HISTÓRIA DE BAR: começa hoje (18) 0 10º Circuito Gastronômico Congonhas Sabores

Congonhas, Cidade Patrimônio Cultural Mundial, famosa pelas obras do Aleijadinho, foi palco na semana passada de muita cultura e sabor, com a 1ª edição do Festival de Cachaça “Congonhas do Campo 2024”.

E hoje (18), inicia a 10ª edição do Circuito Gastronômico Congonhas Sabores, referência na região no que se refere à pluralidade culinária. A realização é da Vereadora Patrícia Monteiro e neste ano o homenageado é o Sr. Chiquinho (Beira Rio), figura tradicional congonhense.

Os visitantes, turistas e frequentadores poderá desfrutar 12 pratos da rica culinária local nosmais mais conhecidos bares e restaurantes. O evento movimenta a cadeira produtiva, gera renda e empregos.

Esperamos por você, no dia 13 de abril para o 1º Festival de Cachaça na Pracinha do Bar Beira Rio – Centro de Congonhas, a partir de 14hs e de 18 a 21 de abril nos bares participantes, com muita alegria e alto astral, será um fim de semana literalmente delicioso!

Veja o Jornal Congonhas Sabores 2024 abaixo:

Jornal Congonhas Sabores 2024

Vem aí 1º edição do Festival de Cachaça “Congonhas do Campo 2024” e 10ª edição do Circuito Gastronômico Congonhas Sabores

Congonhas, Cidade Patrimônio Cultural Mundial, famosa pelas obras do Aleijadinho, será mais uma vez palco efervescente de muito cultura e sabor, com a 1ª edição do Festival de Cachaça “Congonhas do Campo 2024” e 10ª edição do Circuito Gastronômico Congonhas Sabores, referência na região no que se refere à pluralidade culinária.

E este ano o 1º Festival da Cachaça será nosso evento de abertura da comemoração dos nossos 10 anos de Circuito Gastronômico Congonhas Sabores e com isso estaremos celebrando também uma das bebidas mais tradicionais de Minas Gerais.

Esperamos por você, no dia 13 de abril para o 1º Festival de Cachaça na Pracinha do Bar Beira Rio – Centro de Congonhas, a partir de 14hs e de 18 a 21 de abril nos bares participantes, com muita alegria e alto astral, será um fim de semana literalmente delicioso!

Veja o Jornal Congonhas Sabores 2024 abaixo:

Jornal Congonhas Sabores 2024

Qual a melhor cachaça branca do supermercado?

Júri especializado avaliou 13 marcas de cachaça branca, até 100 reais, vendidas nas redes de supermercado; confira o ranking

Uma bebida que tem o apelido no diminutivo, “branquinha”, mas que tem sua grandiosidade na preferência nacional. Cachaça é a bebida original na receita da nossa caipirinha. Tem teor alcóolico de gente grande, entre 38% e 48%, e sabor de coisa nossa. A cachaça branca, produzida industrialmente ou em alambiques, tem lugar de destaque nas prateleiras dos supermercados. São muitas as marcas à escolha do consumidor e gigante a variação de valores. Uma garrafa de cachaça pode custar de R$ 3 a valores comparáveis ao de uma valiosa obra de arte. O céu é o limite cabe aqui como definição…

Recentemente uma marca brasileira muito popular anunciou uma edição comemorativa por inimagináveis R$ 900 mil. Neste teste de Paladar, escolhemos um caminho mais vida real e selecionamos 13 marcas de cachaça branca com valores até R$ 100. Nessa faixa de preço, há cachaças modestas e outras com maior complexidade de sabores e aromas. Todas elas próprias para serem consumidas puras ou no preparo de drinques.

Ale D´Agostino, diretor criativo da APTK Spirits, prova uma das 13 marcas avaliadas por Paladar Foto: FELIPE RAU

Time de estrelas

Para testar às cegas as 13 marcas, convidamos um time estrelado de jurados. Ale D´Agostino, diretor criativo da @aptkspirits; Mauricio Maia, embaixador global da cachaça à frente do perfil @ocachacier; Nina Bastos, especialista em cachaça e proprietária do Jiquitaia Restaurante e Bar; Felipe Jannuzzi, do @mapadacachaça e da @brme.oficial, e Maurício Porto, sommelier de uísque, autor do perfil @ocaoengarrafado e sócio do Caledônia Bar, cenário escolhido para este teste de Paladar.

Além de avaliar quesitos como visual, aroma, paladar e visão geral de cada uma das marcas de cachaça, eles ainda responderam algumas dúvidas básicas a respeito dessa bebida tão brasileira. Para Mauricio Maia, o processo de produção e a complexidade da bebida é o que difere a cachaça industrial da produzida em alambiques.

O time de jurados da vez: Maurício Maia, embaixador global da cachaça; Maurício Porto, sommelier de uísque e proprietário do Caledônia Bar; Nina Bastos, especialista em cachaça e proprietária do Jiquitaia; Felipe Jannuzzi, sócio da BR-ME e do perfil @mapadacachaça, e Alê D´Agostino, diretor criativo da APTK Spirits Foto: FELIPE RAU

“A cachaça de alambique é produzida em escala artesanal em uma espécie de panela de pressão com um tubo na qual ocorre um processo em que o álcool é concentrado junto com outros compostos: ácidos graxos, fenóis… e são esses compostos que trazem sabor à bebida”, explica Mauricio Porto. Entre as versões industrializadas também há versões saborosas, mas a partir de outro modo de preparo.

Confira abaixo as três marcas que destacaram neste teste e, na sequência, a lista de todas as marcas avaliadas em ordem alfabética.

As melhores marcas de cachaça branca até R$ 100

  • PRIMEIRO LUGAR – SANTO GRAU PARATY
  • SEGUNDO LUGAR – WEBER HAUS
  • TERCEIRO LUGAR – CHICO MINEIRO
As 13 marcas avaliadas no teste Paladar, que levou em conta cachaças brancas que custam até R$ 100 nas redes de supermercado Foto: FELIPE RAU

As 13 marcas na avaliação dos jurados listadas em ordem alfabética

· CACHAÇA 51 (R$ 14, garrafa com 965 ml) Uma bebida sem muita complexidade, com alta oleosidade, adocicada e de sabor frutado. O visual foi avaliado pelos jurados como límpido e bonito.

