18 de maio de 2024 07:37

Demissões em Congonhas assustam prefeitura e sindicato

 

Congonhas panoramica

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) já teria demitido mais 250 trabalhadores da área de mineração nos ativos de Casa de Pedra e da Nacional Minérios S/A (Namisa), que estão localizados em Congonhas. Porém, o número pode chegar a 950 funcionários diretos, sem contar os terceirizados, o que pode acrescentar centenas de pessoas na conta final das demissões. As informações são do sindicato Metabase Inconfidentes, que representa os trabalhadores da mineração na região. Segundo o presidente do sindicato, Ivan Targino, a própria empresa anunciou as 950 demissões em reunião com os dirigentes da entidade no último dia 11. De lá para cá, 250 trabalhadores diretos já foram demitidos, mas o sindicato não está fazendo as homologações porque alega que a companhia está promovendo demissão em massa. Procurada pela reportagem, a CSN não comentou o assunto. “Isso configura um processo de demissão em massa. A empresa apenas informou que iria demitir, mas se recusa a negociar com o sindicato. Entendemos que isso está errado do ponto de vista judicial”, declarou Targino. Ele acrescentou que a empresa justificou as demissões em função da crise econômica e especificamente da queda dos preços internacionais do minério de ferro, que só no ano passado chegou a desvalorizar 41%. “A CSN alegou que a queda do preço do minério de ferro compromete o caixa e que não tem condições econômicas de garantir o emprego desses 950 funcionários, mas o plano dela é de manter a produção. E ela tem mercado. O problema é que a empresa não quis nem negociar até agora”, frisou o sindicalista.

Representação

Em função do problema, o sindicato entrou com representação contra as ­ demissões no Ministério Público do Trabalho (MPT) e com uma liminar na Justiça do Trabalho de Congonhas para suspender as dispensas e ainda reintegrar os funcionários desligados até o momento. Hoje, acontece audiência pública na Justiça do Trabalho do município e amanhã outra no MPT na Capital. Ambas discutirão o caso das 950 demissões, se concretizadas, representam pouco mais de 20% de todo o efetivo de trabalhadores diretos da área de mineração da siderúrgica. Ao todo, o sindicato calcula que são 4,5 mil trabalhadores com carteira assinada nas atividades de mina. No entanto, outros cerca de 3 mil terceirizados também estão sofrendo o impacto da medida. É o que garantiu o prefeito de Congonhas, José de Freitas, o Zelinho. Segundo ele, as empreiteiras que trabalham para a companhia também estão demitindo. “Se houver isso tudo de demissões o impacto na economia do município será grande. Mas até agora, no dia 11, a CSN me confirmou apenas 150 desligamentos”, afirmou. Zelinho explicou que, como a mineração é uma atividade típica da região, o trabalhador regional se especializa na área e, normalmente, encontra dificuldades de recolocação. “Quando alguém do setor era demitido há alguns anos, logo o mercado contratava, mas agora com a crise econômica, isso não vai acontecer”, disse. Mesmo com o abafamento do alto­ forno 2 da Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda (RJ), e as cerca de 700 demissões na unidade, tanto o prefeito quanto o presidente do sindicato dos trabalhadores da região afirmaram que a companhia não dá sinais de que vai reduzir a produção e que ela ainda tem mercado garantido. O prefeito de Congonhas garantiu ainda que fez um apelo à empresa para cessar as demissões e que também já envolveu o governador Fernando Pimentel nas negociações. “Sabemos que a produção não vai cair porque a CSN tem vendas futuras garantidas. Isso não é um problema de minério ou de mercado”, acrescentou Zelinho. A área de mineração chegou a salvar os resultados financeiros da CSN durante o ciclo virtuoso do minério de ferro. O setor chegou a representar 34,7% da receita líquida da companhia e ter uma participação de 55% na formação do Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ao final de 2011. Essas fatias caíram para 22,4% e 42,1%, respectivamente, ao término do terceiro trimestre de 2015, os últimos números divulgados pela siderúrgica.

Fonte:Diário do comércio

Foto:reprodução

 

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