De 37 países, Brasil é o 2º com maior proporção de jovens nem-nem

Percentual de jovens brasileiros sem estudar e trabalhar é de 36%

O Brasil é o segundo país, de um total de 37 analisados, com maior proporção de jovens, com idade entre 18 e 24 anos, que não estudam e não trabalham. O país fica atrás apenas da África do Sul. Na faixa etária considerada no relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 36% dos jovens brasileiros não estudam e estão sem trabalho.

“Isso os deixa particularmente em risco de distanciamento de longo prazo do mercado de trabalho”, alerta o relatório Education at a Glance, de 2022, que avaliou a educação em 34 dos 28 países-membros da OCDE, além do Brasil, da África do Sul e da Argentina.

Carlos Alberto Santos, de 18 anos, se esforça para mudar esta situação. Ele terminou o ensino médio no ano passado e, mais recentemente, um curso técnico de administração. Está há dez meses sem trabalhar, concluiu outros cursos complementares e busca uma colocação no mercado de trabalho.

“Esse período é até preocupante porque ao completar meus 18 anos em março, ter saído do estágio, terminar os cursos, às vezes a gente naturalmente se sente meio inútil mesmo. Por um lado, perde a perspectiva, principalmente quando tem muito esforço, muita dedicação. Eu me inscrevi em várias vagas, eu já fui em muitas entrevistas em vários lugares, tanto em São Paulo quanto aqui próximo da minha cidade, e é realmente preocupante”, diz o jovem, que mora em Ferraz de Vasconcelos, cidade da região metropolitana de São Paulo.

De família de baixa renda, ele vive com a mãe e a irmã e guarda as lições do pai, já falecido.

“Meu pai dizia para estudar e, se a gente quisesse realizar os nossos desejos, era importante que a gente tivesse como prioridade o estudo e se esforçasse. E minha mãe diz a mesma coisa. Não sinto pressão, pelo contrário, mas sei que é importante ter um trabalho, quero ter o meu espaço e vou me dedicar para isso.”

O jovem faz parte do Projeto Quixote, em São Paulo. Lá ele fez os cursos Empreendendo o Futuro e o Vivendo o Futuro. Com a preparação, ele espera ainda conseguir um trabalho. “Tenho tantos sonhos, tantos desejos e eu acredito que só dessa forma, enfim, com um trabalho, vou poder realizar, porque qualificação eu tenho, eu me esforcei, estudei, tirei boas notas, enfim, acho que é o melhor para mim”, diz Carlos Alberto, que pretende ainda estudar psicologia futuramente. “Gostaria de trabalhar em ONGs como o Quixote para ajudar jovens. Acredito que é importante, porque foi significativo para mim.”

Entre as formações do Projeto Quixote, Carlos Alberto participou da formação para o mundo do trabalho, que busca desenvolver competências básicas para o trabalho e estimular o protagonismo de adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

Causas

Os motivos e a quantidade de jovens que estavam sem estudar e sem trabalhar variam conforme a renda familiar, mas se encontram nessa condição principalmente os mais pobres.

“A situação dos jovens que não estudam, não trabalham e nem procuram trabalho tem relação com a origem socioeconômica. É comum entre os jovens de famílias mais pobres. A maioria são jovens mulheres, que tiveram que deixar de estudar e não trabalhavam para poder exercer tarefas domésticas, criar filhos ou cuidar de idosos ou outros familiares, reforçando esse valioso trabalho, que não é reconhecido como deveria. Nas famílias mais ricas, nessa condição estão jovens de faixa etária mais baixa, geralmente no momento em que estão se preparando para a faculdade”, afirma a socióloga Camila Ikuta, técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Diagnóstico feito pela Subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego revelou que, dos 207 milhões de habitantes do Brasil, 17% são jovens de 14 a 24 anos, e desses, 5,2 milhões estão desempregados, o que corresponde a 55% das pessoas nessa situação no país, que, no total, chegam a 9,4 milhões.

Entre os jovens desocupados, 52% são mulheres e 66% são pretos e pardos. Aqueles que nem trabalham nem estudam – os chamados nem-nem – somam 7,1 milhões, sendo que 60% são mulheres, a maioria com filhos pequenos, e 68% são pretos e pardos.

A economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e especialista em infância e juventude, Enid Rocha, reafirma que o fator de desigualdade de renda influencia a condição dos jovens nem-nem.

Cadastre-se e receba um ebook que explica o que todo investidor precisa saber sobre os resultados das empresasE-mail:Concordo que os dados pessoais fornecidos acima serão utilizados para envio de conteúdo informativo, analítico e publicitário sobre produtos, serviços e assuntos gerais, nos termos da Lei Geral de Proteção de Dados. Ao clicar no botão e realizar o envio de seus dados, você autoriza o InfoMoney a coletar seus dados pessoais de acordo com a nossa Politica de privacidade

“Tem o fator de renda, raça e gênero. São mulheres, são os negros – e os negros são mais pobres no Brasil”, destaca.

Mas completa: “Há um conjunto de vulnerabilidades desses jovens, que não têm acesso a mais anos de estudos, não têm acesso à capacitação profissional e grande parte são mulheres, mais envolvidas nas tarefas domésticas e nos cuidados familiares. Com isso, elas liberam outra pessoa no domicílio para procurar trabalho e elas ficam responsáveis pelo trabalho não remunerado dentro do domicílio.”

A socióloga Camila Ikuta, técnica do Dieese, acrescenta que, para auxiliar as mulheres jovens a voltarem a estudar e/ou trabalhar, é preciso ainda cuidar das crianças que elas cuidam. “Para amenizar essa situação, o país precisa de mais políticas públicas focadas na juventude, como a ampliação de creches públicas e de equipamentos de saúde, políticas de permanência estudantil e melhoria dos sistemas de qualificação e intermediação profissional nesse momento de transição entre escola e trabalho”, defende.

Na visão da economista do Ipea Enid Rocha, o preocupante é quando o jovem desengaja. “Ou seja, ele não faz parte da força de trabalho, não procura mais emprego e se desinteressou. É até um jovem difícil de encontrá-lo, porque não está inscrito em cadastros escolares e no Sistema Nacional de Emprego (Sine)”.

Impactos

A pandemia agravou a situação desses indivíduos, que tiveram que interromper a educação e a formação profissional. “Eles ficaram dois anos nessa situação. E estudos mostram que, quando os jovens ficam no mínimo dois anos fora do mercado de trabalho, sem adquirir experiência profissional e sem estudar, ele carrega essa ‘cicatriz’ profissional”. A economista explica o termo:

“Ele volta ao mercado de trabalho com esta marca de não aquisição de capital humano durante o tempo que ficou parado. E quando ele acessa um trabalho, entra em piores condições, com salários mais baixos, com inserção precária, ou seja, sem formalização. Isso traz uma ‘cicatriz’ ao longo da sua trajetória laboral. As empresas, ao compararem a trajetória de um jovem que ficou dois anos sem trabalhar e sem estudar com o outro, ele é sempre preterido ou recebe salários menores”, explica Enid.

No artigo Os Jovens que Não Trabalham e Não Estudam no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, os técnicos do Ipea Enid Rocha Andrade da Silva e Fábio Monteiro Vaz mostram que o legado negativo do cenário pandêmico pode durar décadas. Mas, na visão de especialistas, há medidas que podem ser adotadas para a reintegração desses jovens.

Políticas públicas

Para a economista do Ipea, é preciso fazer uma busca ativa desses jovens que estão desengajados. “Saber onde eles estão e oferecer o que está faltando, oferecer uma segunda chance de escolarização. E o mercado de trabalho também deveria procurar esses jovens, dar uma oportunidade por meio, por exemplo, do programa de aprendizagem das empresas, que existem, mas, na verdade, dão preferência para aquele jovem com maior escolaridade. É um programa para incentivar as empresas a contratarem esses jovens, para adquirirem experiência profissional, mas não é o que acontece. A política ativa do mercado de trabalho deve fomentar a oferta de trabalho para esses jovens.”

O jovem Carlos Alberto sente essa falta de oportunidades. “Além da qualificação, é preciso realmente dar oportunidade de uma vaga de fato. A pessoa pode ser qualificada durante o período que está no trabalho, os jovens podem estar sendo ajudados, sendo qualificados, mas ao mesmo tempo recebendo alguma renda para ajudar os familiares e se ajudar de alguma forma. Não é só focar na qualificação, só cursos não são suficientes. Acho muito pouco e ao mesmo tempo vago”, defende o rapaz.