· CHICO MINEIRO (R$ 74,99, garrafa com 700 ml ) Nossa terceira colocada foi avaliada como uma bebida frutada, visualmente impercável, média oleosidade e paladar suave, com bastante presença de cana-de-açúcar

· COROTE (R$ 4,89, embalagem com 500 ml) Uma cachaça de aroma neutro e paladar de açúcar queimado que não agradou. A maioria dos jurados comparou o sabor da bebida ao de um remédio amargo.

· MEIA LUA (R$ 50,99, garrafa com 1 litro) Uma cachaça doce na boca, com boa oleosidade e visual atraente. Aroma suave e bom equilíbrio entre álcool, suavidade e picância foram outros atributos avaliados pelos jurados.

· PITU (R$ 24,56, garrafa com 600 ml) Uma bebida com presença muito marcante de álcool, excessivamente adocicada e de aroma pouco convidativo. O sabor não agradou.

· SAGATIBA (R$ 41,49, garrafa com 700 ml) Uma bebida simples, de sabor neutro, visual bonito e bem untuoso. O aroma foi avaliado como suave e levemente anisado.

· SALINAS (R$ 53,70, garrafa com 1 litro) Uma cachaça desequilibrada no nariz e na boca, na opinião dos jurados. Eles também acharam a bebida muito diluída, de aroma neutro; paladar picante e levemente artificial.

· SALINÍSSIMA (R$ 29,90, garrafa com 670 ml) Uma bebida alcóolica e doce, com pouca complexidade e final curto. O aspecto visual é levemente turvo e o sabor neutro.

· SANTO GRAU – Coronel Xavier Chaves (R$ 38,17, garrafa com 750 ml) Uma bebida de aroma levemente punjante e sabor neutro, com final médio, equilibrado e levemente picante.

· SANTO GRAU PARATY (R$ 69,90, garrafa com 750 ml) A campeã do nosso ranking conquistou os jurados por ser uma bebida elegante, com maior complexidade de sabores e sabor amanteigado no final. O visual bonito também contou pontos, assim como o aroma suave e levemente adocicado de cana.

· VELHO BARREIRO (R$ 12,90, embalagem com 910 ml) Uma bebida, segundo os jurados, de visual limpo, cristalino e atraente. Sabor suave de mel e aroma de cana-de-açúcar

· WEBER HAUS (R$ 59,90, garrafa com 700 ml) A cachaça vice-campeã foi avaliada como uma bebida de sabor doce e bem equilibrada no álcool, uma boa pedida para o preparo de drinks como a caipirinha. O visual adequado, com bom brilho, e o aroma suave foram outros pontos favoráveis na opinião dos jurados.

· YPIÓCA (R$ 18,99, garrafa com 965 ml) Uma bebida sem muita complexidade e sabor amargo que não conquistou a maioria dos jurados. O visual foi avaliado como adequado, apesar de levemente turvo.

FONTE ESTADAO

Conheça a “cidade da cachaça”, que tem mais idosos do que crianças

Município é um dos cinco em que a população de idosos supera a de crianças de até 14 anos

Sabe aquela frase que diz que os pais criam os filhos para o mundo? Em Abaíra, cidade baiana de pouco mais de 7,3 mil habitantes, o ditado é levado a sério. Jovens adultos que não querem trabalhar no comércio, prefeitura ou na zona rural deixam o município em busca de oportunidades de emprego e renda. O resultado disso é uma população envelhecida, que coloca Abaíra como uma das cinco cidades da Bahia em que o número de idosos é maior do que a quantidade de crianças.

Os dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ilustraram o que especialistas avisavam: o país está envelhecendo. Com menos crianças nascendo e as pessoas vivendo mais, o Brasil possui 55,2 idosos para cada 100 crianças até 14 anos. Na Bahia, são 56,2 para cada 100. O fenômeno é ainda mais acelerado em municípios do centro- sul do estado, onde a proporção de idosos chega a ser o dobro da média nacional.

Esse é o caso da pequena Abaíra, cidade que possui a maior proporção de pessoas acima de 65 anos do estado. São 137 idosos para cada 100 crianças. “A gente conhece bem essa realidade, é só andar na rua para ver que são mais idosos”, diz Ana, de 40 anos. Na loja em que trabalha, em frente a Praça Francisco Pereira, ela acompanha o ritmo lento da cidade onde nasceu.

O município localizado no centro da Chapada Diamantina só se tornou independente em 1962, quando foi separado oficialmente de Piatã. A economia de Abaíra gira em torno da produção artesanal da cachaça, que é realizada em associações espalhadas pela cidade. Na praça onde Ana trabalha, a Igreja e a prefeitura são vizinhas de grandes monumentos que homenageiam a atividade econômica: um barril e uma grande garrafa de aguardente fazem jus ao título de “cidade da cachaça”. 

Além de Abaíra, as cidades Jussiape, Jacaraci, Guajeru e Ibiassucê são as que o número de idosos já supera a quantidade de crianças. Apesar de nunca ter saído de Abaíra, a cada dia que passa Ana se acostuma com a ideia de ver o único filho, de 16 anos, partir em busca de melhores oportunidades de trabalho.

O adolescente quer estudar computação e não há faculdades na cidade. O campus da Universidade Estadual do Sudeste da Bahia (UESB), em Vitória da Conquista, atrai jovens de Abaíra que desejam entrar na universidade. A distância entre as duas cidades é de 260 quilômetros. Ana, que também já quis deixar a cidade, espera ver no filho a realização de um sonho que já lhe foi próprio. “Ele provavelmente vai fazer o que os outros jovens fazem, que é sair da cidade para estudar”, afirma.

Para o geógrafo e professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Clímaco Dias, os dados do Censo 2022 retratam a fraca produtividade econômica de parte do centro-sul baiano, onde as cinco cidades estão localizadas. “É uma característica regional de estagnação econômica estrutural que se perpetua”, ressalta. O índice de envelhecimento (proporção de idosos em relação ao número de crianças) é superior à média da Bahia em 6 a cada dez cidades baianas, segundo o IBGE. 

Sem a criação de novos postos de trabalhos, os jovens migram para outras cidades, o que perpetua o ciclo de desigualdades regionais dentro da Bahia. De um lado, municípios viram polos atrativos e, do outro, as cidades envelhecem em ritmo acelerado. “Existem cidades italianas, por exemplo, em que o governo oferece dinheiro para quem tem filho, mas o que resolve a questão é um dinamismo econômico gerador de emprego”, completa o geógrafo.

Em Jussiape, onde a proporção é de 117,2 idosos para cada 100 crianças, a população da cidade diminuiu quase 9% entre 2010 e 2022, chegando a 7.379 pessoas. Nilzete Lisboa, 36, tem dois filhos e espera que o mais velho, de 17 anos, busque oportunidades fora do município. “Eu não sei se o que eu quero é a mesma coisa que ele deseja, mas para mim não seria um problema se ele fosse para outra cidade porque aqui não tem muita opção”, comenta.

