Imagem furtada do século 18 será devolvida a comunidade; das 13 peças roubadas 4 foram recuperadas

Congonhas está em festa junto a toda comunidade do distrito de Lobo Leite para receber de volta uma peça sacra, do século XVIII, que havia sido furtada da capela de Nossa Senhora da Soledade em 1996 e que será devolvida em breve. Trata-se da imagem de São Benedito, resgatada pela Coordenadoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico – CPPC – do Ministério Público de Minas Gerais – MPMG.

A imagem foi anunciada em um leilão. Ela chamou atenção de um especialista chamado Leandro Castro, que alertou a comunidade pelas redes sociais, entrou em contato com a Diretoria de Patrimônio Histórico, que prontamente acionou ao MPMG, que tem o sistema “Sondar” de identificação e recuperação de imagens sacras desaparecidas, bem como o IEPHA, por ser tombada pelo estado.

Os técnicos da CPPC notificaram a casa de leilão, que entregaram a imagem para perícia técnica. Logo que comprovada a semelhança da imagem do leilão com a foto da imagem desaparecida, entraram em contato com a Diretoria de Patrimônio Histórico de Congonhas que, imediatamente acionou moradores de Lobo Leite para realização de reconhecimento, na sede da CPPC em Belo Horizonte. Assim, a imagem foi identificada por integrantes da comunidade, teve seu resgate assegurado com recomendação para devolução do bem cultural ao templo de origem.

De acordo com nota do site do MPMG, a “denúncia da comunidade chegou ao MPMG, por meio do Sistema de Resgate de Bens Culturais Desaparecidos (Sondar), no dia 9 de abril”. A imagem estava com valor inicial de venda fixado em R$3.500,00 e receberia lances já no último dia 17 de abril. Foi aberto inquérito para investigar como a imagem chegou ao leilão.

A Prefeitura de Congonhas agradece a todos os envolvidos e definirá junto à Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja sobre a data de devolução da imagem.

Lobo Leite sofreu com dois grandes furtos de peças sacras, em 1981 e 1996. Das 13 imaginárias desaparecidas, incluindo a padroeira, Nossa Senhora da Soledade, 03 já haviam sido recuperadas, sendo o São Benedito a quarta. A Prefeitura reforça a parceria com a comunidade, MPMG e IEPHA em continuar a busca do acervo restante.

Por: Daniel Palazzi
Foto: Camila Soares – Divulgação MPMG

A favor e contra: distrito de mais de 300 anos discute impactos de empreendimento minerário

Segundo a empresa, mais de 300 pessoas participaram.

Em audiência pública foi discutida a implantação do Terminal Ferroviário de Bação (TFB), no distrito de São Gonçalo do Bação, em Itabirito (Região Central de Minas).

O encontro, que aconteceu noite de sexta (19/4), no Espaço Gamel, bairro Esperança, foi registrado em vídeo, postado no YouTube, e reuniu mais de 300 pessoas (de acordo com a empresa) – que inclui membros da comunidade, dos órgãos ambientais, além de representantes do TFB.

A empresa reiterou a importância da implantação da ferrovia para facilitar o transporte de cargas sólidas por meio de um sistema seguro, com alta eficiência energética e de menor impacto ambiental. “Isso vai fortalecer a economia local, gerando mais de 70 empregos formais diretos para São Gonçalo e 1.200 indiretos na área de influência indireta”, disse a diretora de relações internacionais do TFB, Daniela Faria.

Com cartazes, um grupo de manifestantes se colocou contra o empreendimento. A principal preocupação é ambiental. A poeira, que será formada, é uma das reclamações. Segundo eles, além dos prejuízos na qualidade de vida, no meio ambiente e no patrimônio histórico, essa poeira afastaria turistas.

O advogado da Associação Comunitária de São Gonçalo do Bação, Carlos Henrique, enfatizou que a entidade (que ele representa) não é contra o TFB em si, mas se coloca contrária à instalação no exato local em que está sendo proposto. Ele ressaltou que a empresa, inclusive, já foi multada pelo Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) por descaracterização do empreendimento, captação irregular de recursos hídricos e supressão vegetal.

Por outro lado, a diretora Daniela garatiu que o projeto contempla, por exemplo, um robusto sistema de drenagem que garantirá a devolução da água em condições adequadas ao meio ambiente. “O TFB também irá implementar uma cortina arbórea para a contenção de qualquer poeira que possa ser gerada”, afirmou.

Manifestação popular a favor do TFB, tendo como principal argumento a geração de emprego, também pôde ser vista na audiência. “O empreendimento é oportunidade que temos de ver nossos jovens trabalhando (…). Vocês estão tirando a liberdade dos nossos jovens de trabalhar”, disse o morador Márcio Ferreira da Silva, dirigindo as palavras aos que são contrários.

A favor e contra: audiência pública discute instalação do TFB em São Gonçalo do Bação, em Itabirito; VÍDEO
Público a favor (à esquerda) e contra (à direita) – Fotos: Sou Notícia

O processo de licenciamento ambiental do empreendimento está em análise pela Feam (Fundação Estadual do Meio Ambiente).

O TFB ressalta que é uma empresa de logística e não de mineração. O consultor ambiental do TFB, César Cruz, relatou a realização de diversos estudos ambientais elaborados com mais aprofundamento e amplitude do que o exigido pela legislação brasileira: o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), o Plano de Controle Ambiental (PCA), o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad), o Projeto de Intervenção Ambiental (PIA), o Programa de Comunicação Social (PCS) e o Programa de Educação Ambiental (PEA).

Ainda segundo o TFB, o local de instalação do empreendimento está a cerca de 1,5 km, em linha reta, do Centro de São Gonçalo do Bação. “A escolha do imóvel levou em conta fatores de segurança e redução de impactos ambientais, já que se trata de uma área antropizada há mais de 40 anos. Os diagnósticos prévios apontam que os ruídos gerados pelo TFB não chegarão ao distrito, pois a velocidade do trem será muito menor que a da Ferrovia do Aço. Os equipamentos também passarão por manutenção preventiva e não farão uso de sinalização com uso de ruídos, como buzinas e alarmes: isso será feito por câmeras”, informou.

Segundo a Bação Logística (responsável pelo TFB), a utilização do terminal permitirá diminuição do tráfego de carretas na BR-040 e no Anel Rodoviário de BH, e acarretará a redução de emissão de cerca de 14 mil toneladas/ano de CO₂.

