Moedas raras: como identificar e vender esses tesouros escondidos

Com o conhecimento adequado e estratégias de venda eficazes, você pode transformar sua paixão pela numismática em lucro.

A arte de colecionar moedas, conhecida como numismática, é mais do que um passatempo – pode ser também uma fonte de renda considerável. Caso você detenha moedas raras em sua coleção e esteja cogitando vendê-las, trazemos excelentes notícias. Neste artigo, relacionamos as melhores estratégias e locais para negociar seus tesouros.

O valor oculto das moedas raras

Moedas raras não são apenas cobiçadas por sua idade; elas são relíquias históricas que representam períodos específicos ou eventos marcantes. Seu valor está atrelado à raridade, condição e demanda de mercado. Peças em excelente estado de conservação, especialmente as classificadas como “Flor de Cunho”, podem alcançar preços exorbitantes.

Padrões de avaliação de conservação de moedas raras no Brasil

Conheça os critérios de classificação para a conservação de moedas raras no Brasil:

Flor de Cunho (FC): Moedas em estado original, sem desgaste ou manuseio, preservando o brilho e os detalhes da cunhagem.

Soberba (S ou Sob): Moedas com 90% dos detalhes da cunhagem original, algum brilho e possíveis imperfeições mínimas.

Muito Bem Conservada (MBC): Moedas que preservam cerca de 70% dos detalhes originais, apresentando desgaste uniforme e possíveis imperfeições moderadas nas bordas.

Bem Conservada (BC): Moedas que mantêm 50% dos detalhes originais, nas quais inscrições e data são visíveis sem auxílio óptico.

Regular (R): Moedas que apresentam, no mínimo, 25% dos detalhes originais, necessitando de lupa para a visualização da legenda e da data.

Um Tanto Gasta (UTG): Moedas que exibem apenas o contorno da figura principal, raramente colecionáveis, exceto em raridades extremas.

Além dessas, existem classificações intermediárias para uma avaliação mais precisa de moedas raras.

Dicas para vender com sucesso

1. Conheça a história da moeda: Compradores sérios de moedas raras valorizam o passado de cada peça. Estude e esteja preparado para compartilhar detalhes fascinantes sobre suas moedas.

2. Garanta a autenticidade: Certificados de autenticidade ou avaliações de especialistas podem elevar significativamente o valor de venda.

3. Fotografias de qualidade: Imagens nítidas e minuciosas são fundamentais para captar a atenção dos compradores.

4. Pesquisa de preço: Antes de estabelecer um preço, investigue o valor que itens semelhantes estão atingindo no mercado.

Onde vender?

Lojas especializadas e leilões: Estes representam os canais tradicionais para a comercialização de moedas raras. Leilões, especialmente, têm potencial para atingir valores elevados em virtude da competitividade inerente aos lances.

Grupos de Facebook e marketplaces on-line: Plataformas como Mercado Livre e Shopee têm se tornado populares para a venda direta de moedas raras. Grupos do Facebook dedicados à numismática também representam locais excelentes para descobrir compradores interessados.

Venda direta para colecionadores: Certos colecionadores estão dispostos a desembolsar um valor adicional por itens específicos. A comercialização direta para esses aficionados pode ser realizada por meio de sites especializados.

FONTE CAPITALIST

Moedas raras: como identificar e vender esses tesouros escondidos

Com o conhecimento adequado e estratégias de venda eficazes, você pode transformar sua paixão pela numismática em lucro.

A arte de colecionar moedas, conhecida como numismática, é mais do que um passatempo – pode ser também uma fonte de renda considerável. Caso você detenha moedas raras em sua coleção e esteja cogitando vendê-las, trazemos excelentes notícias. Neste artigo, relacionamos as melhores estratégias e locais para negociar seus tesouros.

O valor oculto das moedas raras

Moedas raras não são apenas cobiçadas por sua idade; elas são relíquias históricas que representam períodos específicos ou eventos marcantes. Seu valor está atrelado à raridade, condição e demanda de mercado. Peças em excelente estado de conservação, especialmente as classificadas como “Flor de Cunho”, podem alcançar preços exorbitantes.

Padrões de avaliação de conservação de moedas raras no Brasil

Conheça os critérios de classificação para a conservação de moedas raras no Brasil:

Flor de Cunho (FC): Moedas em estado original, sem desgaste ou manuseio, preservando o brilho e os detalhes da cunhagem.

Soberba (S ou Sob): Moedas com 90% dos detalhes da cunhagem original, algum brilho e possíveis imperfeições mínimas.

Muito Bem Conservada (MBC): Moedas que preservam cerca de 70% dos detalhes originais, apresentando desgaste uniforme e possíveis imperfeições moderadas nas bordas.

Bem Conservada (BC): Moedas que mantêm 50% dos detalhes originais, nas quais inscrições e data são visíveis sem auxílio óptico.

Regular (R): Moedas que apresentam, no mínimo, 25% dos detalhes originais, necessitando de lupa para a visualização da legenda e da data.

Um Tanto Gasta (UTG): Moedas que exibem apenas o contorno da figura principal, raramente colecionáveis, exceto em raridades extremas.

Além dessas, existem classificações intermediárias para uma avaliação mais precisa de moedas raras.

Dicas para vender com sucesso

1. Conheça a história da moeda: Compradores sérios de moedas raras valorizam o passado de cada peça. Estude e esteja preparado para compartilhar detalhes fascinantes sobre suas moedas.

2. Garanta a autenticidade: Certificados de autenticidade ou avaliações de especialistas podem elevar significativamente o valor de venda.

3. Fotografias de qualidade: Imagens nítidas e minuciosas são fundamentais para captar a atenção dos compradores.

4. Pesquisa de preço: Antes de estabelecer um preço, investigue o valor que itens semelhantes estão atingindo no mercado.

Onde vender?