A economista do Ipea defende também a capacitação socioemocional e a mentoria individual.

“Outro item da maior importância é capacitar esse jovem com habilidades socioemocionais. Esses jovens não têm experiência para participar de uma entrevista de emprego, elaborar o seu currículo. Há programas de juventude na Itália, por exemplo, em serviços parecidos com o Sine no Brasil, em que o jovem faz o seu currículo com apoio, tem psicólogos e pessoas que o capacitam para entrevista profissional. Precisamos de uma gama de políticas, de programas que apoiem esse jovem que já está desengajado.”

A porta-voz do Levante Popular da Juventude, Daiane Araújo, defende políticas de permanência e assistência estudantil. “O jovem está vivendo em um Brasil que voltou para o mapa da fome, com uma taxa de desemprego tão forte. Ele entra na universidade, mas é fruto das famílias que hoje estão na linha da fome, que estão desempregadas e que muitas vezes têm que fazer das tripas coração para ter no mínimo uma refeição por dia. É preciso pensar políticas de permanência estudantil, para que os jovens possam entrar nas escolas, nas universidades e conseguir permanecer.”

O Levante Popular da Juventude é uma organização de jovens militantes voltada para a luta de massas em busca da transformação estrutural da sociedade brasileira.

Outra medida, reforça Daiane, são as políticas voltadas para o primeiro emprego. “Esses jovens só encontram trabalhos mais ‘uberizados’ ou mais precarizados. É necessário refletir sobre uma política voltada para o primeiro emprego tanto dos jovens que estão saindo do ensino médio, mas, também do jovem que está saindo hoje do ensino superior com formação acadêmica e o mercado de trabalho não tem absorvido”, analisa Daiane Araújo, de 26 anos, estudante de arquitetura e urbanismo e também diretora da União Nacional de Estudantes (UNE).

Na segunda matéria deste especial, veja como um projeto em Fortaleza ajuda a potencializar trajetórias e criar oportunidades para os jovens.

FONTE INFO MONEY

De 37 países, Brasil é o 2º com maior proporção de jovens nem-nem

Percentual de jovens brasileiros sem estudar e trabalhar é de 36%

O Brasil é o segundo país, de um total de 37 analisados, com maior proporção de jovens, com idade entre 18 e 24 anos, que não estudam e não trabalham. O país fica atrás apenas da África do Sul. Na faixa etária considerada no relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 36% dos jovens brasileiros não estudam e estão sem trabalho.

“Isso os deixa particularmente em risco de distanciamento de longo prazo do mercado de trabalho”, alerta o relatório Education at a Glance, de 2022, que avaliou a educação em 34 dos 28 países-membros da OCDE, além do Brasil, da África do Sul e da Argentina.

Carlos Alberto Santos, de 18 anos, se esforça para mudar esta situação. Ele terminou o ensino médio no ano passado e, mais recentemente, um curso técnico de administração. Está há dez meses sem trabalhar, concluiu outros cursos complementares e busca uma colocação no mercado de trabalho.

“Esse período é até preocupante porque ao completar meus 18 anos em março, ter saído do estágio, terminar os cursos, às vezes a gente naturalmente se sente meio inútil mesmo. Por um lado, perde a perspectiva, principalmente quando tem muito esforço, muita dedicação. Eu me inscrevi em várias vagas, eu já fui em muitas entrevistas em vários lugares, tanto em São Paulo quanto aqui próximo da minha cidade, e é realmente preocupante”, diz o jovem, que mora em Ferraz de Vasconcelos, cidade da região metropolitana de São Paulo.

De família de baixa renda, ele vive com a mãe e a irmã e guarda as lições do pai, já falecido.

“Meu pai dizia para estudar e, se a gente quisesse realizar os nossos desejos, era importante que a gente tivesse como prioridade o estudo e se esforçasse. E minha mãe diz a mesma coisa. Não sinto pressão, pelo contrário, mas sei que é importante ter um trabalho, quero ter o meu espaço e vou me dedicar para isso.”