De acordo com o consultor Germano Vieira, “em um mundo onde a sustentabilidade é cada vez mais exigida, a instalação do Terminal Ferroviário de Bação vai eliminar 11 mil quilômetros anuais percorridos por caminhões. Isso equivale à diminuição de 500 carretas por dia e de 164 mil caminhões por ano num percurso de 67 km na BR-040 e no Anel Rodoviário. Devemos lembrar que o modal ferroviário é um transporte mais seguro, eficaz, sustentável, de forma que toda a população mineira sai ganhando”.

 

FONTE RADAR GERAL

Estrada que liga Engenheiro Corrêa, distrito de Ouro Preto, à Itabirito será pavimentada com recursos da Vale

Acordo com a Prefeitura de Ouro Preto atende à solicitação da comunidade por mais segurança na via

A Vale e a Prefeitura de Ouro Preto assinaram, nesta sexta-feira (23/2), termo de doação para pavimentação de trecho da estrada MG-030, que liga o distrito de Engenheiro Corrêa, em Ouro Preto, ao distrito de São Gonçalo do Bação, em Itabirito. A pavimentação atende à solicitação da comunidade e contribui para melhorar a qualidade de vida e a segurança dos moradores durante o deslocamento na via.

A Vale fará a doação voluntária de R$ 9 milhões para asfaltamento da estrada de Engenheiro Corrêa de cerca de cinco quilômetros na MG-030. As obras serão executadas pela Prefeitura de Ouro Preto e os recursos serão liberados pela empresa em parcelas, conforme o cumprimento das atividades previstas no cronograma de obras apresentado pelo poder público municipal.

Cerimônia de assinatura do acordo para pavimentação de trecho da estrada MG-030 em Engenheiro Corrêa, distrito de Ouro Preto

“É uma satisfação muito grande participar dessa ação que irá apoiar no desenvolvimento da comunidade, viabilizando um acesso mais seguro e rápido entre os distritos de Ouro Preto e Itabirito. Queremos ser um bom vizinho e apoiar iniciativas que transformem o amanhã de todos”, destacou Rodrigo Campos, diretor do Programa de Descaracterização da Vale. O distrito de Engenheiro Corrêa está situado a 38 km de Ouro Preto e o distrito de São Gonçalo do Bação está localizado a 16 km da cidade de Itabirito.

Durante a assinatura do acordo, também foi entregue a obra de pintura da Igreja de Nossa Senhora da Conceição do distrito de Engenheiro Corrêa, com recursos da Vale.

Bacalhau será o ingrediente no IIº 2º Festival Gastronômico Sabores no charmoso distrito da Estrada Real; conheça a lenda da Vila Colonial

Que tal apreciar um prato de “Arroz de Costelinha Desfiada”, ou “Canapé da Roça” ou mesmo degustar uma “Costelinha com Angu Cremoso”? Estes são 3 dos 11 pratos típicos que estarão à mesa no IIº 2º Festival Gastronômico Sabores em Bacalhau. O evento de experiência culinária acontece entre 9 e 10 de setembro sob as bençãos do Bom Jesus do Bacalhau, no distrito charmoso e aconchegante de Piranga (MG).
A localidade com mais de 200 anos de história reúne lendas e uma rica gastronomia, tendo o bacalhau como principal ingrediente dos pratos. O preço é único ao valor de R$15,00. Também serão comercializados diversos drinks preparados por Elisângela Dias.

A lenda do Bacalhau

A cidade de Piranga está localizada a 170 km de Belo Horizonte. É composta por dois distritos: Santo Antônio do Pirapetinga e Pinheiros Altos. Localizado a 12 km da cidade, o distrito de Santo Antônio do Pirapetinga, mais conhecido como Bacalhau, fica na parte mais alta do município, cercado por inúmeras montanhas da Zona da Mata.
Para os apreciadores de roteiros religiosos, Bacalhau é uma parada obrigatória. O distrito contempla inúmeras igrejas datadas do século XVII e XVIII, entre elas o Santuário do Senhor do Bom Jesus de Matozinhos. Tombado pelo IPHAN em 1996, o Santuário é composto pela igreja e por casas baixas, destinadas a abrigar os romeiros na época das festas. Todo espaço segue a tradição arquitetônica portuguesa das capelas de peregrinação devotadas ao santo.

Curiosidade

Segundo uma lenda local, a capela foi construída após a descoberta da imagem do Senhor Morto, no sítio onde hoje se localiza a igreja. Por diversas vezes a população tentou guardá-la em outras igrejas da região, mas a imagem sempre voltava ao lugar em que apareceu pela primeira vez. Independente da lenda, o passeio é imperdível!

Bacalhau será o ingrediente no IIº 2º Festival Gastronômico Sabores no charmoso distrito da Estrada Real; conheça a lenda da Vila Colonial

Que tal apreciar um prato de “Arroz de Costelinha Desfiada”, ou “Canapé da Roça” ou mesmo degustar uma “Costelinha com Angu Cremoso”? Estes são 3 dos 11 pratos típicos que estarão à mesa no IIº 2º Festival Gastronômico Sabores em Bacalhau. O evento de experiência culinária acontece entre 9 e 10 de setembro sob as bençãos do Bom Jesus do Bacalhau, no distrito charmoso e aconchegante de Piranga (MG).
A localidade com mais de 200 anos de história reúne lendas e uma rica gastronomia, tendo o bacalhau como principal ingrediente dos pratos. O preço é único ao valor de R$15,00. Também serão comercializados diversos drinks preparados por Elisângela Dias.

A lenda do Bacalhau

A cidade de Piranga está localizada a 170 km de Belo Horizonte. É composta por dois distritos: Santo Antônio do Pirapetinga e Pinheiros Altos. Localizado a 12 km da cidade, o distrito de Santo Antônio do Pirapetinga, mais conhecido como Bacalhau, fica na parte mais alta do município, cercado por inúmeras montanhas da Zona da Mata.
Para os apreciadores de roteiros religiosos, Bacalhau é uma parada obrigatória. O distrito contempla inúmeras igrejas datadas do século XVII e XVIII, entre elas o Santuário do Senhor do Bom Jesus de Matozinhos. Tombado pelo IPHAN em 1996, o Santuário é composto pela igreja e por casas baixas, destinadas a abrigar os romeiros na época das festas. Todo espaço segue a tradição arquitetônica portuguesa das capelas de peregrinação devotadas ao santo.

Curiosidade

Segundo uma lenda local, a capela foi construída após a descoberta da imagem do Senhor Morto, no sítio onde hoje se localiza a igreja. Por diversas vezes a população tentou guardá-la em outras igrejas da região, mas a imagem sempre voltava ao lugar em que apareceu pela primeira vez. Independente da lenda, o passeio é imperdível!