Lojas especializadas e leilões: Estes representam os canais tradicionais para a comercialização de moedas raras. Leilões, especialmente, têm potencial para atingir valores elevados em virtude da competitividade inerente aos lances.

Grupos de Facebook e marketplaces on-line: Plataformas como Mercado Livre e Shopee têm se tornado populares para a venda direta de moedas raras. Grupos do Facebook dedicados à numismática também representam locais excelentes para descobrir compradores interessados.

Venda direta para colecionadores: Certos colecionadores estão dispostos a desembolsar um valor adicional por itens específicos. A comercialização direta para esses aficionados pode ser realizada por meio de sites especializados.

FONTE CAPITALIST

Mariana expõe tesouros revelados na restauração de monumentos

Objetos recolhidos durante o restauro da Igreja de São Francisco de Assis integram acervo de museu que será inaugurado hoje, junto com a reabertura do templo

Mariana – Ao reabrirem as portas, na manhã de hoje, a Igreja São Francisco de Assis e o Museu de Mariana (Casa do Conde de Assumar), em Mariana, na Região Central do estado, terão muito mais a mostrar do que as imagens do templo barroco, os ambientes dos tempos coloniais e parte da história tricentenária da primeira vila, cidade e diocese de Minas Gerais. Durante o restauro dos dois bens do século 18, o trabalho foi acompanhado por arqueólogos, que encontraram objetos e fragmentos descartados ao longo do tempo e, agora, apresentados a moradores e visitantes.

“Estivemos presentes durante toda a movimentação dos trabalhadores, nas áreas externa e interna da igreja e do museu”, explica a arqueóloga Clarisse Callegari Jacques, da Peruaçu Arqueologia, empresa contratada para o serviço. Assim, enquanto as equipes se dedicavam às mais diversas funções, do encanamento, com escavação no solo, ao restauro do forro, os arqueólogos estavam de olho no “lado oculto” da edificação tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Na vala feita ao redor da igreja e do museu para implantação do sistema de descarga elétrica, foram encontrados muitos objetos, entre antigos e recentes, diz Clarisse, informando que a área foi muito “remexida” ao longo dos anos, indicando possíveis interferências. Assim, o que poderia ser considerado lixo para alguns, representa, na verdade, um valioso material de pesquisa sobre a história,  os costumes e as tradições da cidade.

Em toda a área externa, foram retirados cacos de louça, ossos de animais, cachimbos (de cerâmica) de escravizados, fragmentos de telhas, de pedra-sabão e de grés (tipo de cerâmica), cacos de garrafas de bebida alcoólica, remédios e vidraça, peças de metal, a exemplo de chaves, dobradiças e cravos. Especificamente na área interna da igreja, estavam pedaços de imagens de santos.

A casa do conde Assumar passa a abrigar o museu de Mariana(foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)

CARTAS DE DEVOÇÃO 

Chamou a atenção da equipe de arqueólogos as cartas manuscritas, algumas com moedinhas, muitas delas pedindo ajuda e a bênção dos santos. “Encontramos também bilhetes enfiados nas paredes da igreja e até no forro”, conta Clarisse. Documentos pessoais, papéis de bala, canetas, brinquedos, incluindo um cavalinho, também foram descobertos

Na área interna do templo, o serviço foi realizado abaixo das campas (antigamente usadas para sepultamento), espaço que demandou obras para sustentação, e abaixo da sacristia, bem como nas áreas de banheiro, para instalação de nova estrutura hidráulica.

O material coletado teve várias destinações. Enquanto as cartas, bilhetes e documentos foram encaminhados ao Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana, parte do material arqueológico foi levado para o Museu de Ciência e Técnica (MCT) da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Outra parte do material ficará exposta no Museu de Mariana, a partir de hoje.

já a igreja de São Francisco de assis será reaberta às 10h, depois de obras que demandaram recursos de R$ 17 milhões e muitos anos de expectativa(foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)

CERIMÔNIA 

Marcada para as 10h desta quinta-feira (28/9), a solenidade de reabertura da Igreja São Francisco de Assis e inauguração do Museu de Mariana contará com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, em sua primeira visita a Minas após assumir a pasta.

Nos últimos quatro anos, foram investidos, nas duas obras, R$ 17 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto Cultural Vale e programa federal PAC das Cidades Históricas, cujos recursos partem do Iphan. O Centro Histórico de Mariana tem tombamento federal, sendo o templo católico protegido isoladamente pelo Iphan.

Foram muitos anos de expectativa, dúvidas, temores e polêmicas. Por duas vezes, a igreja sofreu interdição, conforme documentou o Estado de Minas. Em março de 2009, por determinação da Justiça, as portas foram lacradas, com proibição de atividades religiosas e visitação pública, até que fossem executadas obras para garantir a estabilidade da estrutura e a segurança dos visitantes. Na época, o pedido de interdição partiu do Ministério Público de Minas Gerais, por solicitação do escritório regional do Iphan.

A segunda interdição ocorreu três anos depois, e, desde então, a igreja estava fechada. Em maio de 2012, a Prefeitura de Mariana fechou o templo com base em laudo do Iphan, que apontou problemas na cobertura e estrutura do prédio. Já a Casa do Conde de Assumar, transformada em Museu de Mariana, em situação de quase arruinamento, tinha portas e janelas constantemente fechadas.

Os investimentos na recuperação da igreja começaram em 2014, com os projetos de obra civil (hidráulica, elétrica e prevenção de incêndios) e elementos artísticos custeados pela Prefeitura de Mariana e Iphan, no PAC das Cidades Históricas. Em 2019, vieram as obras, tendo como proponente o Instituto Pedra e recursos do BNDES e do Instituto Cultural Vale.