O jovem faz parte do Projeto Quixote, em São Paulo. Lá ele fez os cursos Empreendendo o Futuro e o Vivendo o Futuro. Com a preparação, ele espera ainda conseguir um trabalho. “Tenho tantos sonhos, tantos desejos e eu acredito que só dessa forma, enfim, com um trabalho, vou poder realizar, porque qualificação eu tenho, eu me esforcei, estudei, tirei boas notas, enfim, acho que é o melhor para mim”, diz Carlos Alberto, que pretende ainda estudar psicologia futuramente. “Gostaria de trabalhar em ONGs como o Quixote para ajudar jovens. Acredito que é importante, porque foi significativo para mim.”

Entre as formações do Projeto Quixote, Carlos Alberto participou da formação para o mundo do trabalho, que busca desenvolver competências básicas para o trabalho e estimular o protagonismo de adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

Causas

Os motivos e a quantidade de jovens que estavam sem estudar e sem trabalhar variam conforme a renda familiar, mas se encontram nessa condição principalmente os mais pobres.

“A situação dos jovens que não estudam, não trabalham e nem procuram trabalho tem relação com a origem socioeconômica. É comum entre os jovens de famílias mais pobres. A maioria são jovens mulheres, que tiveram que deixar de estudar e não trabalhavam para poder exercer tarefas domésticas, criar filhos ou cuidar de idosos ou outros familiares, reforçando esse valioso trabalho, que não é reconhecido como deveria. Nas famílias mais ricas, nessa condição estão jovens de faixa etária mais baixa, geralmente no momento em que estão se preparando para a faculdade”, afirma a socióloga Camila Ikuta, técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Diagnóstico feito pela Subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego revelou que, dos 207 milhões de habitantes do Brasil, 17% são jovens de 14 a 24 anos, e desses, 5,2 milhões estão desempregados, o que corresponde a 55% das pessoas nessa situação no país, que, no total, chegam a 9,4 milhões.

Entre os jovens desocupados, 52% são mulheres e 66% são pretos e pardos. Aqueles que nem trabalham nem estudam – os chamados nem-nem – somam 7,1 milhões, sendo que 60% são mulheres, a maioria com filhos pequenos, e 68% são pretos e pardos.

A economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e especialista em infância e juventude, Enid Rocha, reafirma que o fator de desigualdade de renda influencia a condição dos jovens nem-nem.

Cadastre-se e receba um ebook que explica o que todo investidor precisa saber sobre os resultados das empresasE-mail:Concordo que os dados pessoais fornecidos acima serão utilizados para envio de conteúdo informativo, analítico e publicitário sobre produtos, serviços e assuntos gerais, nos termos da Lei Geral de Proteção de Dados. Ao clicar no botão e realizar o envio de seus dados, você autoriza o InfoMoney a coletar seus dados pessoais de acordo com a nossa Politica de privacidade

“Tem o fator de renda, raça e gênero. São mulheres, são os negros – e os negros são mais pobres no Brasil”, destaca.

Mas completa: “Há um conjunto de vulnerabilidades desses jovens, que não têm acesso a mais anos de estudos, não têm acesso à capacitação profissional e grande parte são mulheres, mais envolvidas nas tarefas domésticas e nos cuidados familiares. Com isso, elas liberam outra pessoa no domicílio para procurar trabalho e elas ficam responsáveis pelo trabalho não remunerado dentro do domicílio.”

A socióloga Camila Ikuta, técnica do Dieese, acrescenta que, para auxiliar as mulheres jovens a voltarem a estudar e/ou trabalhar, é preciso ainda cuidar das crianças que elas cuidam. “Para amenizar essa situação, o país precisa de mais políticas públicas focadas na juventude, como a ampliação de creches públicas e de equipamentos de saúde, políticas de permanência estudantil e melhoria dos sistemas de qualificação e intermediação profissional nesse momento de transição entre escola e trabalho”, defende.

Na visão da economista do Ipea Enid Rocha, o preocupante é quando o jovem desengaja. “Ou seja, ele não faz parte da força de trabalho, não procura mais emprego e se desinteressou. É até um jovem difícil de encontrá-lo, porque não está inscrito em cadastros escolares e no Sistema Nacional de Emprego (Sine)”.

