3 de maio de 2024 15:05

Artista lafaitense leva arte ceramista ao Salão Internacional de artes plásticas; conheça um pouco da Arte Saramenha, oriunda de Portugal

O Brasil e mundo se preparam para conhecer ainda mais e mergulhar na arte do ceramista lafaietense, o Mestre Rosemir Hermenegídio. Nos últimos anos, ele tem intensificado participações em mostras e salões em Minas e no Brasil e agora se prepara para uma nova empreitada de sucesso garantido.

O Sindicato Nacional dos Artistas Plásticos e Comitê Nacional da Associação Internacional de Artes Plásticas – SINAP-ESP/AIAP em parceria com a Cia Arte Cultura tornaram o regulamento do XIII Salão Internacional de Arte Visuais SINAP/AIAP que se realizará no Hall de Entrada da Câmara Municipal de São Paulo.

O evento acontece já no dia 6 e vai até dia 16 quando será uma oportunidade única de conhecer de perto a Cerâmica Saramenha a exibição das peças e sua arte em âmbito internacional ganhando destaque no Salão, um dos mais expressivos do Brasil.

“Será uma oportunidade de representar Lafaiete e Minas Gerais neste evento de grandeza nacional mundial reunindo as mais variadas artes nos mais variados segmentos. Estarei apresentando nossa arte com dezenas de peças por mim fabricadas ao longo dos últimos anos.

O discípulo

Rosemir mantém sua oficina e ateliê no Bairro Rochedo em Lafaiete (MG, onde fabrica, expõe e comercializa suas obras de artes. A tradição e gosto pela antiguidade foram herdadas de seu pai que é possuiu um antiquário, na Vila Resende, em Lafaiete, expondo em uma feira especializada em Belo Horizonte, como também de seu irmão, restaurador de móveis antigos.

Desde cedo, aos 22 anos, ele tomou gosto pela arte, mas foi através de Silvestre Guardiano Salgueiro, mais conhecido como Mestre Bitinho, que ele iniciou o aprendizado das técnicas e produção da Cêramica Saramenha.

Durante os anos de 1985 e 1986, o pai de Rosemir investiu no filho quando este se dirigia a diariamente a Ouro Branco para aprender diretamente com o Mestre. Ele foi um o primeiro discípulo mais atuantes de Bitinho. “Ele não gostava de ensinar as técnicas da produção, mas com muita insistência quebramos esta barreira e pude estudar com ele”, contou Rosemir. Bitinho morreu em 1998. Neste período, o artista lafaietense mantinha seu ateliê, mas trabalhava em empreiteiras para se manter quando no ano de 1995 ingressou na carreira militar em 2019 se aposentou como 2º Sargento.

u. É de produtos da natureza, como a argila, e metais como cobre, minério de ferro, sílica e a terra tabatinga e pedra moída que ele faz sua arte. “É uma alquimia”, sintetizou Rosemir. Após a preparação da argila, ele confecciona a peça no torno de ceramica e leva ao forno por duas vezes para cozinhar e esmaltar quando nascem suas peças em diferentes estilos, cores e uma acabamento final que ilustra sua criatividade. Ele usa o torno elétrico que ele mesmo desenvolveu e criou para a fabricação da Cerâmica. Rosemir produz suas próprias ferramentas.

O processo de produção inclui elementos e práticas antigas como pilão, forno a lenha, dentre outras. Em Cristiano Otoni, ele mantém um forno de lenha para fabricação final de suas peças

Em 2018, Rosemir conseguiu, em uma exposição no Palácio das Artes, seu título de mestre na Cerâmica Saramenha, que guarda com orgulho, satisfação e mérito próprio sua dedicação em manter viva esta cultura e tradição.

A tradição

A Cerâmica Saramenha, oriunda de Portugal, em Alentejo, foi introduzida no Brasil pelo Padre Viegas de Menezes, no final do século XVII, quando ele descobriu o Barro na região de Ouro Preto. O nome veio da 1ª fábrica de louças implantada no país, situada na fazenda do Barão de Saramenha, em subúrbio de Vila Rica hoje atual Ouro Preto.

A fábrica abasteceu de louças inúmeras cidades ao longo da Estrada Real e as peças eram adquiridas pela camada mais pobre da população.
A produção das peças, usadas como utensílios domésticos, se espalhou por diversas cidades da região como Barbacena, Ouro Branco, Congonhas, Caeté, Diamantina. Ao longo dos anos, a fabricação dos artefatos foi proibida pela Coroa Portuguesa, pelo não pagamento de tributos. Foram os oleiros que mantiveram a produção clandestina não deixando a tradição ser extinta.

Novos talentos

Para perpetuar a arte saramenha às futuras gerações, Mestre Rosemir vem ministrando aulas no curso de iniciação a cerâmica Saramenha em Lafaiete ministrado na Casa de Cultura Gabriela Mendonça. As aulas fazem parte do Projeto “Faço Arte”, da Secretaria Municipal de Cultura lançado no ano passado por meio de edital. São diversos cursos que acontecem totalmente gratuitos. O curso terá duração de 6 meses onde os alunos vão aprender moldar peças e centralizar o barro.

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