário, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1996.

O Jubileu do Senhor Bom Jesus do Bacalhau          

A devoção ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos do Bacalhau, é uma das mais antigas e tradicionais de Minas Gerais. Desde o final do século XVIII, há mais de 235 anos, acontece, nas duas primeiras semanas de agosto, o Jubileu, numa festa que mobiliza toda a comunidade e atrai romeiros de toda a região do Vale do Piranga (na foto acima do Patrício Carneiro/@guaradrone).         

Isso porque, os fiéis e romeiros, creem ser o lugar, milagroso, e nele vão fazer ou pagar promessas, agradecer ou simplesmente, fazerem suas orações.

Esse fato é percebido pelas quantidades de ex-votos (presentes dados por fiéis a seus santos de devoção) e mensagens de agradecimentos, por graças alcançadas, vistas na sala dos milagres do Santuário do Bacalhau, bem como a emoção dos devotos, quanto participam do Jubileu do Senhor Bom Jesus (na foto acima de Patrício Carneiro/@guaradrone).         

O Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos do Bacalhau é uma das maiores obras da arte colonial barroca e rococó, de Minas Gerais e o jubileu, a coração de uma das mais tradicionais e genuína festa da religiosidade mineira.         

O jubileu, o casario de Santo Antônio de Pirapetinga (Bacalhau), a história de fé, bem como a cultura, gastronomia e seu povo acolhedor, faz do distrito de Piranga MG, uma das relíquias de Minas Gerais. Uma típica e autêntica vila mineira, no mais puro estilo mineiro de ser e viver.

FONTE CONHEÇA MINAS

Homem é encontrado no Santuário

Foi encontrado hoje pela manhã (12), Nilo Benedito da Silva. Ele estava andando pelo bairro Santuário em Lafaiete.

A família agradece as pessoas que colaboraram.

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Em estado de fúria, homem depreda carros com barra de ferro

Neste final de semana, militares compareceram à Rua João XXIII, Bairro Sagrado Coração de Jesus, onde C.R., 40 anos, estava danificando veículos com uma barra de ferro.

Durante a prática de danos, J.O.F., 55 anos, interveio, sendo agredido no braço, vindo a quebrá-lo, em uma fratura exposta. J.O.F. foi socorrido ao pronto socorro municipal, de onde foi transferido ao Hospital e Maternidade São José, ficando internado para realizar cirurgia.

Durante a investigação, militares localizaram um Mandado de Prisão, em aberto, em desfavor de J.O.F., por associação ao tráfico de drogas. C.R. recebeu voz de prisão em flagrante pela lesão corporal e pelos danos. J.O.F. recebeu escolta pela SUAP que assumiu a guarda do foragido no Hospital.

 

Santuário do Caraça sofre com descaso da Cemig e está há 6 dias sem energia

Há uma semana sem energia elétrica, o local está funcionando com o auxílio de

geradores e já conta com um enorme prejuízo

O Santuário do Caraça, Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) com mais de 12 mil hectares, localizada entre os municípios de Catas Altas e Santa Bárbara, está sofrendo com a falta de energia elétrica desde a última sexta-feira (21). A queda de energia se deu devido às fortes chuvas que ocorreram na região.

Diversos serviços estão estão sem funcionar e Santuário amarga prejuízps

O local, que atrai milhares de turistas durante todo o ano, principalmente no período de férias, está funcionando parcialmente graças aos geradores de energia que possuem, porém, alguns serviços que dependem de eletricidade, como telefone e internet, foram impactados e estão sem funcionar por falta de energia nas torres de transmisão.

Já foram abertos dezenas de chamados para a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que até o presente momento não tem previsão de quando fará o reparo. O Santuário do Caraça está à disposição para outros esclarecimentos e aguarda um posicionamento da Cemig para que as atividades do local sejam retomadas normalmente.

Em artigo, religioso faz reflexão sobre Santuário em homenagem a santa que caiu do céu

“De um avião caíste em nossa terra e nosso vigário um trono vos deu. Em que refulges vestida de Glória espargindo sem contas favores do céu.” – ( Hino a Nossa Senhora das das Graças)

O dia vinte e nove de Julho não é um simples dia para os Catasaltenses. É marco de um acontecimento histórico transcorrido em 1949. Há exatamente 69 anos, os irmãos Geraldo das Neves e Antônio Lourenço presenciaram a queda da Imagem de Nossa Senhora das Graças num monte cascalho, em meia planície num lugar denominado Lage a 12 km de Catas Altas da Noruega. Celebrar o Sexagésimo nono ano deste evento é reconhecer que a fé transcende o tempo, escreve a história e entrelaça vidas. Valorizar o dia vinte e nove de julho é ocasião propícia para fecundar novos caminhos. Contemplamos o passado e vivemos na gratuidade e apaixonadamente o presente que Deus nos dá.

Celebração em que igreja foi elevada a Santuário em Catas Altas da Noruega

Dom Geraldo Lyrio, a pedido do Rvm° Pe. Luiz Antônio Reis Costa, concedeu à Igreja do Rosário o título de Santuário Arquidiocesano. O mais novo Santuário da arquidiocese é dedicado a Nossa Senhora das Graças. A celebração aconteceu no dia vinte e um de maio, data em que o Papa Francisco instituiu a memória de Maria Mãe da Igreja. Este título conferido por Dom Geraldo remonta ao antigo sonho do saudoso Pe. Luiz Gonzaga Pinheiro, piedoso devoto de Nossa Senhora das Graças. Esta concessão alegra o coração dos Catasaltenses e marca o reconhecimento eclesial de distinta devoção mariana.