Envelhecimento na capital

Em Salvador, o processo de envelhecimento também é mais acelerado do que a média estadual. Em 12 anos, o índice de envelhecimento saltou de 29,7 idosos para cada 100 crianças para 66,4. O aumento de 123% foi o segundo mais intenso entre as capitais do Brasil, abaixo apenas do registrado em Palmas (TO). A capital baiana é a nona mais envelhecida do país.

No estado como um todo, o índice de envelhecimento aumentou 86%, passando de 28,3 para 52,6 idosos a cada 100 crianças de até 14 anos, de acordo com os dados do Censo.

FONTE CORREIO 24 HORAS

Conheça a “cidade da cachaça”, que tem mais idosos do que crianças

Município é um dos cinco em que a população de idosos supera a de crianças de até 14 anos

Sabe aquela frase que diz que os pais criam os filhos para o mundo? Em Abaíra, cidade baiana de pouco mais de 7,3 mil habitantes, o ditado é levado a sério. Jovens adultos que não querem trabalhar no comércio, prefeitura ou na zona rural deixam o município em busca de oportunidades de emprego e renda. O resultado disso é uma população envelhecida, que coloca Abaíra como uma das cinco cidades da Bahia em que o número de idosos é maior do que a quantidade de crianças.

Os dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ilustraram o que especialistas avisavam: o país está envelhecendo. Com menos crianças nascendo e as pessoas vivendo mais, o Brasil possui 55,2 idosos para cada 100 crianças até 14 anos. Na Bahia, são 56,2 para cada 100. O fenômeno é ainda mais acelerado em municípios do centro- sul do estado, onde a proporção de idosos chega a ser o dobro da média nacional.

Esse é o caso da pequena Abaíra, cidade que possui a maior proporção de pessoas acima de 65 anos do estado. São 137 idosos para cada 100 crianças. “A gente conhece bem essa realidade, é só andar na rua para ver que são mais idosos”, diz Ana, de 40 anos. Na loja em que trabalha, em frente a Praça Francisco Pereira, ela acompanha o ritmo lento da cidade onde nasceu.

O município localizado no centro da Chapada Diamantina só se tornou independente em 1962, quando foi separado oficialmente de Piatã. A economia de Abaíra gira em torno da produção artesanal da cachaça, que é realizada em associações espalhadas pela cidade. Na praça onde Ana trabalha, a Igreja e a prefeitura são vizinhas de grandes monumentos que homenageiam a atividade econômica: um barril e uma grande garrafa de aguardente fazem jus ao título de “cidade da cachaça”. 

Além de Abaíra, as cidades Jussiape, Jacaraci, Guajeru e Ibiassucê são as que o número de idosos já supera a quantidade de crianças. Apesar de nunca ter saído de Abaíra, a cada dia que passa Ana se acostuma com a ideia de ver o único filho, de 16 anos, partir em busca de melhores oportunidades de trabalho.

O adolescente quer estudar computação e não há faculdades na cidade. O campus da Universidade Estadual do Sudeste da Bahia (UESB), em Vitória da Conquista, atrai jovens de Abaíra que desejam entrar na universidade. A distância entre as duas cidades é de 260 quilômetros. Ana, que também já quis deixar a cidade, espera ver no filho a realização de um sonho que já lhe foi próprio. “Ele provavelmente vai fazer o que os outros jovens fazem, que é sair da cidade para estudar”, afirma.

Para o geógrafo e professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Clímaco Dias, os dados do Censo 2022 retratam a fraca produtividade econômica de parte do centro-sul baiano, onde as cinco cidades estão localizadas. “É uma característica regional de estagnação econômica estrutural que se perpetua”, ressalta. O índice de envelhecimento (proporção de idosos em relação ao número de crianças) é superior à média da Bahia em 6 a cada dez cidades baianas, segundo o IBGE. 

Sem a criação de novos postos de trabalhos, os jovens migram para outras cidades, o que perpetua o ciclo de desigualdades regionais dentro da Bahia. De um lado, municípios viram polos atrativos e, do outro, as cidades envelhecem em ritmo acelerado. “Existem cidades italianas, por exemplo, em que o governo oferece dinheiro para quem tem filho, mas o que resolve a questão é um dinamismo econômico gerador de emprego”, completa o geógrafo.

Em Jussiape, onde a proporção é de 117,2 idosos para cada 100 crianças, a população da cidade diminuiu quase 9% entre 2010 e 2022, chegando a 7.379 pessoas. Nilzete Lisboa, 36, tem dois filhos e espera que o mais velho, de 17 anos, busque oportunidades fora do município. “Eu não sei se o que eu quero é a mesma coisa que ele deseja, mas para mim não seria um problema se ele fosse para outra cidade porque aqui não tem muita opção”, comenta.

Envelhecimento na capital

Em Salvador, o processo de envelhecimento também é mais acelerado do que a média estadual. Em 12 anos, o índice de envelhecimento saltou de 29,7 idosos para cada 100 crianças para 66,4. O aumento de 123% foi o segundo mais intenso entre as capitais do Brasil, abaixo apenas do registrado em Palmas (TO). A capital baiana é a nona mais envelhecida do país.

No estado como um todo, o índice de envelhecimento aumentou 86%, passando de 28,3 para 52,6 idosos a cada 100 crianças de até 14 anos, de acordo com os dados do Censo.

FONTE CORREIO 24 HORAS

Cachaça produzida por destilaria mineira foi a única que conquistou medalha de ouro em competição de bebidas no Reino Unido

Fundada em 1980 em Salinas, cidade do sertão de Minas Gerais, e considerada uma das cachaças de alambique mais tradicionais e apreciadas do país, a Seleta conquistou medalha de ouro na 28ª edição do International Spirits Challenge

Recentemente foi divulgada a lista dos ganhadores da 28ª edição do International Spirits Challenge, considerado um dos mais importantes e influentes concursos de bebidas do mundo. O evento que acontece no Reino Unido recebeu mais de 1.000 inscrições de quase 70 países. A competição tem como objetivo premiar os melhores destilados produzidos ao redor do mundo. Os competidores são avaliados por um júri formado por especialistas renomados do setor de bebidas. Os vencedores são contemplados com medalhas de bronze, prata e ouro.