Distrito de Ouro Preto vira vila viking por um fim de semana

Conhecida pela exportação de pedra sabão, Santa Rita de Ouro Preto recebeu pessoas do Brasil inteiro para uma feira medieval que durou três dias

Minas Gerais é repleta de montanhas e belezas naturais invejáveis. Existem lugares, inclusive, em que é possível imaginar cenas de filme só de bater o olho. Essa fantasia é levada a sério em Santa Rita, distrito de Ouro Preto. O coletivo “Prosa Cortante” recebe anualmente pessoas do Brasil inteiro para um final de semana medieval, repleto de machados, lutas, comida, bebida, roupas a caráter e rituais vikings.

Cerca de 5 mil pessoas passaram pela vila viking instalada em Ouro Preto(foto: Foto: Rômulo Giacomin)

Do dia 7 a 9 de julho, Santa Rita se tornou uma vila viking, com pessoas de vários lugares do mundo. O evento já acontece há sete anos e a iniciativa, que começou em um ateliê com 15 pessoas que se reúnem desde 2014, cresce a cada ano.

Marco Antônio Amato, mais conhecido como Marquito, é o idealizador e organizador do evento medieval de Ouro Preto. Carioca, ele conta que era assessor de imprensa no Rio de Janeiro, quando “chutou o balde” e veio para Minas Gerais, que diz amar. São 15 anos morando em Santa Rita. No seu ateliê, ele treina pessoas para forjaria. Segundo ele, esta é uma arte que vem se perdendo.

“Daí que nasceu o Prosa Cortante, uma forma de troca de informação entre os ferreiros e cuteleiros”.

Segundo ele, a ideia da feira medieval surgiu após uma viagem a Toledo, na Espanha, principal polo de forjaria no mundo. No local, percebeu que era possível fazer igual em Minas Gerais. Neste fim de semana, aconteceu a quinta edição do evento.

“O Prosa Cortante começou no meu ateliê, lá no Centro. Primeiro ano umas 15 pessoas, depois umas 50. O segundo encontro foi quando teve o acidente de Mariana. Depois foi crescendo. Nessa, a gente foi para Toledo, na Espanha, vimos uma feira medieval e pensamos ‘vamos botar essa estética lá, que é tudo ao mesmo tempo que você vê aqui agora’. Essa é a ideia, só artesãos. E aí que nasceu o Medieval Ouro Preto.”

A forjaria remonta até a era pré-medieval. Desde os fenícios, romanos. É uma curtição para quem gosta da estética medieval, começa no século V, com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, e termina no século XV, com a tomada de Constantinopla pelo Império Otomano, em 1453.

“A gente se comunica no Brasil inteiro, porque forjarias mesmo, são poucas. Então a gente vai trocando figurinhas, trocando informações. A gente não retém o conhecimento. Assim algumas pessoas foram pedindo para participar da feira, o que é um prazer. Temos forjadores que vieram de São Paulo, Curitiba, de todo canto. Tem até um tatuador de Pernambuco. Não é ferreiro, mas se encantou com a questão do artesão, de fazer manualmente”.

Marquito e sua esposa trajados a caráter na feira medieval de Ouro Preto(foto: Foto: Rômulo Giacomin)

Marquito destacou ainda o potencial turístico da festa, que “vende” Santa Rita de Ouro Preto para o Brasil. Segundo ele, em 2022, cinco mil pessoas estiveram na feira. Para 2023, a estimativa era de um público 30% maior.

“A ideia é trazer o turista para conhecer aqui e Ouro Preto, que tem um charme todo especial. Aproximando o pessoal daqui por conta de uma festa lúdica, acaba que o pessoal conhece Ouro Preto, passeia e vai vendo as atrações que tem”.

O que chama a atenção é que mesmo com o grande sucesso da feira, somente três pessoas tomam frente na organização: Marquito, sua esposa e seu sócio, Domingos.

“A gente tem algumas dificuldades, mas o pessoal gosta e a gente consegue juntar todo mundo, que é apaixonado pelo negócio”.

Combate medieval

O evento contou com combates amistosos de luta medieval. O combate consiste em tipos de batalha. O famoso 1×1, onde dois duelistas se enfrentam, sem nenhuma interferência. Ou também, lutas de grupos em 16×16, 21×21 ou também pequenos exércitos se enfrentando. A maior batalha já vista nessa modalidade de esporte, no Brasil, foi de 150×150.

A meta do Combate Medieval depende do modo de batalha. No duelo, a meta é a pontuação, sendo que apenas “golpes limpos” são contabilizados. Portanto, apenas encostar a arma no rival não conta, tem que ser um golpe que realmente atinja o adversário. Já no duelo, o objetivo é simplesmente derrubar os rivais.

Em Outro Preto, Cecílio Moreira da Cunha Filho, de Barbacena, se encantou pela história, pelos filmes medievais e cavaleiros. Com isso, começou a fazer armadura de cota de malha em 2011 por diversão. Nisso, conheceu o HMB, ou combate medieval histórico, que chegou ao Brasil em 2017, e se apaixonou.

Cecílio Moreira com sua armadura(foto: Foto: Rômulo Giacomin)

Cecílio conta que começou fazendo sua própria armadura, por não ter condições de comprar uma, e quando se deu conta estava fazendo as vestes para o Brasil inteiro.

“Eu larguei meu emprego e vivo disso até hoje. Eu faço armaduras medievais para o esporte e sou um dos atletas mais veteranos no país”, falou.

De acordo com Cecílio, sua armadura pesa aproximadamente 25 quilos e é inspirada num modelo utilizado na Alemanha, em 1368. Ele explicou, ainda, que existem várias categorias dentro do esporte — duelos, MMA, combate em grupo — e que as armas utilizadas são reais.

“O combate medieval histórico consiste em vestir uma armadura medieval real, não são armaduras inventadas, não são feitas da nossa cabeça, não são fantasia. Tem uma prova arqueológica mostrando que era feito desse jeito, com esses mesmos materiais. É aço, tecido, couro, tudo real, tem regras de segurança, existe uma federação brasileira desse esporte, da qual eu sou filiado, e hoje somos mais de 80 atletas no Brasil”.

Cecílio já viajou para mais de 15 cidades para lutar e dar palestras em escolas e faculdades. Na feira medieval de Santa Rita de Ouro Preto, as lutas que estavam acontecendo eram amistosas, mas ele ressaltou que em campeonatos os combates são sérios e os nocautes não são incomuns.

“Cada modalidade tem uma contagem de pontos diferentes. São quatro juízes e cada round tem, aproximadamente, 1:30 minuto. Contam os pontos e quem fizer mais pontos ganha”.