O Santuário de Nossa Senhora das Graças contribuirá para o cultivo da fé, capaz de iluminar nossa cidadania e de nos conduzir a novos tempos, pois a vivência da fé cultiva valores que humanizam e sensibilizam e, por isso, reorientam o itinerário da vida. A fé contribui no resgate do ser humano que, iluminado por Deus, modifica o cenário degradado por uma dinâmica fundada no Evangelho.

Compreende-se, então, que vinte e nove de julho é data magna para a cidade de Catas Altas da Noruega. A relevância desta data leva-nos ao mais profundo de nossa fé, inscrita na dinâmica da peregrinação. Entre outros aspectos, se compreende que na vida tudo passa rápido e que o tempo é precioso demais para gastá-lo no apego ilusório de acúmulo mesquinho de bens materiais. Peregrinar é antídoto para não cair na ambição desmedida, que leva à corrupção e suas consequências maléficas. Catas Altas da Noruega, com sua história de conversão, mostra que há razões mais profundas para se viver. Razões que vão além de suas riquezas minerais e ecológicas.

Uma história admirável! Deste 1949, os pobres, os fiéis, os humildes, homens e mulheres de boa vontade, vem à região montanhosa de Catas Altas da Noruega, atraídos pela densidade da força amorosa de Maria. Desse modo, os fiéis conseguem abrir novos horizontes para suas vidas, aprender lições e experimentar a força transformadora e salvífica do Evangelho. Pela fé alcançam graças e milagres que só Deus pode conceder.

A Veneranda imagem de Nossa Senhora das Graças se encontra no altar principal do novo Santuário. Com os braços abertos, revela raiz da religiosidade mineira, a Paixão e a morte de Nosso Senhor. Com olhar de discípula ensina que a fé possibilita enxergar o invisível, os caminhos do Amor. Os pés sob a cabeça da serpente nos faz perceber que na força do amor o bem sempre triunfa sobre o mal e a graça vence o pecado.

Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora das Graças, de Catas Altas da Noruega para o mundo. O presente concedido por Deus ilumina ainda mais nosso território sagrado. Reforça nossa dimensão espiritual que é a mais importante, uma vez que se faz necessário alcançar novos rumos para nossa vida.

A exemplo dos santuários marianos que existem pelo mundo afora, também o Santuário de Nossa Senhora das Graças congregará peregrinos que se tornam devotos pela fé. Peregrinar é oportunidade para se deixar tocar pela presença transformadora de Cristo que oferece novos rumos a partir da lógica do amor. Seja no Santuário de Nossa Senhora das Graças, na sossegada Catas Altas da Noruega, ou nos grandes Santuários marianos o convite é sempre o mesmo: viver momentos de oração, reconciliação e escuta da Palavra que faz viver. Este Santuário é um dom para a Igreja particular da arquidiocese de Mariana! É dom para a Igreja do Brasil! É um dom para todos os Catasaltenses!

Este ano celebraremos o Primeiro Jubileu em honra a Nossa Senhora das Graças, Padroeira da cidade. Que os devotos de Nossa Senhora vivenciem este jubileu com o coração aberto para acolher o conselho materno que Maria transmitiu nas bodas de Caná: Fazei tudo o que Ele, o meu Filho vos disser. (cf. Jo 2,5)

Vinte e nove de Julho é um convite para todos os devotos de Nossa Senhora catasaltenses, ausentes e presentes, peregrinarem ao novo Santuário deixando que este território abençoado inspire mais ações evangélicas. Aqui está um exercício importante para abrir novos caminhos e adotar práticas corajosas coerentes com os ensinamentos de Jesus.

Gratidão a Deus! Gratidão a Dom Geraldo! Gratidão ao nosso Pároco! Gratidão aos devotos de Nossa Senhora das Graças. Nossa Senhora gosta desse povo. Seja o novo Santuário, casa de Maria, lugar de encontro dos irmãos.

¹ Catasaltense, Religioso Orionita, Estudante do terceiro ano de Teologia no Instituto Santo Tomás de Aquino em Belo Horizonte.

Fonte: Noruega FM

Catas Altas da Noruega: Dom Geraldo Lyrio eleva templo religioso dedicado a “santa que caiu do céu” a Santuário

Acontece hoje, a partir das 19:00 horas, a cerimônia de efetivação do decreto canônico de elevação de Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora das Graça. A celebração religiosa será presidida Dom Geraldo Lyrio Rocha, que o dia 23 de junho deixa a direção da Arquidiocese Mariana.

Novo Santuário é o 3º da região e guarda a imagem da padroeira Nossa Senhora das Graças

O título vem confirmar a história e o sentimento do povo em relação à imagem da padroeira Nossa Senhora das Graças que, desde sua queda de um avião em 1949, tornou-se uma referência religiosa para toda região pelas mãos do saudoso Padre Luiz Gonzaga Pinheiro. Catas Altas da Noruega prepara uma grande festa para celebrar o título.

Juntamente com os santuários do Bom Jesus em Congonhas e Bacalhau será mais um espaço regional de peregrinação e cultivo da fé.

Sobre a elevação a condição de Santuário

Para uma igreja ser elevada à condição de Santuário, o Código de Direito Canônico estabelece os seguintes critérios: Ser modelo de fé, ter uma caminhada litúrgica, ter uma caminhada na evangelização ou devido aos milagres e graças ocorridas no local. O código ressalta ainda a importância dele como lugar privilegiado para a prática e devoção religiosa popular.

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