A Casa do Conde Assumar, na área de tombamento federal, teve projetos elaborados com recursos da prefeitura local e projeto museográfico a cargo do PAC Cidades Históricas. A exemplo da Igreja São Francisco de Assis, o proponente é o Instituto Pedra e os recursos partiram do BNDES e do Instituto Cultural Vale. 

FONTE ESTADO DE MINAS

Mariana expõe tesouros revelados na restauração de monumentos

Objetos recolhidos durante o restauro da Igreja de São Francisco de Assis integram acervo de museu que será inaugurado hoje, junto com a reabertura do templo

Mariana – Ao reabrirem as portas, na manhã de hoje, a Igreja São Francisco de Assis e o Museu de Mariana (Casa do Conde de Assumar), em Mariana, na Região Central do estado, terão muito mais a mostrar do que as imagens do templo barroco, os ambientes dos tempos coloniais e parte da história tricentenária da primeira vila, cidade e diocese de Minas Gerais. Durante o restauro dos dois bens do século 18, o trabalho foi acompanhado por arqueólogos, que encontraram objetos e fragmentos descartados ao longo do tempo e, agora, apresentados a moradores e visitantes.

“Estivemos presentes durante toda a movimentação dos trabalhadores, nas áreas externa e interna da igreja e do museu”, explica a arqueóloga Clarisse Callegari Jacques, da Peruaçu Arqueologia, empresa contratada para o serviço. Assim, enquanto as equipes se dedicavam às mais diversas funções, do encanamento, com escavação no solo, ao restauro do forro, os arqueólogos estavam de olho no “lado oculto” da edificação tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Na vala feita ao redor da igreja e do museu para implantação do sistema de descarga elétrica, foram encontrados muitos objetos, entre antigos e recentes, diz Clarisse, informando que a área foi muito “remexida” ao longo dos anos, indicando possíveis interferências. Assim, o que poderia ser considerado lixo para alguns, representa, na verdade, um valioso material de pesquisa sobre a história,  os costumes e as tradições da cidade.

Em toda a área externa, foram retirados cacos de louça, ossos de animais, cachimbos (de cerâmica) de escravizados, fragmentos de telhas, de pedra-sabão e de grés (tipo de cerâmica), cacos de garrafas de bebida alcoólica, remédios e vidraça, peças de metal, a exemplo de chaves, dobradiças e cravos. Especificamente na área interna da igreja, estavam pedaços de imagens de santos.

A casa do conde Assumar passa a abrigar o museu de Mariana(foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)

CARTAS DE DEVOÇÃO 

Chamou a atenção da equipe de arqueólogos as cartas manuscritas, algumas com moedinhas, muitas delas pedindo ajuda e a bênção dos santos. “Encontramos também bilhetes enfiados nas paredes da igreja e até no forro”, conta Clarisse. Documentos pessoais, papéis de bala, canetas, brinquedos, incluindo um cavalinho, também foram descobertos

Na área interna do templo, o serviço foi realizado abaixo das campas (antigamente usadas para sepultamento), espaço que demandou obras para sustentação, e abaixo da sacristia, bem como nas áreas de banheiro, para instalação de nova estrutura hidráulica.

O material coletado teve várias destinações. Enquanto as cartas, bilhetes e documentos foram encaminhados ao Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana, parte do material arqueológico foi levado para o Museu de Ciência e Técnica (MCT) da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Outra parte do material ficará exposta no Museu de Mariana, a partir de hoje.

já a igreja de São Francisco de assis será reaberta às 10h, depois de obras que demandaram recursos de R$ 17 milhões e muitos anos de expectativa(foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)

CERIMÔNIA 

Marcada para as 10h desta quinta-feira (28/9), a solenidade de reabertura da Igreja São Francisco de Assis e inauguração do Museu de Mariana contará com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, em sua primeira visita a Minas após assumir a pasta.

Nos últimos quatro anos, foram investidos, nas duas obras, R$ 17 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto Cultural Vale e programa federal PAC das Cidades Históricas, cujos recursos partem do Iphan. O Centro Histórico de Mariana tem tombamento federal, sendo o templo católico protegido isoladamente pelo Iphan.

Foram muitos anos de expectativa, dúvidas, temores e polêmicas. Por duas vezes, a igreja sofreu interdição, conforme documentou o Estado de Minas. Em março de 2009, por determinação da Justiça, as portas foram lacradas, com proibição de atividades religiosas e visitação pública, até que fossem executadas obras para garantir a estabilidade da estrutura e a segurança dos visitantes. Na época, o pedido de interdição partiu do Ministério Público de Minas Gerais, por solicitação do escritório regional do Iphan.

A segunda interdição ocorreu três anos depois, e, desde então, a igreja estava fechada. Em maio de 2012, a Prefeitura de Mariana fechou o templo com base em laudo do Iphan, que apontou problemas na cobertura e estrutura do prédio. Já a Casa do Conde de Assumar, transformada em Museu de Mariana, em situação de quase arruinamento, tinha portas e janelas constantemente fechadas.

Os investimentos na recuperação da igreja começaram em 2014, com os projetos de obra civil (hidráulica, elétrica e prevenção de incêndios) e elementos artísticos custeados pela Prefeitura de Mariana e Iphan, no PAC das Cidades Históricas. Em 2019, vieram as obras, tendo como proponente o Instituto Pedra e recursos do BNDES e do Instituto Cultural Vale.

A Casa do Conde Assumar, na área de tombamento federal, teve projetos elaborados com recursos da prefeitura local e projeto museográfico a cargo do PAC Cidades Históricas. A exemplo da Igreja São Francisco de Assis, o proponente é o Instituto Pedra e os recursos partiram do BNDES e do Instituto Cultural Vale. 