Duelo Medieval de 1×1 em Santa Rita de Ouro Preto(foto: Foto: Rômulo Giacomin)

Tatuagem Handpoke

A feira medieval de Ouro Preto também contou com um tatuador vindo de São Paulo que tatua há cinco anos, sendo dois deles com a técnica nórdica chamada Handpoke. Trata-se de um tipo de tatuagem usada no Egito e na Escandinávia que não utiliza máquina e é feita à mão. Breno Monteiro Pereira, conhecido como Hafr, pega o lado dos vikings e cria uma arte tradicional da época, inspirado em achados arqueológicos, principalmente nas inscrições rúnicas. Tudo pautado na história, com bastante estudo da cultura para fazer a arte da forma mais tradicional possível.

Hafr conta que a tatuagem handpoke pode demorar de 20 a 30 minutos  em caso de um desenho pequeno e de 40 minutos a uma hora uma arte grande. E o tatuador não faz decalque, a tattoo é feita diretamente à mão. A técnica nasceu milhares de anos antes de Cristo. Existem alguns achados arqueológicos disso, mas o mais famoso é a múmia Ötzi, que foi encontrada há 3.500 anos com mais de 55 marcas de tatuagem handpoke pelo corpo.

“Eu seguro a agulha direto com a mão e faço ponto por ponto à mão na pele. O bom dessa técnica é que ela é muito menos agressiva para a pele, então dói menos. Demora um pouco mais, porque é um trabalho mais devagar, mas fica um trabalho que dura tanto quanto uma tatuagem atual. A máquina de tatuagem vai furar cerca de 60 ou 70 vezes por segundo, a minha mão vai ser três ou quatro, por isso dói menos. E, como eu estou com a mão, eu tenho a sensibilidade da espessura da pele e da região que eu vou tatuar para saber se eu peso mais ou menos a mão.”

Hafr tatuando a mão na técnica handpoke(foto: Foto: Rômulo Giacomin)

Casamento Medieval

Na edição do ano passado, houve até um casamento no Ouro Preto Medieval. O ouro-pretano Rômulo de Paula, músico e cervejeiro, apaixonado pela cultura nórdica, se casou no evento em 2022. 

Rômulo conta que aconteceu uma pequena festa em uma taverna com os expositores e, por coincidência, ele e sua esposa se encontraram com um artesão que possui conhecimento dos ritos nórdicos e, de forma espontânea, foi comprar uma aliança e acabou se casando no evento.

“Fomos comprar algumas coisas com ele, nos interessamos pelas alianças e eu brinquei com ele ‘você vai me casar’, ele respondeu que tinha tudo para fazer um casamento. Nós registramos o casamento em vídeo. Ficou meio marcado, todo mundo comenta ‘teve até casamento aqui’. E hoje terá renovação de votos. O casamento nórico é algo muito pautado no trabalho manual, então envolve muito a ideia de unir-se com a pessoa para construir algo.”

Cervejeiro, Rômulo também vende sua cerveja Conde de Bobadela no Ouro Preto Medieval. Para o evento, ele cria uma garrafa específica com rótulo do evento com uma arte diferente todos os anos. 

“É uma cerveja que é feita 50 litros por ano somente. Ela demora seis meses para ficar pronta, curtida em carvalho francês. Então, é uma cerveja bem especial e bem boa para o frio, porque ela tem 11% de álcool, bem quente, para tomar devagar”, contou Rômulo.

Formado em violão pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Rômulo tem uma banda chamada O Canto de Yotun, que possui um repertório que varia entre períodos históricos e de fantasia de jogos, séries e filmes. Os instrumentos são: violoncelo, violino, violão de 12 e 6 cordas, bandolim, Jouhikko (instrumento scandinavo), flauta irlandesa, vozes e percussão. “O nosso primeiro show foi no evento, no ano passado, e foi incrível”, falou.

Cutelaria

Várias barracas da feira viking contava com facas e espadas. Uma família de Juiz de Fora participa de todas as edições do evento em Ouro Preto. O pai, Oswaldo Sixel, expôs algumas armas de guerra da época viking, do século VIII ao XI. O trabalho é fruto de uma pesquisa. Em 2020, ele foi convidado para expor seu trabalho em um livro, que foi publicado em 2021. A partir do estudo, criou uma Sax tipo 3, de aço mola e o cabo em chifre de cervo que comprou de fazendas de caça da Argentina.

O mais interessante nisso tudo é que seu filho, Diego Sixel, de apenas nove anos, já é apaixonado pela cutelaria e ajuda o seu pai na oficina.

“Ele está me acompanhando e faz faca também. No ano passado, ele me ajudou a fazer uma, acompanhando o processo. Já mexe na lixadeira e tem a faca dele também. Ele chegou na oficina um dia, perguntou se tinha papel e caneta, dei um lápis para ele e desenhou modelos de faca. Eu peguei um pedaço pequeno de aço que já estava pronto, fiz o contorno do aço e falei para ele fazer os modelos dentro. Ele fez três, escolhemos qual ele gostou mais e fizemos juntos”, contou Oswaldo.

Diego disse que mexe em lixadeira, furadeira, parafusadeira, martelo e forja na oficina. “É um pouco difícil de fazer, mas quando se entende fica fácil. Quando você forja o aço e bate nele, o aço fica quente e mole, aí você pode bater nele com o martelo e ir moldando”.

Oswaldo e seu filho, Diego, na feira medieval de Ouro Preto(foto: Foto: Rômulo Giacomin)

Hidromel

A primeira bebida do mundo também estava presente na festa medieval em Ouro Preto. Nascido em Córdoba, na Argentina, e morador de Santo Antônio do Leite há 16 anos, Leandro Leonel Constantino é apicultor, mestre cervejeiro e artesão. Ele produz própolis e gosta de ser autossustentável. Além disso, expôs o famoso hidromel.

O hidromel é feito basicamente de água, mel e fermento. São 18 dias de fermentação durante seis meses ou um ano. A bebida possui um teor alcoólico que varia entre 7% e 15%, mas a que ele faz é entre 9% e 10%.

Leandro se identifica muito com a cultura medieval, mais especificamente com os Bárbaros, que habitavam o norte da Europa em uma região conhecida como Germânia. Os germânicos eram formados por vários povos que, a partir do século III d.C, migraram e invadiram as terras do Império Romano do Ocidente.

“Me sinto um bárbaro, que era mal falado pelas pessoas. Mas eles não foram ruins. Era uma comunidade que vivia sua vida e chegou um cara imperialista que quis mudar tudo aquilo. Acho isso ruim”, disse Leonardo.

