Moradores fazem ‘quadrilha’ para protestar contra más condições de rodovia MG443

Motoristas e moradores de Ouro Branco, na região Central de Minas, reclamam de um “desvio provisório” na MG-443 que já dura um ano e meio. Para protestar e pedir melhorias, um grupo decidiu inovar e realizar uma festa junina no trecho, para chamar a atenção do Governo de Minas.

O desvio tem cerca de 200 metros e fica no quilômetro 6 da MG-443, que liga a cidade de Ouro Branco à BR-040. No início de janeiro de 2022, o trecho foi interditado após a pista afundar por conta da erosão do solo. O Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG) construiu um desvio provisório para que a pista não ficasse fechada, mas, segundo moradores, pouca coisa foi feita desde então.

Insegurança

O protesto divertido é promovido pelo grupo “MG-30, até quando?”, que reivindica melhores condições nas rodovias da região e até criaram um abaixo-assinado pedindo uma solução para o trecho. Sandoval Filho, morador de Congonhas e membro do grupo, conta os problemas enfrentados por quem passa pela rodovia.

Megas investimentos vão impactar com mais de 3 mil novas carretas de minério nos próximos anos e secretário alerta para o casos e saturação das estradas

A uma iniciativa inédita em Minas Gerais pode ser de modelo em licenciamentos minérios. A Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, através Núcleo de Inteligência Ambiental (NIA) fez uma recomendação de que desde o dia 5 de junho exigirá estudo para emissão de declaração de conformidade para todos os empreendimentos minérios que usam as rodovias que cortam o Município, sejam na expansão ou para os já em plena atividades.

O empreendedor é obrigado a apresentar um Estudo de Volume e Viabilidade de Tráfego que deverá ser acompanhado de mapas, tabelas e ilustrações para melhor entendimento e análise comparativa, além de informar se há alternativas rodoviárias para acesso e transporte ao empreendimento, bem como suas condições.

Impactos

As exigências se baseiam nas péssimas condições do sistema viário do Município através de um estudo elaborado pela NIA. “É inegável a saturação do sistema rodoviário local de acesso principal ao município de Ouro Branco – MG-030 e MG-443 -, bem como na área de influência (BR-040 e MG-129), o que já provoca justa preocupação sobre as condições de trafegabilidade e segurança”, diz o documento.

Todos os veículos que circulam nas vias estão submetidos a uma condição de uso severo, direta ou indiretamente, pelo contato direto com os resíduos da atividade mineradora. (Foto na MG-030)

Ele cita que que em Minas Gerais não se tem verificado exigências nos procedimentos para licenciamento ambiental de empreendimentos minerários da região, que são realizados pelo Estado de Minas Gerais, de estudos capazes de verificar se há capacidade viária necessária para absorver cumulativamente a demanda em crescente expansão.

 “Assim, salutar compartilhar de nosso entendimento, de que os procedimentos para licenciamento de novos empreendimentos minerários ou de expansão dos já existentes, deveriam apresentar estudos sobre a capacidade de absorção por parte das rodovias existentes, do aumento de seu fluxo de veículos projetados para recebimento e expedição de cargas”, comentou o Secretário de Meio Ambiente, Neilor Aarão, salientando o pioneirismo da iniciativa em Minas e os seus impactos na trafegabilidade e segurança nas estradas.

Fonte de derramamento de resíduos na pista. Veículo completamente tomados pela sujeira
residual da atividade mineradora – contribuem para o derramamento de resíduos na pista com a poeira ou
o barro – maior risco de acidente pela perda de visibilidade ou de aderência.

Empreendimentos vão impactar nas estradas com mais 3 mil novas carretas de minério

Somente em Ouro Branco há ao menos dois processos de ampliação de exploração e beneficiamento de minério, entre os quais a LGA Mineração e Siderurgia AS- Projeto 4M, e Minas Mineração Ltda. Isso sem contar com a expansão do complexo minério de Miguel Burnier, da Gerda Açominas, situado em Ouro Preto, e o Centro de Distribuição do Grupo Avante-Ferro Puro, em Congonhas, que usaram o transporte cargas pelas rodovias MG-030 e MG-443 -, bem como na área de influência (BR-040 e MG-129.

O impacto da atividade mineradora na qualidade do ar e na segurança das rodovias pelo excesso de poeira (material particulado/resíduo da mineração) – Rodovia MG 030

“Sabemos das péssimas condições de nossas rodovias, em especial de Ouro Branco, e temos várias empresas em expansão. O que temos de estrutura não suportará a demanda de tráfegos de carretas. Casos todos os empreendimentos em expansão estiveram já em funcionamento teremos no mínimo de mais de 3 mil caminhões dias usando nossas estradas. Seria o caos”, alertou Aarão.