FONTE ESTADO DE MINAS

Dia do Patrimônio: tesouros de Minas que vão das ruínas à esperança

Na data dedicada às preservação, bens históricos variam entre projetos que recompensam esforços de comunidades e casos de abandono que preocupam moradores

Com um dos conjuntos artísticos e arquitetônicos mais ricos do país e reconhecimento internacional para quatro sítios históricos, Minas Gerais tem na voz das comunidades esteio fundamental para preservar igrejas, casarões e outros monumentos na capital e no interior. Neste Dia do Patrimônio Cultural, com programação especial em Belo Horizonte (veja abaixo) para lembrar os 125 anos de nascimento do belo-horizontino Rodrigo Melo Franco de Andrade (1898-1969), advogado, jornalista, escritor e primeiro diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Estado de Minas apresenta conquistas no setor, muitas delas fruto de longa espera, e expectativa por obras de restauro que podem salvar tesouros para o presente e para as futuras gerações. São dois lados, portanto, de uma trajetória que emociona, traz orgulho e preocupa continuamente os guardiões dos acervos.

No distrito colonial de São Bartolomeu, em Ouro Preto, na Região Central de Minas, os moradores lutam com todas as forças, há muito, para salvar da degradação seu bem maior: a igreja matriz dedicada ao padroeiro. Agora, no lugar da mobilização e da lona azul que cobria o telhado, eles assistem às obras emergenciais no templo do século 18. “Ver o andamento dos serviços, poder entrar na igreja é um alívio enorme, ainda mais que são realizados antes da temporada de chuva”, entusiasma-se o presidente da Associação de Desenvolvimento Comunitário local (Adecosb), Sérgio Murilo de Oliveira.

No valor de R$ 1,5 milhão, as intervenções no templo interditado há mais de quatro anos contemplam, na primeira etapa, escoramento de forro e telhado, troca de fiação elétrica, recuperação das paredes e outras urgências estruturais para garantir a integridade da edificação. A expectativa é de que as obras, com duração de 10 meses e aprovação do Iphan e da Prefeitura de Ouro Preto, terminem em 28 de outubro, informa Renata Fonseca, coordenadora da Plataforma Semente, do Ministério Público de Minas Gerais, via Centro de Apoio Operacional de Meio Ambiente (Caoma). Os serviços são executados pela instituição Joaquim Artes e Ofícios.

A coordenadora da Plataforma Semente diz que há previsão de uma segunda etapa e que os recursos estão sendo avaliados para restauro dos elementos artísticos da matriz de São Bartolomeu. Vale destacar que o distrito é importante destino turístico em Ouro Preto, cidade reconhecida como patrimônio mundial, a exemplo de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, do Santuário Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, na Região Central, e do Conjunto Moderno da Pampulha, em BH. As notícias são boas para a comunidade, já em festa pelo padroeiro, que terá, no próximo dia 24, missas festivas (às 9h e às19h), e, à noite, procissão e levantamento de mastro.

NOS TRILHOS Já em Chiador, na Zona da Mata, a expectativa é enorme para restauração da estação de trem. Depois de uma espera de décadas, que quase sepultou o que restou do imóvel pioneiro do patrimônio ferroviário de Minas, os recursos estão assegurados pela Eletrobras Furnas, no valor de R$ 9,5 milhões. “O espaço, a ser administrado pela prefeitura local, terá finalidade cultural e serviços, incluindo cafeteria, para atender moradores e turistas. Desta vez, vai!”, diz, confiante, o secretário municipal de Turismo e Meio Ambiente, Jaime Wojciuk.

Inaugurado em 1869 pelo imperador dom Pedro II (1825–1891) e distante seis quilômetros do Centro da cidade, o imóvel histórico – antes pertencente à extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA) e atualmente de propriedade da União, sob guarda do município – está no centro das preocupações de moradores. “Há 40 anos lutamos pela recuperação da estação, um bem da nossa cidade e de Minas”, ressalta o jornalista Ailton Magioli. Para ele, o funcionamento do prédio, após o restauro, deverá fomentar a cultura e atrair visitantes. “Queremos que a finalidade seja cultural e haja manutenção permanente, para não se deteriorar novamente.”

Em nota, a empresa patrocinadora da obra informa: “O contrato para o desenvolvimento do projeto executivo e execução dos serviços de restauro integral do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Estação Ferroviária de Chiador foi assinado pela Eletrobras Furnas, em julho deste ano, com a empresa Minas Construções e Restaurações Ltda. A previsão de início dos trabalhos é 10 de outubro de 2023, com a elaboração do projeto executivo. A previsão de execução das obras é de 15 meses após o início dos trabalhos e o valor do contrato é de aproximadamente R$ 9,5 milhões”.

Em Chiador, após espera de décadas, já há recursos para recuperar a primeira estação ferroviária de Minas(foto: Ailton Magioli/ESP.EM – 20/10/2020)

Enquanto isso…
…projetos de restauro à vista

O governo federal, via Iphan, fará uma série de obras em Ouro Preto, cidade reconhecida como patrimônio mundial. Segundo o prefeito Angelo Oswaldo, que recebeu o comunicado do presidente da autarquia federal, Leandro Grass, será feita a requalificação do entorno da capela do Padre Faria, com o reforço estrutural do adro e  drenagem. Está prevista ainda restauração das capelas de Nossa Senhora da Piedade, de Santana, do Morro São João, do Ouro Fino e de São Sebastião; restauração integral da Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos e São Miguel e Almas e também da Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia, além de obras nas igrejas São Francisco de Assis e São Francisco de Paula.

Sabará e Caeté à espera de socorro

Enquanto o distrito de São Bartolomeu saúda as obras emergenciais na sua matriz e Chiador aguarda, com expectativa, as intervenções definitivas em sua estação, o mesmo não se pode dizer da população do distrito de Ravena, em Sabará, e da cidade de Caeté, ambas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No primeiro, os olhos se voltam para a Matriz Nossa Senhora da Assunção, datada de 1720 – como indica inscrição no forro da capela-mor (1720-1750) –, quando Sabará era uma das sete vilas do ouro, e contemporânea do “nascimento” do estado, que celebrou, há três anos, o tricentenário da criação da Capitania de Minas.

