2 de maio de 2024 05:13

Arroz e feijão no supermercado estão 74% mais caros que em janeiro de 2020

Em média, compras nos estabelecimentos ficaram 44% mais caras, levando em consideração todos os produtos analisados pela pesquisa do Mercado Mineiro

O arroz com feijão de cada dia está, em média, 74,41% mais caro do que estivera em janeiro de 2020 em Belo Horizonte e região metropolitana. O aumento no preço dos alimentos foi, respectivamente, de 73,4% e 77,2% no período. Entre junho deste ano e o mesmo mês do ano passado, o avanço foi de 32,18%. A informação é de uma pesquisa do site Mercado Mineiro, divulgada nesta segunda-feira (21).

O estudo analisou preços em supermercados entre 13 e 18 junho, e comparou com os preços médios de levantamentos anteriores. O produto que mais encareceu no período entre janeiro de 2020 e junho de 2021 foi o óleo de soja, com 123,4% de aumento. 

Em média, compras nos estabelecimentos ficaram 44% mais caras, levando em consideração todos os produtos analisados pela pesquisa. A única queda de preço foi registrara no “limpador Veja Multiuso”, que está 19,9% mais barato.

Consumidor sofre. 

O aumento de preços reflete na vida de pessoas como a desempregada Vera Lúcia Santos, 35, moradora do bairro Nova Gameleira. Mãe solteira de um rapaz de 14 anos, ela notou um aumento de cerca de 50% no preço da compra mensal. 

“Até o básico está mais caro: arroz, feijão, carne e até o ovo a gente está encontrando dificuldade. Estou encontrando cartela de ovo de até R$ 17.

A substituição, para nós, que somos mães, muitas vezes somos chefes da casa, a gente substitui com batata doce, alguma coisa que está com o preço mais razoável”, relata. 

Valéria está se mantendo com o pouco dinheiro que guardou quando trabalhava como educadora social. Ela se divide entre a criação do filho e os cuidados com o pai, que tem câncer e ainda ajuda na renda da familiar. 

“Antes da pandemia, minha compra dava entre R$ 200 e R$ 250, e agora está ficando entre R$ 300 e R$ 350”, lamenta.

O bailarino Matheus Araújo, 21, passou a sentir mais ainda o aumento dos preços dos alimentos depois que passou a morar sozinho no bairro Nova Gameleira.

“Você está tendo que escolher o que comprar. Manter-se de arte já é difícil, ainda mais agora. Tem mês que você praticamente tem que escolher entre pagar aluguel ou comprar alguma coisa. Eu ainda consigo pegar uma cesta, mas se não fosse a cesta teria que substituir muita coisa”, conta. 

“O que eu comprava com 18 anos, há três anos, hoje eu já não compro. Reduzi praticamente 50% do que comprava antes”, conclui Matheus. 

Aumento de preços em supermercados em BH e região metropolitana

Os números afetam, principalmente, o poder de compra da população mais carente e, conforme revelado por Feliciano Abreu, presidente do Mercado Mineiro, o patamar de aumentos sucessivos, de 15 meses ininterruptos, é inédito. 

“A inflação está controlada para quem come caviar. Nesses 21 anos que temos feito pesquisas, não vi aumentos nesse nível. Havia aumentos isolados, que voltavam ao normal, mas nada como o que ocorre agora”, disse.

Abreu afirma que, além da pandemia, há outros fatores que influenciam nos preços, como aumentos típicos em virtude de safras diferenciadas de produtos agrícolas, e o mercado exportador, que junto ao patamar alto do dólar, acaba por prejudicar o consumidor interno brasileiro.

“A pessoa não percebe a queda no poder de compra. Conseguíamos comprar muito mais (em janeiro de 2020) do que hoje. As classes mais baixas não conseguem suprir esses aumentos. Óleo de soja, feijão, arroz, leite. Não tem como substituir. Macarrão também subiu. Banha de porco? Está caríssimo. As variações são grandes. O consumidor tem muita dificuldade de acesso. Não tem como deixar de comer, e o salário de ninguém aumentou. Quem continua com salário tem que dar graças a deus”, lamenta.

Veja a lista completa:

FONTE O TEMPO

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