28 de março de 2024 18:08

Tóquio 2020: 10 iniciativas sustentáveis dos Jogos Olímpicos

Organizadores prometem os jogos mais verdes da história com apostas em material reciclado e energia renovável

Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 – adiados para 2021 por conta da pandemia – sempre destacaram a interação de realizar os jogos “mais verdes” da história olímpica recente, inclusive com a ambição de ser carbono zero. Na semana anterior à abertura do evento marcada para esta sexta (23/07), o Comitê Organizador Tóquio 2020 divulgou a atualização de seu Relatório de Sustentabilidade Pré-Jogos com um balanço das suas iniciativas.

De acordo com o próprio relatório, o objetivo é fazer dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 uma “vitrine da sociedade sustentável”. O projeto de sustentabilidade envolve cinco temas principais: ‘Mudança Climática’, ‘Gestão de Recursos’, ‘Ambiente Natural e Biodiversidade’, ‘Direitos Humanos, Trabalho e Práticas Justas de Negócios’ e ‘Envolvimento, Cooperação e Comunicações’. A sustentabilidade do evento, portanto, inclui ações para promover a igualdade de gênero, a diversidade, a transparência e a inclusão.

Mas chamam a atenção os esforços para fazer dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 os mais verdes, no sentido de poupar os recursos da natureza – e destacamos aqui 10 iniciativas que vão servir de marcas para o evento.

A presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Seiko Hashimoto com Stanislav Vecera, CEO da Procter & Gamble, patrocinado do projeto dos pódios feitos de plástico reciclado: promessa de jogos mais verdes da história olímpica (Photo by ISSEI KATO / POOL / AFP)

1. Pódios de plástico reciclado – Pouco mais 24 toneladas de resíduos plásticos recicláveis foram coletados e utilizados na construção dos 98 Pódios da Cerimônia da Vitória que serão usados durante os Jogos de Tóquio 2020. O plástico foi coletado com a cooperação da população do Japão, que doou plásticos domésticos usados para reciclagem e também por meio de caixas de coleta colocadas em cerca de duas mil lojas de grandes varejistas, em 113 escolas e em outras organizações.

2. Energia renovável – O compromisso dos organizadores é ter 100% da eletricidade usada durante os Jogos Olímpicos de Tóquio vindas de fontes renováveis – boa parte através do fornecimento direto pela Eneos, empresa parceira olímpica de energia, através de uma usina de energia de biomassa na cidade de Kawasaki, e uma usina de energia solar fotovoltaica em Fukushima.

Painéis solares ao lado de um dos estádios para competições do Jogos Olímpicos de Tóquio 2020: aposta em energias renováveis (Foto/Divulgação)
Painéis solares ao lado de um dos estádios para competições do Jogos Olímpicos de Tóquio 2020: aposta em energias renováveis (Foto/Divulgação)

3. Certificados verdes – Para sedes de eventos esportivos onde não seja possível adquirir eletricidade renovável através das empresas de energia, o Comitê Organizador vai transformar sua eletricidade não renovável em eletricidade renovável usando certificados de energia verde. Esses créditos permitem que o valor equivalente ao gasto de energia não renovável seja investido em energia renovável no Japão.

Apresentação das medalhas dos Jogos Olímpicos de Tóquio em evento a 50 dias da abertura: seis milhões de telefones celulares, usados, desmontados para retirar ouro, prata e bronze (Foto: Issei Kato / POOL / AFP)
Apresentação das medalhas dos Jogos Olímpicos de Tóquio em evento a 50 dias da abertura: seis milhões de telefones celulares, usados, desmontados para retirar ouro, prata e bronze (Foto: Issei Kato / POOL / AFP – 03/06/2021)

4. Medalhas de celular – mais de seis milhões de telefones celulares usados e outras, pelo menos, 78 toneladas de computadores, tablets, monitores e outros aparelhos antigos ou quebrados foram recolhidos pela organização: ouro, prata e bronze, utilizados nesses aparelhos, foram a matéria-prima para a confecção das aproximadamente cinco mil medalhas que serão distribuídas nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

5. Frota elétrica – Pelo menos 90% dos pouco mais de 2.600 veículos usados para transporte de atletas, árbitros e dirigentes serão movidos à energia elétrica. Veículos híbridos também serão utilizados pelos organizadores. Parte dos veículos a serem usados pelos atletas dentro da Vila Olímpico será, além de elétrica, também autônoma – ou seja, os veículos – com lugar para, em média, seis passageiros – andam sem motorista.