Fechado há 15 anos por questão de segurança, o cartão-postal de Ravena tem recebido constantes alertas por parte dos padres. Eles pedem, com urgência, obras no forro e trabalho de descupinização, além de outros serviços para manter a segurança. De fato, basta percorrer o templo para ver os estragos no seu interior. E, mesmo com a fachada bem cuidada, a imponente construção corre sérios riscos.

Conforme pesquisa do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), a matriz e o conjunto foram tombados em 2 de junho de 1977 – a edificação do século 18, com elementos da arquitetura colonial mineira, fica no Centro, no largo da rua principal, com adro murado que abriga o cemitério. A inscrição “1750”, existente no arco-cruzeiro, parece indicar a conclusão de parte importante das obras do templo, que passou por diversas reformas: em 1853, realizada por frei Luís de Ravena; em 1948-1949, a recuperação da torre, que fora atingida por um raio; e em 1953, quando foi restaurado o altar-mor e partes da cantaria foram recobertas com pintura imitando mármore. Outras obras ocorreram entre 1984 e 1987.

Em nota, a Arquidiocese de BH informa que Igreja Nossa Senhora Assunção necessita de intervenções para restaurar elementos artísticos (teto e altares). “O templo passou, recentemente, por obras de drenagem e pintura externa, e o Memorial da Arquidiocese de BH está em entendimento com parceiros e patrocinadores para promover a restauração dos elementos artísticos.”

RISCOS No município vizinho de Caeté, as preocupações se voltam para a Capela Nossa Senhora do Rosário, do século 19. Interditado desde 2021 pelo Corpo de Bombeiros, o templo circundado por um cemitério está tomado por infiltrações, demandando intervenção na parte estrutural e exigindo obras de drenagem no terreno, no Centro do município. A agonia do tesouro barroco mostra a necessidade urgente de intervenção para salvá-lo da ruína.

Tombada em 1950 pelo Iphan e vinculada à Arquidiocese de BH, sendo o cemitério administrado pela prefeitura local, a capela é um dos templos católicos mais antigos de Caeté, ex-Vila Nova da Rainha. Devido à gravidade do quadro, foi alvo de investigação do Ministério Público, que, diante da gravidade dos problemas, notificou as instituições envolvidas. Na sequência, os bombeiros constataram riscos estruturais, falta de equipamentos de segurança, desabamento do muro lateral e afundamento do piso no adro da construção.

A interdição da igreja se deu após parecer técnico elaborado pela Coordenadoria de Patrimônio Histórico e Cultural do Ministério Público de Minas Gerais (CPPC/ MPMG), fruto da vistoria realizada em 10 de outubro de 2021. Em seguida, houve a interdição do templo pelo Corpo de Bombeiros, que constatou diversas irregularidades no imóvel.

A Arquidiocese de BH, em nota, informa que a capela demanda obras de drenagem, que dependem de intervenções no terreno, com remanejamento de túmulos do cemitério anexo. “Assim, o poder público municipal já iniciou diálogo com as famílias proprietárias de cada sepultura para poder transferir os túmulos para outros cemitérios de Caeté.”

A capela dedicada a Nossa Senhora do Rosário data dos primeiros anos do século 18, sendo em sua origem subsidiária da primitiva Matriz de São Caetano, construída na época da elevação do Arraial de Caeté a vila, em 1714. Chegou a servir de matriz e sede das demais irmandades, quando a nova matriz estava em construção, entre 1757 e 1765. Conforme estudos do Iphan, é possível que, naquele momento, tenha recebido os dois retábulos laterais de estilo barroco, procedentes da primitiva matriz, que não têm adequação perfeita ao seu espaço interno.

Em nota, a Prefeitura de Caeté informou que tem dedicado esforços, desde abril, “para realizar uma investigação aprofundada sobre a suposta instabilidade do terreno de propriedade da Mitra Arquidiocesana, que concentra o Cemitério do Rosário e abriga a capela do Rosário, edificações de grande valor histórico para a municipalidade”. O estudo se baseia em trabalho prévio conduzido pela PUC Minas e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

PROGRAME-SE

Hoje, no Prédio Verde do Iepha, na Praça da Liberdade, em BH

  • 9h – Lançamento do catálogo “Ritos da Quaresma e Semana Santa” e da coleção de cards “Patrimônio Colecionável”
  • 11h – Lançamento do “Caderno do Patrimônio Inventário das Obras de Niemeyer”, com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-MG)
  • 15h – Visita guiada ao prédio e à exposição de Técnicas Construtivas
  • 16h – Caminhos da Liberdade (lançamento da Jornada do Patrimônio) 

FONTE ESTADO DE MINAS

Dia do Patrimônio: tesouros de Minas que vão das ruínas à esperança

Na data dedicada às preservação, bens históricos variam entre projetos que recompensam esforços de comunidades e casos de abandono que preocupam moradores

Com um dos conjuntos artísticos e arquitetônicos mais ricos do país e reconhecimento internacional para quatro sítios históricos, Minas Gerais tem na voz das comunidades esteio fundamental para preservar igrejas, casarões e outros monumentos na capital e no interior. Neste Dia do Patrimônio Cultural, com programação especial em Belo Horizonte (veja abaixo) para lembrar os 125 anos de nascimento do belo-horizontino Rodrigo Melo Franco de Andrade (1898-1969), advogado, jornalista, escritor e primeiro diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Estado de Minas apresenta conquistas no setor, muitas delas fruto de longa espera, e expectativa por obras de restauro que podem salvar tesouros para o presente e para as futuras gerações. São dois lados, portanto, de uma trajetória que emociona, traz orgulho e preocupa continuamente os guardiões dos acervos.