Diferentes tipos de destilados participam do concurso como o Gin, Whisky, Vodka, Tequila, Rum e a bebida que carrega o DNA do Brasil em sua história: a cachaça. A aguardente de cana-de-açúcar está conquistando cada vez mais destaque fora do país, graças ao empenho das marcas em produzir bebidas de qualidade e com sabores incomparáveis. Entre as marcas que se destacaram na edição deste ano do concurso está a Seleta.

Fundada em 1980 em Salinas, cidade do sertão de Minas Gerais, e considerada uma das cachaças de alambique mais tradicionais e apreciadas do país, a marca conquistou medalha de ouro na competição com a sua cachaça Seleta Ouro. No total, três cachaças foram premiadas no concurso, sendo que a Seleta foi a única que conquistou medalha de ouro. 

Feita a partir de canas rigorosamente selecionadas e armazenadas em tonéis de Umburana por aproximadamente cinco anos, ela possui sabor suave com notas finais de baunilha e canela, além de aroma frutado e amadeirado.

Versátil, ela pode ser apreciada pura ou então em drinks clássicos como a tradicional caipirinha. A cachaça também pode ser servida em temperatura ambiente ou gelada. “A Seleta Ouro é uma cachaça fácil de beber, agrada diferentes tipos de paladar e combina com diferentes tipos de refeições. Ganhar medalha de ouro em uma competição tão respeitada como o International Spirits Challenge mostra que o nosso objetivo foi cumprido, ou seja, conseguimos produzir uma bebida para quem tem bom gosto e aprecia uma cachaça de qualidade”, afirma Gilberto Luiz, diretor executivo da marca.

Essa não é a primeira vez que a Seleta Ouro conquista um prêmio internacional. Já são cinco medalhas de ouro conquistadas em diversos concursos como o Spirits Selection by Concours Mondial de Bruxelas e no Concurso de Vinhos e Destilados do Brasil em 2020. Em 2021 ela foi eleita o melhor destilado de cana-de-açúcar da américa do sul no International Sugarcane Spirits Awards 2021. Além de ser uma cachaça que pode ser consumida em drinks ou pura, ela também pode ser utilizada na produção de receitas.

O chef parceiro da Seleta, Renato Quintino, explica como preparar Cubos de surubim com farofa de pimenta biquinho que leva na receita a cachaça Seleta Ouro, confira: 

Ingredientes

1/2 xícara de Cachaça Seleta Ouro;

4 porções de 200g de filé mignom;

2 colheres de sopa de óleo de milho;

Sal

Pirmenta-do-reino preta moída;

2 ramos de tomilho fresco;

4 colheres de sopa de pimenta-biquinho;

1 folha de louro;

500g de mandioca

300g de creme de leite fresco;

1/2 xícara de queijo canastra meia-cura ralado;

1/2 xícara de queijo minas curado ralado.

Modo de Preparo

Em um tabuleiro, coloque a mandioca fatiada em lâminas finas. Tempere com sal e pimenta-do-reino. Cubra com o creme de leite fresco. Salpique por cima o queijo canastra ralado. Leve ao forno pré-aquecido a 200 graus e asse por cerca de 35 a 40 minutos, ou até a mandioca estar macia e gratinada.

Em uma frigideira aqueça o óleo de milho e doure as porções de filé por cerca de 3 minutos do primeiro lado e 1 minuto do segundo lado. Coloque na panela a cachaça e flambe.

Acrescente o creme de leite, o tomilho, o louro e a pimenta biquinho picada em conserva (sem o molho) e misture rapidamente. Abaixe o fogo e reduza pela metade.

Retire do fogo e sirva o molho com filé guarnecido com uma porção do parmentier de mandioca.

Sobre a Seleta

A história de uma das cachaças de alambique mais tradicionais – e apreciadas – do país começou com a ousadia do salinense Antônio Rodrigues que, em 1980, fundou a Seleta. Toda a produção da Seleta está concentrada na Fazenda Engenho dos Rodrigues, em Salinas, cidade localizada no sertão de Minas Gerais. Conhecida como a Capital Nacional da Cachaça, Salinas recebeu em 2012 o selo de Indicação Geográfica do INPI pelas características do clima, solo e localização geográfica, responsáveis pela singularidade das cachaças produzidas na região. Saiba mais em https://cachacaseleta.com.br/

Cachaça de alambique é cartão de visita do turismo e gastronomia mineiros

Produtores, especialistas e lideranças debateram, em audiência na ALMG, estratégias urgentes para coibir a clandestinidade e alavancar o setor, de olho nas exportações.

“Vai uma cachacinha aí?”. A frase, mais do que uma oferta ou convite, quase uma saudação de boas-vindas, é repetida democraticamente por toda Minas Gerais e faz parte da identidade dos mineiros. E falar do produto por aqui é falar também de turismo e gastronomia, vetores de desenvolvimento econômico intimamente ligados no Estado.

Nessa linha, o combate a clandestinidade, o reforço da fiscalização nos pontos de venda, menos tributação e burocracia para regularização dos produtores, estímulos à exportação com mais valor agregado e a promoção da chamada “cachaça de alambique” fora do Estado e inclusive no exterior foram algumas das estratégias urgentes para o setor citadas na audiência pública realizada na tarde desta quinta-feira (13/4/23) pela Comissão Extraordinária de Turismo e Gastronomia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Comissão Extraordinária de Turismo e Gastronomia - debate sobre a cachaça mineira
A Comissão Extraordinária de Turismo e Gastronomia debateu a importância da cachaça mineira no cenário turístico e gastronômico do Estado Álbum de fotosArquivo ALMG – Foto: Willian Dias

Em breve, no dia 21 de maio, será celebrado mais um Dia Estadual da Cachaça Mineira, o que foi lembrado na reunião, que atendeu a requerimento do presidente da comissão, deputado Mauro Tramonte (Republicanos).

O parlamentar, que é colecionador do produto, lembrou a importância da cachaça mineira na cadeia de atrativos gastronômicos mineiros, como o café e o queijo. Segundo ele, é a segunda bebida alcoólica mais consumida no Brasil, com 1,4 bilhão de litros por ano, 60% deles produzidos em Minas Gerais, que detém 9 mil dos 25 mil alambiques do Brasil.

Mauro Tramonte
Dep. Mauro Tramonte

Bosco (Cidadania), que é vice-presidente da Comissão, destacou que Minas Gerais vive um dos melhores momentos da sua história com relação ao turismo. “E não tem como falar em turismo sem falar nossa gastronomia e inserir nisso o valor da nossa cachaça mineira”, pontuou.