Com tanto tempo morando em Minas Gerais, o cervejeiro conta que já se sente mineiro de coração. “Eu sempre fui artesão. Conheço um pouco da América Latina, o meu país todo, Chile e o Brasil me chamava muito a atenção. Tinha medo do idioma, mas eu vim e no meio do caminho eu encontrei a minha companheira, que me trouxe aqui para Minas. Amo o Brasil. É uma cultura maravilhosa, cheia diversidade e troca de ideias.”

Leonardo e seu hidromel na vila medieval de Ouro Preto(foto: Foto: Rômulo Giacomin)

Recriação histórica

O casal Marcelo Mendes Casariego e Roberta Batista, do Rio de Janeiro, expôs um trabalho de recriação histórica em que pegam achados da era viking que estão expostos nos museus de Oslo e da Noruega e fazem a reprodução mais fiel possível em cima desses achados. 

Em Ouro Preto, os artesãos tinham as tradicionais canecas e outros objetos no tom mais natural possível da madeira. Seus produtos já foram para exposições na França, Inglaterra, Nova York e Portugal.

“Começou como hobbie. Tem um grupo de reprodução histórica da era viking que a gente já praticava e estudava achados arqueológicos e reproduzia. O Marcelo começou a gostar de trabalhar com madeira e a partir daí virou negócio”, contou Roberta.

Marcelo e Roberta mostrando seu artesanato inspirado nas obras medievais(foto: Foto: Rômulo Giacomin)

Um TCC que virou moda

Adriane Cristina saiu de Curitiba, sua terra natal, para expor seu trabalho na feira medieval de Ouro Preto. Formada em design e moda, com pós-graduação em Modelagem e moulage, ela criou uma marca de roupa medieval a partir de seu trabalho de conclusão de curso. Seu TCC foi roupas com inspirações medievais para eventos temáticas. Após se formar, colocou a ideia no papel.

“Eu não faço medieval histórico e sim inspirações medievais, porque o objetivo da marca é que algumas peças possam ser utilizadas no dia a dia. Então, a pessoa não vai gastar dinheiro numa peça apenas para ir num evento. Algumas peças, ela pode utilizar no dia a dia também”, contou Adriane.

Adriane e suas dezenas de peças de roupa no evento medieval em Ouro Preto(foto: Rômulo Giacomin)

Adriane dava aula na mesma instituição que se formou, UniSenai, mas saiu há duas semanas e agora vai se dedicar 100% à sua empresa. “Eu costuro há 22 anos. Já tive empresas de uniforme para empresa. Só mudei o foco”, disse.

Já é a segunda vez que a costureira vai à Santa Rita de Ouro Preto expor seu trabalho. Adriane foi para o distrito na edição passada junto de sua família e aproveitou para fazer um turismo por Minas Gerais.

“Fomos para Ouro Preto, Tiradentes, Resende Costa, Itatiaia e neste ano veio apenas eu e minha irmã, mas pretendemos fazer a mesma coisa. Minas é encantador”, contou.

FONTE ESTADO DE MINAS

Distrito de Ouro Preto vira vila viking por um fim de semana

Conhecida pela exportação de pedra sabão, Santa Rita de Ouro Preto recebeu pessoas do Brasil inteiro para uma feira medieval que durou três dias

Minas Gerais é repleta de montanhas e belezas naturais invejáveis. Existem lugares, inclusive, em que é possível imaginar cenas de filme só de bater o olho. Essa fantasia é levada a sério em Santa Rita, distrito de Ouro Preto. O coletivo “Prosa Cortante” recebe anualmente pessoas do Brasil inteiro para um final de semana medieval, repleto de machados, lutas, comida, bebida, roupas a caráter e rituais vikings.

Cerca de 5 mil pessoas passaram pela vila viking instalada em Ouro Preto(foto: Foto: Rômulo Giacomin)

Do dia 7 a 9 de julho, Santa Rita se tornou uma vila viking, com pessoas de vários lugares do mundo. O evento já acontece há sete anos e a iniciativa, que começou em um ateliê com 15 pessoas que se reúnem desde 2014, cresce a cada ano.

Marco Antônio Amato, mais conhecido como Marquito, é o idealizador e organizador do evento medieval de Ouro Preto. Carioca, ele conta que era assessor de imprensa no Rio de Janeiro, quando “chutou o balde” e veio para Minas Gerais, que diz amar. São 15 anos morando em Santa Rita. No seu ateliê, ele treina pessoas para forjaria. Segundo ele, esta é uma arte que vem se perdendo.

“Daí que nasceu o Prosa Cortante, uma forma de troca de informação entre os ferreiros e cuteleiros”.

Segundo ele, a ideia da feira medieval surgiu após uma viagem a Toledo, na Espanha, principal polo de forjaria no mundo. No local, percebeu que era possível fazer igual em Minas Gerais. Neste fim de semana, aconteceu a quinta edição do evento.

“O Prosa Cortante começou no meu ateliê, lá no Centro. Primeiro ano umas 15 pessoas, depois umas 50. O segundo encontro foi quando teve o acidente de Mariana. Depois foi crescendo. Nessa, a gente foi para Toledo, na Espanha, vimos uma feira medieval e pensamos ‘vamos botar essa estética lá, que é tudo ao mesmo tempo que você vê aqui agora’. Essa é a ideia, só artesãos. E aí que nasceu o Medieval Ouro Preto.”

A forjaria remonta até a era pré-medieval. Desde os fenícios, romanos. É uma curtição para quem gosta da estética medieval, começa no século V, com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, e termina no século XV, com a tomada de Constantinopla pelo Império Otomano, em 1453.

“A gente se comunica no Brasil inteiro, porque forjarias mesmo, são poucas. Então a gente vai trocando figurinhas, trocando informações. A gente não retém o conhecimento. Assim algumas pessoas foram pedindo para participar da feira, o que é um prazer. Temos forjadores que vieram de São Paulo, Curitiba, de todo canto. Tem até um tatuador de Pernambuco. Não é ferreiro, mas se encantou com a questão do artesão, de fazer manualmente”.

Marquito e sua esposa trajados a caráter na feira medieval de Ouro Preto(foto: Foto: Rômulo Giacomin)

Marquito destacou ainda o potencial turístico da festa, que “vende” Santa Rita de Ouro Preto para o Brasil. Segundo ele, em 2022, cinco mil pessoas estiveram na feira. Para 2023, a estimativa era de um público 30% maior.

“A ideia é trazer o turista para conhecer aqui e Ouro Preto, que tem um charme todo especial. Aproximando o pessoal daqui por conta de uma festa lúdica, acaba que o pessoal conhece Ouro Preto, passeia e vai vendo as atrações que tem”.