No distrito colonial de São Bartolomeu, em Ouro Preto, na Região Central de Minas, os moradores lutam com todas as forças, há muito, para salvar da degradação seu bem maior: a igreja matriz dedicada ao padroeiro. Agora, no lugar da mobilização e da lona azul que cobria o telhado, eles assistem às obras emergenciais no templo do século 18. “Ver o andamento dos serviços, poder entrar na igreja é um alívio enorme, ainda mais que são realizados antes da temporada de chuva”, entusiasma-se o presidente da Associação de Desenvolvimento Comunitário local (Adecosb), Sérgio Murilo de Oliveira.

No valor de R$ 1,5 milhão, as intervenções no templo interditado há mais de quatro anos contemplam, na primeira etapa, escoramento de forro e telhado, troca de fiação elétrica, recuperação das paredes e outras urgências estruturais para garantir a integridade da edificação. A expectativa é de que as obras, com duração de 10 meses e aprovação do Iphan e da Prefeitura de Ouro Preto, terminem em 28 de outubro, informa Renata Fonseca, coordenadora da Plataforma Semente, do Ministério Público de Minas Gerais, via Centro de Apoio Operacional de Meio Ambiente (Caoma). Os serviços são executados pela instituição Joaquim Artes e Ofícios.

A coordenadora da Plataforma Semente diz que há previsão de uma segunda etapa e que os recursos estão sendo avaliados para restauro dos elementos artísticos da matriz de São Bartolomeu. Vale destacar que o distrito é importante destino turístico em Ouro Preto, cidade reconhecida como patrimônio mundial, a exemplo de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, do Santuário Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, na Região Central, e do Conjunto Moderno da Pampulha, em BH. As notícias são boas para a comunidade, já em festa pelo padroeiro, que terá, no próximo dia 24, missas festivas (às 9h e às19h), e, à noite, procissão e levantamento de mastro.

NOS TRILHOS Já em Chiador, na Zona da Mata, a expectativa é enorme para restauração da estação de trem. Depois de uma espera de décadas, que quase sepultou o que restou do imóvel pioneiro do patrimônio ferroviário de Minas, os recursos estão assegurados pela Eletrobras Furnas, no valor de R$ 9,5 milhões. “O espaço, a ser administrado pela prefeitura local, terá finalidade cultural e serviços, incluindo cafeteria, para atender moradores e turistas. Desta vez, vai!”, diz, confiante, o secretário municipal de Turismo e Meio Ambiente, Jaime Wojciuk.

Inaugurado em 1869 pelo imperador dom Pedro II (1825–1891) e distante seis quilômetros do Centro da cidade, o imóvel histórico – antes pertencente à extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA) e atualmente de propriedade da União, sob guarda do município – está no centro das preocupações de moradores. “Há 40 anos lutamos pela recuperação da estação, um bem da nossa cidade e de Minas”, ressalta o jornalista Ailton Magioli. Para ele, o funcionamento do prédio, após o restauro, deverá fomentar a cultura e atrair visitantes. “Queremos que a finalidade seja cultural e haja manutenção permanente, para não se deteriorar novamente.”

Em nota, a empresa patrocinadora da obra informa: “O contrato para o desenvolvimento do projeto executivo e execução dos serviços de restauro integral do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Estação Ferroviária de Chiador foi assinado pela Eletrobras Furnas, em julho deste ano, com a empresa Minas Construções e Restaurações Ltda. A previsão de início dos trabalhos é 10 de outubro de 2023, com a elaboração do projeto executivo. A previsão de execução das obras é de 15 meses após o início dos trabalhos e o valor do contrato é de aproximadamente R$ 9,5 milhões”.

Em Chiador, após espera de décadas, já há recursos para recuperar a primeira estação ferroviária de Minas(foto: Ailton Magioli/ESP.EM – 20/10/2020)

Enquanto isso…
…projetos de restauro à vista

O governo federal, via Iphan, fará uma série de obras em Ouro Preto, cidade reconhecida como patrimônio mundial. Segundo o prefeito Angelo Oswaldo, que recebeu o comunicado do presidente da autarquia federal, Leandro Grass, será feita a requalificação do entorno da capela do Padre Faria, com o reforço estrutural do adro e  drenagem. Está prevista ainda restauração das capelas de Nossa Senhora da Piedade, de Santana, do Morro São João, do Ouro Fino e de São Sebastião; restauração integral da Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos e São Miguel e Almas e também da Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia, além de obras nas igrejas São Francisco de Assis e São Francisco de Paula.

Sabará e Caeté à espera de socorro

Enquanto o distrito de São Bartolomeu saúda as obras emergenciais na sua matriz e Chiador aguarda, com expectativa, as intervenções definitivas em sua estação, o mesmo não se pode dizer da população do distrito de Ravena, em Sabará, e da cidade de Caeté, ambas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No primeiro, os olhos se voltam para a Matriz Nossa Senhora da Assunção, datada de 1720 – como indica inscrição no forro da capela-mor (1720-1750) –, quando Sabará era uma das sete vilas do ouro, e contemporânea do “nascimento” do estado, que celebrou, há três anos, o tricentenário da criação da Capitania de Minas.

Fechado há 15 anos por questão de segurança, o cartão-postal de Ravena tem recebido constantes alertas por parte dos padres. Eles pedem, com urgência, obras no forro e trabalho de descupinização, além de outros serviços para manter a segurança. De fato, basta percorrer o templo para ver os estragos no seu interior. E, mesmo com a fachada bem cuidada, a imponente construção corre sérios riscos.