Impactos

A pandemia agravou a situação desses indivíduos, que tiveram que interromper a educação e a formação profissional. “Eles ficaram dois anos nessa situação. E estudos mostram que, quando os jovens ficam no mínimo dois anos fora do mercado de trabalho, sem adquirir experiência profissional e sem estudar, ele carrega essa ‘cicatriz’ profissional”. A economista explica o termo:

“Ele volta ao mercado de trabalho com esta marca de não aquisição de capital humano durante o tempo que ficou parado. E quando ele acessa um trabalho, entra em piores condições, com salários mais baixos, com inserção precária, ou seja, sem formalização. Isso traz uma ‘cicatriz’ ao longo da sua trajetória laboral. As empresas, ao compararem a trajetória de um jovem que ficou dois anos sem trabalhar e sem estudar com o outro, ele é sempre preterido ou recebe salários menores”, explica Enid.

No artigo Os Jovens que Não Trabalham e Não Estudam no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, os técnicos do Ipea Enid Rocha Andrade da Silva e Fábio Monteiro Vaz mostram que o legado negativo do cenário pandêmico pode durar décadas. Mas, na visão de especialistas, há medidas que podem ser adotadas para a reintegração desses jovens.

Políticas públicas

Para a economista do Ipea, é preciso fazer uma busca ativa desses jovens que estão desengajados. “Saber onde eles estão e oferecer o que está faltando, oferecer uma segunda chance de escolarização. E o mercado de trabalho também deveria procurar esses jovens, dar uma oportunidade por meio, por exemplo, do programa de aprendizagem das empresas, que existem, mas, na verdade, dão preferência para aquele jovem com maior escolaridade. É um programa para incentivar as empresas a contratarem esses jovens, para adquirirem experiência profissional, mas não é o que acontece. A política ativa do mercado de trabalho deve fomentar a oferta de trabalho para esses jovens.”

O jovem Carlos Alberto sente essa falta de oportunidades. “Além da qualificação, é preciso realmente dar oportunidade de uma vaga de fato. A pessoa pode ser qualificada durante o período que está no trabalho, os jovens podem estar sendo ajudados, sendo qualificados, mas ao mesmo tempo recebendo alguma renda para ajudar os familiares e se ajudar de alguma forma. Não é só focar na qualificação, só cursos não são suficientes. Acho muito pouco e ao mesmo tempo vago”, defende o rapaz.

A economista do Ipea defende também a capacitação socioemocional e a mentoria individual.

“Outro item da maior importância é capacitar esse jovem com habilidades socioemocionais. Esses jovens não têm experiência para participar de uma entrevista de emprego, elaborar o seu currículo. Há programas de juventude na Itália, por exemplo, em serviços parecidos com o Sine no Brasil, em que o jovem faz o seu currículo com apoio, tem psicólogos e pessoas que o capacitam para entrevista profissional. Precisamos de uma gama de políticas, de programas que apoiem esse jovem que já está desengajado.”

A porta-voz do Levante Popular da Juventude, Daiane Araújo, defende políticas de permanência e assistência estudantil. “O jovem está vivendo em um Brasil que voltou para o mapa da fome, com uma taxa de desemprego tão forte. Ele entra na universidade, mas é fruto das famílias que hoje estão na linha da fome, que estão desempregadas e que muitas vezes têm que fazer das tripas coração para ter no mínimo uma refeição por dia. É preciso pensar políticas de permanência estudantil, para que os jovens possam entrar nas escolas, nas universidades e conseguir permanecer.”

O Levante Popular da Juventude é uma organização de jovens militantes voltada para a luta de massas em busca da transformação estrutural da sociedade brasileira.

Outra medida, reforça Daiane, são as políticas voltadas para o primeiro emprego. “Esses jovens só encontram trabalhos mais ‘uberizados’ ou mais precarizados. É necessário refletir sobre uma política voltada para o primeiro emprego tanto dos jovens que estão saindo do ensino médio, mas, também do jovem que está saindo hoje do ensino superior com formação acadêmica e o mercado de trabalho não tem absorvido”, analisa Daiane Araújo, de 26 anos, estudante de arquitetura e urbanismo e também diretora da União Nacional de Estudantes (UNE).