O que chama a atenção é que mesmo com o grande sucesso da feira, somente três pessoas tomam frente na organização: Marquito, sua esposa e seu sócio, Domingos.

“A gente tem algumas dificuldades, mas o pessoal gosta e a gente consegue juntar todo mundo, que é apaixonado pelo negócio”.

Combate medieval

O evento contou com combates amistosos de luta medieval. O combate consiste em tipos de batalha. O famoso 1×1, onde dois duelistas se enfrentam, sem nenhuma interferência. Ou também, lutas de grupos em 16×16, 21×21 ou também pequenos exércitos se enfrentando. A maior batalha já vista nessa modalidade de esporte, no Brasil, foi de 150×150.

A meta do Combate Medieval depende do modo de batalha. No duelo, a meta é a pontuação, sendo que apenas “golpes limpos” são contabilizados. Portanto, apenas encostar a arma no rival não conta, tem que ser um golpe que realmente atinja o adversário. Já no duelo, o objetivo é simplesmente derrubar os rivais.

Em Outro Preto, Cecílio Moreira da Cunha Filho, de Barbacena, se encantou pela história, pelos filmes medievais e cavaleiros. Com isso, começou a fazer armadura de cota de malha em 2011 por diversão. Nisso, conheceu o HMB, ou combate medieval histórico, que chegou ao Brasil em 2017, e se apaixonou.

Cecílio Moreira com sua armadura(foto: Foto: Rômulo Giacomin)

Cecílio conta que começou fazendo sua própria armadura, por não ter condições de comprar uma, e quando se deu conta estava fazendo as vestes para o Brasil inteiro.

“Eu larguei meu emprego e vivo disso até hoje. Eu faço armaduras medievais para o esporte e sou um dos atletas mais veteranos no país”, falou.

De acordo com Cecílio, sua armadura pesa aproximadamente 25 quilos e é inspirada num modelo utilizado na Alemanha, em 1368. Ele explicou, ainda, que existem várias categorias dentro do esporte — duelos, MMA, combate em grupo — e que as armas utilizadas são reais.

“O combate medieval histórico consiste em vestir uma armadura medieval real, não são armaduras inventadas, não são feitas da nossa cabeça, não são fantasia. Tem uma prova arqueológica mostrando que era feito desse jeito, com esses mesmos materiais. É aço, tecido, couro, tudo real, tem regras de segurança, existe uma federação brasileira desse esporte, da qual eu sou filiado, e hoje somos mais de 80 atletas no Brasil”.

Cecílio já viajou para mais de 15 cidades para lutar e dar palestras em escolas e faculdades. Na feira medieval de Santa Rita de Ouro Preto, as lutas que estavam acontecendo eram amistosas, mas ele ressaltou que em campeonatos os combates são sérios e os nocautes não são incomuns.

“Cada modalidade tem uma contagem de pontos diferentes. São quatro juízes e cada round tem, aproximadamente, 1:30 minuto. Contam os pontos e quem fizer mais pontos ganha”.

Duelo Medieval de 1×1 em Santa Rita de Ouro Preto(foto: Foto: Rômulo Giacomin)

Tatuagem Handpoke

A feira medieval de Ouro Preto também contou com um tatuador vindo de São Paulo que tatua há cinco anos, sendo dois deles com a técnica nórdica chamada Handpoke. Trata-se de um tipo de tatuagem usada no Egito e na Escandinávia que não utiliza máquina e é feita à mão. Breno Monteiro Pereira, conhecido como Hafr, pega o lado dos vikings e cria uma arte tradicional da época, inspirado em achados arqueológicos, principalmente nas inscrições rúnicas. Tudo pautado na história, com bastante estudo da cultura para fazer a arte da forma mais tradicional possível.

Hafr conta que a tatuagem handpoke pode demorar de 20 a 30 minutos  em caso de um desenho pequeno e de 40 minutos a uma hora uma arte grande. E o tatuador não faz decalque, a tattoo é feita diretamente à mão. A técnica nasceu milhares de anos antes de Cristo. Existem alguns achados arqueológicos disso, mas o mais famoso é a múmia Ötzi, que foi encontrada há 3.500 anos com mais de 55 marcas de tatuagem handpoke pelo corpo.

“Eu seguro a agulha direto com a mão e faço ponto por ponto à mão na pele. O bom dessa técnica é que ela é muito menos agressiva para a pele, então dói menos. Demora um pouco mais, porque é um trabalho mais devagar, mas fica um trabalho que dura tanto quanto uma tatuagem atual. A máquina de tatuagem vai furar cerca de 60 ou 70 vezes por segundo, a minha mão vai ser três ou quatro, por isso dói menos. E, como eu estou com a mão, eu tenho a sensibilidade da espessura da pele e da região que eu vou tatuar para saber se eu peso mais ou menos a mão.”

Hafr tatuando a mão na técnica handpoke(foto: Foto: Rômulo Giacomin)

Casamento Medieval

Na edição do ano passado, houve até um casamento no Ouro Preto Medieval. O ouro-pretano Rômulo de Paula, músico e cervejeiro, apaixonado pela cultura nórdica, se casou no evento em 2022. 

Rômulo conta que aconteceu uma pequena festa em uma taverna com os expositores e, por coincidência, ele e sua esposa se encontraram com um artesão que possui conhecimento dos ritos nórdicos e, de forma espontânea, foi comprar uma aliança e acabou se casando no evento.

“Fomos comprar algumas coisas com ele, nos interessamos pelas alianças e eu brinquei com ele ‘você vai me casar’, ele respondeu que tinha tudo para fazer um casamento. Nós registramos o casamento em vídeo. Ficou meio marcado, todo mundo comenta ‘teve até casamento aqui’. E hoje terá renovação de votos. O casamento nórico é algo muito pautado no trabalho manual, então envolve muito a ideia de unir-se com a pessoa para construir algo.”

Cervejeiro, Rômulo também vende sua cerveja Conde de Bobadela no Ouro Preto Medieval. Para o evento, ele cria uma garrafa específica com rótulo do evento com uma arte diferente todos os anos. 

“É uma cerveja que é feita 50 litros por ano somente. Ela demora seis meses para ficar pronta, curtida em carvalho francês. Então, é uma cerveja bem especial e bem boa para o frio, porque ela tem 11% de álcool, bem quente, para tomar devagar”, contou Rômulo.

Formado em violão pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Rômulo tem uma banda chamada O Canto de Yotun, que possui um repertório que varia entre períodos históricos e de fantasia de jogos, séries e filmes. Os instrumentos são: violoncelo, violino, violão de 12 e 6 cordas, bandolim, Jouhikko (instrumento scandinavo), flauta irlandesa, vozes e percussão. “O nosso primeiro show foi no evento, no ano passado, e foi incrível”, falou.