“Quando a gente fala de cachaça estamos falando de mineiridade, de empreendedorismo, de geração de emprego e renda em todas as regiões de Minas Gerais”, afirmou Coronel Henrique (PL), que lembrou que é presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária Mineira.

Em vez de pinga genérica, cachaça de alambique

A promoção da cachaça de alambique, segundo gestores presentes na reunião, ocupa posição de destaque na agenda de prioridades do Executivo. A secretária-adjunta de Estado de Cultura e Turismo (Secult), Milena Andrade Pedrosa, lembrou que estão em estágio final os preparativos para transformar a cozinha mineira em patrimônio imaterial e a cachaça mineira estará contemplada.

“Nosso turismo é praticamente cultural. Temos feito diversas ações de promoção da cachaça mineira, mas precisamos avançar mais, sobretudo com relação a mais estímulos à exportação com valor agregado, sem perder qualidade, não somente em quantidade”

Milena Pedrosa

Secretária-adjunta da Secult

Nesse esforço de promoção do produto, a secretária-adjunta contou ainda que em recente evento internacional conseguiu até mesmo entregar uma garrafa da cachaça de alambique diretamente nas mãos do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza.

O próprio termo, cachaça de alambique, em contraposição ao produto clandestino ou fabricado de forma industrial, somente foi garantido em legislação federal após mobilização dos produtores. O próximo passo, segundo informações dos representantes do Executivo, é adaptar a legislação mineira com o mesmo objetivo.

Para o subsecretário de Estado de Turismo, Sérgio de Paula e Silva Júnior, a cachaça mineira, a exemplo do vinho da Serra Gaúcha, pode se transformar num importante instrumento de diversificação do turismo no Estado. “No caso do vinho, o marketing trouxe mais turistas e retorno para os produtores. Em muitos casos, a venda direta para o turista é até mais lucrativa”, destaca.

“O mineiro é diferente e o turista vem aqui atrás disso. Mesmo correndo, o mineiro sempre encontra tempo de sentar e apreciar a comida. O mesmo acontece com a cachaça mineira. Nessas horas lembro do meu avô, que dizia que com cachaça boa você não faz cara feia”

Sérgio Júnior

Subsecretário de Turismo

Segundo o superintendente de Abastecimento e Cooperativismo da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Gilson de Assis Sales, o reforço na fiscalização têm produzido efeitos na regularização de cada vez mais produtores, o que também permitirá o estímulo ao consumo consciente.

“Se formos pensar em números, um em cada três produtores brasileiros é mineiro. São 353 produtores registrados no Ministério da Agricultura, mais do que dobro de São Paulo, e a grande maioria deles de cachaça de alambique”, apontou Gilson Sales.

Vinho da Serra Gaúcha e tequila mexicana são exemplos

Além do vinho da Serra Gaúcha, a tequila mexicana foi citada pelo presidente do Centro Brasileiro de Referência da Cachaça e da Expocachaça e Brasilbier, José Lúcio Mendes Ferreira, como exemplo a ser seguido internacionalmente. Segundo ele, o aumento recente de 42% nas exportações da cachaça nacional representam um faturamento total de apenas US$ 20 milhões anuais, contra US$ 4 bilhões da tequila.

O problema aí é o baixo valor agregado, que se reflete no valor médio do litro exportado, de US$ 2 da cachaça contra até US$ 16 da tequila. Segundo o especialista, parte da cachaça mineira é exportado até sem garrafa para ser envasado no país de destino e revendido. O resultado disso é que há mais de 20 anos o produto nacional está estagnado entre 0,5% e 1% das exportações do setor.

“No México, a iniciativa privada trabalhou junto com governo para conseguir mudar o cenário num mercado em que o custo de produção é elevado e a competição muito forte. Em Minas, por exemplo, já tivemos 25 cooperativas de produtores que hoje não existem mais. Mas há esperança porque nosso produto é altamente aceito pelo mercado”

José Ferreira

Presidente do Centro Brasileiro de Referência da Cachaça

Na mesma linha, o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cachaça de Alambique (Anpaq), Roger Sejas Gusman Júnior, defendeu o cerco aos produtores clandestino e o estímulo à regularização como caminho a ser seguido para fortalecimento imediato do setor.

De acordo com ele, os 353 produtores mineiros registrados no Ministério da Agricultura, 37% do total nacional, já representam aproximadamente 2.800 marcas, já que um fabricante pode deter várias delas ou mesmo fabricar cachaças “ciganas” (sem infraestrutura fixa de produção).

“Nada contra o pequeno produtor, mas promover a cachaça mineira envolve levar a bandeira do nosso estado. A artesanalidade precisa levar em conta a qualidade e um único evento adverso pode por tudo a perder para todo o setor”, alertou, em referência a episódio recente como uma fábrica de cerveja artesanal no Estado.

Álcool em caminhão-pipa e pet vendido a R$ 6

Há até um aplicativo para celulares, o “Cachaça Ilegal”, em que o consumidor pode denunciar diretamente para o Instituto Mineira de Agropecuária a venda clandestina do produto. Proprietário da Distribuidora Savana, uma das maiores na comercialização de cachaça do país, Oswaldo Bernardino Júnior denuncia remessas ilegais de álcool para o interior mineiro.

“Estão usando até caminhão-pipa para trazer o produto refugo de São Paulo para Minas Gerais. Levam para cidades com tradição como Salinas (Noroeste), misturam, engarrafam e vendem como cachaça de lá. Isso tem que acabar”, contou. Segundo ele, na outra ponta, contribui para isso a venda indiscriminada do produto clandestino por todo tipo de estabelecimento, de biroscas até estabelecimentos de renome.

“A clandestinidade é o verdadeiro gargalo do comércio da cachaça. E isso não é privilégio de boteco copo sujo, tem até ótimos estabelecimentos e às vezes a bebida leva até o nome da casa. Muitos compram o produto numa embalagem pet por R$ 6 enquanto quem é legalizado é penalizado com uma alta carga tributária. Por menos de R$ 20 o litro, dificilmente é produto legal”, avalia o empresário.

FONTE ALMG

‘Pinga ni mim’: Saiba qual a melhor cachaça de Minas Gerais e mais sobre a bebida

Malvada, água-benta, birita, branquinha, caninha, dengosa, engasga-gato, canjebrina, caninha, pinga… Bebida símbolo de Minas gerais, a cachaça ganha diferentes nomes de acordo com a região e com o nível de empolgação quem a consome.

Seja pura, misturada em drinks, na culinária, seja branca ou descansada em tonéis de madeira, a cachaça ocupou espaços. Dos mais simples aos mais sofisticados.