Estação de hidrogênio em Harumi, distrito de Tóquio, onde está a Vila Olímpica: principal local para reabastecimento de veículos com células do combustível que ficará com legado para a cidade (Foto: Divulgação)
Estação de hidrogênio em Harumi, distrito de Tóquio, onde está a Vila Olímpica: principal local para reabastecimento de veículos com células do combustível que ficará com legado para a cidade (Foto: Divulgação)

6. Hidrogênio como combustível – Uma estação de hidrogênio foi inaugurada em outubro de 2020 em Harumi, distrito de Tóquio que abriga a Vila Olímpica / Paraolímpica. A estação será o principal – mas não o único – local para reabastecimento de veículos com células de combustível que fazem parte da frota olímpica. A estação será transferida para outro local diferente após os Jogos e continuará operando como parte do legado olímpico para o Japão.

7. Camas de papelão – Pela primeira vez na história olímpica, as camas dos atletas são feitas quase inteiramente de materiais renováveis. A Airweave, empresa japonesa de roupas de cama, está fornecendo cerca de 18 mil camas e colchões feitas de papelão com fibras de polietileno. Ponteiro da seleção, o brasileiro Douglas Souza – 1,99m de altura e 75 quilos de peso – pulou sobre sua cama na Vila Olímpica e atestou a resistência.

Camas de papelão exibidas na abertura oficial da Vila Olímpica de Tóquio: material para ser reaproveitado (Foto: Ryohei Moriya / The Yomiuri Shimbun / AFP - 20/06/2021)
Camas de papelão exibidas na abertura oficial da Vila Olímpica de Tóquio: material para ser reaproveitado (Foto: Ryohei Moriya / The Yomiuri Shimbun / AFP – 20/06/2021)

8. Reaproveitamento da decoração – Os organizadores planejam que parte da decoração dos Jogos Olímpicos – respeitando a propriedade intelectual – seja transformada em bolsas, acessórios para portar crachás ou credenciais no pescoço, carteiras para documentos e outros produtos. Neste projeto, eles querem popularizar o conceito de upcycling (reaproveitamento de objetos) e apresentar um novo modelo de reciclagem de decoração de eventos.

9. Cuidados com resíduos – Os organizadores de Tóquio 2020 estabeleceram a meta de reaproveitar ou reciclar 65% dos resíduos gerados durante o evento. Serão instalados diferentes recipientes na Vila Olímpica e em todas as sedes de eventos esportivos para latas, garrafas, latas, papéis e alimentos e há uma campanha intensa para o descarte correto. Os resíduos não recicláveis serão destinados à geração de energia de biomassa. Também foram produzidos copos e embalagens de papel para substituir ao máximo o uso de plástico de uso único.

Caixas de lixo para reciclagem: todas as sedes de eventos olímpicos terão recipientes e voluntários orientando o despejo correto (Foto: Divulgação)
Caixas de lixo para reciclagem: todas as sedes de eventos olímpicos terão recipientes e voluntários orientando o despejo correto (Foto: Divulgação)

10. Pegada de carbono – De acordo com os organizadores, as emissões de carbono geradas pelos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 serão significativamente menores do que a pegada de carbono de Londres 2012 e do Rio 2016. Os Jogos de Tóquio não emitirão mais do que 2,73 milhões de toneladas de CO2 , em comparação com os 3,3 milhões de toneladas de CO2 de Londres e os 4,5 milhões de toneladas de CO2 do Rio de Janeiro. Esse cálculo foi feito antes dos espectadores estrangeiros fossem barrados e antes das restrições a público na maioria das sedes de eventos: portanto, espera-se que a pegada de carbono final seja ainda menor.

FONTE PROJETO COLABORA

Mais Notícias

Receba notícias em seu celular

Publicidade