Cutelaria

Várias barracas da feira viking contava com facas e espadas. Uma família de Juiz de Fora participa de todas as edições do evento em Ouro Preto. O pai, Oswaldo Sixel, expôs algumas armas de guerra da época viking, do século VIII ao XI. O trabalho é fruto de uma pesquisa. Em 2020, ele foi convidado para expor seu trabalho em um livro, que foi publicado em 2021. A partir do estudo, criou uma Sax tipo 3, de aço mola e o cabo em chifre de cervo que comprou de fazendas de caça da Argentina.

O mais interessante nisso tudo é que seu filho, Diego Sixel, de apenas nove anos, já é apaixonado pela cutelaria e ajuda o seu pai na oficina.

“Ele está me acompanhando e faz faca também. No ano passado, ele me ajudou a fazer uma, acompanhando o processo. Já mexe na lixadeira e tem a faca dele também. Ele chegou na oficina um dia, perguntou se tinha papel e caneta, dei um lápis para ele e desenhou modelos de faca. Eu peguei um pedaço pequeno de aço que já estava pronto, fiz o contorno do aço e falei para ele fazer os modelos dentro. Ele fez três, escolhemos qual ele gostou mais e fizemos juntos”, contou Oswaldo.

Diego disse que mexe em lixadeira, furadeira, parafusadeira, martelo e forja na oficina. “É um pouco difícil de fazer, mas quando se entende fica fácil. Quando você forja o aço e bate nele, o aço fica quente e mole, aí você pode bater nele com o martelo e ir moldando”.

Oswaldo e seu filho, Diego, na feira medieval de Ouro Preto(foto: Foto: Rômulo Giacomin)

Hidromel

A primeira bebida do mundo também estava presente na festa medieval em Ouro Preto. Nascido em Córdoba, na Argentina, e morador de Santo Antônio do Leite há 16 anos, Leandro Leonel Constantino é apicultor, mestre cervejeiro e artesão. Ele produz própolis e gosta de ser autossustentável. Além disso, expôs o famoso hidromel.

O hidromel é feito basicamente de água, mel e fermento. São 18 dias de fermentação durante seis meses ou um ano. A bebida possui um teor alcoólico que varia entre 7% e 15%, mas a que ele faz é entre 9% e 10%.

Leandro se identifica muito com a cultura medieval, mais especificamente com os Bárbaros, que habitavam o norte da Europa em uma região conhecida como Germânia. Os germânicos eram formados por vários povos que, a partir do século III d.C, migraram e invadiram as terras do Império Romano do Ocidente.

“Me sinto um bárbaro, que era mal falado pelas pessoas. Mas eles não foram ruins. Era uma comunidade que vivia sua vida e chegou um cara imperialista que quis mudar tudo aquilo. Acho isso ruim”, disse Leonardo.

Com tanto tempo morando em Minas Gerais, o cervejeiro conta que já se sente mineiro de coração. “Eu sempre fui artesão. Conheço um pouco da América Latina, o meu país todo, Chile e o Brasil me chamava muito a atenção. Tinha medo do idioma, mas eu vim e no meio do caminho eu encontrei a minha companheira, que me trouxe aqui para Minas. Amo o Brasil. É uma cultura maravilhosa, cheia diversidade e troca de ideias.”

Leonardo e seu hidromel na vila medieval de Ouro Preto(foto: Foto: Rômulo Giacomin)

Recriação histórica

O casal Marcelo Mendes Casariego e Roberta Batista, do Rio de Janeiro, expôs um trabalho de recriação histórica em que pegam achados da era viking que estão expostos nos museus de Oslo e da Noruega e fazem a reprodução mais fiel possível em cima desses achados. 

Em Ouro Preto, os artesãos tinham as tradicionais canecas e outros objetos no tom mais natural possível da madeira. Seus produtos já foram para exposições na França, Inglaterra, Nova York e Portugal.

“Começou como hobbie. Tem um grupo de reprodução histórica da era viking que a gente já praticava e estudava achados arqueológicos e reproduzia. O Marcelo começou a gostar de trabalhar com madeira e a partir daí virou negócio”, contou Roberta.

Marcelo e Roberta mostrando seu artesanato inspirado nas obras medievais(foto: Foto: Rômulo Giacomin)

Um TCC que virou moda

Adriane Cristina saiu de Curitiba, sua terra natal, para expor seu trabalho na feira medieval de Ouro Preto. Formada em design e moda, com pós-graduação em Modelagem e moulage, ela criou uma marca de roupa medieval a partir de seu trabalho de conclusão de curso. Seu TCC foi roupas com inspirações medievais para eventos temáticas. Após se formar, colocou a ideia no papel.

“Eu não faço medieval histórico e sim inspirações medievais, porque o objetivo da marca é que algumas peças possam ser utilizadas no dia a dia. Então, a pessoa não vai gastar dinheiro numa peça apenas para ir num evento. Algumas peças, ela pode utilizar no dia a dia também”, contou Adriane.

Adriane e suas dezenas de peças de roupa no evento medieval em Ouro Preto(foto: Rômulo Giacomin)

Adriane dava aula na mesma instituição que se formou, UniSenai, mas saiu há duas semanas e agora vai se dedicar 100% à sua empresa. “Eu costuro há 22 anos. Já tive empresas de uniforme para empresa. Só mudei o foco”, disse.

Já é a segunda vez que a costureira vai à Santa Rita de Ouro Preto expor seu trabalho. Adriane foi para o distrito na edição passada junto de sua família e aproveitou para fazer um turismo por Minas Gerais.

“Fomos para Ouro Preto, Tiradentes, Resende Costa, Itatiaia e neste ano veio apenas eu e minha irmã, mas pretendemos fazer a mesma coisa. Minas é encantador”, contou.

FONTE ESTADO DE MINAS

Vem aí 16ª Festa da Panela de Pedra: gastronomia, atrações culturais e o rico artesanato em MG

O Distrito de Cachoeira do Brumado recebe novamente a já tradicional Festa da Panela! Em sua 16ª edição, o evento será palco da gastronomia mineira e atrações culturais entre os dias 07 e 09 de julho.

Desde a sua primeira edição, o evento foi pensado como uma forma de divulgar o artesanato local, fazendo com que outras pessoas conhecessem o distrito, lugar com diversas belezas naturais, e também de grande riqueza cultural, como a produção dos tapetes de sisal e das panelas de pedra.