Estudo mostra identificar impactos e saturação das rodovias

Um estudo das Secretaria Municipal de Meio Ambiente, identificou os impactos da atividade minerária nas rodovias no percurso de 15,5 km entre o trevo na MG030 da rodovia BR040, até o município de Ouro Branco, seguindo em parte pela MG443, mostra estradas total exaustão.

Isso sem contar que a falta de fiscalização vem provocando situações poeira, carreamento do minério nas pistas e a falta de loneamento das carretas, contribuindo para aumentar o riscos de acidentes e deterioração das rodovias. O estudo aponta que não somente as transportadoras como as mineradoras devem ser c-responsabilizadas pela atual situação das estradas provocando danos ao patrimônio público.

O estudo detalha pontos de estrangulamento e de alto risco nas rodovia e sugere como medidas o monitoramento ambiental e de trânsito, proibição do tráfego de veículos sujos, dentre outras sugestões mitigadoras.

Todos os veículos que circulam nas vias estão submetidos a uma condição de uso severo, direta ou indiretamente, pelo contato direto com os resíduos da atividade mineradora. (Foto na MG-030)

Alô Zema! Motoristas se unem para tapar buracos em rodovia

Com o descaso do DER/MG em relação as obras de intervenção e manutenção de estradas, motoristas se uniram e por conta própria tapam os buracos na MG 265, em Macuco de Minas, perto de Lavras (MG). ÉÈ uma vergonha!

Veja o vídeo.

Gagé pede socorro! cratera deixa moradores ilhados e ameaça linha férrea da MRS; ponte caiu há um ano e gera transtornos

Há 5 dias, parte de moradores de Gagé em Lafaiete (MG) está ilhada. Isso porque as chuvas intensas dos últimos dias promoveram o deslizamento da encosta do rio Bananeiras formando uma cratera há menos de 8 metros da MRS aumentando o risco de afetar a linha férrea.

O problema atinge principalmente a comunidade no deslocamento das pessoas, o transporte de alunos da rede municipal, acesso ao posto de saúde, além de outros transtornos e riscos de acidentes. Uma única estrada de acesso para cerca de 50 moradores do Sítio Bula foi tomada pelo desmoronamento do leito do rio, deixando eles qualquer meio de deslocamento. Ali moram acamados, crianças e idosos que já vivem o drama de estarem sem locomoção, afetando inclusive produtores rurais.

Na comunidade, o clima é de insatisfação. Para aumentar ainda mais os transtornos, haá quase um ano uma ponte caiu na Rua da Paciciência, e desde então os moradores vêm cobrando uma solução. Mariana Rafaela sente diariamente a dificuldade de levar a filha na escola. “Por tempos tive que levá-la pela BR 040 para chegar a escola após a queda ponte, passando pelo acostamento e muito perigo. Agora o carro tem de dar volta na rodovia para pegar minha filha”, comentou, afirmando foi alertado a prefeitura sobre o risco do desabamento da ponte. “Foram promessas e nada fizeram. Agora o povo está sofrendo com este problema”, completou.

Outro caso é do morador Célio Lobo cuja produção de leite foi atingida e não tem como escoar o produto. Ele contou que para fazer as compras de supermercado tem de levar o carro antes da linha férrea, atravessar com os produtos às costas e pegar veículo do outro lado e ir até sua casa. “Caso tivesse a ponte era um sofrimento a menos. E tem a cratera que se abriu atrapalhando nossas vidas. Diversas autoridades prometerem arrumar a ponte, mas ela caiu e não temos estrada. Estamos ilhados”, comentou Célio que tem um irmão acamado. “Imagina se alguém passar mal aqui?”, afirmou.

O morador Raimundo Euzébio também cobra a construção da ponte e a intervenção para restituir a única estrada de dezenas de famílias. “A situação está muito difícil. Não temos acesso, não temos ponte. Estamos abandonados”, protestou.

O outro lado

Enquanto padecem os moradores com o drama sem uma solução a curto prazo, eles cobram medidas paliativas para restabelecer o trânsito de carros, o fluxo de pessoas, o acesso de vans escolares no local.

Nossa reportem entrou em contato com a Defesa Civil de Lafaiete que informou que o órgão tem conhecimento do problema inclusive esteve no local na sexta-feira (11). A secretaria de obras deve proceder intervenções para melhoria do acesso em Gagé. A redação também enviou questionamentos a MRS e aguarda as respostas.

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