Conforme pesquisa do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), a matriz e o conjunto foram tombados em 2 de junho de 1977 – a edificação do século 18, com elementos da arquitetura colonial mineira, fica no Centro, no largo da rua principal, com adro murado que abriga o cemitério. A inscrição “1750”, existente no arco-cruzeiro, parece indicar a conclusão de parte importante das obras do templo, que passou por diversas reformas: em 1853, realizada por frei Luís de Ravena; em 1948-1949, a recuperação da torre, que fora atingida por um raio; e em 1953, quando foi restaurado o altar-mor e partes da cantaria foram recobertas com pintura imitando mármore. Outras obras ocorreram entre 1984 e 1987.

Em nota, a Arquidiocese de BH informa que Igreja Nossa Senhora Assunção necessita de intervenções para restaurar elementos artísticos (teto e altares). “O templo passou, recentemente, por obras de drenagem e pintura externa, e o Memorial da Arquidiocese de BH está em entendimento com parceiros e patrocinadores para promover a restauração dos elementos artísticos.”

RISCOS No município vizinho de Caeté, as preocupações se voltam para a Capela Nossa Senhora do Rosário, do século 19. Interditado desde 2021 pelo Corpo de Bombeiros, o templo circundado por um cemitério está tomado por infiltrações, demandando intervenção na parte estrutural e exigindo obras de drenagem no terreno, no Centro do município. A agonia do tesouro barroco mostra a necessidade urgente de intervenção para salvá-lo da ruína.

Tombada em 1950 pelo Iphan e vinculada à Arquidiocese de BH, sendo o cemitério administrado pela prefeitura local, a capela é um dos templos católicos mais antigos de Caeté, ex-Vila Nova da Rainha. Devido à gravidade do quadro, foi alvo de investigação do Ministério Público, que, diante da gravidade dos problemas, notificou as instituições envolvidas. Na sequência, os bombeiros constataram riscos estruturais, falta de equipamentos de segurança, desabamento do muro lateral e afundamento do piso no adro da construção.

A interdição da igreja se deu após parecer técnico elaborado pela Coordenadoria de Patrimônio Histórico e Cultural do Ministério Público de Minas Gerais (CPPC/ MPMG), fruto da vistoria realizada em 10 de outubro de 2021. Em seguida, houve a interdição do templo pelo Corpo de Bombeiros, que constatou diversas irregularidades no imóvel.

A Arquidiocese de BH, em nota, informa que a capela demanda obras de drenagem, que dependem de intervenções no terreno, com remanejamento de túmulos do cemitério anexo. “Assim, o poder público municipal já iniciou diálogo com as famílias proprietárias de cada sepultura para poder transferir os túmulos para outros cemitérios de Caeté.”

A capela dedicada a Nossa Senhora do Rosário data dos primeiros anos do século 18, sendo em sua origem subsidiária da primitiva Matriz de São Caetano, construída na época da elevação do Arraial de Caeté a vila, em 1714. Chegou a servir de matriz e sede das demais irmandades, quando a nova matriz estava em construção, entre 1757 e 1765. Conforme estudos do Iphan, é possível que, naquele momento, tenha recebido os dois retábulos laterais de estilo barroco, procedentes da primitiva matriz, que não têm adequação perfeita ao seu espaço interno.

Em nota, a Prefeitura de Caeté informou que tem dedicado esforços, desde abril, “para realizar uma investigação aprofundada sobre a suposta instabilidade do terreno de propriedade da Mitra Arquidiocesana, que concentra o Cemitério do Rosário e abriga a capela do Rosário, edificações de grande valor histórico para a municipalidade”. O estudo se baseia em trabalho prévio conduzido pela PUC Minas e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

PROGRAME-SE

Hoje, no Prédio Verde do Iepha, na Praça da Liberdade, em BH

  • 9h – Lançamento do catálogo “Ritos da Quaresma e Semana Santa” e da coleção de cards “Patrimônio Colecionável”
  • 11h – Lançamento do “Caderno do Patrimônio Inventário das Obras de Niemeyer”, com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-MG)
  • 15h – Visita guiada ao prédio e à exposição de Técnicas Construtivas
  • 16h – Caminhos da Liberdade (lançamento da Jornada do Patrimônio) 

FONTE ESTADO DE MINAS

Ouro Preto e Catas Altas reservam verdadeiros tesouros mineiros

Região Central de Minas reserva maravilhas do Barroco, além de belezas naturais exuberantes temperadas pela culinária mineira. E tudo pertinho de BH

Maio chegou e, com ele, o friozinho gostoso das tardes e manhãs, a bruma tomando conta da paisagem, as montanhas de Minas ainda mais reluzentes ao sol do outono. Nas cidades da Região Central, ao longo da Estrada Real, os visitantes encontram tesouros dos tempos coloniais localizados bem à flor da terra, num convite às trilhas, e ao pé das serras, sempre com descobertas: igrejas, capelas e mosteiros do século 18, casario nas cores azul e branco, ruas de pedra, ladeiras a perder de vista, tudo imerso na religiosidade do povo, temperado pela  gastronomia única e mergulhado na hospitalidade reconhecida internacionalmente.

Dois municípios, Ouro Preto – o primeiro do país (1980) reconhecido como patrimônio mundial pela Unesco, com seus 12 distritos, entre eles Lavras Novas –, e Catas Altas, onde fica o célebre Santuário do Caraça, emoldurado pela serra de mesmo nome, merecem a visita dos brasileiros e estrangeiros que têm Minas como destino.

Em qualquer estação, especialmente outono e inverno, o calor da acolhida se soma aos sabores preparados no fogão a lenha, a exemplo de frango ao molho pardo, com quiabo ou ora-pro-nóbis, lombo de porco seguindo receitas de família, e aguardentes cheias de história.

A tricentenária Ouro Preto, ex-Vila Rica, a 95 quilômetros de BH, já está fervilhando de turistas depois do longo período de restrições impostas pela pandemia. Neste fim de semana (13 a 15), haverá o Festival de Cozinha, Arte e Cultura, na Praça da Ufop (Rua Diogo de Vasconcelos, s/nº, no Bairro Pilar), com shows e encontro de carros antigos.