O mercado que gira em torno da cachaça vem crescendo cada vez mais, tanto ancorado na paixão nacional, quanto no potencial de expansão do comércio da bebida.

Desde os modos de fazer, características e receitas de drinks, até a participação da bebida na economia e os impactos do consumo no corpo, conheça tudo sobre a cachaça neste guia preparado pelo BHAZ.

Onde surgiu a cachaça?

A bebida que traz à roda causos cheios de imaginação, também carrega fantasia e mais de uma história possível para sua origem.

Segundo o Instituto Brasileiro da Cachaça, historiadores reúnem três versões mais fortes sobre o local e o contexto da primeira destilação da bebida no Brasil. Há uma única certeza: a bebida nasceu no litoral do país entre 1516 e 1532.

A Ilha de Itamaracá, no Pernambuco; Porto Seguro, na Bahia, e São Vicente, no litoral de São Paulo, disputam o posto de marco zero da cachaça no Brasil.

Como surgiu a cachaça?

Outra teoria controversa gira em torno da origem: foi ideia trazida pelos portugueses ou foi uma grande sacada dos escravos nos engenhos?

A teoria dos portugueses diz que eles estavam acostumados a tomar uma bebida destilada feita do bagaço da casca de uva. Logo, teriam tido a ideia de fazer o mesmo processo com o caldo da cana-de-açúcar, resultando na primeira cachaça no Brasil.

Uma outra versão indica que a bebida nasceu do olhar apurado e observador dos escravos que trabalhavam nos engenhos. Ao ferverem a garapa durante a produção de açúcar, uma espuma tinha que ser retirada de tempos em tempos.

O resíduo era descartado cochos dos animais e misturado à ração. Os escravos teriam notado certa diferença no comportamento do gado, que parecia mais disposto quando se alimentava da mistura.

Foi então que teriam decidido experimentar o líquido formado pela espuma e incluído nas poucas opções de consumo de que dispunham.

Segundo essa teoria, não demorou para os portugueses se apropriarem de mais essa riqueza.

Como a cachaça se tornou símbolo de Minas Gerais?

Com a descoberta do ouro na região que viria a se transformar em Minas Gerais, bandeirantes de todas as partes chegaram a nossas terras. Os exploradores se alojavam aos pés de montanhas próximas à mineração e se aqueciam com a bebida nas noites frias.

A produção passou a crescer nas terras mineiras, transformando o estado em símbolo da cachaça no país.

Diferença entre cachaça, pinga e aguardente

Para além de diferenças nomeações pelas regiões brasileiras, uma dúvida comum entre consumidores é a diferenciação entre cachaça e pinga. E a aguardente, onde entra nessa história?

Segundo Cléber Santiago, presidente da Apacs (Associação dos Produtores Artesanais de Cachaça de Salinas), a principal diferença está na graduação alcoólica.

“Pela legislação, a cachaça tem o teor alcoólico de 38% a 48%. Aguardente, de 38% a 54%. Então, as cachaças também se enquadram como aguardentes”, explica. 

Apesar da popularidade do termo “pinga”, que muitas vezes se refere à cachaça, Cléber defende uma separação.

“Na verdade, nem poderíamos igualar cachaça e pinga. Os produtores preferem que chamemos apenas de cachaça mesmo”, conta Santiago. 

Produção de cachaça na cidade mineira de Salinas (Arquivo pessoal/Cléber Santiago)

Qual a forma correta de tomar cachaça?

Segundo Cléber, as formas de tomar cachaça variam entre os consumidores. “Vai do gosto de cada pessoa. Tem gente que enche o copo de cachaça e vira, e outras pessoas bebem de maneira mais correta, a meu ver, que é a degustação”. Esse modo consiste em tomar um pouco do líquido, deixá-lo na boca, misturar com a saliva e só depois, engolir. 

Há também a opção de fazer drinks e coquetéis com o aguardente de cana-de-açúcar. Caipirinha, raspadinha alcoólica, batida de paçoca e bombeirinho são alguns exemplos.

Diferença entre cachaça branca e amarela

Majoritariamente, existem duas cores mais conhecidas de cachaça: a branca e a amarela. Mas além desses aspectos, o que difere uma da outra?

“A cachaça branca é a ideal para fazer drinks, como a caipirinha. Ela não fica em barris de madeira após a produção, e sim, é armazenada na dorna de inox. Já para beber pura, a maioria das pessoas prefere a cachaça amarela, com mais sabor e cheiro da madeira do barril. A coloração da bebida fica mais amarelada ou avermelhada, a depender da madeira”.

Para envelhecer a cachaça, os seguintes tipos de madeira são os mais comuns: amburana, carvalho, jequitibá e imbuia.

Além da coloração, a madeira vai influenciar em aspectos sensoriais da cachaça, como o aroma. Dependendo do local e tempo de armazenamento, a bebida ganhará sabor mais frutado, adocicado, acastanhado ou floral.

Cachaças brancas e amarelas agradam diversos públicos (Valter Campanato/Agência Brasil)

Qual a melhor cachaça?

De acordo com o produtor, existem cachaças para todos os gostos. Como a bebida é versátil, fica difícil classificar tipos entre “melhor” ou “pior”.

De qualquer forma, existem cachaças produzidas artesanal e industrialmente, a compra e preferência ficam a cargo do consumidor. 

“Dá para usar [as madeiras] carvalho, amburana, bálsamo, ou deixar a bebida branca, mais forte, mais fraca… a cachaça é um produto muito amplo que cai bem em quase todos os drinks, principalmente a caipirinha. Por exemplo, a cachaça consegue substituir a vodka em drinks e até mesmo amaciar carnes”, diz Cléber. 

V Ranking da Cúpula da Cachaça 2022

O grupo Cúpula da Cachaça reúne profissionais de diferentes formações, mas com um grande elo em comum: a especialização em cachaça. Em 2014, 2016, 2018, 2020 e 2022, a iniciativa elegeu as melhores cachaças do Brasil no Ranking Cúpula da Cachaça.

concurso, que reúne todas as cachaças legalizadas do país, tem o objetivo de ser o mais abrangente do Brasil e é distribuído em três fases: voto popular, seleção dos especialistas e cúpula da cachaça.