Na segunda matéria deste especial, veja como um projeto em Fortaleza ajuda a potencializar trajetórias e criar oportunidades para os jovens.

FONTE INFO MONEY

Até R$ 1.000 por dia na conta sem trabalhar: entrelinhas de lei assinada por FHC está sendo utilizada para gerar pagamentos de até 30 salários mínimos por mês; entenda

Muitos brasileiros não sabem disso, mas essa lei dos anos 90 pode gerar uma boa renda mensal sem depender do seu emprego; entenda.

Dinheiro caindo na sua conta sem precisar trabalhar. Pode parecer mentira ou algum esquema, mas essa é uma possibilidade real, inclusive garantida por lei. Muita gente não sabe, mas alguns brasileiros têm direito a receber pagamentos recorrentes de um grupo de empresas, geralmente mensais, sem precisar levantar do sofá.

Estou falando aqui da possibilidade de receber R$ 500, R$ 1.000, até R$ 2.000 por mês sem precisar fazer hora extra no seu emprego ou arranjar um ‘bico’. Um dinheiro extra que pode se transformar em mais conforto, mais segurança e, por que não, mais luxo.

Afinal, com mais dinheiro caindo todo mês você poderia fazer boas viagens nas férias, comer em bons restaurantes sem olhar o preço e até mesmo dar entrada no carro ou na casa dos seus sonhos.

E repito: isso tudo garantido por uma lei dos anos 90 pouco conhecida pela maioria dos brasileiros, que obriga algumas empresas do segmento imobiliário a distribuírem seus lucros para um grupo específico de brasileiros.

Se você quer ter a chance de receber essa ‘bolada’ todo mês sem precisar trabalhar, fique atento. As informações contidas aqui podem mudar sua vida financeira.

Conheça a lei que pode mudar completamente sua vida financeira

Pouca gente sabe disso, mas em janeiro de 1999, o presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) assinou a Lei no 9.779 – a lei que regulariza a distribuição de rendimentos dos chamados fundos imobiliários.

A lei em questão diz respeito a um segmento bastante tradicional dos investimentos: os imóveis.

Mais especificamente, através dos chamados fundos imobiliários, essa lei abre a possibilidade de praticamente qualquer pessoa ser dono de um pedacinho de grandes imóveis do país,

  • Sem precisar lidar com inquilinos
  • Sem pagar imposto de renda
  • Sem se preocupar com reformas
  • Sem precisar investir centenas de milhares de reais

…e com a garantia por lei de receber 95% dos resultados gerados por esses imóveis. Veja só:

Como você pode ver, a lei é de 1999 e garante a distribuição dos resultados, o que, na prática, pode gerar um ‘salário’ para algumas pessoas sem precisar trabalhar – através dos aluguéis desses imóveis.

Muitos brasileiros não fazem ideia de que uma lei assim existe. Estamos todos acostumados com um caminho mais tradicional para ganhar dinheiro: faculdade, carreira, aposentadoria etc.

Acredite: esse não é o único caminho. Existem diversas formas simples e altamente lucrativas de ganhar dinheiro sem depender do seu tempo – e esse é um fator muito importante para o enriquecimento.

A verdade é que a grande maioria das pessoas não vai enriquecer trabalhando em um emprego normal, de carteira assinada – mesmo aquelas que ganham muito bem.

Simplesmente porque quem trabalha, troca tempo por dinheiro. E o tempo é um recurso limitado. Você só tem 24 horas em um dia e nunca vai ter mais do que isso.

Portanto, por mais que sua hora valesse 1.000 reais, você ainda precisaria trabalhar 1.000 horas para juntar R$ 1 milhão.

Por isso os aluguéis são tão interessantes: eles são uma fonte de renda que não dependem do seu tempo. Com os fundos imobiliários você pode, literalmente, ganhar dinheiro dormindo, enquanto seu dinheiro trabalha pra você.

Esse, inclusive, é um dos motes do maior investidor de todos os tempos, Warren Buffett: “se você não encontrar um jeito de ganhar dinheiro enquanto dorme, você vai trabalhar até morrer”.

É por isso que tantos brasileiros têm o sonho de ter vários imóveis para poder se aposentar com uma boa renda mensal. Com os fundos imobiliários, você pode fazer a mesma coisa sem precisar ter os imóveis.