Ouro Preto é um verdadeiro museu a céu aberto, com suas ladeiras, casario e igrejas que são obras de arte(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

No passeio pelo Centro Histórico, o visitante vai admirar ícones da história de Minas, templos da espiritualidade e referências da arquitetura barroca.

Um dos monumentos mais importantes está na Igreja São Francisco de Assis da Penitência, no Largo do Coimbra (espaço que abriga uma feira de artesanato, especialmente objetos de pedra-sabão). Em 2011, a igreja, que tem projeto arquitetônico de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814), e pinturas de Manuel da Costa Ataíde (1762-1830), recebeu oficialmente a certificação como uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo.

Bem cultural tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Igreja de São Francisco de Assis começou a ser erguida em 1766, e Aleijadinho foi o responsável também pelo risco da portada, púlpitos, retábulo-mor, lavabo e teto da capela-mor.

No último dia 29, dentro das comemorações do bicentenário da Independência do Brasil, o adro da igreja foi palco da ópera “Aleijadinho”, produção da Fundação Clóvis Salgado.

Não menos espetacular, a Igreja Nossa Senhora do Carmo, também protegida pelo Iphan (responsável pelo tombamento do Centro Histórico de Ouro Preto, em 1938), teve sua construção iniciada em 1756 e está ligada “à considerável contribuição de três grandes mestres: Manuel Francisco Lisboa, o seu filho Aleijadinho, e Ataíde”, conforme está no livro “Igrejas e capelas de Ouro Preto”, organizado por Paulo Lemos e com textos de Alex Fernandes Bohrer e Mauro Werkema.

Os autores registraram: “Por ser uma igreja pertencente ao período rococó, em seu interior encontramos uma ornamentação mais comedida, característica típica da época. Porém, esse fato em nada anuvia a notável produção artística do templo”.

Lavras Novas, a 15 quilômetros do Centro de Ouro Preto, é outro tesouro das montanhas de Minas. No ano passado, de acordo com a premiação Travellers Review Awards 2021, da plataforma de reservas on-line Booking.com, o distrito ficou entre as 10 localidades mais acolhedoras do país.

Não visitar a Igreja Nossa Senhora dos Prazeres é um pecado.

Erguida no início do século 18, a joia de Lavras Novas tem a fachada característica dos primeiros templos mineiros, com frontão triangular simples, sem ornamentação decorativa. As torres, em telhadinho, são comuns no período, registraram Bohrer e Werkema.

“Internamente, a igreja ostenta um conjunto singelo, com três altares que, pela tipologia, não podem ser enquadrados numa tipologia construtiva precisa (…) O templo, apesar da humildade, apresenta interessantíssimo valor paisagístico, localizado no alto de uma colina, onde foi construída a pequena cidadela.”

Matriz Nossa Senhora da Conceição, em Catas Altas(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Em Catas Altas, a moldura de pedra

Já aos pés da Serra do Caraça, os visitantes devem conhecer a Matriz Nossa Senhora da Conceição, tombada pelo Iphan desde 1937, que abriga obras de Aleijadinho e Ataíde.

Conforme os estudos, a edificação começou em 1729 em substituição a uma pequena capela, demolida por não comportar mais o número de fiéis.

As características arquitetônicas remetem à segunda fase do Barroco mineiro: paredes de taipa de pilão, alicerces de alvenaria de pedra, frontispício rígido e presença de elementos ornamentais em cantaria. Quem vai à igreja não deixa de fotografar os arcos externos emoldurando a Serra do Caraça.

O Santuário do Caraça é passeio imperdível para quem gosta de história e natureza(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

JOIAS BARROCAS


1) Em Ouro Preto

  • Igreja São Francisco de Assis da Penitência, eleita uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo
  • Igreja Nossa Senhora do Carmo, também no Centro Histórico, traz a marca de três mestres do Barroco mineiro
  • Dica: Em Ouro Preto, conheça o recém-inaugurado Museu Boulieu – Caminhos da Fé, com mais de mil peças barrocas de todo o mundo. Rua Padre Rolim, 412, perto da Praça Tiradentes


2) Lavras Novas, distrito de Ouro Preto

  • Igreja Nossa Senhora dos Prazeres, erguida no século 18, traz, na fachada, características dos primeiros templos coloniais mineiros. O templo fica aberto apenas para celebrações religiosas, portanto, para conhecê-lo, só indo à missa.
  • Dica: Lavras Novas está entre as 10 localidades mais acolhedoras do país. Portanto, aproveite bem as pousadas, os bares e passeios na região


3) Catas Altas

  • Matriz Nossa Senhora da Conceição, tombada pelo Iphan em 1937, apresenta obras dos mestres Aleijadinho e Ataíde
  • Dica: A 37 quilômetros do Centro de Catas Altas fica o Santuário do Caraça, da Província Brasileira da Congregação da Missão. Passeio obrigatório a um paraíso ambiental, paisagístico, histórico e arquitetônico

Movimento crescentede turistas

Dados divulgados ontem pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) mostram bastante movimentação nos aeroportos mineiros: pousos e decolagens foram 27% superiores em fevereiro em relação ao mesmo mês no ano passado.

Já o fluxo de passageiros registrou aumento de 30% no comparativo entre os dois períodos. Quanto à taxa de ocupação hoteleira, foi de 43% em fevereiro de 2022, 9,3 pontos percentuais acima do registrado no mesmo período do ano passado, enquanto no setor de emprego foram geradas 23,8 mil vagas em atividades relacionadas ao turismo entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022.

Minas foi o estado com maior número de municípios registrados no Mapa do Turismo Brasileiro: 567 municípios, informa a Secult.

FONTE ESTADO DE MINAS

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