20 de abril de 2024 07:00

Um congonhense nos campos de batalha…

Durante os conflitos da 2ª Guerra Mundial o Brasil integrou as Forças Aliadas contra os exércitos do Eixo a partir de 1944. Os Pracinhas, membros da Força Expedicionária Brasileira (FEB), lutaram na Itália em importantes batalhas, como a de Monte Castelo contra o poderoso e bem equipado exército alemão. Eram soldados que estavam na linha de frente e que receberam treinamento, equipamentos e armas produzidas e fornecidas pelos norte-americanos. Os Pracinhas puderam mostrar ser possível que as tropas brasileiras exercessem papel significativo e decisivo no conflito bélico mundial, pois eram homens destemidos.

Ao lado dos norte-americanos e outros exércitos aliados, os Pracinhas foram importantes na conquista do norte da Itália que varreu o regime fascista que imperava sobre o povo italiano, encerrando assim a participação do Brasil na guerra.

E Congonhas emprestou um valoroso e virtuoso combatente que defendeu com afinco o Brasil e as forças aliadas durante a campanha em solo italiano.

Adelino dos Santos, nascido em Congonhas em 22 de abril de 1924, era filho do casal José Gregório dos Santos Júnior e Augusta Aurora dos Santos. Ingressou nas fileiras do Exército Brasileiro em 1943 tendo recebido exaustivo treinamento no campo de preparação de Deodoro, na cidade do Rio de Janeiro.

Mas para se alistar, tamanha era sua vontade em servir a Pátria, contrariou a vontade de seu Pai chegando até mesmo a falsificar sua assinatura para que pudesse participar da Força Expedicionária Brasileira que atuou com méritos na Itália, lutando contra o poderoso e bem preparado exército alemão.

Participou com afinco na tomada de Monte Castelo, batalha na qual sofreu graves ferimentos causados por estilhaços de granada poucas horas antes do término do conflito no dia 15/04/1945.

Nesse período teve perda momentânea da memória e só se recordava dos Profetas do adro da Basílica do Bom Jesus em Congonhas. Por essa razão teve que permanecer na Itália até o início de 1947 onde foi condecorado com a medalha “Sangue do Brasil”.

Ao recuperar a memória retornou ao Brasil onde foi condecorado com a Medalha de Campanha em 06/03/1947 como integrante da Força Expedicionária Brasileira com participação ativa e honrosa das operações de guerra na Itália.

Mas nem tudo foi positivo em seu retorno: teve uma surpresa ruim ao chegar a Congonhas onde seu Pai o rejeitara – se sentira desrespeitado pela sua atitude em falsificar a sua assinatura quando de seu alistamento no Exército, contrariando sua vontade. E em uma atitude extrema, seu genitor não o permitiu mais conviver com seus familiares, expulsando-o de casa.

Entristecido, e diante da reação negativa de seu Pai, foi acolhido pelo casal Lucas de Carvalho e Maria do Nascimento onde, com a convivência ali estabelecida, namorou e casou com Izabel – filha mais velha do casal que o abraçou e dessa união tiveram sete filhos.

Tempos depois foi residir na vizinha cidade de Jeceaba onde 4 de seus 7 filhos nasceram. Por lá fez muitas amizades e sempre demonstrou carinho por Jeceaba e seu povo.

Mudou-se para Barbacena em 1969 para que seus filhos pudessem continuar os estudos. No início de 1972 foi diagnosticado com câncer e imediatamente iniciou o tratamento no Hospital Central do Exército no Rio de Janeiro.

Driblou a morte inúmeras vezes nos campos de batalha italianos durante a 2ª guerra mas perdeu a batalha para o câncer no dia 17/07/1972, aos 48 anos de idade.

Adelino dos Santos partiu muito cedo, porém com grande experiência vivida, nos deixou um legado de exemplar Pai de família ao externar valores como união, respeito, lealdade e responsabilidade e, sobretudo nos deixou o exemplo de honradez ao defender a Pátria nos campos de batalha da Europa.

Um viva à memória do pracinha congonhense. Viva Adelino dos Santos pelo seu heroísmo nos campos de batalha da Europa…

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