Você gosta de imóveis? Os fundos imobiliários têm todas as vantagens dos imóveis sem desvantagens; entenda

De maneira prática, através dos FIIs você pode pegar toda a parte boa do investimento em imóveis e eliminar a parte ruim.

Ou seja, através dos fundos imobiliários você pode:

  • Ganhar dinheiro de forma mensal sem precisar trabalhar
  • Contar com a segurança e a tradicionalidade dos imóveis
  • Proteger seu patrimônio contra a inflação

E tudo isso:

  • Sem precisar pagar imposto de renda (FIIs são isentos)
  • Sem precisar lidar com inquilinos
  • Sem precisar sequer morar no mesmo estado do imóvel

É realmente o melhor dos dois mundos. Muitos brasileiros poderiam ter suas vidas financeiras completamente transformadas se soubessem do potencial dos fundos imobiliários.

Infelizmente, a educação financeira no nosso país ainda é negligenciada, com a grande maioria dos brasileiros ainda deixando dinheiro na poupança – uma aplicação que perde para inflação todos os meses.

Mas isso pode estar prestes a mudar – e você pode ganhar um bom dinheiro com isso.

Relatório gratuito abre a ‘caixa preta’ dos fundos imobiliários brasileiros

Se você se interessou pelo potencial dos fundos imobiliários, deve estar pensando qual o próximo passo. Como comprar fundos imobiliários? Quais são os fundos de maior potencial em junho de 2022?

Se é só isso que você precisa para investir seguindo essa estratégia, não existem mais desculpas.

A plataforma de investimentos Vitreo, uma das principais do país, acaba de liberar gratuitamente um relatório completo com 0s 3 fundos imobiliários mais quentes e com alto potencial de pagamentos mensais.

Isso porque estamos vivendo um momento histórico no mercado de fundos imobiliários. Uma verdadeira oportunidade de ouro.

As distorções causadas pela pandemia deixaram alguns FIIs extremamente baratos. Na prática, é como se você pudesse comprar um imóvel com descontos absurdos.

Muitos imóveis dos principais FIIs do país sofreram bastante com a pandemia devido à limitação de circulação e desaceleração da economia.

Agora, com a retomada quase total da normalidade, muitos desses imóveis ainda não recuperaram seus ‘preços justos’, o que torna o momento atual um ponto de entrada praticamente inadiável.

Algo que podemos demorar para ver acontecendo novamente.

Cada R$ 1.000 investidos nesse fundo imobiliário se transformaram em R$ 11.450.

Por isso, esses são ativos que, além de terem o potencial de gerar uma boa renda mensal, também podem botar um bom dinheiro na sua conta apenas com sua valorização.

Da mesma forma que você ganha dinheiro com aluguel ou com a valorização do imóvel, os FIIs também proporcionam os dois tipos de ganho. Mas aqui, o potencial é realmente brutal.

Isso porque o aumento recente da taxa de juros no país fez com que alguns FIIs ficassem extremamente baratos.

Nos últimos 6 meses um fundo imobiliário desconhecido valorizou 1.045% e multiplicou o dinheiro investido por mais de 11 vezes.

Ou seja, além de receber os pagamentos mensais, você também poderia transformar cada R$ 1.000 investidos nesse FII em R$ 11.450.

Mil reais poderiam se transformar em mais de 11 mil. Existe algum motivo pra ficar de fora disso?

Não tem pegadinha. Essa é uma recomendação rápida e prática pra você começar ainda hoje a investir nesses imóveis – para ter a chance de, em algum tempo, viver de renda com aluguéis.

A medida faz parte de uma campanha da Vitreo, uma das principais plataformas de investimento do país, que inclusive faz parte do grupo BTG, maior banco de investimentos da América Latina.

A ideia é disseminar o conhecimento sobre o potencial gigantesco dessa estratégia para mais brasileiros. Muitas pessoas poderiam estar ganhando bastante dinheiro com isso, mas optam por deixar seu suado dinheiro em aplicações que dão prejuízo, como a poupança.

Isso precisa acabar. E é por isso que a Vitreo está promovendo essa campanha ousada de disseminação da educação financeira.

FONTE ISTO É

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