Confira as três melhores cachaças de cada categoria no mais recente ranking da Cúpula da Cachaça, de 2022:

Categoria Brancas

1ª – Da Quinta Prata: nota 84,43
2ª – Pindorama Prata: nota 81,86
3ª – Tiê Prata: nota 81,14

Categoria Armazenada/Envelhecida

1ª – Anísio Santiago/Havana: nota 84,08
2ª – Estância Moretti 4 Madeiras: nota 83,4
3ª – Baobá Ouro: nota 80,73

Categoria Premium/Extra Premium

1ª – Pardin Porto: nota 80,67
2ª – Vechio Albano Extra Premium: nota 77,75
3ª – Middas Reserva dos Proprietários: nota 77,03

Algumas bebidas expostas na Cachaça Trade Fair de 2018, em São Paulo (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Mercado em expansão

Entre janeiro e novembro de 2022, Minas Gerais subiu do 5º para o 3º lugar em exportação de cachaça no Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo e Pernambuco.

O estado mineiro responde por 11,2% do valor exportado pelo Brasil. Os dados foram levantados pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac).

“A cachaça está tomando um rumo muito grande no mercado e na cultura do brasileiro. Ainda há aquele preconceito, mas isso está mudando”, afirma Cléber Santago.

Além de presidente da Apacs, Cléber é administrador da Cachaça Havana, uma das marcas mais tradicionais de Salinas (MG) e de todo o Brasil. De coloração amarela, a bebida é envelhecida com a ação da madeira do tipo bálsamo.  

Em 2022, aconteceu a 31ª edição da Expocachaça em BH; tradicional feira é a maior referência do setor no Brasil (Andreza Miranda/BHAZ)

O produtor celebra o crescimento das marcas e da fiscalização. “Isso faz com que as pessoas legalizem as empresas, registrem as marcas, os artefatos de produção. Temos esperança que o mercado dê um salto bom para recompensar um imposto muito alto no produto, por ser uma bebida alcoólica”. 

O avô de Cléber, Anísio Santiago (1912-2002), fundou a Havana no início da década de 1940. O produtor foi pioneiro na formalização da produção e do comércio de cachaça.

“Meu avô sempre falava que queria transformar a cachaça em uma bebida especial, como o whisky, algo que todos tinham orgulho em beber. E ele conseguiu: a Havana é reconhecida como Patrimônio Imaterial e Cultural de Salinas. “, orgulha-se Cléber.

A Cachaça Havana foi reconhecida como patrimônio (Arquivo pessoal/Cléber Santiago)

Como fazer cachaça

Na conversa com o BHAZ, Santiago detalhou o processo de produção artesanal da Cachaça Havana. O profissional ressaltou que a madeira tem um papel importante na feitura de cachaças, afetando a coloração e o sabor da bebida.

“Normalmente, a maneira de produção das cachaças é a mesma, passando por lavagem, moagem, fermentação e destilação. O que difere as cachaças é a madeira. O bálsamo deixa uma coloração amarela, a amburana proporciona um gosto mais amargo, já o carvalho deixa a bebida mais avermelhada”, afirma.

A matéria prima da cachaça é a cana-de-açúcar. “Temos um selo orgânico, e observamos o produto desde o plantio até o envelhecimento. Após o corte da cana, fazemos uma lavagem para deixá-la bem limpinha. Depois, passa na moagem, no filtro decantador, onde algumas impurezas decantam”, inicia. 

Cana-de-açúcar é a matéria prima da cachaça (Arquivo pessoal/Cléber Santiago)

Posteriormente, o líquido vai para o tanque. “Lá, fazemos a mistura do caldo. Normalmente, esse caldo fica com mais de 20% de doce, o chamado brix da cana. Mas ela só pode ir para a fermentação com 15% de doce. Então, vamos colocando água e medindo, até o teor de doce atingir essa porcentagem”, pontua Santiago. 

A próxima etapa é a fermentação, um processo vivo no qual as leveduras tiram o doce que tem no caldo e transformam-no em álcool. “Depois dela, fazemos a destilação desse caldo, que se tornou um vinho. Nessa parte, separamos a cachaça do vinho”. Agora, é utilizado o equipamento conhecido como alambique.

Etapa de fermentação (Arquivo pessoal/Cléber Santiago)

Cléber explica que a atuação do alambique se assemelha a uma tampa de panela. “Acendemos o fogo embaixo e a tampa fica úmida, molhada. Esse vapor quente, com a água fria que cai em cima do capelo, condensa e se transforma em cachaça. Depois de destilada, ela vai para o armazenamento”, conta. 

A cachaça pode ser armazenada em dornas de inox e barris de madeira, e até ser vendida antes mesmo de envelhecer. “Tudo depende do que eu vou querer lá na frente, inclusive a graduação alcoólica”, diz Santiago. No caso, a cachaça Havana possui coloração amarela e é envelhecida com a ação do bálsamo.  

Mecanismo do alambique tem atuação crucial na produção da cachaça (Arquivo pessoal/Cléber Santiago)

Beber cachaça faz mal?

BHAZ também conversou com a médica angiologista Joana Kalil, que explicou os efeitos da bebida no corpo. Segundo a profissional da saúde, podem até existir benefícios, mas, para isso, o consumo consciente deve prevalecer.

“Muito se fala mundialmente sobre a ingestão prejudicial de bebida alcóolica ao nosso organismo. Com a cachaça, isso não é diferente. Contudo, alguns estudos apontam que a cachaça, sobretudo a envelhecida, possui algumas ações. Há propriedades vasodilatadoras, função antioxidante e anticoagulante, elevando o ‘colesterol bom’. Nesses casos, a gente pode ter um pequeno benefício do seu uso consciente”, inicia.

Porém, é preciso tomar cuidado com essas características da bebida. “Vale ressaltar que o consumo não deve ser encorajado para que as pessoas abusem do destilado. Caso bebido em quantidades mais moderadas ou elevadas, o líquido pode provocar um prejuízo importante ao nosso organismo”, alerta Joana.

“É muito importante complementar que não podemos definir a cachaça como algum tipo de tratamento ou prevenção de infarto ou trombose”, afirma a médica.

A ideia é corroborada pelo produtor Cléber Santiago: “O grande problema é o vício, quando as pessoas acabam bebendo muito. Tem pessoas que começam bebendo pouco, e vão aumentando. Isso é perigoso”, completa. 

O que a cachaça faz com o fígado?

Então, quais os possíveis efeitos da bebida no fígado? “O uso da cachaça de forma moderada ou elevada a longo prazo pode trazer riscos e danos muito importantes ao órgão”, apresenta Joana Kalil. Confira os possíveis malefícios que esse consumo pode causar no fígado, de acordo com a angiologista:

  • Inflamação generalizada, prejudicando todas as funções do fígado
  • Esteatose hepática, um acúmulo de gordura que pode se desenvolver para uma hepatite alcóolica
  • Cirrose hepática, em último caso. Esse já é um quadro irreversível, onde o paciente pode apresentar diversas alterações do organismo, secundárias à cirrose. Muitas vezes, ele precisa ser encaminhado para a fila do transplante de fígado.