Sabendo da importância deste evento para a população, uma vez que o seu nome se dá pela fonte de renda principal dos moradores de Cachoeira do Brumado, a Prefeitura de Mariana, por meio da Secretaria de Cultura, Patrimônio Histórico, Turismo e Lazer, apoia a sua realização, que faz parte do calendário oficial de eventos da Primaz de Minas.

COMO CHEGAR AO DISTRITO

Saindo da Rodoviária de Mariana, sentido a Ponte Nova (BR-262), basta percorrer 19 quilômetros e entrar à direita, em um trevo sinalizado com o nome do distrito. Em seguida, prossiga até a Praça Padre Avelar, onde será realizado o evento. Além disso, com o Programa Tarifa Zero, existem ônibus que saem do Centro de Mariana para o distrito. Clique AQUI e confira os horários!

PROGRAMAÇÃO

SEXTA-FEIRA (07/07)
18h: Culto Ecumênico | Missa
19h40: Abertura Oficial do Evento
20h: Banda MAANAIM
21h: Xonadão e amigos
22h40: DJ Tylor
23h30: Anderson Alves

SÁBADO (08/07)
11h: Abertura do Restaurante
12h: Aurélio Diniz
15h: Duda Ferreira
Som mecânico
17h: Janaína Oliveira
20h: DJ Jackal
23h: Marcelo Oliveira
23h30: DJ Gael

DOMINGO (09/07)
09h30: Apresentação Sociedade Musical Oito de Dezembro, Banda Acordes Celestes e Banda Harmonia Celeste
11h: Abertura do Restaurante
12h: Congado da Barroca
14h: Grupo de Dança “Na Pegada”
15h: Duda Reis (Voz e violão)
16h: Espaço Kids
16h40: Rafinha na Medida
18h30: Negão do Piseiro
21h: Hugo e Vitor

FONTE JORNAL O ESPETO

Casal é encontrado morto no turístico distrito de Monte Verde (MG)

Segundo a Polícia Militar, o proprietário do local confessou não ter alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros. Enterro acontece nesta segunda-feira (26/6)

Um casal de São José dos Campos, em São Paulo, foi encontrado morto dentro do quarto de uma pousada no distrito de Monte Verde, em Camanducaia, Minas Gerais, na manhã desse sábado (24/6). 

Walther Reis Cleto Junior, de 51 anos, e a esposa, Alessandra Aparecida Campos Reis Cleto, de 49, se hospedaram no Chalé Aroma de Jasmim na tarde da última sexta-feira (23/6). 

Conforme registro da Polícia Militar no boletim de ocorrência, o proprietário do chalé relatou ter percebido que a bomba d’água do banheiro do quarto do casal seguia ligada após um tempo considerável. 

Por volta das 10h de sábado, o dono do estabelecimento, segundo conta, bateu à porta, perguntou se estava tudo bem, mas não obteve resposta. Então, ele ligou para os telefones do casal e também não recebeu retorno. 

Por fim, o proprietário usou uma chave reserva para entrar no quarto, quando se deparou com Walther e Alessandra caídos no chão. Ele disse às autoridades que viu o casal com vida pela última vez na sexta-feira, por volta das 18h, quando a filha havia acabado de entregar um saco de lenha aos pais. O atendimento médico acionado pelo chalé confirmou as mortes no local. 

Ainda de acordo com a Polícia Militar, quando indagado, o proprietário do espaço confessou não ter alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros. 

Intoxicação por monóxido de carbono, diz família

Embora a ocorrência policial não mencione a possível causa das mortes, a filha do casal, Bruna Crcc, disse nas redes sociais que os pais morreram em decorrência de intoxicação por monóxido de carbono. Ela também agradeceu as mensagens com manifestações de carinho. 

“Entendo a preocupação de todo mundo, mas não tenho emocional para falar mais sobre isso. Foi uma fatalidade. Deus quis assim. Não é fácil”, declarou Bruna em vídeo publicado por meio da função Stories no Instagram. 

De forma preliminar, a perícia da Polícia Civil informou não ter identificado marcas de violência nos corpos. As vítimas foram encaminhadas ao Instituto Médico-Legal (IML) de Pouso Alegre. 

De acordo com a família nas redes sociais, o enterro acontecerá nesta segunda-feira (26/6). O velório teve início às 19h deste domingo em um cemitério da região central na cidade onde o casal morava. 

A reportagem do Estado de Minas não conseguiu contato com o responsável pelo Chalé Aroma de Jasmim. O espaço segue aberto para manifestações. 

FONTE ESTADO DE MINAS

Record TV mostra a força da cultura de São Gonçalo do Bação, um charmoso distrito

Opção para o turismo, o local fica a pouco mais de 60 km de BH. ASSISTA À REPORTAGEM COMPLETA DO BALANÇO GERAL.

O quadro “Achamos em Minas”, do programa Balanço Geral (da Record TV), teve como tema o distrito de São Gonçalo do Bação, de Itabirito (Região Central de Minas Gerais). A reportagem foi ao ar na quinta-feira (11/5).

O vilarejo, que fica a pouco mais de 60 km de BH, encanta pela simplicidade e pelos pouco mais de 600 habitantes que carregam uma bagagem muito rica de conhecimento e sabedoria.

No programa, a emissora traz várias pessoas e grupos criados para produzir artesanato e bordado, como o “Memória de Agulha”, além do grupo de teatro. 

No local, o crochê é visto não só como uma técnica manual para geração de renda, mas também como terapia para as mulheres. Uma forma de encontrar forças e energias positivas em momentos difíceis. 

Outras produções de São Gonçalo do Bação

Além da produção de crochês e artesanatos, o “Achamos em Minas” apresentou a história do Leonardo Gomes, doceiro de mão cheia, famoso no distrito pelos seus canudos e doces de leite. Além dos doces, o distrito também tem alambiques e produções de cachaças artesanais.

Luciana Katahira e Leonardo Gomes – Foto: Reprodução

São Gonçalo do Bação tem uma riqueza turística e história muito grande: muros de pedra, chafarizes, trilhas para caminhada e de bicicleta, além da famosa feira que movimenta o sábado. 

Além disso, o distrito também tem belezas naturais. Cachoeiras, poços naturais e montanhas encantam quem visita o local. As cachoeiras e as montanhas são bem próximas, cerca de 3 quilômetros do vilarejo e de fácil acesso, podendo ir de automóvel ou caminhando. 

Assista ao programa completo CLICANDO AQUI.

FONTE RADAR GERAL

about

Be informed with the hottest news from all over the world! We monitor what is happenning every day and every minute. Read and enjoy our articles and news and explore this world with Powedris!

Instagram
© 2019 – Powedris. Made by Crocoblock.