Caminhada dos Tropeiros vai reviver caminho histórico

O Caminho dos Tropeiros era, no século XVII, a rota utilizada pelas tropas brasileiras para cruzar o país, promovendo o comércio entre pontos distantes do território nacional. Em Minas Gerais, o antigo acesso que os tropeiros usavam entre Piranga e Ouro Preto servia principalmente para levar mantimentos. É para conhecer e divulgar as belezas e perigos do caminho, que será realizada a Segunda Caminhada dos Tropeiros.

Caminhada vai passar por Bacalhau, Santo Antônio do Pirapetinga, Bordões, Coelho, Santo Antônio do Salto, Lavras Novas e chegará em Ouro Preto/GOOGLEMAPS

A caminhada saiu de Piranga no dia 7 de setembro, às 6 horas da manhã, da praça Coronel Amantino Maciel passando por Bacalhau, Santo Antônio do Pirapetinga, Bordões, Coelho e Santo Antônio do Salto. O pernoite será ou em Santo Antônio do Salto, ou em Lavras Novas, e serão percorridos aproximadamente 40 quilômetros no primeiro dia. No segundo dia, está planejada a chegada em Ouro Preto, passando pelo parque do Itacolomi, saindo em Saramenha, e indo até a praça Tiradentes. A previsão de chegada é às 16 horas do dia 8 de setembro.

Sobre a caminhada, Cláudio Quirino, um dos idealizadores, contou que “a ideia começou há muitos anos e buscava resgatar o caminho feito pelos tropeiros, sentindo na pele hoje, o que eles passaram anos atrás. O traçado é de alto grau de dificuldade, porém, recompensado por um visual deslumbrante, além da estrutura que organizamos, com carro de apoio e lugares para descanso”.

Denisy Leijoto lançou “O Tropeiro que escrevia versos”

Obra com foco na trajetória de Antônio Pinto Ribeiro Junior, tropeiro, poeta, amante de bois e de terras, rico e ex-prefeito de Belo Vale por dois mandatos.

A professora de História e advogada, Denisy Leijoto de Sampaio lançou em Belo Vale seu primeiro livro, que aborda a ascensão do patrimônio econômico da família “Pinto”, tendo origem no Tropeirismo, atividade iniciada pelo patriarca Antônio Pinto Ribeiro e seguida pelos filhos. Antônio Pinto Ribeiro Junior, protagonista da história, foi um homem de personalidade forte e sensibilidade aflorada. Ao longo dos seus 97 anos de vida desenvolveu talentos multifacetados: boiadeiro, tropeiro, fazendeiro, poeta e político – um patriota convicto, com raízes no nacionalismo. Ao lado de sua esposa, D. Trindade, vivenciou uma história de amor à família, ao trabalho e à promoção humana.

“Tenho lágrimas vendo o nosso Rio Paraopeba tão querido. Agora tão sujo, desrespeitado, criminosamente poluído.”
“Senhor, Senhor! Salve o Brasil da sanha dos bandidos”.
Por Antônio Pinto Ribeiro Junior.

A obra expõe momentos marcantes do boiadeiro poeta e sua tropa em aventuras vitoriosas. Descreve com fidelidade a cultura, costumes, as boiadas, o embarque de boi; os ritos das famílias Lara e Pinto: as festas, os casamentos e perdas de familiares queridos. Denisy resgatou fotos e apresenta um ensaio fotográfico com relíquias da família. Seu documento vem recheado de poemas, muitos de ideais nacionalistas, marcantes escritos que moldaram a vida do boiadeiro intelectual. Um tesouro resgatado ainda em tempo: documentos, fotos, versos, prosas e fatos de um homem influente, que impulsionou a economia, a vida política e cultural de Belo Vale, por anos.

Antônio Pinto Ribeiro Junior frequentou o “Colégio Arnaldo”, um dos melhores de Belo Horizonte. Poderia ter continuado seus estudos… Interrompidos. A vida chamou o belo jovem, forte e transbordante de ideais, para o trabalho duro nos campos das grandes fazendas. Viveu próximo de seu pai. Enquanto tropeiro percorreu os sertões das Gerais próximo de seu irmão Geraldo Pinto, companheiros no comércio de gado e parceiros de vida.
Obra rara! Um primoroso retrato do Tropeirismo em Belo Vale e região.

Tropeiros ergueram vilas e influenciaram costumes mineiros

Desde o final dos anos de 1600, Minas Gerais recebeu importantes influências do Tropeirismo, não só na culinária e nas fazendas, mas no modo de falar do homem do campo. Tropeiro, condutor de tropas, significa o comerciante que comprava tropas de animais para revendê-las, além de transportar outros gêneros para o comércio nas vilas e cidades pelas quais passava. Exerceu importante papel na economia e relevante atividade cultural, como veiculador de notícias entre as aldeias e comunidades distantes entre si, numa época em que não existiam estradas para caminhões, nem mesmo ferrovias. A atividade existiu do século 17 até início do século 20.

O Tropeirismo esteve relacionado ao ir e vir pelos caminhos e estradas, com destaque para a Estrada Real – via pela qual o ouro mineiro chegava ao porto do Rio de Janeiro e seguia para Portugal. O constante movimento das tropas, não só viabilizou o comércio, como também, se tornou elemento chave na reprodução econômica do Tropeirismo.

Os tropeiros não eram considerados comerciantes especializados, embora, compravam e vendiam de tudo um pouco: escravos, ferramentas, vestimentas, gados. O transporte feito em mulas agregava grande variedade de mercadorias, como: açúcar mascavo, aguardente, vinagre, vinho, azeite, bacalhau, peixe seco, queijo, manteiga, gengibre, farinha, sabão, fruta seca, chouriço, salame, tecidos, carne seca, algodão, sal.
Os tropeiros prestaram importante contribuição ao desenvolvimento das regiões por onde passaram. Foram os responsáveis pela integração econômica e cultural entre muitas regiões longínquas do Brasil Colônia, com o aparecimento de vilas, freguesias e cidades.

Onde comprar:
Em Belo Vale: Casarão das Artes e Papelaria Bico Comeu.
Preço: R$ 50,00 – 148 páginas.
Editora: Tarcísio Martins

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