Quantas doses de cachaça posso tomar por dia?

Com isso, é comum surgir uma dúvida entre os amantes da bebida: será que tem uma quantidade segura para o consumo? “De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a dose máxima e consciente do uso de cachaça deve ser de 25 a 30 gramas por dia, ou seja, uma a duas doses”, informa Joana. Ela também lembra que o usuário também está em risco de evoluir para as alterações hepáticas citadas.

“O consumo excessivo de bebida alcóolica, não somente da cachaça, é prejudicial para o organismo como um todo. Vamos fazer o uso com consciência, preservando nossa saúde corporal”, finaliza a médica.

Como fazer caipirinha

Aprenda uma forma simples de fazer caipirinha, uma das bebidas mais conhecidas (e queridas) do Brasil.

Ingredientes

  • 1 dose de cachaça branca (60 ml)
  • 1 limão (de preferência, do tipo Taiti)
  • 2 colheres de sopa rasas de açúcar
  • Gelo até encher o copo

Modo de fazer

  • Após lavar e secar o limão, corte as extremidades da fruta. Corte o limão na metade e retire os “meios”, a parte branca. Depois, fatie-o em gomos.
  • Insira os pedaços de limão e as duas colheres de açúcar dentro de um copo, e macere suavemente com um pequeno pilão. Tente não fazer isso de forma muito forte, para não amargar.
  • Complete o copo com os cubos de gelo, adicione a cachaça e sirva!
Caipirinha é uma bebida clássica que leva cachaça (Beatriz Kalil Othero/BHAZ)

Como fazer quentão com gengibre e cachaça

Confira abaixo uma receita fácil e rápida de quentão, bebida em que a cachaça é a base. De acordo com as quantidades abaixo, a receita rende 10 porções. No total, o preparo demora cerca de 20 minutos.

Ingredientes

  • 900 ml de cachaça
  • 10 fatias de gengibre
  • 1 ½ xícara de chá de água
  • 1 ½ xícara de chá de açúcar
  • 1 laranja cortada em rodelas
  • 1 maçã sem casca, picada
  • 2 limões cortados em rodelas
  • 10 cravos-da-índia
  • 2 canelas em pau

Modo de fazer

  • Utilizando uma panela de tamanho grande, derreta o açúcar em fogo médio. Dica: despeje-o aos poucos;
  • Quando ele se tornar um caramelo, coloque a água e mexa até os “gomos” de açúcar derreterem;
  • Despeje o resto dos ingredientes na panela – gengibre, cachaça, laranja, maçã, limão, cravo e canela. Tome cuidado para mexer de maneira amena, sem amassar as frutas;
  • Coloque a tampa na panela e deixe a mistura cozinhando até ferver;
  • Desligue o fogo e sirva!

FONTE BHAZ

Hoje (05) tem o evento “Torresmo, cachaça e viola” em São Gonçalo

2023 começou com a retomada dos eventos de moda de viola. No dia 5 de fevereiro, na Fazenda Roça Grande (Geraldo Egg), em São Gonçalo, em Lafaiete, acontece a primeira edição do “Torresmo, cachaça e Viola. A festa inicia às 10:00 horas com barracas, comidas típicas, bebidas e shows com Fabrício Viola e Convidados. Haverá sorteio de mula entre os participantes. Agende e traga sua família”

Minas Gerais assume o terceiro lugar como maior exportador de cachaça no país

Programa “Cachaça Mineira Legal e de Qualidade” ajuda na ampliação de mercados

O aumento das exportações da cachaça produzida em Minas elevou o patamar do estado no ranking nacional. De janeiro a novembro de 2022, os embarques renderam ao estado US$ 2,069 milhões em divisas, alta de 135%. Com isso, Minas Gerais saltou da quinta para terceira posição, ficando atrás de São Paulo e Pernambuco.

No período, foram embarcados 378 mil litros, volume 86% superior ao registrado em igual intervalo de 2021. Os dados são do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac).

Assumindo a terceira colocação, o estado passou a responder por 11,2% do valor exportado pelo Brasil. No mesmo período de 2021, o volume direcionado ao mercado externo representou 4,4% do país e manteve o estado em quinto lugar, atrás de São Paulo, Pernambuco, Paraná e Rio de Janeiro.

No Brasil, mantendo-se a base comparativa com janeiro a novembro de 2021, os embarques da cachaça apresentaram crescimento de 54,74% em valor, que chegaram a US$ 18,47 milhões. Ao todo, foram 8,6 milhões de litros, ou 30,38% a mais.

“Cachaça Mineira Legal e de Qualidade”

Para manter a qualidade da bebida, considerando ampliação de mercados, melhora da produção e segurança sanitária, o Governo de Minas, por meio Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), autarquia vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), criou projeto “Cachaça Mineira Legal e de Qualidade”.

A iniciativa envolve toda a cadeia produtiva da cachaça para os próximos cinco anos. Dentre os objetivos específicos destacam-se ações educativas estratégicas em regiões do estado onde há elevado número de estabelecimentos clandestinos.

Desde 2020, o instituto executa operações de denúncia em conjunto com a Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (PCMG), verificando a falsificação do destilado pelo uso de álcool combustível.

A fiscalização no estabelecimento comercial ou no alambique busca garantir a oferta de bebidas no padrão da legislação de bebidas. Para isso, também são feitas análises para avaliação de conformidade dos parâmetros estabelecidos para que a cachaça seja comercializada dentro dos padrões oficiais de identidade e de qualidade.

A regularização melhora a estrutura da produção e incentiva o processo de aprimoramento contínuo, podendo ampliar vendas e conquistar novos mercados.

Artesanal

Minas Gerais é o maior produtor de cachaça artesanal do país. O processo tradicional de fabricação da bebida em alambique é declarado como patrimônio cultural pela lei estadual Nº 16.688, de 11 de janeiro de 2007.

Já são mais de 1,7 mil marcas registradas em Minas Gerais, cerca de mil a mais do que São Paulo, segundo lugar no ranking. Salinas, no Norte do estado, é considerado o município com mais estabelecimentos registrados, seguido de cidades como Alto Rio Doce, Córrego Fundo, Bonfim, Rio Espera, Divinésia, Lamim e Perdões.

FONTE AGÊNCIA MINAS

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